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sábado, 20 de março de 2010

SOLENIDADE DE SÃO JOSÉ - Pôr-se sempre à escuta do Senhor para compreender a Sua Vontade



SÃO JOSÉ, ESPOSO DA VIRGEM MARIA
SOLENIDADE
19 DE MARÇO


Pôr-se sempre à escuta do Senhor, procurando compreender a sua vontade, para lhe obedecer com todo o coração e com todas as forças


Celebramos a Solenidade de São José, esposo da Virgem Maria e Padroeiro da Igreja universal. O extremo discernimento com que José desempenhou o papel que lhe foi confiado por Deus faz aumentar ainda mais a sua fé, que consiste em pôr-se sempre à escuta do Senhor procurando compreender a sua vontade, para lhe obedecer com todo o coração e com todas as forças. Por isso, o Evangelho o define como o homem "justo" (Mt 1, 19). De fato, o justo é a pessoa que reza, vive de fé, e procura praticar o bem em qualquer circunstância da vida.

A fé, alimentada pela oração: eis o tesouro mais precioso que São José nos transmite. Seguiram os seus passos gerações de pais que, com o exemplo de uma vida simples e laboriosa, imprimiram no coração dos filhos o valor inestimável da fé, sem a qual qualquer outro bem corre o risco de ser vão. Garanto desde já com prazer uma oração especial por todos os pais, no dia que lhes é dedicado: peço a Deus que sejam homens com uma sólida vida interior, a fim de cumprirem de modo exemplar a sua missão na família e na sociedade.


Papa João Paulo II
Angelus, 17 de Março de 2002

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

APRESENTAÇÃO DO SENHOR - A apresentação de Jesus no Templo recorda o reconhecimento que se deve ao Criador por toda a vida humana



APRESENTAÇÃO DO SENHOR
02 DE FEVEREIRO
FESTA

«Um ancião homem de Deus, Simeão, toma Jesus nos braços e indica n’Ele a salvação que chegou para Israel e para todos os povos: a Luz das nações»

Hoje, Festa da Candelária, recordamos a apresentação de Jesus no Templo. Maria e José, quarenta dias depois do nascimento de Jesus, foram a Jerusalém para O oferecer ao Senhor, segundo a prescrição da lei mosaica. É um episódio que se enquadra na perspectiva da especial consagração do povo de Israel a Deus. Ele, porém, tem também um significado mais amplo: recorda, com efeito, o reconhecimento que se deve ao Criador por toda a vida humana.

A vida é um grande dom de Deus, que se deve acolher sempre com ação de graças. Se no domingo passado eu me mostrava preocupado pelo vazio de valores, que ameaça a nossa convivência, hoje quereria recordar com vigor um destes valores fundamentais, que absolutamente devem ser recuperados, se não se quiser precipitar no abismo: refiro-me ao valor sagrado da vida, de cada vida humana, desde o seu desabrochar no seio materno até ao seu declínio natural.

Digo-o recordando que hoje na Itália se celebra o Dia pela Vida, ocasião propícia para afirmar com vigor que da vida, própria e dos outros, não se pode dispor à vontade: ela pertence ao Autor da vida. O amor inspira a cultura da vida, e o egoísmo, a cultura da morte. Escolhei a vida — diz o Senhor — para viverdes vós e as gerações futuras! (cf. Dt. 30, 19).

No Templo de Jerusalém, segundo a narração evangélica, um ancião homem de Deus, Simeão, toma Jesus nos braços e indica n’Ele a salvação que chegou para Israel e para todos os povos: a Luz das nações (cf. Lc. 2, 30-31).

As palavras do santo ancião dão voz ao anélito que percorre a história da humanidade. Exprimem a expectativa de Deus, aquele desejo universal, talvez inconsciente mas incancelável, de que Ele venha ao nosso encontro para nos tornar partícipes da Sua vida. Simeão encarna a imagem da humanidade que tende a acolher o raio de luz, que faz novas todas as coisas, o germe de vida que transforma cada velhice em perene juventude.

