SÁBADO SANTO - VIGÍLIA PASCAL
Gn 1,1 – 2,2/Sl 103
Gn 22,1-18/Sl 15
Ex 14,15 – 15,1
Is 54,5-14/Sl 29
Is 55,1-11
Br 3,9-15.32-4,4/Sl 18
Ez 36,16-17a.18-28/Sl 41
Rm 6,3-11/Sl 117
Lc 24,1-12
«Corramos como o cervo que anseia pelas fontes de água viva»
Num horto muito perto do Calvário, José de Arimatéia tinha mandado lavrar, na rocha, um sepulcro novo. E, por ser a véspera da grande Páscoa dos judeus, põem Jesus ali. Depois, José rolou uma grande pedra, para diante da boca do sepulcro, e retirou-se (Mt 27, 60).
Sem nada veio Jesus ao mundo e sem nada - nem sequer o lugar onde repousa - se nos foi.
A Mãe do Senhor - minha Mãe - e as mulheres que seguiram o Mestre desde a Galileia, depois de observar tudo atentamente, partem também. Cai a noite.
Agora consumou-se tudo. Cumpriu-se a obra da nossa Redenção. Já somos filhos de Deus, porque Jesus morreu por nós e a Sua morte resgatou-nos.
Empti enim estis pretio magno! (I Cor VI, 20), tu e eu fomos comprados por alto preço.
Temos de fazer vida nossa a vida e a morte de Cristo. Morrer pela mortificação e a penitência, para que Cristo viva em nós pelo Amor. E seguir, então, as pisadas de Cristo, com ânsia de co-redimir todas as almas.
Dar a vida pelos outros. Só assim se vive a vida de Jesus e nos fazemos uma só coisa com Ele.
PONTOS DE MEDITAÇÃO
1. Dos altos cargos que ocupam Nicodemos e José de Arimatéia - discípulos ocultos de Cristo - intercedem por Ele. Na hora da solidão, do abandono total e do desprezo, então expõem-se audacter (Mc 15, 43): valentia heróica!
Eu subirei com eles ao pé da Cruz, apertar-me-ei ao Corpo frio, cadáver de Cristo, com o fogo do meu amor, despregá-Lo-ei com os meus desagravos e mortificações, envolvê-Lo-ei com o lençol novo da minha vida limpa e enterrá-Lo-ei no meu peito de rocha viva, donde ninguém mO poderá arrancar; e, aí, Senhor, descansai!
Mesmo que todos Vos abandonem e desprezem, serviam!, servir-Vos-ei, Senhor.
2. Sabei que fostes resgatados da vossa vã conduta, não com prata ou ouro, que são coisas perecíveis, mas com o sangue precioso de Cristo (1 Pe 1, 18-19).
Não nos pertencemos. Jesus comprou-nos com a Sua Paixão e com a Sua Morte. Somos vida Sua. Só já há um único modo de viver na terra: morrer com Cristo para ressuscitar com Ele, até que possamos dizer com o Apóstolo: não sou eu que vivo, é Cristo que vive em mim (Gal 2, 20).
3. A Paixão de Jesus é manancial inesgotável de vida.
Umas vezes, renovamos o gozoso impulso que levou o Senhor a Jerusalém. Outras, a dor da agonia que culminou no Calvário. Ou a glória do Seu triunfo sobre a morte e o pecado. Mas, sempre, o amor - gozoso, doloroso, glorioso - do Coração de Jesus Cristo.
4. Pensa primeiro nos outros. Assim, passarás pela terra com erros, sim - que são inevitáveis -, mas deixando um rasto de bem.
E, quando chegar a hora da morte, que virá inexorável, acolhê-la-ás com júbilo, como Cristo, porque como Ele também ressuscitaremos para receber o prêmio do Seu Amor.
5. Quando me sinto capaz de todos os horrores e de todos os erros que cometeram as pessoas mais vis, compreendo bem que posso não ser fiel. Mas essa incerteza é uma das bondades do Amor de Deus, que me leva a estar, como uma criança, agarrado aos braços do meu Pai, lutando cada dia um pouco para não me afastar d'Ele.
Assim, tenho a certeza de que Deus não me largará da Sua mão.
Pode a mulher esquecer-se do fruto do seu ventre, não se compadecer do filho da suas entranhas? Pois, ainda que ela se esqueça, eu não te esquecerei (Is 49, 15).
