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sábado, 3 de abril de 2010

TRÍDUO PASCAL – SÁBADO SANTO – VIGÍLIA PASCAL – Eia Mater, Fons Amoris: Stabat Mater Dolorosa



SÁBADO SANTO - VIGÍLIA PASCAL

Gn 1,1 – 2,2/Sl 103
Gn 22,1-18/Sl 15
Ex 14,15 – 15,1
Is 54,5-14/Sl 29
Is 55,1-11
Br 3,9-15.32-4,4/Sl 18
Ez 36,16-17a.18-28/Sl 41
Rm 6,3-11/Sl 117
Lc 24,1-12


«Ó Mãe, Fonte de Amor: Estava a Mãe dolorosa»

A Virgem das Dores é o Tabernáculo dos Sagrados Mistérios, a Porta do Coração chagado de Cristo, a Mestra do silêncio, a Mãe da nossa alegria. No Sábado Santo, quando a Igreja permanece unida à Virgem na espera da Ressurreição, os filhos devem estar imersos no silêncio da Mãe, devem estar a seu lado com o amoroso propósito de consolar Mãe tão terna e excelsa.


“Stabat Mater” - Caminho de união à Virgem das Dores na Paixão


O belíssimo “Stabat Mater”, do latim “Estava a Mãe”, é um hino, mais precisamente uma seqüência, católica do século XIII atribuído a Jacopone de Todi, apesar da questão ser controversa. Tal oração, que tem início com as palavras “Stabat Mater dolorosa” - “Estava a Mãe dolorosa” - medita sobre os sofrimentos de Maria, Mãe de Jesus, durante a Crucifixão e a Paixão de Cristo. A oração é recitada de maneira facultativa durante a Missa em memória de Nossa Senhora das Dores (15 de setembro) e as suas partes formam os hinos latinos da própria festa. Antes da Reforma litúrgica, era utilizada no ofício da Sexta-feira da semana da Paixão (Nossa Senhora das setes dores - sexta-feira precedente ao Domingo de Ramos). É um Hino muito popular, sobretudo, porque acompanha o rito da Via-Sacra, uma estrofe para cada estação, e a procissão da Sexta-feira Santa, sendo um canto muito amado pelos fiéis, assim como por inteiras gerações de músicos. O Stabat Mater, é um forte remédio para todos que, com uma disposição mais plena de fé, se aproximam da Paixão de Cristo a fim de consolar a Mãe cheia de dores em sua solidão, a Mãe, Fonte de amor.


STABAT MATER


"Estava a Mãe dolorosa
Junto da Cruz, lacrimosa
Vendo o Filho que pendia.

A sua alma agoniada
Se partia atravessada
No gládio da profecia.

Oh! Quão triste e aflita
Estava a Virgem bendita,
A Mãe do Filho Unigênito.

Quanta angústia não sentia
Mãe piedosa, quando via
As penas do Filho seu.

Quem não chora, vendo isto,
Contemplando a Mãe do Cristo
Num suplício tão enorme?

Quem haverá que resista,
Se a Mãe assim contrista,
Padecendo com seu Filho?

Por culpa de sua gente,
Viu a Jesus inocente
Aos flagelos submisso.

Viu seu Filho muito amado
Que morria abandonado,
Entregando o seu espírito.

Faze, ó Mãe, fonte de amor,
Que eu sinta a força da dor,
Para contigo chorar.

Faze arder meu coração,
Do Cristo Deus na paixão,
Para que o possa agradar.


Ó Santa Mãe, dá-me isto:
Trazer as chagas do Cristo
Gravadas no coração.

Do teu Filho, que por mim
Se entrega a uma morte assim,
Divide as penas comigo.

Oh! Dá-me, enquanto viver,
Com o Cristo compadecer,
Chorando sempre contigo.

Junto da Cruz quero estar,
Para assim me associar
Ao martírio do teu pranto.

Virgem das virgens, preclara,
Jamais me sejas avara,
Dá-me contigo chorar.

Traga em mim do Cristo a morte,
Da Paixão seja eu consorte,
Suas chagas celebrando.

Por elas seja eu rasgado,
Pela Cruz inebriado,
No sangue do Filho nutrido.

No Juízo, ó Virgem, consegue
Às chamas não ser entregue
Quem por ti é defendido.

Quando do mundo eu partir,
Dá-me, ó Cristo, conseguir,
Por tua Mãe, a vitória.

Quando o meu corpo morrer,
Possa a alma merecer
Do Reino celeste a glória.

Amém".

TRÍDUO PASCAL – SÁBADO SANTO – VIGÍLIA PASCAL – Não chores por mim, ó Mãe!



SÁBADO SANTO - VIGÍLIA PASCAL

Gn 1,1 – 2,2/Sl 103
Gn 22,1-18/Sl 15
Ex 14,15 – 15,1
Is 54,5-14/Sl 29
Is 55,1-11
Br 3,9-15.32-4,4/Sl 18
Ez 36,16-17a.18-28/Sl 41
Rm 6,3-11/Sl 117
Lc 24,1-12


«Não chores por mim, ó Mãe!»


Vendo sobre a cruz o Cordeiro,
o Pastor e Salvador do mundo,
Aquela que te concebeu diz, em suas lágrimas:
“O mundo se alegra por receber a redenção
E minhas entranhas se consomem à vista da crucifixão
Que tu sofres por nós, ó meu filho e meu Deus!”

“Infeliz de mim, filho meu!
Aquele que esperei como Rei,
agora o vejo condenado na cruz!”

“Ai! A profecia de Simeão realizou-se,
Porque a tua espada, ó Emanuel,
Transpassou o meu coração!”

Quando a tua Mãe imaculada viu a tua morte, ó Cristo,
Invocou-te em tom suplicante:
“Não permaneças, ó Vida, no reino dos mortos!”

“Não chores por mim, ó Mãe, que contemplas na tumba
O Filho que concebeste virginalmente no seio,
Visto que ressurgirei e serei glorificado!
E, na glória sem fim, glorificarei, na minha qualidade de Deus,
Os que te louvam com fé e amor!”

Tu que nasceste da Virgem e por nós sofreste a cruz,
Tu, que por tua morte venceste a morte
e nos revelaste a tua ressurreição,
Não rejeites aqueles que tua mão modelou!
Mostra-nos teu amor, ó Deus de misericórdia,
Atende as preces daquela que te concebeu,
E salva, Senhor, o povo que espera em ti!


