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quinta-feira, 5 de novembro de 2009

CANONIZAÇÃO/CANONIZACIÓN São Rafael Arnáiz Barón – O silêncio




CANONIZAÇÃO 11 DE OUTUBRO DE 2009

SÃO RAFAEL ARNÁIZ BARÓN

O silêncio

“Das coisas que nos consolam na vida monástica, uma delas é o silêncio.

Sobretudo, há certas horas em que o silêncio se impõe pela necessidade; precisa-se dele; é o consolo do trapista; é o refúgio do aflito e desconsolado; é o recreio do que está alegre, e faz a felicidade do enamorado de Deus.

No silêncio é onde o monge encontra o bálsamo de suas dores e de suas, algumas vezes, desolações; no silêncio monacal é onde a alma que goza de Deus esconde suas delícias; no silêncio se ama melhor a Deus; com o silêncio o sofrimento é mais eficaz; no silêncio é onde muitas vezes se encontra o consolo que não podem dar as criaturas.

Que formoso e agradável é o silêncio!
Como ajuda a alma a buscar a Deus!
E como, uma vez que a Deus se encontrou, nos ajuda a conservá-lo e a não profanar sua presença!

Alguns dias, a alma de certo trapista encontra sua felicidade em conservar seu silêncio. Este trapista não trocaria de lugar com ninguém pois o que para o mundo é uma penitência, para ele é o seu céu na terra.

Quando lentamente transcorrem as horas da noite, dessa noite que o monge utiliza para rezar diante de Deus, quando toda a natureza dorme e a escuridão convida a alma ao recolhimento e à oração, quando nessas horas serenas esse fradezinho se aproxima do altar de Deus e recebe em seu coração o Autor da noite, ao Deus que fez os céus cobertos de estrelas, então, quando a alma se encontra rodeada de paz por fora e de luz por dentro, quando a escuridão envolve o Mosteiro e divinos resplendores iluminam o coração, então é quando se precisa do silêncio.

O sol, como que envergonhado de perturbar a paz da noite, vai aparecendo pouco a pouco no horizonte; uma tênue neblina rodeia o que há na paisagem; a Criação vai despertando, tudo vai se inundando de luz pouco a pouco; a Igreja do convento tem uma janela por cima do Altar Maior, e por esta janela entra a luz; esta luz suave do amanhecer fere e acaricia a imagem da Virgem Maria, chega até o Sacrário e entra no Coro.

Já se pode ler claramente nos grandes livros. À medida que a luz que Deus envia ao mundo cada manhã vai tomando tudo, a alma do monge vai se inundando também de alegria, de paz, de agradecimento ao Senhor que é tão bom com o homem. Então, quando tudo começa a viver, quando os pássaros aturdem com seus cantos, quando o sossego da oração é trocado pelos instrumentos de trabalho manual, quando o monge começa sua jornada, quem sabe se a padecer, então a alma deste homem, dando-se conta de que a vida sobre a terra é luta, de que ainda está no desterro, eleva seu coração sobre todas as coisas, pede auxílio a Deus, a quem oferece as obras do dia, se abraça à cruz de cada dia e, com o pensamento na Virgem, se refugia no silêncio, nesse silêncio que lhe ajuda a conservar a oração da noite. E nesse silêncio, oferece a Deus, umas vezes o suor de sua fronte, outras o frio, e sempre seu trabalho, seja qual for.

Que formoso é esse silêncio do trapista durante o seu trabalho!...A alma se dilata ao abismar-se na grandeza de Deus, manifestada nos céus embaixo do qual esse monge trabalha.

A Criação inteira está sujeita à mão do homem; tudo canta as glórias de Deus, os trigos, as flores, os montes e o céu, tudo é um concerto sublime de harmonia; nada falta e nada sobra; tudo o que Deus faz está feito.

A alma deste trapista algumas vezes está na terra, e outras está no céu bendizendo a Deus, mas sempre em silêncio. Embora algumas vezes, silêncio esse interrompido para cantar à Virgem, e eu conheço um desses casos”.


São Rafael Arnáiz Barón
Vida y Escritos del Beato Fray María Rafael Arnáiz Barón
Meditações de um Trapista, pp.306-308


CANONIZAÇÃO/CANONIZACIÓN Rafael Arnáiz Barón – O olhar fixo no Senhor




CANONIZAÇÃO 11 DE OUTUBRO DE 2009

SÃO RAFAEL ARNÁIZ BARÓN


O olhar fixo n’Ele

“Agora compreendo muito bem esse caminho tão estreito que assinala São João da Cruz, e que está entre outros dois, nos quais diz: oração, contemplação, consolos espirituais, dons da terra, dons do céu, etc. Pois bem, entre esses dois caminhos, está o que eu digo e que somente diz, nada... nada... nada...

Que difícil é chegar a isso. E para nós que andamos nos princípios, que fácil é equivocar-se, e quantas vezes queremos encontrar a Deus onde não está. E quando cremos haver lhe encontrado, nos encontramos com nós mesmos..., mas não há que desanimar, tudo permite Deus para o bem da alma, e sem conhecer o fracasso, não se saboreia o êxito, e antes de aproximar-se de Deus não há mais remédio a não ser despojar-se de tudo e permanecer no nada, como diz São João da Cruz.

