"Irmãos, ficai alertas, de modo que os mistérios deste tempo não sejam estéreis em vós. Temos uma bênção copiosa; trazei vasilhas limpas. Apresentai-vos com espírito fervoroso, com os sentidos despertos, com afetos sóbrios e com uma consciência limpa para receber estas graças tão extraordinárias. Urge para vós não apenas o sentido particular de vida que tendes professado, mas a prática de toda a Igreja, da qual sois filhos. Todos os cristãos, nesta semana, atuam de forma contrária ou acima ao habitual, enquanto praticam a piedade, vestem-se com modéstia, dão sinais de humildade e permanecem muito circunspectos. Desse modo todos querem unir-se a Cristo paciente. Vivemos a Paixão do Senhor, que também hoje faz tremer a terra, quebra as rochas, abre as tumbas. Tudo o fez por nós, e daí nos vêm os frutos de salvação e a vida do espírito. Observa como Ele o fez, e O verás manso e humilde de coração. Humilharam-no, negando-lhe tudo. Acusaram-no de blasfemo e de falsos crimes, e Ele nada respondeu. O vimos totalmente desfigurado. Longe de ser o mais belo dos homens, era desprezado entre os homens, como um leproso; o último do mundo, o homem das dores, o ferido e humilhado por Deus".
São Bernardo de Claraval
Dos Sermões litúrgicos
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