Textos da Liturgia Bizantina

TRÍDUO PASCAL – SÁBADO SANTO – VIGÍLIA PASCAL – Ladainha de Nossa Senhora das Dores



SÁBADO SANTO - VIGÍLIA PASCAL

Gn 1,1 – 2,2/Sl 103
Gn 22,1-18/Sl 15
Ex 14,15 – 15,1
Is 54,5-14/Sl 29
Is 55,1-11
Br 3,9-15.32-4,4/Sl 18
Ez 36,16-17a.18-28/Sl 41
Rm 6,3-11/Sl 117
Lc 24,1-12


«Ladainha de Nossa Senhora das Dores»

Senhor, tende piedade de nós.
Jesus Cristo, tende piedade de nós.
Senhor, tende piedade de nós.
Jesus Cristo, ouvi-nos.
Jesus Cristo, atendei-nos.
Deus Pai, que estais nos Céus, tende piedade de nós.
Deus Filho, Redentor do Mundo, tende piedade de nós.
Espírito Santo Paráclito, tende piedade de nós.
Trindade Santa, Deus uno e Trino, tende piedade de nós.
Mãe de Jesus crucificado, rogai por nós.
Mãe do Coração Transpassado, rogai por nós.
Mãe do Cristo Redentor, rogai por nós.
Mãe dos discípulos de Jesus, rogai por nós.
Mãe dos redimidos, rogai por nós.
Mãe dos viventes, rogai por nós.
Virgem obediente, rogai por nós.
Virgem oferente, rogai por nós.
Virgem fiel, rogai por nós.
Virgem do silêncio, rogai por nós.
Virgem da espera, rogai por nós.
Virgem da Páscoa, rogai por nós.
Virgem da Ressurreição, rogai por nós.
Mulher que sofreu o exílio, rogai por nós.
Mulher forte, rogai por nós.
Mulher corajosa, rogai por nós.
Mulher do sofrimento, rogai por nós.
Mulher da Nova Aliança, rogai por nós.
Mulher da Esperança, rogai por nós.
Nova Eva, rogai por nós.
Colaboradora na salvação, rogai por nós.
Serva da reconciliação, rogai por nós.
Defesa dos inocentes, rogai por nós.
Coragem dos perseguidos, rogai por nós.
Fortaleza dos oprimeidos, rogai por nós.
Esperança dos pecadores, rogai por nós.
Consolação dos aflitos, rogai por nós.
Refúgio dos marginalizados, rogai por nós.
Conforto dos exilados, rogai por nós.
Sustento dos fracos, rogai por nós.
Alívio dos enfermos, rogai por nós.

Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo, perdoai-nos, Senhor.
Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo, ouvi-nos, Senhor.
Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo, tende piedade de nós.

- Rogai por nós, Santa Mãe de Deus,
- Para que sejamos dignos das promessas de Cristo.

Amém.

sexta-feira, 2 de abril de 2010

TRÍDUO PASCAL – SEXTA-FEIRA SANTA – Perto da cruz de Jesus estava sua mãe



SEXTA -FEIRA DA PAIXÃO DO SENHOR

Is 52, 13-53, 12
Sl 30
Hb 4, 14-16; 5, 7-9
Jo 18, 1-19, 42


«Perto da cruz de Jesus estava sua mãe»

Nós não atingimos a plenitude do amor da Mãe de Deus e é por isso que também não podemos compreender plenamente a sua dor. O seu amor era perfeito. Ela amava imensamente o seu Deus e o seu filho, mas amava também os homens com um grande amor. Que teria ela sofrido quando os homens, que tanto amava e cuja salvação queria até ao fim dos tempos, crucificaram o seu filho bem-amado?

Não o podemos compreender, porque o nosso amor por Deus e pelos homens é demasiado fraco. Porque o amor da Mãe de Deus não tem medida e ultrapassa a nossa compreensão, tal como a sua dor é imensa e impenetrável para nós.


São Siluane de Athos, Monge
Dos Escritos Espirituais
Pe. Sofronio, o Sterets
“São Siluan, o Antonita”

quinta-feira, 1 de abril de 2010

TRÍDUO PASCAL - QUINTA-FEIRA SANTA – Maria colaborou para obter a graça da salvação de toda a humanidade



QUINTA-FEIRA SANTA

Ex 12,1-8.11-14
Sl 115
1Cor 11,23-26
Jo 13,1-15


«Maria colaborou para obter a graça da salvação de toda a humanidade»

Aplicado a Maria, o termo "cooperadora" assume um significado específico. A colaboração dos cristãos na salvação atua-se depois do evento do Calvário, cujos frutos eles se empenham em difundir mediante a oração e o sacrifício. O concurso de Maria, ao contrário, atuou-se durante o evento o próprio evento do Calvário e a título de Mãe; estende-se, portanto, à totalidade da obra salvífica de Cristo.

Somente Ela esteve associada deste modo à oferta redentora, que mereceu a salvação de todos os homens. Em união com Cristo e submetida a Ele, Maria colaborou para obter a graça da salvação de toda a humanidade.


Papa João Paulo II
Audiência Geral de 09 de abril de 1997

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

NOSSA SENHORA DE LOURDES – As aparições em Lourdes - Parte I




NOSSA SENHORA DE LOURDES
11 de Fevereiro
Memória Facultativa

AS APARIÇÕES EM LOURDES

Parte I

O dia 11 de fevereiro de 1858 foi o dia escolhido para que o céu se fizesse presente na terra. Esse dia mudaria para sempre, não só a vida de Bernardete, mas marcaria o começo de uma fonte de graça que brotou para toda a humanidade. Fonte que só aumenta com o tempo.

A mãe de Bernardete permitiu que ela fosse, com sua irmã menor chamada Maria e com outra menina, ao campo para buscar lenha seca. O lugar preferido para recolher lenha era um campo que havia em frente à gruta. Bernardete por sua fragilidade física ficou para trás.

As companheiras haviam já atravessado o riacho mas Bernardete não se atrevia a entrar na água porque estava muito fria. As outras insistiam e quando ela começou a descalçar-se, um ruido muito forte, parecido a um vento impetuoso, a obrigou a levantar a cabeça e olhar para todos os lados.

Que é isto?,perguntava. As árvores estavam imóveis.

O ruido do vento começou de novo e mais forte ainda no lado da gruta. Y ali, no fundo da gruta, uma maravilhosa aparição se destacava diante dela. Nesse momento começaram a soar os sinos da Igreja paroquial e se ouvia o canto do Angelus.

Primera Aparição

Numa luz resplandecente como a do sol, mas doce e aprazível como tudo o que vem do céu, uma Senhora prodigiosamente bela se deixou ver por Bernardete. Vestia um traje branco, brilhante e de um tecido desconhecido, ajustado com uma cinta azul; um longo véu branco caía até os seus pés envolvendo todo o corpo. Os pés, de uma limpeza virginal e descalços, pareciam apoiarem-se sobre um roseiral silvestre. Duas rosas brilhantes, da cor de ouro, cobriam a parte superior dos pés da Santíssima Virgem. As suas mãos juntas sobre o peito estavam numa posição de oração fervorosa; tinha entre os dedos um longo rosário branco e dourado com uma bela cruz de ouro.

Tudo Nela irradiava felicidade, majestade, inocência, bondade, doçura e paz. A fronte era lisa e serena, os olhos eram azul celeste cheios de amor e os lábios mostravam suavidade e mansidão. A Senhora parecia saludá-la ternamente enquanto se inclinava ante Bernardete.

Bernardete buscou seu rosário (que trazia sempre em seu bolso), fazendo, como que para defender-se, o sinal da cruz, mas sua mão ficou paralisada. Nesse momento a Virgem tomou a cruz do rosário e fez o sinal da cruz e mostrou a Bernardete que fizesse como ela.