Pois bem, nada de novo te digo, e que Deus me perdoe o querer tratar coisas tão altas quando ainda sem saber engatinhar, já quero voar... Esse tem sido meu pecado e continua sendo...

Que importa se estamos acima ou abaixo, perto ou longe de Deus? Dirijamos a Ele nossos olhares e unamo-nos para louvar-lhe, uns na vida monástica, outros nas missões, outros no mundo, uns de uma maneira e outros de outra. Que importa? É Ele que plenifica tudo e se nos olhamos uns aos outros, perdemos tempo... Muito formosa é às vezes a criatura, mas sua visão nos distrai do Criador.

Devemos seguir com o olhar fixo n’Ele, quer estejamos entre santos quer entre pecadores... Nós não somos nada; nada valemos, nem para nada servimos quando estamos distraídos e não fazemos caso do Senhor. Não percamos, então, tempo, e se com um pequeno sacrifício, com uma oração ou com um ato de amor, agradamos ao Senhor, então que possamos dizer, que pelo menos temos servido para algo, que é para dar a Ele maior glória. Essa deve ser nossa única ocupação e nosso único desejo”.


São Rafael Arnáiz Barón
Carta de 23 de julho de 1934 a sua tia, Duquesa de Maqueda.
Obras Completas, Monte Carmelo; pp.223-238

SÃO RAFAEL ARNÁIZ/ SAN RAFAEL ARNÁIZ – OCULTO EM DEUS/ OCULTO EN DIOS




CANONIZAÇÃO 11 DE OUTUBRO DE 2009

SÃO RAFAEL ARNÁIZ BARÓN


14 de dezembro de 1936 - 25 anos
Mi cuaderno - San Isidro

”Um dos encantos, melhor dizendo, consolos da vida monacal, é o estar oculto aos olhares do mundo. Isto o compreenderá quem gostar de meditar na vida de Cristo. Para dedicar-se a uma arte, para aprofundar-se em uma ciência, o espírito necessita solidão e isolamento, necessita recolhimento e silêncio. Agora, para a alma enamorada de Deus, para a alma que já não vê mais arte nem mais ciência que a vida de Jesus, para a alma que encontrou na terra o tesouro escondido, o silêncio não lhe basta, nem seu recolhimento em solidão. É necessário ocultar-se de todos, é necessário ocultar-se com Cristo, buscar um lugar na terra onde não cheguem os olhares profanos do mundo, e alí estar a sós com seu Deus.

O segredo do Rei como que se mancha e perde o brilho ao ser revelado. Esse segredo do Rei há que se ocultar para que ninguém o veja. Esse segredo que muitos crêem ser comunicações divinas e consolos sobrenaturais, esse segredo do Rei que invejamos nos Santos, se reduz muitas vezes a uma Cruz.

Não coloquemos a luz debaixo de uma vasilha, nos diz Jesus no Evangelho. Divulguemos as grandezas de Deus. Façamos chegar ao coração de nossos irmãos os tesouros de graças que Deus derrama abundantemente sobre nós. Divulguemos aos quatro ventos nossa fé, enchamos o mundo de gritos de entusiasmo por termos um Deus tão bom. Não nos cansemos de pregar seu Evangelho e dizer a todos que nos queiram ouvir, que Cristo morreu amando aos homens, cravado em um madeiro. Que morreu por mim, por ti, por eles... E se nós deveras lhe amamos, não lhe ocultemos, não ponhamos a luz que pode iluminar a outros, debaixo de uma vasilha.

Mas em troca, bendito Jesus, levemos, bem dentro e sem que ninguém se inteire, esse divino segredo... Esse segredo que Tu dás às almas que mais te querem... Essa pequenina parte de tua Cruz, de tua sede, de teus espinhos.

Ocultemos no último lugar da terra nossas lágrimas, nossas penas e nossos desconsolos. Não enchamos o mundo de tristes gemidos, nem levemos a ninguém nem a mais pequenina parte de nossas aflições.

Sejamos egoístas para sofrer e generosos na alegria. Façamos a felicidade dos que nos rodeiam e não turvemos o ambiente com caras tristes quando Deus nos mande alguma prova.

Ocultemo-nos para estar com Jesus na Cruz. Não busquemos mitigação à dor no consolo das criaturas, pois estaremos fazendo duas coisas que não são ruins, mas que não são perfeitas. Primeiro, ao deixar a Deus pelo que não é Deus, pois não é consolo seu o que Dele não vem, e se Ele não quer dá-lo, ao buscar fora Dele, perdemos a Ele, e também perdemos muitas vezes o mérito do sofrimento. Segundo, em nosso egoísmo, fazemos ou pelo menos queremos fazer participantes aos demais, do nosso sofrimento, para assim aliviar-nos, e conseguirmos com isso alívio fictício e falso, pois se te dói um dente, te seguirá doendo quer o digas ou não.

Em resumo, quase sempre é um ato de egoísmo e também falta de humildade, dar importância ao nosso sofrimento, como se por ser nosso fosse importante. Em troca, não buscando nada nas criaturas e sim tudo em Deus, se chega a amar a Cruz, mas a Cruz a sós e escondido... Na Cruz, ocultos com Deus e longe dos homens.

