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quinta-feira, 5 de novembro de 2009

SÃO RAFAEL ARNÁIZ/ SAN RAFAEL ARNÁIZ – OCULTO EM DEUS/ OCULTO EN DIOS




CANONIZAÇÃO 11 DE OUTUBRO DE 2009

SÃO RAFAEL ARNÁIZ BARÓN


14 de dezembro de 1936 - 25 anos
Mi cuaderno - San Isidro

”Um dos encantos, melhor dizendo, consolos da vida monacal, é o estar oculto aos olhares do mundo. Isto o compreenderá quem gostar de meditar na vida de Cristo. Para dedicar-se a uma arte, para aprofundar-se em uma ciência, o espírito necessita solidão e isolamento, necessita recolhimento e silêncio. Agora, para a alma enamorada de Deus, para a alma que já não vê mais arte nem mais ciência que a vida de Jesus, para a alma que encontrou na terra o tesouro escondido, o silêncio não lhe basta, nem seu recolhimento em solidão. É necessário ocultar-se de todos, é necessário ocultar-se com Cristo, buscar um lugar na terra onde não cheguem os olhares profanos do mundo, e alí estar a sós com seu Deus.

O segredo do Rei como que se mancha e perde o brilho ao ser revelado. Esse segredo do Rei há que se ocultar para que ninguém o veja. Esse segredo que muitos crêem ser comunicações divinas e consolos sobrenaturais, esse segredo do Rei que invejamos nos Santos, se reduz muitas vezes a uma Cruz.

Não coloquemos a luz debaixo de uma vasilha, nos diz Jesus no Evangelho. Divulguemos as grandezas de Deus. Façamos chegar ao coração de nossos irmãos os tesouros de graças que Deus derrama abundantemente sobre nós. Divulguemos aos quatro ventos nossa fé, enchamos o mundo de gritos de entusiasmo por termos um Deus tão bom. Não nos cansemos de pregar seu Evangelho e dizer a todos que nos queiram ouvir, que Cristo morreu amando aos homens, cravado em um madeiro. Que morreu por mim, por ti, por eles... E se nós deveras lhe amamos, não lhe ocultemos, não ponhamos a luz que pode iluminar a outros, debaixo de uma vasilha.

Mas em troca, bendito Jesus, levemos, bem dentro e sem que ninguém se inteire, esse divino segredo... Esse segredo que Tu dás às almas que mais te querem... Essa pequenina parte de tua Cruz, de tua sede, de teus espinhos.

Ocultemos no último lugar da terra nossas lágrimas, nossas penas e nossos desconsolos. Não enchamos o mundo de tristes gemidos, nem levemos a ninguém nem a mais pequenina parte de nossas aflições.

Sejamos egoístas para sofrer e generosos na alegria. Façamos a felicidade dos que nos rodeiam e não turvemos o ambiente com caras tristes quando Deus nos mande alguma prova.

Ocultemo-nos para estar com Jesus na Cruz. Não busquemos mitigação à dor no consolo das criaturas, pois estaremos fazendo duas coisas que não são ruins, mas que não são perfeitas. Primeiro, ao deixar a Deus pelo que não é Deus, pois não é consolo seu o que Dele não vem, e se Ele não quer dá-lo, ao buscar fora Dele, perdemos a Ele, e também perdemos muitas vezes o mérito do sofrimento. Segundo, em nosso egoísmo, fazemos ou pelo menos queremos fazer participantes aos demais, do nosso sofrimento, para assim aliviar-nos, e conseguirmos com isso alívio fictício e falso, pois se te dói um dente, te seguirá doendo quer o digas ou não.

Em resumo, quase sempre é um ato de egoísmo e também falta de humildade, dar importância ao nosso sofrimento, como se por ser nosso fosse importante. Em troca, não buscando nada nas criaturas e sim tudo em Deus, se chega a amar a Cruz, mas a Cruz a sós e escondido... Na Cruz, ocultos com Deus e longe dos homens.

Ocultemos nossa vida, se nossa vida é penar. Ocultemos o sofrer, se o sofrer nos causa pena. Ocultemo-nos com Cristo para só a Ele fazer-lhe partícipe do que, pensando bem, só é Dele: o segredo da Cruz.

Aprendamos de uma vez, meditando em sua vida, em sua Paixão e em sua morte, que só há um caminho para se chegar a Ele..., o caminho da Santa Cruz”.