Neste contexto, adquire um significado singular o Dia da Vida consagrada, que hoje celebramos pela primeira vez. Já há tempo a Festa da apresentação de Jesus no Templo reunia nas Comunidades diocesanas os membros dos Institutos de Vida consagrada e das Sociedades de Vida apostólica, para manifestarem diante do povo de Deus a alegria do empenho, sem reservas, pelo Senhor e pelo seu Reino. Eu quis que esta experiência se estendesse à Igreja inteira, para dar graças a Deus pelo grande dom da vida consagrada e promover, cada vez mais, o seu conhecimento e a sua estima. E de estímulo serviu também o Sínodo dos Bispos sobre a Vida consagrada, celebrado recentemente, cujos resultados confluíram na Exortação Apostólica pós-sinodal «Vita consecrata».

Enquanto vos convido a rezar, caríssimos, por estes nossos irmãos e irmãs que oferecem o seu testemunho de Cristo pobre, casto e obediente, dirijo-me com o pensamento em particular a quantos corroboraram o seu serviço à Igreja com o sacrifício da vida.


Papa João Paulo II
Angelus, 02 de Fevereiro de 1997

sábado, 23 de janeiro de 2010

BATISMO DO SENHOR - A vocação do cristão é a santidade que é escutar a Jesus



FESTA DO BATISMO DO SENHOR
10 DE JANEIRO

«A vocação do cristão é a santidade»

A santidade: «escutar» a Jesus; explica o Papa

"No Batismo de Cristo canta a liturgia hodierna o mundo é santificado e os pecados são perdoados; na água e no Espírito tornamo-nos novas criaturas" (Antífona ao Benedictus, Ofício das Laudes).

Na Festa do Batismo do Senhor, festa litúrgica, que fecha o período de Natal e inicia o “tempo ordinário”, na oração do Angelus, o Papa Bento XVI lembrou que é deste sacramento de onde brota o chamado e o compromisso de todo cristão com a santidade.

A vocação do cristão é a santidade, que consiste em «escutar» a Jesus. O compromisso que brota do Batismo consiste em "ouvir" Jesus: ou seja, em acreditar nele e em segui-lo docilmente, fazendo sua vontade, a vontade de Deus. Deste modo, cada um de nós pode tender à santidade, uma meta que, como lembra o Concílio Vaticano II, constitui a vocação de todos os batizados.

Em sua alocução, o Santo Padre constatou que para os quatro evangelistas a passagem do Batismo de Jesus no Jordão pelas mãos de João Batista é sumamente importante, pois constitui a primeira apresentação clara da Trindade —das Pessoas do Pai, do Filho e do Espírito Santo—, assim como o início do ministério público de Cristo pelos caminhos da Palestina. “Trata-se da manifestação do mistério trinitário de forma clara e completa mas ao mesmo tempo se trata de um acontecimento que marca o início do ministério público de Jesus na Palestina”.

Mais adiante, explicou que “existe uma estreita correlação entre o Batismo de Cristo e nosso Batismo”. No Jordão, abriram-se os céus para indicar que o Salvador nos abriu o caminho da salvação e que podemos percorrê-lo precisamente graças ao novo nascimento “na água e no Espírito” (Jo 3,5), que se realiza no Batismo.

Nele, nós somos introduzidos no Corpo místico de Cristo, que é a Igreja, morremos e ressuscitamos com Ele, nos revestimos Dele», concluiu.

“Que María, a Mãe do Filho de Deus, nos ajude a ser sempre fiéis ao nosso Batismo”, concluiu o Bispo de Roma seu discurso prévio à oração Mariana.


Papa Bento XVI
Angelus, 07/01/2007
Acidigital/Zenit

sábado, 16 de janeiro de 2010

EPIFANIA DO SENHOR - O irradiar-se da luz de Cristo, refletida no rosto do seu Corpo místico



SOLENIDADE DA EPIFANIA DO SENHOR
03 DE JANEIRO

«O irradiar-se da luz de Cristo, refletida no rosto do seu Corpo místico»

Hoje a Igreja celebra a solenidade da Epifania, «manifestação» de Cristo a todos os povos, representados pelos Magos vindos do Oriente.

Esta festividade ajuda-nos a penetrar o profundo sentido da missão universal da Igreja, que se pode compreender como um movimento de irradiação: o irradiar-se da luz de Cristo, refletida no rosto do seu Corpo místico. E dado que esta luz é luz de amor, verdade e beleza, não se impõe com a força, mas ilumina as mentes e atrai os corações.