Ocultemos nossa vida, se nossa vida é penar. Ocultemos o sofrer, se o sofrer nos causa pena. Ocultemo-nos com Cristo para só a Ele fazer-lhe partícipe do que, pensando bem, só é Dele: o segredo da Cruz.

Aprendamos de uma vez, meditando em sua vida, em sua Paixão e em sua morte, que só há um caminho para se chegar a Ele..., o caminho da Santa Cruz”.


São Rafael Arnáiz Barón
Vida y Escritos del Beato Fray María Rafael Arnáiz Barón
Mi cuaderno, pp.374-376

CANONIZAÇÃO/CANONIZACIÓN RAFAEL ARNÁIZ – FOTOS OFICIAIS

SÃO RAFAEL ARNÁIZ BARÓN

CANONIZAÇÃO 11 DE OUTUBRO DE 2009


FOTOS OFICIAIS DA CANONIZAÇÃO



CLIQUE NA IMAGEM


São Rafael Arnáiz rogai por nós!

San Rafael Arnáiz ruega por nosotros!


CANONIZAÇÃO/CANONIZACIÓN São Rafael Arnáiz Barón – Palavras do Papa Bento XVI ao canonizar o Irmão Rafael




CANONIZAÇÃO 11 DE OUTUBRO DE 2009

SÃO RAFAEL ARNÁIZ BARÓN


Palavras de SS. o Papa Bento XVI ao canonizar o Irmão Rafael

“À figura do jovem que apresenta a Jesus o seu desejo de ser algo mais do que um bom cumpridor dos deveres que impõe a lei, retornando ao Evangelho de hoje, faz de reflexo da Luz o Irmão Rafael, hoje canonizado, falecido aos vinte e sete anos como Oblato na Trapa de San Isidro de Dueñas.

Ele também era de uma família abastada e, como ele mesmo disse, de “alma um pouco sonhadora”, cujos sonhos porém não se desvaneceram diante do apego aos bens materiais e a outras metas que a vida do mundo propõe às vezes com grande insistência. Ele disse sim à proposta de seguir Jesus, de maneira imediata e decidida, sem limites nem condições. Deste modo, iniciou um caminho que, a partir do momento em que se deu conta no Mosteiro de que “não sabia rezar”, o levou em poucos anos ao ápice da vida espiritual, que ele retrata com grande simplicidade e maturidade em numerosos escritos.

O Irmão Rafael, ainda muito próximo de nós, continua a oferecer-nos com o seu exemplo e as suas obras um percurso atrativo, especialmente para os jovens que não se conformam com pouco, mas que aspiram à plena verdade, à mais indizível alegria, que se alcançam através do amor de Deus.

“Vida de amor... Está aqui a única razão de viver”, diz o novo Santo. E insiste: “Do amor de Deus nasce tudo”. Que o Senhor ouça benigno uma das últimas orações de São Rafael Arnáiz, quando lhe entregava toda a sua vida, suplicando: “Toma-me a mim e doa-Te a Ti ao mundo”. Que se doe para reanimar a vida interior dos cristãos de hoje. Que se doe para que os seus Irmãos da Trapa e os centros monásticos continuem a ser esse farol que faz descobrir o íntimo anseio de Deus que Ele pôs em cada coração humano”.


Papa Bento XVI
Homilia da Canonização
Roma, 11 de outubro de 2009

VÍDEO DA CANONIZAÇÃO/VÍDEO DE LA CANONIZACIÓN de São Rafael Arnáiz Barón



CANONIZAÇÃO 11 DE OUTUBRO DE 2009

SÃO RAFAEL ARNÁIZ BARÓN






“Os santos aceitam o convite exigente, e põem-se com humilde docilidade no seguimento das pegadas de Cristo crucificado e ressuscitado. Sua perfeição, na lógica da fé, às vezes humanamente incompreensível, consiste em não ser o centro de si mesmos, mas em escolher o ir contra a corrente, vivendo segundo o Evangelho”.


Papa Bento XVI
Homilia da Canonização
Roma, 11 de outubro de 2009



CANONIZAÇÃO/CANONIZACIÓN San Rafael Arnáiz Barón – A mensagem de um jovem Trapista




CANONIZAÇÃO 11 DE OUTUBRO DE 2009

SÃO RAFAEL ARNÁIZ BARÓN

A mensagem de um jovem Trapista

Domingo, 11 de outubro tem lugar, em Roma, uma cerimônia de canonização presidida pelo Papa, na qual serão propostos como modelos aos católicos de todo o mundo 5 novos santos: Zygmunt Szczesny Felinski, Marie de la Croix; Damián de Veuster; Francisco Coll y Guitart e Rafael Arnáiz Barón, mais conhecido como “o Irmão Rafael”.

Neste escrito, vou referir-me somente a este último. Se me permitem uma recordação pessoal, direi que quando tinha só 18 anos li os escritos do “Irmão Rafael” e fiquei profundamente impressionado por seu testemunho de fé. Digamos, para começar, que o Irmão Rafael é um dos autores de escritos espirituais e místicos mais profundos do século passado. Não me parece exagerado dizer que cabe situar sua figura e sua obra na mesma linha de nossos grandes místicos do século XVI, como Santa Teresa de Jesus e São João da Cruz.