Nesse momento seu braço paralisado ficou livre. A Senhora começou a passar as contas do rosário entre seus dedos e Bernardete começou a rezar o seu. Ao terminar, a Virgem lhe fez sinais com o dedo para que se aproximasse e, entendendo o braço, se inclinou docemente e sorriu como que despedindo-se de Bernardete. A Visião havia desaparecido!

Bernardete perguntou às outras meninas se haviam visto algo e ao responderem que não, lhes contou sua experiência e lhes pediu silêncio. Mas a irmã de Bernardete contou a sua mãe, que não acreditou e ordenou à Bernardete que deixasse de imaginações e lhe proibiu regressar à gruta.
Nessa noite, enquanto rezavam o rosário em família, Bernardete rompeu em prantos, repetindo sua invocação favorita: "Oh, Maria, concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a Vós".

Segunda Aparição

No dia 14 de fevereiro, as meninas insistieram em que a mãe lhes desse permissão para voltar à gruta. Todos pensavam que o que havia se passado com Bernardete era um engano do mal, e então lhe disseram que fosse à gruta e aspergisse água benta. Assim afastaria o mal e ficariam tranquilos.

Quando chegaram à gruta, Bernardete lhes pediu que se ajoelhassem para rezar o Rosário. Apareceu de novo a Virgem. O rosto de Bernardete se transfigurou. Esta tirou a àgua benta e disse: "Se vens da parte de Deus, aproxima-te de nós". A água benta chegou até os pés da Virgem e sonrrindo com mais doçura se aproximou de Bernardete. Tomou o rosário e se persignou com ele. Começaram ambas a rezá-lo.

Ao entardecer já todo o povoado comentava as maravilhas que ocurriam na gruta de Lourdes, mas aos comentários se juntavam as troças, desprezos e insultos.

Terceira Aparição

Os pais de Bernardete começaram então a acreditar que ela jamais havia mentido pois sempre obedecia. Além disso a sua naturalidade os convenceu, a naturalidade com que ela descrevia os acontecimentos e seus menores detalhes.

Em 18 de fevereiro, uma senhora e uma religiosa desejavam acompanhar Bernardete à gruta. Foram com ela primeiro à Santa Missa das 5:30h e dali se dirigieram à gruta. Bernardete caminhava tão rápido que parecia como se uma força superior a empurrasse até lá.

Se ajoelhou, começou a oração do rosário, lançando então um grito de júbilo ao ver no fundo da gruta a Senhora. Perguntou-Lhe se suas duas acompanhantes podiam ficar e a Virgem disse que sim. Elas também se ajoelharam e se puseram a rezar enquanto acendiam uma vela benta.

Bernardete passou um papel à Virgem pedindo-Lhe que escrevesse qualquer coisa que desejava comunicar-lhes.

A Virgem lhe disse: "O que tenho que comunicar não é necessário escrever. Faz-me unicamente o favor de vir aqui durante quinze dias seguidos". Bernardete prometeu e a Virgem respondeu: "Eu também te prometo fazer-te feliz, não certamente neste mundo, mas no outro".

A QUINZENA MILAGROSA

A notícia das aparições se espalhou rapidamente e uma grande multidão acudiu à gruta.

19 de fevereiro: Bernardete chegou à gruta acompanhada de seus pais e uma centena de pessoas. A partir deste dia, ia a todas as aparições com uma vela acesa.

20 de fevereiro: Por volta de 500 pessoas a acompanhavam.

21 de fevereiro: Milhares de pessoas enchiam todos os arredores da gruta. Houve um momento em que a aparição parecia estar mais para trás, como que a fundir-se no interior da roca. Para não perdê-la de vista, Bernardete foi aproximando-se de joelhos. Observou que a Virgem tinha ficado triste e lhe perguntou: O que acontece?, O que posso fazer? A Virgem respondeu: "Roga pelos pecadores".

Bernardete era objeto de toda classe de zombarias, perseguições e ofensas. Inclusive as autoridades civis se envolveram no assunto. O comissário chegou a detê-la para um longo exame. Ameaçou-a com a prisão se continuasse indo à gruta. Um dos principais médicos de Lourdes se dedicou a estudá-la, observá-la e examiná-la, chegando à conclusão de que em Bernardete não havia nenhum sinal de alucinação, histeria ou fuga da realidade. Disse assim: "Aqui há um fato extraordinário, totalmente desconhecido à ciência e à medicina".

Entretanto, as perseguições não terminaram; a polícia continuou tratando-a indignamente. O Pároco de Lourdes a defendeu energicamente. E em tudo isso Bernardete se manteve firme mas com humildade, nunca tomando uma posição defensiva, nem de ataque contra ninguém.

22 de fevereiro: A Virgem não apareceu. Todos fizeram troça de Bernardete. Ela chorava pensando que talvez havia cometido alguma falta e que por isso a Virgem não lhe havia aparecido. Mas tinha a firme esperança de voltar a vê-la.

Uma das coisas que mais surpreendia as pessoas era ver a uma humilde e simples pastorzinha, carente de adequada educação, saudar com graça e dignidade à Virgem no término da aparição. Uma vez lhe perguntaram: "Diga-me, quem te ensinou a fazer saudações tão graciosas?". "Ninguém, respondeu, não sei como fiz, apenas trato de fazer como faz a Senhora e ela me saúda deste modo quando vai embora."


Fonte:
Corazones

(CONTINUA)

NOSSA SENHORA DE LOURDES – As aparições em Lourdes - Parte II



NOSSA SENHORA DE LOURDES
11 de Fevereiro
Memória Facultativa

AS APARIÇÕES EM LOURDES

Parte II

(Continuação)

23 de fevereiro: Primeira vez em que a Virgem formula uma ordem concreta. Ante 10 mil perssoas a Virgem dá a Bernardete um segredo que só a ela concerne e que não pode revelar a ninguém. Também lhe ensinou uma oração que lhe fazia repetir, mas que não quis que a desse a conhecer.

A Virgem lhe disse: "E agora, filha minha, vá dizer aos sacerdotes que aqui, neste lugar, deve levantar-se um Santuário, e que a ele devem vir em procissão". Bernardete se dirigiu imediatamente até a Igreja para dar a mensagem ao Pároco. O sacerdote lhe perguntou o nome da Senhora, e Bernardete lhe respondeu que não sabia.

Despois de escutá-la, o Pároco lhe disse: "Podes comprender que não pode bastar-me apenas o teu testemunho; diga a essa grande Senhora que se dê a conhecer; se á a Virgem, que l manifeste mediante um grande milagre. Não dizes que te aparece encima de um roseiral silvestre? Então diga-lhe de minha parte, que se quiser um Santuário, que faça florescer o roseiral¨.