São Rafael Arnáiz Barón
Vida y Escritos del Beato Fray María Rafael Arnáiz Barón
Mi cuaderno, pp.374-376

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

SÃO BERNARDO - Espalhar o perfume da compaixão nos pés de Cristo



20 de agosto

Solenidade no Calendário Litúrgico Cisterciense

«Espalhar o perfume da compaixão nos pés de Cristo»

“Já vos falei dos dois perfumes espirituais: o da contrição, que se estende a todos os pecados — é simbolizado pelo perfume que a pecadora espalhou nos pés de Jesus: «toda a casa ficou cheia desse cheiro»; há também o da devoção que consolida todas as mercês de Deus. Mas há um perfume que ultrapassa de longe estes dois; chamar-lhe-ei o perfume da compaixão.

Compõe-se, com efeito, dos tormentos da pobreza, das angústias em que vivem os oprimidos, das inquietudes da tristeza, das faltas dos pecadores, em resumo, de toda a dor dos homens, mesmo dos nossos inimigos. Estes ingredientes parecem indignos e, contudo, o perfume em que entram é superior a todos os outros. É um bálsamo que cura: «Felizes os misericordiosos, pois alcançarão misericórdia» (Mt 5,7).

Assim, um grande número de misérias reunidas sob um olhar compassivo são as essências preciosas. Feliz a alma que cuidou de aprovisionar estes aromas, de neles espalhar o óleo da compaixão e de os pôr a ferver no fogo da caridade! Quem é, no vosso entender, «o homem feliz que tem piedade e empresta os seus bens» (Sl 111,5), inclinado à compaixão, pronto a socorrer o seu próximo, mais contente com dar do que com receber? Quem é esse homem que perdoa facilmente, resiste à cólera, não permite a vingança, e em todas as coisas olha como suas as desgraças dos outros? Quem quer que seja essa alma impregnada do orvalho da compaixão, de coração transbordante de piedade, que se dá inteira a todos, que não é, ela mesma, senão um vaso rachado onde nada é invejosamente guardado, essa alma, tão morta para si mesma que vive unicamente para os outros, tem a felicidade de possuir esse terceiro perfume que é o melhor. As suas mãos destilam um bálsamo infinitamente precioso (cf. Ct 5,5), que não se esgotará na adversidade e que os lumes da perseguição não conseguirão secar. É que Deus lembrar-se-á sempre dos seus sacrifícios”.

São Bernardo de Claraval, Abade e Doutor
Sermones sobre el Cantar de los Cantares, 12
Obras completas, BAC, Madrid, 1987

SÃO BERNARDO – Vinde a Mim pelo caminho da humildade



20 de agosto

Solenidade no Calendário Litúrgico Cisterciense

«Para ir para onde eu vou, vós sabeis o caminho»

«Eu sou o caminho, a verdade e a vida»

“O caminho que conduz à verdade é a humildade. A humildade é o sofrimento; a verdade é o fruto do sofrimento. Tu poderás perguntar-me: como é que sabes que Ele fala de humildade, se apenas diz: «Eu sou o caminho»? Porém é Ele mesmo que responde quando acrescenta: «aprendei de mim que sou manso e humilde de coração» (Mt 11,29). Ele apresenta-se portanto como exemplo de humildade e de mansidão. Se tu o imitares, não andarás nas trevas mas terás a luz da vida (Jo 8, 12). O que é a luz da vida senão a verdade? Ela ilumina todo o homem que vem a este mundo (Jo 1,9); ela mostra-lhe a verdadeira vida.

Eu vejo o caminho, é a humildade; eu desejo o fruto, é a verdade. Mas que fazer se a estrada é demasiado difícil para que eu possa chegar até onde desejo? Escutai a Sua resposta: «Eu sou o caminho, quer dizer o viático que te sustentará ao longo desta estrada». Àqueles que se enganam e não conhecem o caminho, Ele exclama: «Sou eu que sou o caminho»; àqueles que duvidam e não acreditam: «Sou eu que sou a verdade»; aos que já estão em marcha mas se fatigam: «Eu sou a vida».

Escutai ainda isto: «Eu te bendigo Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste isto – esta verdade secreta - aos sábios e aos inteligentes, quer dizer aos orgulhosos, e as revelaste aos pequeninos, quer dizer aos humildes» (Lc 10,21) . Escutai a verdade a falar àqueles que a procuram: «Vinde a mim, vós que me desejais e sereis saciados com os meus frutos» (Ecl 24,19) e ainda «Vinde a mim, vós todos os que sofreis e tombais sob o peso do vosso fardo que eu vos aliviarei» ( Mt 11, 28). Vinde, diz Ele. Mas para onde? Até mim, a Verdade. Por onde? Pelo caminho da humildade”.