Sua condição de místico está refletida em uma de suas frases: “Quisera ser santo e que não o saiba ninguém”. Santa Teresa de Jesus viveu aquele famoso “só Deus basta”. O Irmão Rafael centrará seu ideal nas palavras: “Só Deus”, expressão de sua vocação mística, testemunho de quem jogou em sua vida uma só carta: só Deus. E esta radicalidade fica expressa em sua escolha: seria monge trapista. É sabido que a Trapa é um ramo da Ordem do Cister que se caracteriza pelo rigor e a grande austeridade da vida monástica.

Rafael Arnáiz não teve precisamente uma vida fácil. Nasceu em 9 de abril de 1911, em Burgos e morreu aos 27 anos, em 26 de abril de 1938, em seu querido Mosteiro de San Isidro de Dueñas, vítima de uma dolorosa enfermidade. Educado em uma família profundamente cristã, Rafael estudou Arquitetura em Madri. Possuía um temperamento artístico notável e era muito aficcionado à fotografia. Mas em sua vida se impôs sobretudo o chamado de Cristo e não duvidou em deixar tudo.

Em 1934 ingressou no Mosteiro Trapista de San Isidro de Dueñas, na Diocese de Palencia, com vontade de consagrar-se a Deus. Mas ali lhe esperava a grande cruz de sua vida. Pouco tempo depois de haver ingressado, contraiu uma diabetes sacarina, que o fez interromper seus estudos e lhe obrigou a sair do Mosteiro por três vezes. Não pôde chegar a ser ordenado sacerdote e quis permanecer na condição de oblato, e por isso é chamado, com toda razão, “o Irmão Rafael”, porque assim assumiu permanecer. Ele queria desaparecer ante o mundo e ser só de Deus.

É conhecida a afirmação do grande teólogo Karl Rahner, segundo a qual os cristãos do futuro ou serão místicos ou não serão nada. A condição de místico está radicada sobretudo em uma experiência íntima, profunda e sumamente autêntica do Mistério de Deus e de seu amor, que é sua natureza mais íntima e que, de tão pleno, flui até todas as
criaturas. Os místicos são as grandes testemunhas da fé.

João Paulo II propôs a este jovem monge trapista como modelo de vida cristã aos jovens na Jornada Mundial da Juventude, de Santiago de Compostela (1989). Já se pensa em propor também sua vida e seu testemunho com motivo da próxima Jornada Mundial da Juventude de Madri (2011). E me parece que lhe podemos recomendar já os frutos do X Aplec de l’Esperit, organizado pela juventude cristã das Dioceses catalãs e que celebraremos pela primeira vez em nossa cidade de Terrassa, em 22 de maio de 2010.


+D.Josep Àngel Saiz Meneses - Bispo de Terrassa
Revistaecclesia
Do Blog Irmão Rafael Arnáiz, OCSO


CANONIZAÇÃO/CANONIZACIÓN Rafael Arnáiz Barón – Familiarizar-se com a mística




CANONIZAÇÃO 11 DE OUTUBRO DE 2009

SÃO RAFAEL ARNÁIZ BARÓN


Navegar mar adentro

A figura do Irmão Rafael é um convite para que nos familiarizemos com a “mística”; quer dizer, com o caminho que Deus traça para que as almas cheguem à união íntima com Ele.

Temos a sorte de viver na Espanha, que é provavelmente a nação com maior tradição mística da Igreja Católica. Rafael Arnáiz traz a nossos dias o melhor da herança da mística espanhola; mas o faz com uma forma de expressão própria do século XX. Sua figura se torna atraente por sua jovialidade, seu sentido de humor, sua pluma privilegiada, seus exemplos pertos… Por isso… Percamos o “medo” da mística!

Não a vejamos como algo distante e inalcançável para nós. Pelo menos, em certa medida, todos estamos envoltos nela! Marchemos sem medo, “navegando mar adentro”, no oceano do Mistério de Deus misericordioso, Pai, Filho e Espírito Santo. Assim, entenderemos o texto de São Paulo aos Efésios: “Que Cristo habite pela fé em vossos corações, para que, arraigados e cimentados no amor, possais compreender com todos os santos qual é a largura e o comprimento, a altura e a profundidade, e conhecer o amor de Cristo que excede a todo conhecimento, para que sejais plenificados com toda a Plenitude de Deus” (Ef 3, 17-19).


De la Carta Pastoral a los Jóvenes III, 6
BUSCAD EL ROSTRO DE DIOS
Do Blog Irmão Rafael Arnáiz, OCSO

CANONIZAÇÃO/CANONIZACIÓN São Rafael Arnáiz Barón – Diante do Sacrário




CANONIZAÇÃO 11 DE OUTUBRO DE 2009

SÃO RAFAEL ARNÁIZ BARÓN


Diante do Sacrário

“Uma multidão de Sacrários existem na terra, mas somente um Deus, que é Jesus Sacramentado. Consoladora verdade que faz estar tão unidos o monge em seu Coro, o missionário em terra de infiéis e o secular em sua paróquia. Não há distâncias, nem há idades. Ao pé do Sacrário estamos todos perto. Deus nos une. Peçamos a Ele, por mediação de Maria, que algum dia no céu, possamos contemplar a esse Deus que por amor ao homem se oculta sob as espécies do pão e do vinho. Assim seja.