24 de fevereiro: Todos quiseram saber o que aconteceria com o pedido do Pároco e se a Virgem faria o milagre do roseiral. Bernardete como sempre chegou à gruta e se ajoelhou, sem prestar nenhuma atenção às pessoas que iam por curiosidade. Bernardete contou à Virgem o que o sacerdote lhe havia pedido. A Virgem só sorriu, sem dizer uma palavra. Despois mandou- a rogar pelos pecadores, exclamando três vezes: Penitência, Penitência, Penitência! E fez Bernadete repetir estas palabras e Bernadete o fazia enquanto se arrastava de joelhos até o fundo da gruta. Ali, a Senhora lhe revelou um segredo perssoal e depois desapareceu.

Bernardete por humildade não relatou todos os detalhes, mas testemunhas contaram que também a viram beijar a terra a intervalos. A Virgem lhe havia dito: "Rogarás pelos pecadores. Beijarás a terra pela conversão dos pecadores". Como a Visão retrocedia, Bernardete a seguia de joelhos beijando a terra, e em um momento se voltou para as pessoas e lhes fez sinais: "Beijem também a terra".

Desde então foi encomendada a Bernardete a penitência pelos pecadores. Um dia a Virgem a mandou subir e descer várias vezes a gruta de joelhos. A Virgem tinha um rosto triste. "A Virgem me mandou por mim y pelos demais" disse ela.

25 de fevereiro: A Visão lhe disse: "Filha minha, quero confiar-te e somente a ti, o último segredo. Como os outros dois, não revelarás a nenhuma pessoa deste mundo".

Depois de um momento de silêncio, a Virgem disse: “E agora, vá beber e lavar os pés na fonte, e come da erva que há ali”. Bernardete olhou ao redor e, não vendo nenhuma fonte, pensou que era o riacho e se dirigiu para lá. Mas a Virgem a deteve e lhe disse: "Não lá, mas na fonte que está aqui", mostrando-lhe o fundo da gruta. Para lá foi e buscou com a vista a fonte, não encontrando-a. Querendo obedecer, olhou a Virgem. A um novo sinal se inclinou e, cavando a terra com a mão, fez um buraco. De repente o fundo daquela cavidade se umedeceu e, vindo de profundidades desconhecidas através das pedras, apareceu uma água que logo encheu o buraco. Bernardete então levou a água misturada com terra, três vezes a boca, sem bebê-la. Mas vencendo sua natural repugnância, bebeu e molhou também o rosto. Todos começaram a rir dela e a dizer que tinha ficado louca. Mas, misteriosos desígnios de Deus, com sua débil mão acabava Bernardete de abrir, sem saber, o manancial das curas e dos milagres que tanto comoveram a humanidade.

A água milagrosa de Lourdes foi analisada por grandes químicos:

É uma água virgem, muito pura, uma água natural, que carece de toda propriedade térmica. Ademais tem a peculiaridade que nenhuma bactéria sobrevive nela. - Símbolo da Imaculada Conceição, em cujo ser nunca houve mancha de pecado original nem pessoal.

26 de fevereiro: A água milagrosa fez o primeiro milagre. O bom Pároco de Lourdes havia pedido um sinal, e em vez do muito pequeno sinal que ele havia pedido, a Virgem acabava de dar-lhe um muito maior, e não só para ele, mas para todo o povoado.

O primeiro milagre de cura

Havia em Lourdes um pobre operário de pedreira, chamado Bourriette, que 20 anos antes havia tido o olho esquerdo horrivelmente mutilado pela explosão de uma mina. Era um homem muito honrado e muito cristão. Mandou a filha buscar a água da nova fonte e se pôs a rezar. E mesmo suja, esfregou-a no olho. Começou a gritar de alegria. As trevas haviam desaparecido e só no havia um ligeiro nublado, que foi sumindo ao seguir lavando. Os médicos haviam dito que ele jamais se curaria. Ao ser examinado de novo não restou mais que chamar ao sucedido de: milagre. E o maior de tudo foi que o milagre havia deixado as cicatrices e lesões da ferida, mas ainda assim devolvido a visão.

A primeira vela na gruta de Lourdes

Um dia no final da aparição, Bernardete pediu uma vela a sua tia que a acompanhava para deixá-la acesa na gruta. Então se dirigiu ao fundo da gruta e a deixou acesa na pedra. Esta vela talvez naquele momento tenha sido a única, mas agora são milhões as que ardem constantemente ante a imagem da Virgem. A vela acesa é um belo símbolo: a cera branca e virgem de que é feita sempre representou a humanidade que Cristo tomou de Maria, e que unida à Divinidade é a Luz do mundo. Como a cera da vela, esta humanidade sagrada se consumirá diante de Deus em adoração, súplicas e ação de graças. A luz da vela resplandecente e radiante simboliza a Divinidade do Filho de Maria. A vela acesa representa igualmente o cristão que, iluminado pela fé deve consumir-se diante de Deus como vítima de amor.

2 de março: Bernardete foi de novo ver o Pároco de Lourdes, recordando-lhe a petição da Virgem de se levantar um Santuário no lugar das aparições. O Pároco respondeu que isso era obra do Bispo, que já estava inteirado da petição e seria o encarregado de cumprir o desejo celestial da Visão.

4 de março: seguindo seu costume, Bernardete, antes de dirigir-se à gruta, assistiu a Santa Missa. Ao final da aparição, teve uma grande tristeza, a tristeza da separação. Voltaria a ver a Virgem?

A Virgem, sempre generosa, não quis que o dia terminasse sem uma manifestação de sua bondade: um grande milagre, um milagre maternal, coroação da quinzena de aparições: um menino de dois anos, chamado Justino, estava já agonizando. Desde que nasceu tinha uma febre que ia pouco a pouco consumindo sua vida. Seus pais, nesse dia, o acreditavam morto. O menino não dava sinais de vida. A mãe em seu desespero o levou à fonte e o meteu 15 minutos na água que estava muito fria. Ao chegar em casa, notou que se ouvia com normalidade a respiração do menino. No dia seguinte, Justino despertou com a tez fresca e viva, seus olhos cheios de vida, pedindo comida e suas pernas fortalecidas. Este fato comoveu toda a comarca e logo toda a França e Europa; três médicos de grande fama certificaram o milagre, chamando-o de primeira ordem.

Então o governador reuniu a todos os alcaldes da zona para dar instruções precisas de proibir de imediato a ida de todo cidadão à gruta. Tudo foi em vão; cada dia acudiam mais peregrinos de todas as partes.

Não obstante as perseguições, as troças e as injúrias, Bernardete continuava visitando a Gruta. Ia rezar o Rosário com os peregrinos. Mas a doce visão não aparecia. Ela já estava resignada a não voltar a ver a Virgem.

Em 25 de Março, dia da Anunciação, Bernardete se sentiu fortemente movida a ir à Gruta. Muito contente obedeceu a esse chamado de seu coração e foi imediatamente. Como era uma data solene, os peregrinos tinham a esperança de que a Virgem aparecesse e quando chegou Bernardete se assombrou com a quantidade de pessoas que encontrou. Este dia 25, na história das aparições, foi um dia de glória. Bernardete voltou a perguntar à Senhora: "Queres ter a bondade de dizer-me quem és e qual é teu nome?". A Visão resplandecia mais que nunca, sorrindo sempre e sendo seu sorriso a única resposta. Bernardete insistiu: " Queres dizer-me quem és?, eu te suplico Senhora minha". Então, a Senhora afastou sua vista de Bernardete, separou suas mãos, fez deslizar em seu braço o rosário que tinha em seus dedos, levantou ao mesmo tempo suas mãos e sua cabeça radiante e, juntando suas mãos diante do peito, sua cabeça mais resplandecente que a luz do sol, dirigiu o olhar ao céu e disse: "EU SOU A IMACULADA CONCEIÇÃO", E assim desapareceu, deixando em Bernardete esta imagem e este nome.

