quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

Solenidade de Santa Maria


CELEBRADA EM 1º DE JANEIRO




Deus vos salve, filha de Deus Pai!
Deus vos salve, mãe de Deus Filho!
Deus vos salve, esposa do Espírito Santo!
Deus vos salve, sacrário da Santíssima Trindade!

MATINAS

Agora, lábios meus dizei e anunciai
os grandes louvores
da Virgem, Mãe de Deus

Sede em meu favor,
Virgem soberana,
Livrai-me do inimigo
com vosso valor.

Glória seja ao Pai,
ao Filho e ao Amor também,
que é um só Deus
em pessoas três,
agora e sempre e
sem fim. Amém.

Hino

Deus vos salve,
Virgem Senhora do mundo
rainha dos céus,
e das virgens, Virgem.

Estrela da manhã
Deus vos salve,
cheia de graça divina,
formosa e louçã.
Dai pressa, Senhora,
Em favor do mundo
Pois Vos reconhecem
Como defensora

Deus vos nomeou
desde a eternidade
para a mãe do Verbo
com o qual criou

Terra, mar e céus,
e vos escolheu,
quando Adão pecou,
por esposa de Deus.

Deus a escolheu
e, já muito antes,
em seu tabernáculo
morada lhe deu.

Ouvi, Mãe de Deus,
minha oração.
Toquem em vosso peito
os clamores meus.

Santa Maria, rainha dos céus, mãe de nosso Senhor Jesus Cristo, senhora do mundo, que a nenhum pecador desamparais e nem desprezais, ponde, senhora, em mim os olhos de vossa piedade e alcançai de vosso amado Filho o perdão de todos os meus pecados, para que eu, que agora venero com devoção vossa Santa e Imaculada Conceição, mereça na outra vida alcançar o prêmio da bem-aventurança, pelo merecimento de vosso bendito Filho Jesus Cristo, nosso Senhor, que com o Pai e o Espírito Santo vive e reina para sempre. Amém.

Do Ofício da Imaculada

terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Sobre o ascetismo e a quietude




EVAGRIUS PONTICUS

Evagrius Ponticus (345-399) é um dos primeiros escritores espirituais sobre o ascetismo na tradição ascética cristã. Ele observou de perto os Padres do Deserto e viveu seus últimos anos como um deles. Sua influência foi significativa em João Cassiano, pois foi através desse último que o Ocidente conheceu a espiritualidade do deserto.

O "Esboço dos Ensinamentos sobre Ascetismo e Quietude na Vida Solitária” é um catálogo de práticas ascéticas. O objetivo prático é o que a tradição Cristã do Oriente chama "quietude" ao estado de serenidade e o "vazio", que é o fruto da solidão: "Pois a prática da quietude é cheia de alegria e beleza". Por conseguinte, a quietude é igualmente o fruto e a prática, o fim e os meios. E os meios são as práticas ascéticas que ele recomenda neste ensaio.

“Você deseja abraçar esta vida de solidão
e buscar as bênçãos da quietude?
Então, abandone todo o tipo de cuidado,
livre-se dos apegos às coisas materiais,
da dominação das paixões e desejos
de modo que, como um estranho a tudo isso,
você possa atingir a verdadeira serenidade.
Pois somente se elevando sobre estas coisas
pode o homem atingir a vida de quietude.”



“The Desert Fathers”, traduzido do Latim com Introdução por Helen Waddel, p. 26-39. London: Constable, 193; Ann Arbor: University of Michigan Press, 1957.


segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

As nossas orações



“Todas as nossas orações não devem ter outra
finalidade a não ser alcançar de Deus a graça de
seguir em tudo a sua Santa Vontade”.


Santa Maria Madalena de Pazzi, O.Carm.


Para contemplar





"Para contemplar basta elevar o coração a
Deus com o simples e amoroso desejo
de estar com Ele e esperar".


Pedro Finkler


Pai, te entrego todos!