Ao irradiar esta luz, a Igreja obedece ao mandato de Cristo ressuscitado: «Ide (...) ensinai todas as nações» (Mt. 28, 19). Trata-se de um movimento que, a partir do centro, da Eucaristia, se propaga em todas as direções, através do testemunho e do anúncio do Evangelho. Este «ir» é animado por um impulso interior de caridade, sem o qual não produziria qualquer fruto.

A experiência dos Magos é muito eloquente a este propósito: eles movem-se guiados pela luz de uma estrela, que os atrai a Cristo. A Igreja deve ser como aquela estrela, isto é, capaz de refletir a luz de Cristo, a fim de que os homens e os povos em busca de verdade e justiça se ponham em caminho rumo a Jesus, único Salvador do mundo.

Esta tarefa missionária é confiada a todo o Povo de Deus, mas incumbe de modo especial a quantos são chamados ao ministério apostólico, isto é, aos Bispos e Sacerdotes. Rezemos juntos por todos os Bispos do mundo, para que o seu serviço ao Evangelho seja cada vez mais generoso e fiel. Confiamos estes votos à Virgem Maria.


Papa João Paulo II
Angelus, 06 de Janeiro de 1997

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

SOLENIDADE DA SANTA MÃE DE DEUS – A Mãe de Deus nos encoraje a começar este novo ano com um gesto de amor



MARIA, SANTA MÃE DE DEUS
SOLENIDADE
01 DE JANEIRO

«A Mãe de Deus nos encoraje a começar este novo ano com um gesto de amor»

Caríssimos Irmãos e Irmãs,

Neste primeiro dia do ano desejo fazer chegar a todas as famílias, a todos os povos, a todas as pessoas de boa vontade, os meus votos de serenidade e de paz. São os votos que se elevam do coração, mas sobretudo estão apoiados sobre a certeza de que, no desenrolar do tempo, Deus permanece fiel ao seu amor. Sim, Deus ama-nos! Ama-nos com um amor ilimitado! Recordamo-lo também na solenidade litúrgica deste dia, que nos faz invocar a Virgem Santa com o título de «Mãe de Deus». O que significa proclamar Maria «Mãe de Deus»? Significa reconhecer que Jesus, o fruto do seu seio, é o Filho de Deus, consubstancial ao Pai, por Ele gerado na eternidade. Mistério grande, mistério de amor! Ele, o Unigénito do Pai (Jo 1, 14), fez-Se um de nós. Deste modo, «a eternidade entrou no tempo» (Tertio millennio adveniente, 9), e o desenrolar dos anos, dos séculos, dos milênios, já não é uma cega viagem rumo ao desconhecido, mas um caminhar em direção a Ele, plenitude do tempo (cf. Gl 4, 4) e a meta da história.

Honrando a Virgem Santa como Mãe de Deus, nós queremos também ressaltar que Jesus, o Verbo eterno feito carne, é verdadeiro «Filho de Maria». Ela transmitiu-Lhe uma humanidade plena. Foi-Lhe mãe e educadora, infundindo-Lhe a doçura, a delicada fortaleza do seu temperamento e as riquezas da sua sensibilidade. Maravilhoso intercâmbio de dons: Maria que, como criatura, é antes de tudo discípula de Cristo e por Ele remida, ao mesmo tempo, foi escolhida como sua Mãe para plasmar a sua humanidade. Na relação entre Maria e Jesus realiza-se assim, de modo exemplar, o sentido profundo do Natal: Deus fez-Se como nós, para que nos tornássemos, de algum modo, como Ele!

Foi precisamente em virtude deste mistério de amor que não hesitei centralizar a minha mensagem para este primeiro dia do ano, no qual se celebra o Dia Mundial da Paz, num tema exigente e de igual modo vital: «Oferece o perdão, recebe a paz». Bem sei: é difícil perdoar, às vezes parece mesmo impossível, mas é a única via, pois toda a vingança e toda a violência atraem outras vinganças e outras violências. Torna-se com certeza menos difícil perdoar, quando se é consciente de que Deus jamais se cansa de nos amar e de nos perdoar. Quem de nós não tem necessidade do perdão de Deus? A Virgem Santa, a Mãe de Deus, nos encoraje a começar este novo ano com um gesto de amor, se necessário, de reconciliação, com o propósito de contribuir para a edificação dum mundo melhor, marcado pela justiça e pela paz. Jamais nos esqueçamos de que tudo passa e só o eterno pode preencher o coração.