Bernardete, ouvia pela primeira vez essas palavras. Enquanto se dirigia à casa paroquial, para contar ao Pároco, ela ia por todo o caminho repetindo "Imaculada Conceição", essas palavras tão misteriosas e difíceis para uma menina analfabeta. Quando o Pároco ouviu o relato de Bernardete ficou assombrado. Como podia uma menina sem nenhuma instrução religiosa saber o Dogma que só uns 4 anos antes a Igreja havia promulgado? Em 1854, o Papa Pio IX havia definido o Dogma da Imaculada Conceição. O sacerdote comprovou que Bernardete não se havia enganado, era Ela, a Virgem Santíssima, a Soberana Mãe de Deus quem lhe aparecia na gruta.

5 de Abril: Bernardete volta à gruta, rodeada de uma verdadeira multidão de pessoas que rezavam com ela. Ajoelhada como de costume, tinha na mão esquerda, a vela acesa que lhe acompanhava em todas as ocasiões e a apoiava no chão. Absorta na contemplação da Rainha dos céus, sabendo agora que era a Virgem Santíssima, levantou suas mãos e as deixou cair um pouco, sem notar que as tinha sobre a chama da vela, que começou a passar entre seus dedos e a elevar-se acima deles, oscilando de um lado para o outro, segundo o vento. Os que estavam ali gritavam: "se queima". Mas ela permanecia imóvel. Um médico que estava perto de Bernardete olhou o relógio comprovando que por mais de um quarto de hora a mão esteve em meio à chama, sem fazer ela nenhum movimento. Todos gritavam: Milagre! O médico comprovou que a mão de Bernardete estava ilesa. Despois que a aparição terminou, um dos espectadores aproximou da mão de Bernardete a chama da mesma vela acesa e ela exclamou: "Oh, que quer, queimar-me?.

Última Aparição

Foi no dia 16 de Julho, dia da Virgem do Carmo. Bernardete se sente de novo movida a ir à gruta, que está cercada, vigiada e proibida. Vai acompanhada de uma tia e umas senhoras. Ao chegarem se ajoelham o mais perto possível da gruta mas sem poder chegar a ela. Bernardete recebe a última visita da Virgem e disse: "Nunca havia aparecido tão gloriosa".

Bernardete havia cumprido sua missão com grande amor e valentia ante todos os sofrimentos que teve que enfrentar e ante todos os obstáculos que teve que vencer. Seu confessor disse repetidamente: "A melhor prova das aparições é a própria Bernardete e sua vida".


Fonte:
Corazones

NOSSA SENHORA DE LOURDES – Resumo da Mensagem da Virgem de Lourdes



NOSSA SENHORA DE LOURDES
11 de Fevereiro
Memória Facultativa

RESUMO DA MENSAGEM DA VIRGEM DE LOURDES

A Mensagem que a Santíssima Virgem deu em Lourdes, na França, em 1858, pode ser resumida assim:

1-É um agradecimento do céu pela definição do Dogma da Imaculada Conceição, que havia sido declarado quatro anos antes (1854), ao mesmo tempo que assim se apresenta Ela mesma como Mãe e modelo de pureza para o mundo que está tão necessitado desta virtude.

2-É uma exaltação às virtudes da pobreza e humildade aceitas cristãmente ao escolher a Bernardete como instrumento de sua mensagem.

3-Uma mensagem importantíssima em Lourdes é a da Cruz. A Santíssima Virgem repete que o importante é ser feliz na outra vida, embora para isso seja preciso aceitar a cruz.

4-Importância da oração, do rosário, da penitência e humildade (beijando o solo como sinal disso); também uma mensagem de misericórdia infinita para os pecadores e de cuidado dos enfermos.

Alguns pontos de reflexão sobre os sinais visíveis da primeira aparição

Nesses sinais há um grande ensinamento espiritual:

1-Rodeada de luz: é o símbolo da luz da fé, a qual nos abrimos pelo Batismo. A fé é a luz da vida com a qual devemos brilhar ante o mundo. Devemos fazer resplandecer a fé pela santidade de nossas vidas.

2-A luz era tranquila e profunda: na fé cristã acharemos o repouso para nossa alma.

3-De beleza incomparável, não há nada igual aqui na terra: trabalhar intensamente para adquirir a verdadeira beleza que é a da alma, a fim de que Deus possa contemplar-nos com agrado.

4-Roupa tão branca, tão pura, tão delicada que jamais tela alguma pôde reproduzir: de que pureza tão perfeita e delicada há de estar revestida nossa alma diante de Deus, já que o pecado mancha nossas roupas brancas.

5-Pés desnudos, brilhando e sobre cada um deles uma rosa luminosa: Os pés desnudos nos pregam a pobreza evangélica, esta bela e sublime virtude a qual Jesus prometeu o Reino dos Céus. As rosas luminosas: Jesus nos envia a difundir por todas as partes o bom odor de Cristo, o divino perfume do Evangelho.

6-As mãos sempre juntas, com o santo rosário: em fervorosa oração, rezando sempre e sem interrupção. A oração é nosso alimento constante, a respiração da alma, pois todas as virtudes nascem em uma alma que reza.

Inúmeras Curas

Há pelo menos 66 histórias clínicas que documentam cientificamente os milagres. Inúmeras mais sem dúvida ocorreram e continuam ocorrendo mas não tomam parte da documentação do Santuário, a qual é rigorosa ao extremo. Também há inumeráveis curas da alma que são as mais importantes.

Fonte:
Corazones

NOSSA SENHORA DE LOURDES – Orações antigas



NOSSA SENHORA DE LOURDES
11 de Fevereiro
Memória Facultativa

ORAÇÃO ANTIGA I

Sede para sempre Bendita, Puríssima Virgem, que vos dignastes aparecer até oito e dez vezes, muito resplandecente de luz, doçura e formosura na solitária gruta, e dizer à humilde menina que vos contemplava extasiada: "Eu sou a Imaculada Conceição".

Sede para sempre Bendita por todos os extraordinários favores que não cessais de derramar nesse lugar.

Pela ternura de vosso Imaculado Coração, oh Maria, e pela glória que destes à Santa Igreja, vos conjuramos para realizeis as esperanças de paz que fez nascer a proclamação do Dogma de vossa Imaculada Conceição.