"Só o Amor abre as portas das ilhas da dor e do silêncio das asas dos que voam nos átrios do Pai.

Pai, entrego a todos nas tuas mãos. Tu sabes embalar as suas almas que esperam o teu beijo, cuida delas.

Ao caminhar por entre os vales das lágrimas recolhidas nos rostos tristes dos que caminham, sinto a alma refrescar a sede da ausência do AMOR do Pai.

Sede Santos como Eu sou Santo, aí está a resposta e a oferta do pai: a SANTIDADE ao alcance de todos sem exceção.

A Santidade é a marca dos filhos reais do Pai.

A flor não nasce antes da planta que a germina, assim é a Palavra do Pai. Sim, colhe lentamente o sabor do fruto e será um alimento forte para a tua alma.

O Pai apenas bate à porta do coração, jamais força a abertura. São as tuas mãos que tem que encontrar a força e a coragem para o abrir ao desconhecido eterno.

Ao caminhar, Pai, através do vale da dor e da alegria, estende os teus braços e abre as tuas mãos para que as tuas brisas de ESPERANÇA molhem todo o nosso ser e refresquem a nossa alma seca pelos ventos dos desertos.

Pai entrego a todos nas tuas mãos. Tu sabes embalar as tuas almas que esperam o teu beijo, cuida de todas.

Sanctus, Sanctus, Sanctus!

Salve Regina!"

Irmão Silêncio, Monge Trapista


domingo, 28 de dezembro de 2008

As Núpcias do Cordeiro




PAPA JOÃO PAULO II

AUDIÊNCIA

Quarta-Feira 10 de dezembro de 2003

As núpcias do Cordeiro


Segundo a série dos Salmos e dos Cânticos que constituem a oração eclesial das Vésperas, encontramo-nos diante de um trecho de hino, tirado do capítulo 19 do Apocalipse e composto por uma sequência de aleluias e de aclamações.

Por detrás destas aclamações jubilosas está a lamentação dramática entoada no capítulo precedente pelos reis, pelos mercadores e navegadores face à queda da Babilónia imperial, a cidade da maldade e da opressão, símbolo da perseguição que se desencadeou em relação à Igreja.

Em antítese a este brado que se eleva da terra, ressoa nos céus um coro jubiloso de tipo litúrgico que, além do aleluia, repete também o amém. As várias aclamações semelhantes a antífonas, que agora a Liturgia das Vésperas une num único cântico, na realidade, no texto do Apocalipse, são colocadas nos lábios de várias personagens. Encontramos antes de mais uma "multidão imensa", constituída pela assembleia dos anjos e dos santos (cf. vv. 1-3). Distingue-se depois a voz dos "vinte e quatro idosos" e dos "quatro seres vivos", figuras simbólicas que se parecem com os sacerdotes desta liturgia celeste de louvor e de agradecimento (cf. v. 4). Por fim, eleva-se uma voz solista (cf. v. 5) que, por sua vez, envolve no cântico uma "grande multidão" com a qual se tinha começado (cf. vv. 6-7).

Teremos a ocasião, nas etapas futuras deste nosso itinerário orante, de ilustrar cada uma das antífonas deste grandioso e alegre hino de louvor a várias vozes. Contentamo-nos agora com duas anotações. A primeira refere-se à aclamação de abertura que diz assim: "A salvação, a glória e o poder pertencem ao nosso Deus, porque os seus julgamentos são verdadeiros e justos" (vv. 1-2).

No centro desta invocação jubilosa encontra-se a representação da intervenção decisiva de Deus na história: o Senhor não é indiferente, como um imperador impassível e isolado, em relação às vicissitudes humanas. Como diz o Salmista, "o Senhor do Seu trono celestial, observa com os seus olhos, e com a sua vista examina os filhos dos homens" (Sl 10, 4).