Diante do Sacrário, quantas vezes me ponho diante de Ti, oh, Senhor! Meus primeiros sentimentos são de vergonha, Senhor. Mas depois, oh, Deus, que bom sois!, depois de ver-me a mim, vejo a Vós, e então ao contemplar vossa misericórdia que não me rechaça, minha alma se consola e é feliz. Pensar que vos ofendi e apesar disso me amais e me permitis estar em vossa presença sem que vossa justa ira me aniquile. Senhor, dá-me as lágrimas de David para chorar minhas culpas, mas ao mesmo tempo, dá-me um coração grande, muito grande, para com ele poder corresponder um pouquinho, embora seja muito pouquinho, ao imenso amor que me tendes.

Diante do Sacrário, Senhor, não sei que faço aqui. Nada, pois nada sei fazer. Senhor, não sei que faço aqui, mas estou contigo. Isso me basta e eu sei que estais aqui, diante de mim”.


Irmão Rafael Arnáiz
Escritos sueltos(85)-297;(36)-85
Do Blog Irmão Rafael Arnáiz, OCSO


São Rafael Arnáiz Barón – A mística do Beato Rafael Arnáiz




CANONIZAÇÃO 11 DE OUTUBRO DE 2009

SÃO RAFAEL ARNÁIZ BARÓN


A mística do Irmão Rafael Arnáiz


“A mística do Irmão Rafael flui e reflui por todos os poros de sua pessoa, não somente quando escreve, pensa e compõe, mas também quando esboça, desenha e pinta. Traduzindo plasticamente seus sentimentos mais profundos com seu espírito e sensibilidade de artista, nos pintará, já não só o «monte da perfeição», rematado pela Cruz, mas «o cervo correndo com insaciáveis ânsias de Deus»: sua «busca de amores, passando por fortes e fronteiras» e, sobretudo, «a alma na cruz» que, em frase paulina, significa a plena identificação com Cristo e que, começando por uma coroa de espinhos a seus pés, termina com o dardo da transverberação da mais alta mística.

Nesse sentido, nos deixou preciosas interpretações feitas a pincel ou a simples pena, traduzindo as palavras dos salmos ou explicando plasticamente as poesias mais elevadas de São João da Cruz em estampas de alto valor extraordinário e místico. Assim, teremos: «Estrangeiro sou na terra» (Sl 118, 19), «Que se prostre ante Ti a terra inteira» (Sl 65. 4), «Escolhi o caminho da verdade» (Sl 118, 30). É o que nos expressa o Irmão Rafael quando, por força da sua experiência mística, plasma em estampas as canções de São João da Cruz”.


Fray Mª Alberico Feliz Carvajal, OCSO
Vida y Escritos del Beato Fray María Rafael Arnáiz Barón
Introducción, p.52
Do Blog Irmão Rafael Arnáiz, OCSO


São Rafael Arnáiz Barón e São João da Cruz – San Rafael Arnáiz y San Juan de La Cruz




São Rafael Arnáiz Barón

CANONIZAÇÃO 11 DE OUTUBRO DE 2009


São Rafael Arnáiz e São João da Cruz

“Sabemos que o Cântico de São João da Cruz é sua obra predileta e, além disso, reflexa fielmente a sua própria alma, pois o cantou e o viveu nos momentos decisivos de sua existência. O Cântico é a oração de um místico poeta que vive do amor de Deus e, por isso, é o poema mais completo e mais próximo de sua experiência. Na realidade, tomado em seu conjunto, tem muito de autobiografia espiritual. O amor que anima a vida inteira de São João da Cruz e inspira seus escritos assume no Cântico toda a força de uma vocação e de uma paixão.

Nesse sentido, alguém de muita autoridade, ao estudar «a experiência do Irmão Rafael à luz dos ensinamentos de São João da Cruz», disse:

«Ao querer comparar estas duas almas (São João da Cruz e o Irmão Rafael), ao tratar de explicar este encontro que se deu entre elas, tem que ter em conta a fortíssima paixão de Deus, que ambos padeceram e que é o segredo de suas vidas entregues. Sem dúvida, essa paixão foi vivida e manifestada com seus próprios matizes existenciais em cada um deles. Cada alma é uma alma. Mas com uma paixão cravada como um dardo no coração de um e de outro, e que é o que provoca o dinamismo vital em suas respectivas vidas.

São João da Cruz foi um de seus grandes amigos. Um de seus guias espirituais. O mais citado em seus escritos. Com ele sintonizou maravilhosamente sua alma endeusada. Ambos foram peregrinos do Absoluto. Sofreram a paixão de Deus. Paixão de amor e de dor. Paixão mística. Só Deus! Só Deus!, foi seu grito na noite. É o pessoal e o social que todos padecemos e que talvez nos acovarde, como um sinal de luz que Deus, por meio de Rafael, nos regala para despertar nossa pobreza de fé, de esperança e de amor. Nada e Tudo. Só Deus!» (Jiménez Duque, B., Espiritualidad del Hermano Rafael, pp.75,85, na Semana de Espiritualidade do Irmão Rafael, Monasterio Cisterciense de San Isidro de Dueñas, Palencia, 1984)”.