Feliz Ano Novo, cheio de bênçãos do Céu que Jesus Cristo nos trouxe e oferece a todos!


Papa João Paulo II
Angelus, 01 de Janeiro de 1997


FESTA DA SAGRADA FAMÍLIA – Ó Família de Nazaré, imagem viva da Igreja de Deus!



SAGRADA FAMÍLIA
FESTA
27 DE DEZEMBRO

«Ó Família de Nazaré, imagem viva da Igreja de Deus!»

No clima jubiloso do Natal, ao viver com renovada admiração o mistério do Emanuel, Deus conosco, a Igreja leva-nos hoje a contemplar a Sagrada Família de Nazaré, modelo admirável de virtudes humanas e sobrenaturais para todas as famílias cristãs. Da contemplação deste maravilhoso modelo, a Igreja haure valores a serem repropostos às mulheres e aos homens de todos os tempos e de todas as culturas.

«Ó Família de Nazaré, imagem viva da Igreja de Deus!». Com estas palavras, a comunidade cristã reconhece na comunhão familiar de Jesus, Maria e José uma autêntica «regra de vida»: quanto mais a Igreja souber realizar o «pacto de amor» que se manifesta na Sagrada Família, tanto mais cumprirá a missão de ser fermento para que «n'Ele os homens constituam uma família» (cf. Ad gentes, 1).

Da Sagrada Família irradia uma luz de esperança também sobre a realidade da família de hoje. A humilde casa de Nazaré é para todo o crente, e especialmente para as famílias cristãs, uma autêntica escola do Evangelho. Aqui admiramos a realização do projeto divino de fazer da família uma íntima comunidade de vida e de amor; aqui aprendemos que cada núcleo familiar cristão é chamado a ser pequena "igreja doméstica", onde devem resplandecer as virtudes evangélicas. Recolhimento e oração, compreensão mútua e respeito, disciplina pessoal e ascese comunitária, espírito de sacrifício, trabalho e solidariedade são traços típicos que fazem da família de Nazaré um modelo para todos os nossos lares. Da Sagrada Família irradia uma luz de esperança também sobre a realidade da família de hoje.

Sim, precisamente em Nazaré desabrochou a primavera da vida humana do Filho de Deus, no momento em que Ele foi concebido por obra do Espírito Santo no seio da Virgem Maria. E entre as paredes hospitaleiras da Casa de Nazaré Jesus, que «crescia em sabedoria, em estatura e graça, diante de Deus e dos homens» (Lc 2, 52), viveu com alegria a Sua infância.

Desta forma, o mistério de Nazaré ensina todas as famílias a gerar e educar os próprios filhos, cooperando de forma admirável na obra do Criador e oferecendo ao mundo, em cada criança, um novo sorriso. É na família unida que os filhos maturam a sua existência, vivendo a experiência mais significativa e rica do amor gratuito, da fidelidade, do respeito recíproco e da defesa da vida. Famílias de hoje, olhai para a Família de Nazaré, inspirando-vos no exemplo de Maria e de José, que se dedicaram amorosamente ao Verbo Encarnado, a fim de obter deles as indicações adequadas para as quotidianas opções de vida! À luz dos ensinamentos recebidos naquela insuperável escola, cada família poderá orientar-se no caminho rumo à plena atuação do desígnio de Deus.


Santo Padre João Paulo II
Angelus, 27/12/1998;30/12/2001


SAGRADA FAMÍLIA – A família é uma graça de Deus, que deixa transparecer o que Ele próprio é: Amor



SAGRADA FAMÍLIA
FESTA
27 DE DEZEMBRO

«A família é uma graça de Deus, que deixa transparecer o que Ele próprio é: Amor»

Queridos irmãos e irmãs!

Neste domingo, que segue o Natal do Senhor, celebramos com alegria a Santa Família de Nazaré. O contexto é o mais adequado, porque o Natal é por excelência a festa da família. Demonstram-no tantas tradições e costumes sociais, especialmente o hábito de se reunir todos, precisamente em família, para as refeições festivas e para os bons votos e troca dos dons; e, como não frisar que nestas circunstâncias, o mal-estar e o sofrimento causados por certas feridas familiares são amplificados?