São Bernardo de Claraval, Abade e Doutor
Tratado sobre los grados de humildad y soberbia
Obras completas, BAC, Madrid, 1987

quinta-feira, 2 de abril de 2009

João Paulo II: quatro anos no Céu!



“Peregrino do amor, assim podemos definir o que foi o Papa João Paulo II. O Papa que mais viajou pelo mundo, visitando todos os povos foi um instrumento permanente do Amor de Deus, exemplo de dedicação e amor ao Evangelho. Hoje, dia 4 de abril de 2009, completam-se 4 anos do falecimento de João Paulo II”. Grupo de oração jovem João Paulo II


“Quando penso no mundo,
que se desvanece e morre
pela falta de Cristo;
quando penso no caos profundo
em que se despenca
a inquieta e cega humanidade
pela falta de Cristo;
quando me encontro
com a força da juventude
apática e destroçada
na própria primavera da vida
pela falta de Cristo,
não posso sufocar as queixas
de meu coração.
Quisera multiplicar-me, dividir-me,
para escrever, pregar,
ensinar Cristo.
E do espírito mesmo do meu espírito
brota contundente e único grito:

Minha vida por Cristo!”

Papa João Paulo II




Os «milagres» de João Paulo II

Imediatamente depois da morte de João Paulo II começaram a se conhecer supostas curas e «milagres» nos quais o falecido Papa haveria intercedido em vida. Para aprofundar estes episódios Andrea Tornielli, vaticanista do jornal «Il Giornale», realizou uma investigação recolhida no livro «Os milagres do Papa Wojtyla» («I miracoli di Papa Wojtyla», Piemme), publicado a princípios do verão. Nesta entrevista concedida a Zenit, aborda o conteúdo de suas páginas:

Quais e quantos são os milagres atribuídos à intercessão de João Paulo II que se relatam no livro?

Andrea Tornielli: Descrevo amplamente oito, mas cito mais. Trata-se dos testemunhos que surgiram imediatamente depois do falecimento de João Paulo II. Em alguns casos, trata-se de relatos dos quais eu tinha conhecimento desde há tempo, mas dos que me havia pedido que não escrevesse em vida do pontífice.

Quem são as testemunhas dos «milagres»?

Andrea Tornielli: Na maior parte dos casos os interessados diretamente ou seus familiares. Em um caso, no de um judeu norte-americano curado, a testemunha é o arcebispo Stanislaw Dziwisz, que durante quatro décadas foi secretário de Karol Wojtyla.


Por que escrever um livro assim sobre João Paulo II? Não está antecipando o processo de beatificação?

Andrea Tornielli: De maneira alguma. Meu trabalho se trata de indicações de graças ocorridas enquanto o Papa Wojtyla estava ainda com vida e portanto não podem ser utilizadas no processo, que como é sabido toma em consideração supostos milagres ocorridos pela intercessão do servo de Deus após sua morte. O que tentei fazer, reunindo estes testemunhos, é fazer ver quantas vezes em torno ao Papa e graças à sua oração de intercessão as pessoas recebiam graças. Intencionalmente escrevi um capítulo ao final do livro narrando episódios similares sucedidos em outros Papas em odor de santidade.


João Paulo II era consciente dos acontecimentos extraordinários dos que foi portador?

Andrea Tornielli: Era, porque às vezes percebia algo que ocorria; outras vezes porque comunicavam a ele em seguida, agradecendo-o. Mas ordenava sempre a todos que não falassem, que permanecessem em silêncio. E sobretudo sublinhava que os milagres e as graças as fazia o Senhor, não o Papa. Este rogava só para que as petições das pessoas que sofriam fossem escutadas.

Independentemente dos sucedidos extraordinários, o pontificado de João Paulo II influiu de maneira determinante em eventos históricos, e não só na queda do muro de Berlim. Não acredita?

Andrea Tornielli: Foi um papado que atravessou o último quarto do século XX e introduziu a Igreja no terceiro milênio. Estou de acordo em que a influência que teve nos acontecimentos históricos não há que vinculá-la só à queda do muro de Berlim (ainda que nesse caso o Papa originário da Polônia teve sua contribuição determinante): pensemos, por exemplo, no gesto profético da visita à mesquita de Damasco em maio de 2001, poucos meses antes do 11 de setembro. Era como se indicasse com antemão o caminho a seguir.

Fonte: Zenit


“Somente o que é construido sobre Deus, sobre o amor, é durável. Não tenham medo de ser santos!”


Papa João Paulo II


terça-feira, 24 de março de 2009

O valor do silêncio em Marta Robin



Dai-nos, Mãe, a graça de compreender o valor do silêncio!