Corremos como o cervo, que anseia pelas fontes das águas; com sede, gretada a boca, ressequida. Queremos beber nesse manancial de água viva. Sem esquisitices, mergulhamos ao longo do dia nesse veio abundante e cristalino de frescas linfas que saltam até a vida eterna. Sobram as palavras, porque a língua não consegue expressar-se; começa a serenar-se a inteligência. Não se raciocina, fita-se! E a alma rompe outra vez a cantar com um cântico novo, porque se sente e se sabe também fitada amorosamente por Deus, em todos os momentos.
São Josemaría Escrivá
Via Sacra, Cap 14
Amigos de Deus, pt.307
Sem nada veio Jesus ao mundo e sem nada - nem sequer o lugar onde repousa - se nos foi.
A Mãe do Senhor - minha Mãe - e as mulheres que seguiram o Mestre desde a Galileia, depois de observar tudo atentamente, partem também. Cai a noite.
Agora consumou-se tudo. Cumpriu-se a obra da nossa Redenção. Já somos filhos de Deus, porque Jesus morreu por nós e a Sua morte resgatou-nos.
Empti enim estis pretio magno! (I Cor VI, 20), tu e eu fomos comprados por alto preço.
Temos de fazer vida nossa a vida e a morte de Cristo. Morrer pela mortificação e a penitência, para que Cristo viva em nós pelo Amor. E seguir, então, as pisadas de Cristo, com ânsia de co-redimir todas as almas.
Dar a vida pelos outros. Só assim se vive a vida de Jesus e nos fazemos uma só coisa com Ele.
PONTOS DE MEDITAÇÃO
1. Dos altos cargos que ocupam Nicodemos e José de Arimatéia - discípulos ocultos de Cristo - intercedem por Ele. Na hora da solidão, do abandono total e do desprezo, então expõem-se audacter (Mc 15, 43): valentia heróica!
Eu subirei com eles ao pé da Cruz, apertar-me-ei ao Corpo frio, cadáver de Cristo, com o fogo do meu amor, despregá-Lo-ei com os meus desagravos e mortificações, envolvê-Lo-ei com o lençol novo da minha vida limpa e enterrá-Lo-ei no meu peito de rocha viva, donde ninguém mO poderá arrancar; e, aí, Senhor, descansai!
Mesmo que todos Vos abandonem e desprezem, serviam!, servir-Vos-ei, Senhor.
2. Sabei que fostes resgatados da vossa vã conduta, não com prata ou ouro, que são coisas perecíveis, mas com o sangue precioso de Cristo (1 Pe 1, 18-19).
Não nos pertencemos. Jesus comprou-nos com a Sua Paixão e com a Sua Morte. Somos vida Sua. Só já há um único modo de viver na terra: morrer com Cristo para ressuscitar com Ele, até que possamos dizer com o Apóstolo: não sou eu que vivo, é Cristo que vive em mim (Gal 2, 20).
3. A Paixão de Jesus é manancial inesgotável de vida.
Umas vezes, renovamos o gozoso impulso que levou o Senhor a Jerusalém. Outras, a dor da agonia que culminou no Calvário. Ou a glória do Seu triunfo sobre a morte e o pecado. Mas, sempre, o amor - gozoso, doloroso, glorioso - do Coração de Jesus Cristo.
4. Pensa primeiro nos outros. Assim, passarás pela terra com erros, sim - que são inevitáveis -, mas deixando um rasto de bem.
E, quando chegar a hora da morte, que virá inexorável, acolhê-la-ás com júbilo, como Cristo, porque como Ele também ressuscitaremos para receber o prêmio do Seu Amor.
5. Quando me sinto capaz de todos os horrores e de todos os erros que cometeram as pessoas mais vis, compreendo bem que posso não ser fiel. Mas essa incerteza é uma das bondades do Amor de Deus, que me leva a estar, como uma criança, agarrado aos braços do meu Pai, lutando cada dia um pouco para não me afastar d'Ele.
Assim, tenho a certeza de que Deus não me largará da Sua mão.
Pode a mulher esquecer-se do fruto do seu ventre, não se compadecer do filho da suas entranhas? Pois, ainda que ela se esqueça, eu não te esquecerei (Is 49, 15).
Corremos como o cervo, que anseia pelas fontes das águas; com sede, gretada a boca, ressequida. Queremos beber nesse manancial de água viva. Sem esquisitices, mergulhamos ao longo do dia nesse veio abundante e cristalino de frescas linfas que saltam até a vida eterna. Sobram as palavras, porque a língua não consegue expressar-se; começa a serenar-se a inteligência. Não se raciocina, fita-se! E a alma rompe outra vez a cantar com um cântico novo, porque se sente e se sabe também fitada amorosamente por Deus, em todos os momentos.
São Josemaría Escrivá
Via Sacra, Cap 14
Amigos de Deus, pt.307
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