Fray Mª Alberico Feliz Carvajal, OCSO
Vida y Escritos del Beato Fray María Rafael Arnáiz Barón
Introducción, pp.52-53
Do Blog Irmão Rafael Arnáiz, OCSO


Irmão/Hermano Rafael Arnáiz Barón – Papel encontrado em um dos bolsos da sua túnica quando morreu




CANONIZAÇÃO 11 DE OUTUBRO DE 2009

São Rafael Arnáiz Barón


Papel encontrado em um dos bolsos da sua túnica, quando morreu o Irmão Rafael Arnáiz Barón

Ao morrer o jovem Monge Trapista, Frei Maria Rafael Arnáiz Barón, em um dos bolsos de seu hábito, escrito com lápis e muito desgastado, os monges encontraram, um pequeno papel, um capítulo de faltas:


• Subir escada batendo pé [Marcado].
• Não fazer saudação no Capítulo [Marcado].
• Correr sem respeito na Igreja [Marcado].
• Gestos durante o grande silêncio [Marcado]
• Voltar a cabeça na Missa [Marcado].
• Gestos falados com um professo [Marcado].
• Não obedecer imediatamente à campainha [Marcado].
• Equivocar-me no Coro, não fazer prostração [Marcado].
• Dar mostras externas de impaciência [Marcado].
• Perder tempo trabalho [Marcado].
• Perder tempo olhar janelas [Marcado].
• Perder tempo intervalos [Marcado].
• Acenar exageradamente como leigo [Marcado].
• Descuidado com quarto da enfermaria.
• Descuidado com fazer ruído na escada
e com as portas.
• Distrair-me no Coro e não fazer a tempo
as inclinações.


Vida y Escritos del Beato Fray María Rafael Arnáiz Barón
Pp.603-604
Do Blog Irmão Rafael Arnáiz, OCSO


quarta-feira, 29 de abril de 2009

FESTA DE SANTA CATARINA DE SENA, Virgem, Mística e Doutora da Igreja – 4ª Parte



Festa 29 de abril

4ª Parte

Catarina declara seus últimos meses de vida à sua família religiosa e aos seus discípulos, aos quais exorta a serem fiéis à Igreja e voltarem a viver uma vida de maior austeridade e oração. Ela prediz que Frei Raimundo de Cápua será o novo Geral da Ordem Dominicana, o que de fato aconteceu poucos meses depois de sua morte. O número de discípulos e discípulas de Catarina foi aumentando incessantemente e sua doutrina difundiu-se por toda parte.

Respondendo a um apelo do Papa Urbano VI, foi para Roma porque o Papa ali a quis ainda no grave momento de crise do cisma. Lá, debaixo de um ano e meio de trabalho extenuante e orações apaixonadas: "Ó Deus eterno, recebe o sacrifício da minha vida neste corpo místico da santa Igreja", ficou doente e, extenuada pelos muitos e exaustivos trabalhos, rodeada pelos seus numerosos amigos e discípulos, aos quais recomendou que se amassem uns aos outros e exortou todos a viverem com fidelidade o amor para com Deus e com a Igreja, entregou sua alma a Deus, após sofrer um derrame. Disse a eles antes de morrer: “Nunca que vos esqueçais, meus filhos dulcíssimos, deixando o corpo, na verdade, eu dei toda a minha vida para a Igreja e pela Igreja, o que me dá grande alegria”. Era o dia 29 de abril de 1380. Morria tendo feito há um mês 33 anos, como o seu Esposo Crucificado. Sua cabeça está em Sena, onde se mantém sua casa, e seu corpo está em Roma, na Igreja de Santa Maria Sopra Minerva.


Quando a noticia da morte de Catarina se espalhou, o povo exclamou unido: “morreu a santa!”. Houve um corre-corre no convento dos Dominicanos. Por precaução, fecharam os portões da Igreja de São Domingos, em Minerva, onde o corpo estava exposto. O Papa Urbano VI, como sinal de gratidão para com a mulher santa que havia lutado em favor do Pontificado, quis que fosse celebrado um funeral solene. Depois do enterro, iniciou-se uma constante peregrinação ao túmulo de Catarina.

Foi canonizada pelo Papa Pio II, com a bula Misericordias Domini, de 29 de Junho de 1461. Foi assim apontada solenemente à Igreja universal como modelo de santidade e exemplo de sublime grandeza, a que uma mulher simples do povo pode chegar com a graça do Todo Poderoso. O Beato Papa Pio IX, em 1866, a proclama Co-Padroeira de Roma e Padroeira das mulheres da Ação Católica. Em 1939, na véspera da Itália entrar em guerra, o Papa Pio XII a proclama Co-Padroeira da Itália junto com São Francisco de Assis, e em 1943 Protetora dos doentes. No dia 4 de outubro de 1970, o Papa Paulo VI proclamou-a Doutora da Igreja, sendo a única leiga a obter esta distinção. O Papa João Paulo II declarou-a Co-Padroeira da Europa, juntamente com Santa Brígida da Suécia e Santa Teresa Benedita da Cruz. Sua Festa litúrgica é celebrada no dia 29 de abril.