“Ó Maria! Ó minha santa e boa Mãe!
Dai-me e dai a todos nós, a graça de
compreender o grande valor do silêncio,
no qual conseguimos ouvir Deus.
Ensinai-me o silêncio;
quero calar-me para poder
ouvir a eterna Sabedoria.
Ensinai-me a arrancar do silêncio
tudo o que ele encerra de grande,
de sobrenatural, de divino.
Ajudai-me a fazer desta descoberta,
uma oração perfeita,
uma oração plena de fé,
de confiança e de amor.
Desejo fazer uma oração vibrante,
enérgica, laboriosa, fecunda e eficaz,
capaz de glorificar a Deus e de salvar almas!”


Serva de Deus Marta Robin (1902-1981)



Alimentou-se somente da Eucaristia durante 53 anos

Marta Robin, nasceu no dia 13 de março de 1902, em Châteauneuf-de-Galaure (Drôme), na França, no seio de uma família de camponeses, e passou toda a sua vida na casa paterna, onde morreu no dia 6 de fevereiro de 1981. Toda a existência de Marta girou ao redor de Jesus Eucaristia, quem foi para ela: “Aquele que cura, consola, aligeira, abençoa, o meu Tudo”.

Desde 1928, depois de uma grave doença neurológica, Marta estava quase absolutamente impossibilitada de movimentar-se, e particularmente não podia engolir porque os músculos da deglutição estavam bloqueados. Além disso foi obrigada, por causa de uma doença nos olhos, a viver praticamente na escuridão.


Eis o testemunho do Padre Finet, o seu diretor espiritual: “Quando recebeu os estigmas, no início do mês de outubro de 1930, Marta já vivia a sua Paixão desde 1925, ano em que ela se ofereceu como vítima de amor. No mesmo dia, Jesus lhe disse que depois da Virgem Maria, Ele tinha escolhido ela para viver mais intensamente a Paixão e ninguém poderia vivê-la de maneira tão plena. Acrescentou que cada dia ela sofreria mais e mais, e que nunca mais dormiria à noite. Depois dos estigmas, Marta não pôde mais nem comer, nem beber e o êxtase durava até a segunda ou terça-feira. Durante um dos êxtases, Jesus disse a Marta: Os meus sacerdotes, os meus sacerdotes, dá-me tudo por eles. Minha Mãe e Eu os amamos tanto. Dá-me todos os teus sofrimentos, tudo o que sofres neste momento, todos aqueles com os quais tu queres mergulhar no meu Amor, dá-me o teu isolamento e a tua solidão e a solidão na que eu te coloquei, tudo sem descanso pelos meus sacerdotes. Oferece-te ao Pai comigo por eles e não temas sofrer muito pelos meus sacerdotes, eles necessitam realmente de tudo isso que estou para realizar em ti em favor deles”.


A Serva de Deus Marta Robin deu o seu sim prontamente, livremente, de boa-vontade e com o coração repleto de paz, tudo o que Jesus lhe pedia, todos os sofrimentos e dores por amor, um grande amor a Jesus redentor e pelos seus tão queridos pecadores que queria salvar.

Marta Robin se tornou conhecida depois que o famoso e ilustre escritor e filósofo Jean Guitton escreveu o livro "A Jornada Imóvel". O grande filósofo Jean Guitton, recordando o seu encontro com a vidente, escreveu um impactante testemunho:

“Encontrei-me naquele quarto escuro, apresentado a Marta por uma das mentes mais contestatórias do nosso tempo: o médico de Anatole France, o Doutor Couchourd, discípulo de Alfred Loisy e diretor de uma coleção de livros anticristãos. Desde o primeiro encontro com Marta Robin, entendi que ela seria para mim uma “irmã na caridade”, como sempre o foi para milhares de visitantes. Era uma camponesa dos campos franceses, que por trinta anos não ingeriu nem comida, nem bebida; nutria-se somente da Eucaristia e cada sexta-feira revivia, com os estigmas, as dores da Paixão de Jesus. Uma mulher que talvez foi a pessoa mais estranha, extraordinária e desconcertante da nossa época, mas que justamente no século da televisão permaneceu desconhecida ao público, sepultada no mais profundo silêncio...”.

Efetivamente, além dos fenômenos místicos extraordinários, a obra evangelizadora que Marta levou adiante foi realmente muito significativa, apesar das suas precárias condições. Graças à ajuda do Padre Finet, seu diretor espiritual, fundou sessenta “Foyers de Lumiére, de Charité et d’Amour” espalhados pelo mundo todo.


Fonte: The Real Presence