_______


ORAÇÃO ANTIGA II

Puríssima Rainha dos anjos; Águia Real que chegaste a contemplar tão imediatamente ao Sol de incriada Justiça, Jesus Cristo Nosso Senhor; Aurora da Eterna Luz, vestida sempre com os fulgores da graça; Centro do Amor Divino, onde achou sua complacência a Trindade Beatíssima; Cidade Santa, onde não entrou coisa manchada, e fundada sobre os mais altos montes da santidade; Jerusalém Celestial, idealizada na mesma glória e iluminada com a Claridade de Deus.

Por estes títulos de tua Concepção Puríssima, eu te suplico, Rainha minha, que como Águia Real me ampares debaixo das asas de tua proteção piedosa; como Aurora da graça esclareças e ilumines com teus fulgores a minha alma; como Centro do Amor acendas minha vontade para que arda no Divino; e que me admitas benigna como tua fiel moradora na Jerusalém triunfante, da que és Rainha excelsa.

Ouvi, Senhora, meus rogos, e pelo grande privilégio de tua Concepção em graça, concede-me fortaleza para vencer minhas paixões, e especialmente a que mais me combate; pois com tua intercessão e com o auxílio da graça, proponho empreender a luta até alcançar a vitória. Virgem Santíssima que da dura pedra fizeste brotar água milagrosa, que cura as enfermidades do corpo e da alma! Arranca, poderosíssima Senhora, de nosso endurecido coração, lágrimas de verdadeira penitência, para que lavem a lepra da alma, a fim de que o Senhor nos perdoe. Por meu Senhor Jesus Cristo que vive e reina pelos séculos dos séculos. Amém.


NOTA: Ambas as orações foram recolhidas de um antigo devocionário em espanhol, publicado em Paris ao final do século XIX, pouco tempo depois das aparições de Lourdes, em 1858. A primeira recebeu a aprovação do Bispo de Tarbes em 30 de outubro de 1867.


Fonte:
Devocionário Católico


FESTA DE NOSSA SENHORA DE LOURDES – Vídeo Salve Regina de Lourdes



NOSSA SENHORA DE LOURDES
11 de Fevereiro
Memória Facultativa


VÍDEO SALVE REGINA DE LOURDES







FESTA DE NOSSA SENHORA DE LOURDES – Pedidos de oração direto à Gruta de Lourdes por email


NOSSA SENHORA DE LOURDES
11 de Fevereiro
Memória Facultativa


PEDIDOS DE ORAÇÃO DIRETO
À GRUTA DE LOURDES POR EMAIL

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WEBCAM DIRETO DE LOURDES

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Doce Senhora de Lourdes, rogai por nós!


terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

APRESENTAÇÃO DO SENHOR - O mistério da Apresentação do Senhor



APRESENTAÇÃO DO SENHOR
02 DE FEVEREIRO
FESTA

«O mistério da Apresentação do Senhor»

A Festa da Apresentação do Senhor, que a Igreja hoje celebra, é de muito rico significado. Eis alguns:

Hoje, o Messias, Filho de Davi, entra pela primeira vez na Cidade Santa, a Cidade de Davi, cidade messiânica por excelência: é o encontro do Messias com a sua Cidade. Neste sentido, esta Festa é como que uma antecipação do Domingo de Ramos. Nas antífonas do Ofício das Leituras, este aspecto é recordado: “Radiante de esplendor, põe-te de pé: despontou a tua luz, Jerusalém, e a glória do Senhor te iluminou!” ou ainda: “De alegria exulta, ó nova Sião! Eis que vem o teu Rei, humilde e bondoso, salvar o seu povo”. É importante recordar que Jerusalém é imagem da Igreja, a nova Sião, que acolhe o Messias, seu Rei, seu Senhor, seu Esposo: “Sião, enfeita o teu quarto nupcial e recebe o teu Rei, Cristo Jesus, que a Virgem concebeu e deu à luz, e, conservando a virgindade após o parto, adorou aquele mesmo a quem gerou!”

Se o Messias entra em Jerusalém pela primeira vez, essa visita concentra-se no Templo, também imagem da Igreja. E este é o aspecto mais presente na liturgia: “O Senhor vem a seu Templo: vinde, adoremos!”; “Recordamos, Senhor Deus, vossa bondade, em meio ao vosso Templo!” A primeira leitura da Missa, tirada do profeta Malaquias (3,1-4), recorda que o Messias deveria visitar aquele Templo de Jerusalém, suntuoso no tempo de Salomão e reconstruído tão modesto logo após o Exílio de Babilônia: vai entrar nele o Dominador, o Anjo da Aliança; por isso esse Templo é cheio de glória! Na entrada de Jesus no Templo, dois mistérios se cumprem: Deus realiza o que havia prometido pelos profetas: envias o Messias a Israel – e agora ele é apresentado oficialmente no Templo, centro da religião judaica; por outro lado, esse Templo é imagem da Igreja. Assim, o Esposo vem até a Esposa. Eis um dos motivos da procissão com velas no início da Missa: a Igreja, como virgem prudente, vigia para acolher seu Esposo com lâmpadas acesas: lâmpadas do amor, da fé, da esperança! E este que vem é “luz para iluminar as nações” – como dirá Simeão -, as nações chamadas, pelo Batismo a entrarem na Igreja Esposa de Cristo, Jerusalém nossa Mãe.

Hoje, o Menino, como primogênito, é apresentado a Deus, cumprindo a Lei de Moisés – “Todo macho que abre o útero materno será consagrado ao Senhor” (Ex 13,2). O Filho eterno, Autor da Lei, submete-se à Lei para nos libertar do julgo da Lei! É o mistério da humilhação e da obediência de Cristo, sempre presente no seu caminho, e que culminará na cruz, morte e sepultura.

Um outro aspecto tocante nesta Festa: Simeão e Ana representam o Antigo Testamento: idosos eles esperam a promessa do Senhor; eles vivem da Esperança de Israel. Pois bem, não foram desiludidos na sua certeza. Podemos imaginar o velho Simeão tomando o Menino; podemos quase ver seu rosto iluminando-se; podemos vislumbrar sua emoção e gratidão a Deus: “Podes deixar, Senhor, o teu servo partir em paz! Meus olhos viram a tua Salvação!” É quase como se o Antigo Testamento dissesse: “Pronto! Cumpri minha missão; tudo quanto trazia em mim de promessa agora se realiza!”

O Menino-Messias que Simeão toma nos braços é glória de Israel, é o cumprimento das promessas feitas aos Pais. Mas é também luz para todas as nações da terra: ele vem para a humanidade toda, ele vem abrir o Antigo Israel para o mistério do Novo Israel, que é a Igreja, Novo Povo de Deus – este é o outro motivo das velas na procissão que antecede a Missa de hoje: o Menino é Luz; a Virgem traz nos braços a Luz do mundo! No entanto, isto não acontecerá sem dor, sem a cruz. Por isso o mistério da contradição e a espada que traspassará o coração da Mãe! Não há salvação sem participação na cruz, não há remissão dos pecados sem efusão de sangue, como diz a Epístola aos Hebreus!