A vida de Catarina de Sena nos maravilha por sua intensa atividade apostólica, pela aceitação que teve nos ambientes eclesiásticos do seu tempo. A sua palavra era ouvida e procurada. Ela tinha a capacidade de reavivar amizades e restabelecer a paz. Uma jovem mulher, sem escolaridade, que se impõe pela força do seu carisma. Analfabeta nas letras humanas mas rica da sabedoria de Deus. A presença de Catarina e suas palavras foram decisivas na resolução de situações dramáticas para a Igreja, ameaçada de divisão. A sua palavra, doce e persuasiva; o seu exemplo de integridade e de amor a Cristo; a sua atuação livre de qualquer interesse fizeram-na mensageira estimada, seguida e amada por todos.


Catarina foi uma real e forte presença de unidade para Igreja e entregou sua alma a Deus repetindo: "Se morrer, sabeis que morro de paixão pela Igreja!”.


Santa Catarina de Sena, rogai por nós!


Fontes: Lettres de Sainte Catherine de Sienne, trad. E. Cartier; Nöele M. Denis-Boulet, La Carrière Politique de Sainte Catherine de Sienne; Robert Fawtier, Sainte Catherine de Sienne, essai de critique des sources ; Sources hagiographiques, 1921 ; Carta Apostólica Amantissima Providentia, I.


sábado, 25 de abril de 2009

Mais sobre o Beato Rafael Arnáiz, OCSO



FESTA EM 26 DE ABRIL

ESCRITOS

O Irmão Rafael, como é comumente conhecido na Espanha, é um dos autores mais conhecidos e populares de escritos espirituais e místicos do século XX, e sua fama de santidade logo se estendeu fora dos muros de seu Mosteiro, alcançando âmbito mundial. Seus numerosos escritos, de uma profundidade espiritual realmente sublime, são acolhidos e pedidos por toda parte. Hoje, seus escritos estão traduzidos, de forma total ou parcial, ao francês, inglês, alemão, japonês, português e polonês. Seus escritos, que muito se tem lido e comentado, lhe valeram o título de “um dos maiores místicos do século XX” e a fama de “mestre de vida espiritual”.

Dentro da abundante bibliografía sobre sua figura e escritos, se destacam:

- Vida y escritos (Ed. Perpetuo Socorro. Madrid).
- Obras Completas (Ed. Monte Carmelo. Burgos).
- Escritos por temas (Ed. Monte Carmelo. Burgos).

E entre os estudos sistemáticos de sua figura e espiritualidade:

- Mi Rafael (Ed. Desclée de Brouwer), um livro sobre Rafael segundo seu confessor, o Padre Teófilo Sandoval.

- El deseo de Dios y la ciencia de la Cruz: Aproximación a la experiencia religiosa del Hermano Rafael (Ed.Desclée. Bilbao, 1996), de Antonio Mª Martín Fernández-Gallardo, Monge Trapista de San Isidro de Dueñas.


CANONIZAÇÃO

O Papa Bento XVI canonizará em breve o Beato Rafael Arnáiz, jovem Monge Trapista espanhol, que havia sido proposto por João Paulo II, na Jornada Mundial da Juventude de Santiago de Compostela (1989), como modelo de vida cristã para os todos os jovens. A Cerimônia de Canonização já tem data marcada. O anúncio foi feito pela Santa Sé, no final do Consistório presidido pelo Papa. O Beato Rafael, para alegria de milhares de devotos seus, será canonizado em 11 de outubro de 2009.

ORAÇÃO

Ó Deus, que fizestes do Beato Rafael um discípulo preclaro na ciência da Cruz de Cristo, concedei-nos que, por seu exemplo e intercessão, Vos amemos acima de todas as coisas e, seguindo o caminho da Cruz com o coração dilatado, consigamos participar da alegria pascal. Por Cristo nosso Senhor. Amém.


Fonte: Blog do Beato Rafael Arnáiz


sábado, 7 de março de 2009

Canonização do Beato Rafael Arnaiz marcada para 11 de outubro




AGÊNCIA ECCLESIA-21 de fevereiro de 2009

Canonização com data marcada

Bento XVI confirma novos Santos da Igreja

A cerimônia de canonização dos futuros Santos já tem data marcada. O anúncio foi feito pela Santa Sé, no final do Consistório deste Sábado, presidido pelo Papa. O anúncio foi feito pela Santa Sé, no final do Consistório deste sábado, presidido pelo Papa.

O Consistório Público Ordinário representou o passo final do processo para a canonização. Juntamente com o novo Santo português, Nuno Álvares Pereira, serão canonizados Arcangelo Tadini, Bernardo Tolomei, Gertrude (Caterina) Comensoli e Caterina Volpicelli. Outras cinco canonizações terão lugar a 11 de Outubro.

Quanto ao local, o Cardeal Saraiva Martins lembra que “o princípio é que as canonizações sejam feitas em Roma e as beatificações nas igrejas locais. Se não houve nenhum pedido, é natural que seja em Roma”, sublinha.

O Cardeal português diz que “todos os santos são modelos para serem imitados” e no caso do Beato Nuno: destaca “a caridade para com os pobres”. Para além do “Santo Condestável”, foram concluídos outros nove processos, relativos a quatro italianos, dois espanhóis, uma francesa, um polaco e um belga.