Aliás, o seu olhar é fonte de acção, porque ele intervém e destrói os impérios prepotentes e opressivos, derrota os orgulhosos que o desafiam, julga todos os que perpetram o mal. É ainda o Salmista quem descreve as imagens pictóricas (cf. Sl 10, 7), esta irrupção de Deus na história, assim como o autor do Apocalipse tinha evocado no capítulo anterior (cf. Ap 18, 1-24) a terrível intervenção divina em relação à Babilónia, desenraizada da sua sede e lançada ao mar. O nosso hino menciona esta intervenção com um trecho que não é retomado na celebração das Vésperas (cf. Ap 19, 2-3).

Então, a nossa oração deve sobretudo invocar e louvar a acção divina, a justiça eficaz do Senhor, a sua glória obtida com a vitória sobre o mal. Deus faz-se presente na história, pondo-se do lado dos justos e das vítimas, precisamente como declara a aclamação, breve mas essencial, do Apocalipse e como se repete com frequência no cântico dos Salmos (cf. Sl 145, 6-9).

Desejamos realçar outro tema do nosso Cântico. É desenvolvido da aclamação final e é um dos motivos dominantes do próprio Apocalipse: "Chegaram as núpcias do Cordeiro, a Sua esposa já está preparada" (Ap 19, 7). Cristo e a Igreja, o Cordeiro e a esposa, estão em profunda comunhão de amor.

Procuraremos fazer brilhar este carácter esponsal místico através do testemunho poético de um grande Padre da Igreja síria, Santo Efrém, que viveu no quarto século. Usando simbolicamente o sinal das núpcias de Caná (cf. Jo 2, 1-11), ele introduz a própria cidadania, personificada, que louva Cristo pelo grande dom recebido:

"Darei graças juntamente com os meus hóspedes porque ele me considerou digna de o convidar: Ele, que é o Esposo celeste, que desceu e a todos convidou; e também eu fui convidada para participar na sua festa pura de núpcias. Reconhecê-lo-ei diante dos povos como o Esposo, como Ele não há outro. O seu quarto nupcial está preparado desde há séculos, e o seu quarto nupcial está adornado com riquezas e nada lhe falta: não como as Bodas de Caná, cujas faltas Ele satisfez" (Inni sulla verginità, 33, 3: L'arpa dello Spirito, Roma 1999, págs. 73-74).

Noutro hino que canta também as núpcias de Caná, Santo Efrém realça como Cristo, convidado para as núpcias de outrem (precisamente os esposos de Caná), tenha desejado celebrar a festa das suas núpcias - as núpcias com a sua esposa, que é qualquer alma fiel:

"Jesus, tu foste enviado a uma festa de núpcias de outrem, dos esposos de Caná, aqui, ao contrário, é a tua festa, pura e bela: alegra os nossos dias, porque também os teus hóspedes, Senhor, precisam dos teus cânticos: deixa que a tua harpa preencha tudo! A alma é a tua esposa, o corpo é o teu quarto nupcial, os teus convidados são os sentidos e os pensamentos. E se um só corpo é para ti uma festa de núpcias toda a Igreja constitui o teu banquete nupcial!" (Inni sulla fede, 14, 4-5: op. cit., pág. 27).


Sobre a oração





"Quanto mais se ama, melhor se reza"


Charles de Foucauld


Oração de Abandono





“Meu Pai, eu me abandono a Ti,
faz de mim tudo o que quiseres.
O que fizeres de mim eu Te agradeço.
Estou disposto a tudo, aceito tudo.
Contanto que a Tua Santa Vontade
se faça em mim como também se
faça em todas as Tuas criaturas.
Eu não desejo mais, Deus meu.
Ponho minha vida em Tuas Mãos.
Te dou minha vida hoje, Deus meu,
com todo o amor de meu coração,
porque Te amo e porque para mim,
amar-Te é dar-me por inteiro, é
entregar-me,em Tuas Mãos sem
medida, com infinita confiança.
Porque Tu és o meu Pai Amado.”

Charles de Foucauld