Um outro aspecto é a Virgem Maria. Com José, ela traz tudo quanto possui, seu Tesouro, o Filho primogênito, para consagrá-lo ao Senhor. E Simeão avisa: o Senhor aceitou a oferta. Este Menino hoje apresentado a Deus no Monte Moriá – o Monte do Templo – será imolado no Monte Calvário. Como não recordar aqui o dramático sacrifício de Abraão: ali mesmo, no Monte Moriá, o Senhor Deus poupou o filho de Abraão! É que no seu lugar, Deus estava preparando o seu Filho, filho de Maria, para ser sacrificado no lugar da descendência de Abraão! “Deus providenciará a vítima para o sacrifício!” – Hoje cumpriu-se essa palavra... E o Deus que poupou o filho de Abraão, não poupou o seu Filho, não poupou o filho de Maria! E quando chegar a hora do Monte Calvário, ela estará ali, com uma fé maior que a de Abraão, de pé, como Virgem Fiel, como Torre de Davi!

Estes são alguns dos aspectos desta Festa. Haveria outros ainda... Admiremos e adoremos a sabedoria do Senhor, que com admirável economia (economia, em teologia, é a ação de Deus na história da salvação), conduz a humanidade à graça da salvação!


Dom Henrique Soares da Costa
Bispo Titular de Acúfica e Auxiliar de Aracaju
Site D.Henrique

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

SOLENIDADE DA SANTA MÃE DE DEUS – A humildade encanta a Deus



MARIA, SANTA MÃE DE DEUS
SOLENIDADE
01 DE JANEIRO


«A humildade encanta a Deus»


"Existe uma humildade tão grande e maravilhosa como a sua, em meio a tanta pureza e inocência, com uma consciência tão limpa de pecado e tão cheia de graça? De onde te vem, oh ditosa mulher, essa humildade tão incomparável? Bem merece que o Senhor se fixe nela, que o Rei fique prisioneiro de sua beleza, e que com seu delicado perfume atraia a seu tálamo ao que vive no Seio eterno do Pai! Observa quanta harmonia existe entre o canto de nossa Virgem e o canto nupcial; não podia ser de outra maneira: seu seio foi o tálamo do Esposo. Escuta a Maria no Evangelho: Se fixou em sua humilde escrava. E escuta-a no canto dos esposos: Enquanto o rei estava em seu leito, meu nardo desprendia seu perfume. O nardo é uma planta muito pequena e muito reconfortante, por isso simboliza admiravelmente a humildade, cujo aroma e formosura encantaram a Deus".


São Bernardo de Claraval
Obras completas de San Bernardo, p. 371
En la Asunción de Santa María, 4
Ed. Monjes Cistercienses de España


SOLENIDADE DA SANTA MÃE DE DEUS – Como um arco-íris, acima das nuvens



MARIA, SANTA MÃE DE DEUS
SOLENIDADE
01 DE JANEIRO


«Como um arco-íris, acima das nuvens»


Santa Brígida afirma ter ouvido dos lábios da Mãe de Deus:


"Eu sou aquela que, em constante oração, vela pelo mundo, como o arco-íris que surge no céu, acima das nuvens e que parece se inclinar sobre a terra e tocá-la, com suas duas extremidades.

Eu me inclino, efetivamente, para as boas pessoas, para que nelas sejam reforçados os preceitos da Santa Madre Igreja; inclino-me sobre aqueles que não são bons, para que eles não perseverem na malícia, tornando-se piores."


Santa Brígida da Suécia
Revelações 1, 3, c 10. Ed. Durante, p. 183


SOLENIDADE DA SANTA MÃE DE DEUS – Com Maria se cumprem os tempos e se inaugura a nova economia da salvação



MARIA, SANTA MÃE DE DEUS
SOLENIDADE
01 DE JANEIRO


«Com Maria se cumprem os tempos e se inaugura a nova economia da salvação»


“A Sagrada Escritura do Antigo e Novo Testamento e a venerável Tradição mostram de modo progressivamente mais claro e como que nos põem diante dos olhos o papel da Mãe do Salvador na economia da salvação. Os livros do Antigo Testamento descrevem a história da salvação na qual se vai preparando lentamente a vinda de Cristo ao mundo. Esses antigos documentos, tais como são lidos na Igreja e interpretados à luz da plena revelação ulterior, vão pondo cada vez mais em evidência a figura duma mulher, a Mãe do Redentor.

A esta luz, Maria encontra-se já profeticamente delineada na promessa da vitória sobre a serpente (cfr. Gén. 3,15), feita aos primeiros pais caídos no pecado. Ela é, igualmente, a Virgem que conceberá e dará à luz um Filho, cujo nome será Emmanuel (cfr. Is. 7,14; cfr. Miq. 5, 2-3; Mt. 1, 22-23). É a primeira entre os humildes e pobres do Senhor, que confiadamente esperam e recebem a salvação de Deus. Com ela, enfim, excelsa Filha de Sião, passada a longa espera da promessa, se cumprem os tempos e se inaugura a nova economia da salvação, quando o Filho de Deus dela recebeu a natureza humana, para libertar o homem do pecado com os mistérios da Sua vida terrena”.


Concílio Vaticano II
Constituição Dogmática sobre a Igreja, «Lumen Gentium», 55


SOLENIDADE DA SANTA MÃE DE DEUS – Para achar a graça de Deus é necessário encontrar Maria



MARIA, SANTA MÃE DE DEUS
SOLENIDADE
01 DE JANEIRO


«Para a prática da virtude necessitamos da graça de Deus;
Para achar a graça de Deus é necessário encontrar Maria»


“Para que bem utilizemos todos esses meios de salvação e de santificação, mister se nos faz o socorro e a graça de Deus, graça que, em maior ou menos grau, é a todos concedida; ninguém o duvide. Em maior ou menor grau, digo eu, porque Deus, ainda que infinitamente bom, não concede sua graça de modo igual a todos, muito embora de a todos a graça suficiente. A alma fiel a uma grande graça, pratica uma grande ação; com uma graça menor, pratica uma ação menor. O preço e a excelência da graça, dada por Deus e correspondida pela alma, fazem o preço e a excelência de nossas ações. São incontestáveis esses princípios.

Tudo enfim se reduz a encontrar-se um meio fácil de obter de Deus a graça necessária para a santificação; é o que te quero ensinar. Asseguro-te, porém que para achar a graça de Deus é necessário encontrar Maria. Porque Maria nos é necessária? Porque somente Maria encontrou graça diante de Deus”.