26 de Abril

Juntamente com o Beato Nuno de Santa Maria serão canonizados outros quatro novos Santos:

Arcangelo Tadini (Itália) Sacerdote, Fundador da Congregação das Operárias da Santa Casa de Nazaré.

Bernardo Tolomei (Itália), Abade, Fundador da Congregação de Santa Maria do Monte Oliveto da Ordem de São Bento.

Gertrude Comensoli (Caterina, nome civil-Itália), Fundadora do Instituto das Religiosas do Santíssimo Sacramento.

Caterina Volpicelli (Itália), Fundadora da Congregação das Servas do Sagrado Coração.

11 de Outubro

Mais tarde, ainda em 2009, Bento XVI presidirá à cerimônia de canonização de cinco novos Santos. São eles:

Jozef Damian de Veuster (Bélgica), o conhecido Padre Damião, Sacerdote da Congregação dos Sagrados Corações de Jesus e de Maria e da Adoração Perpétua do Santíssimo Sacramento do Altar, que consagrou sua vida aos leprosos da Ilha de Molokai, onde ele mesmo faleceu por causa desta doença.

Francisco Coll y Guitart (Espanha), Sacerdote Dominicano, Fundador da Congregação das Dominicanas da Anunciação da Bem-aventurada Virgem Maria.

Rafael Arnáiz Barón (Irmão Rafael - Espanha), Monge da Ordem Cisterciense da Estrita Observância (Trapista), que faleceu aos 27 anos, vítima de um coma diabético. É considerado um dos grandes místicos do século XX.

Zygmunt Szczesny Felinski (Polônia), Arcebispo, Fundador da Congregação das Religiosas Franciscanas da Família de Maria.

Marie de la Croix (Jeanne, nome civil) Jugan (França), Fundadora da Congregação das Irmãzinhas dos Pobres.

Bento XVI fez até hoje 763 Beatos e 18 novos Santos. O “recordista” João Paulo II fez 482 novos Santos e 1342 novos Beatos, num pontificado de 26 anos e meio.


terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Canonização do Beato Rafael Arnaiz cada vez mais e mais próxima



Quase 600 pessoas, no Mosteiro Trapista de San Isidro de Dueñas, comemoram, alegres, o 70º aniversário da morte do Beato Rafael

Como todos os anos, quando se aproxima o dia 26 de abril, Palencia organiza no sábado mais próximo a esta data, uma pequena peregrinação desde a cidade até o Mosteiro de San Isidro de Dueñas, onde viveu e morreu o Beato Rafael, para comemorar o aniversário de sua morte. Nesta ocasião, o dia 26 era um sábado e precisamente era o 70º aniversário do falecimento do Beato. Por tudo isso, cerca de trezentos jovens partiram desde a Praça da Catedral, às 10h da manhã, acompanhados pelo Bispo, D.José Ignácio Munilla, e numerosos sacerdotes, até o Mosteiro, em uma peregrinação de uns 14 km. Após um descanso em Villamuriel de Cerrato, os jovens chegaram à Abadia de San Isidro de Dueñas, na localidade de Venta de Baños, ao meio-dia. Ali se juntaram a outras trezentas pessoas vindas de outros pontos da Espanha.

Ao longo do dia, compartilharam uma comida fraternalmente, e teve lugar uma celebração comunitária da penitência, na qual participaram também os Padres Trapistas. Às 17 h foi celebrada a Eucaristia, presidida pelo Senhor Bispo e concelebrada pelos sacerdotes que haviam acompanhado a peregrinação.

Foi precisamente durante a Homilia, quando D. Munilla manifestou a sua alegria pela notícia da aprovação, por parte da Comissão de médicos, do segundo milagre atribuído ao Beato Rafael. Embora todavia, após este passo sejam necessárias várias aprovações mais por parte de uma Comissão de teólogos do Vaticano, ou do próprio Papa, não há dúvida de que a canonização está cada vez mais perto, embora seja impossível precisar uma data. É importante esclarecer que D. Munilla não anunciou a canonização em si mesma, mas tão somente a aprovação do segundo milagre, certamente importante para a canonização. Este milagre teve lugar em Madri, no ano de 2000, e consistiu na cura de uma mãe que, após dar à luz seu filho, entrou em morte cerebral. Sua repentina cura se atribui à intercessão do Beato Trapista.

O Beato Rafael Arnáiz, nascido em Burgos e criado em Astúrias, não teve uma longa vida. Após cursar arquitetura, entrou com 23 anos, em 1934, no Convento Cisterciense de San Isidro de Dueñas, em Palencia, conhecido como a Trapa. Seus escritos são muito conhecidos, e sua simplicidade e humildade, ao mesmo tempo que sua férrea fé ante a enfermidade e a dor, deram volta ao mundo. Após 4 meses de sua entrada no Mosteiro, lhe foi diagnosticada uma diabetes forte que lhe obrigou a sair do Mosteiro em três ocasiões, voltando outras tantas a ele. Frei Maria Rafael, beatificado em 1992 por João Paulo II, sentia que morreria Trapista, e assim se sucedeu, quatro anos mais tarde, em 1938.
A. Llamas Palácios

José Jiménez Lozano
Alfa y Omega, Semanario Católico de Información
01 de maio de 2008