São Luis Mª Grignon de Monfort
"O Segredo de Maria"


SOLENIDADE DA SANTA MÃE DE DEUS – A Mãe de Deus nos encoraje a começar este novo ano com um gesto de amor



MARIA, SANTA MÃE DE DEUS
SOLENIDADE
01 DE JANEIRO

«A Mãe de Deus nos encoraje a começar este novo ano com um gesto de amor»

Caríssimos Irmãos e Irmãs,

Neste primeiro dia do ano desejo fazer chegar a todas as famílias, a todos os povos, a todas as pessoas de boa vontade, os meus votos de serenidade e de paz. São os votos que se elevam do coração, mas sobretudo estão apoiados sobre a certeza de que, no desenrolar do tempo, Deus permanece fiel ao seu amor. Sim, Deus ama-nos! Ama-nos com um amor ilimitado! Recordamo-lo também na solenidade litúrgica deste dia, que nos faz invocar a Virgem Santa com o título de «Mãe de Deus». O que significa proclamar Maria «Mãe de Deus»? Significa reconhecer que Jesus, o fruto do seu seio, é o Filho de Deus, consubstancial ao Pai, por Ele gerado na eternidade. Mistério grande, mistério de amor! Ele, o Unigénito do Pai (Jo 1, 14), fez-Se um de nós. Deste modo, «a eternidade entrou no tempo» (Tertio millennio adveniente, 9), e o desenrolar dos anos, dos séculos, dos milênios, já não é uma cega viagem rumo ao desconhecido, mas um caminhar em direção a Ele, plenitude do tempo (cf. Gl 4, 4) e a meta da história.

Honrando a Virgem Santa como Mãe de Deus, nós queremos também ressaltar que Jesus, o Verbo eterno feito carne, é verdadeiro «Filho de Maria». Ela transmitiu-Lhe uma humanidade plena. Foi-Lhe mãe e educadora, infundindo-Lhe a doçura, a delicada fortaleza do seu temperamento e as riquezas da sua sensibilidade. Maravilhoso intercâmbio de dons: Maria que, como criatura, é antes de tudo discípula de Cristo e por Ele remida, ao mesmo tempo, foi escolhida como sua Mãe para plasmar a sua humanidade. Na relação entre Maria e Jesus realiza-se assim, de modo exemplar, o sentido profundo do Natal: Deus fez-Se como nós, para que nos tornássemos, de algum modo, como Ele!

Foi precisamente em virtude deste mistério de amor que não hesitei centralizar a minha mensagem para este primeiro dia do ano, no qual se celebra o Dia Mundial da Paz, num tema exigente e de igual modo vital: «Oferece o perdão, recebe a paz». Bem sei: é difícil perdoar, às vezes parece mesmo impossível, mas é a única via, pois toda a vingança e toda a violência atraem outras vinganças e outras violências. Torna-se com certeza menos difícil perdoar, quando se é consciente de que Deus jamais se cansa de nos amar e de nos perdoar. Quem de nós não tem necessidade do perdão de Deus? A Virgem Santa, a Mãe de Deus, nos encoraje a começar este novo ano com um gesto de amor, se necessário, de reconciliação, com o propósito de contribuir para a edificação dum mundo melhor, marcado pela justiça e pela paz. Jamais nos esqueçamos de que tudo passa e só o eterno pode preencher o coração.

Feliz Ano Novo, cheio de bênçãos do Céu que Jesus Cristo nos trouxe e oferece a todos!


Papa João Paulo II
Angelus, 01 de Janeiro de 1997


SOLENIDADE DA SANTA MÃE DE DEUS – Ó Divina e Viva Obra-prima em quem Deus Criador Se compraz



MARIA, SANTA MÃE DE DEUS
SOLENIDADE
01 DE JANEIRO

«Ó Divina e Viva Obra-prima em quem Deus Criador Se compraz»

"Ó Filha sempre Virgem, que pudestes conceber sem intervenção humana, porque Aquele que concebestes tem um Pai Eterno! Ó Filha da estirpe terrena, que trouxestes o Criador em vossos braços divinamente maternos!

Verdadeiramente sois mais preciosa do que toda a criação, porque somente de Vós o Criador recebeu em herança as primícias de nossa matéria humana. A Sua Carne foi feita de vossa carne, Seu Sangue de vosso sangue; Deus se alimentou de vosso leite, vossos lábios tocaram os lábios de Deus.

Ó Senhora amabilíssima, três vezes Bem-aventurada! «Bendita sois entre as mulheres, e bendito é o fruto de vosso ventre». Ó Senhora, Filha do Rei David e Mãe de Deus, Rei do Universo! Ó divina e viva obra-prima em quem Deus Criador Se compraz, cujo espírito é guiado por Deus e atento a Ele só e de quem todo o desejo se eleva apenas Àquele que é o único amável e desejável. Por Ele que viestes à vida, por sua graça servireis à salvação universal, a fim de que, por vosso intermédio, cumpra-se o antigo desígnio de Deus, que é a Encarnação do Verbo e a nossa divinização".


São João Damasceno
Homilia in Nativ, B.V.M., 6,7.9


SOLENIDADE DA SANTA MÃE DE DEUS – Tende piedade de mim, que sou um nada e não possuo valor algum



MARIA, SANTA MÃE DE DEUS
SOLENIDADE
01 DE JANEIRO

«Tende piedade de mim, que sou um nada e não possuo valor algum»

Paul Verlaine, um alcoólatra, libertino e homicida, quando estava na prisão, se voltou para Maria, Refúgio dos pecadores, afirmando: "Não quero pensar em nada mais, a não ser em Maria, minha Mãe, porque todos os outros amores são de obrigatoriedade e porque Ela é a fonte do perdão..."

Ele fez magníficos poemas para a Mãe de Deus:

"Necessito, a qualquer preço,
de um socorro urgente e forte.
E este socorro forte, seguro, sois Vós,
Senhora vitoriosa sobre a morte,
e, sendo a Rainha da vida, ó Virgem Imaculada,
que voltais para Jesus a Face constelada,
cravejada de estrelas, para mostrar-Lhe
o Seio de todas as dores e estendeis,
sobre nossos passos, risos e lágrimas
e sobre nossas vaidades dolorosas,
vossas Mãos Luminosas, a verterem bálsamos.
Maria, tende piedade de mim,
que sou um nada e não possuo valor algum.
Fazei florescer em todo o meu ser,
a flor das divinas primaveras,
vosso amor, Doce Mãe, e vosso terno culto.
Ah! Amar-vos, amar a Deus através de Vós,
desejá-Lo, aspirá-Lo em Vós,
sem qualquer outro desvio sutil,
e morrer, tendo-vos ao meu lado.
Amém.


Paul Verlaine (+8-1-1896)
O Angelus do meio-dia, novembro de 1873


ANO NOVO - Uma página em branco que o Pai nos apresenta



ANO NOVO
01 DE JANEIRO
MARIA, MÃE DE DEUS
SOLENIDADE



«Ano Novo, uma página em branco que o Pai nos apresenta »


“Ó Jesus, considero este novo ano como uma página em branco que vosso Pai me apresenta e em que escreverá, dia por dia, o que dispôs em seu divino beneplácito. Desde já, no alto da página, escrevo com absoluta confiança: Senhor, fazei de mim o que vos aprouver. E no fim da página, ponho já meu Amém, assim seja, a todas as disposições de vossa divina vontade. Sim, ó Senhor, sim a todas as alegrias, a todas as dores, a todas as graças, a todos os cansaços que me preparastes e que me ireis revelando, dia após dia. Fazei que o meu amém seja o amém pascal, sempre seguido do aleluia, pronunciado com todo o coração, na alegria de uma completa doação. Dai-me o vosso amor e a vossa graça e serei bastante rica”.


Ir. Carmela do Espírito Santo
Escritos inéditos