Jesus quis nascer e crescer numa família humana; teve a Virgem Maria como mãe e José que lhe fez de pai; eles cresceram-no e educaram-no com imenso amor. A família de Jesus merece deveras o título de "santa", porque está totalmente absorvida pelo desejo de cumprir a vontade de Deus, encarnada na adorável presença de Jesus. Por um lado, é uma família como todas e, como tal, é modelo de amor conjugal, de colaboração, de sacrifício, de entrega à divina Providência, de laboriosidade e de solidariedade, em suma, de todos aqueles valores que a família guarda e promove, contribuindo de modo primordial para formar o tecido de cada sociedade. Mas, ao mesmo tempo, a Família de Nazaré é única, diversa de todas, pela sua singular vocação ligada à missão do Filho de Deus. Precisamente com esta sua unicidade ela indica a cada família, em primeiro lugar às famílias cristãs, o horizonte de Deus, a primazia doce e exigente da sua vontade, a perspectiva do Céu para o qual somos destinados. Por tudo isto hoje damos graças a Deus, mas também à Virgem Maria e a São José, que com tanta fé e disponibilidade cooperaram para o desígnio de salvação do Senhor.

Sem dúvida, a família é uma graça de Deus, que deixa transparecer o que Ele próprio é: Amor. Um amor totalmente gratuito, que sustenta a fidelidade ilimitada, mesmo nos momentos de dificuldade e desencorajamento. Estas qualidades encarnam-se de modo eminente na Sagrada Família, na qual Jesus veio ao mundo e foi crescendo e se foi enchendo de sabedoria, com os cuidados amorosos de Maria e com a tutela fiel de São José.

Queridas famílias, não deixeis que o amor, a abertura à vida e os vínculos incomparáveis que unem o vosso lar se desvirtuem. Pedi por isto constantemente ao Senhor, rezai juntos, para que os vossos propósitos sejam iluminados pela fé e enaltecidos pela graça divina no caminho rumo à santidade. Deste modo, com a alegria do vosso compartilhar todo o amor, dareis ao mundo um maravilhoso testemunho de quanto a família é importante para o ser humano e para a sociedade. O Papa está ao vosso lado, pedindo sobretudo ao Senhor por quantos em cada família têm mais necessidade de saúde, de trabalho, de conforto e de companhia.

Recomendo-vos a todos à nossa Mãe do céu, à Santíssima Virgem Maria. Confiemos ao Senhor cada família, sobretudo as mais provadas pelas dificuldades da vida e pelas chagas da incompreensão e da divisão. O Redentor, que nasceu em Belém, conceda a todas as famílias a serenidade e a força para caminhar unidas pelas vias do bem.


Santo Padre Bento XVI
Angelus, 28/12/2008


terça-feira, 8 de dezembro de 2009

IMACULADA CONCEIÇÃO - Virgem Mãe, filha do teu Filho, cheia do Amor Encarnado de Deus




IMACULADA CONCEIÇÃO DE NOSSA SENHORA

SOLENIDADE
08 DE DEZEMBRO

Virgem Mãe, filha do teu Filho, cheia do Amor Encarnado de Deus

Queridos irmãos e irmãs!

Celebramos hoje uma das Festas mais bonitas e populares da Bem-Aventurada Virgem: a Imaculada Conceição. Maria não só não cometeu pecado algum, mas foi preservada até da herança comum do gênero humano que é o pecado original. E isto devido à missão para a qual Deus a destinou desde o início: ser a Mãe do Redentor. Tudo isto está contido na verdade da fé da "Imaculada Conceição".O fundamento bíblico deste dogma encontra-se nas palavras que o Anjo dirigiu à jovem de Nazaré: "Salve, ó cheia de graça, o Senhor está contigo" (Lc 1, 28).

"Cheia de graça" no original grego kecharitoméne é o nome mais bonito de Maria, nome que lhe foi conferido pelo próprio Deus, para indicar que ela é desde sempre e para sempre a amada, a eleita, a predestinada para acolher o dom mais precioso, Jesus, "o amor encarnado de Deus" (Enc. Deus caritas est, 12).

Podemos perguntar: por que, entre todas as mulheres, Deus escolheu precisamente Maria de Nazaré? A resposta está escondida no mistério insondável da vontade divina. Contudo há uma razão que o Evangelho ressalta: a sua humildade. Ressalta isto muito bem Dante Alighieri no último Canto do Paraíso: "Virgem Mãe, filha do teu Filho, / humilde e alta mais do que criatura, / fim firme do conselho eterno" (Par. XXXIII, 1-3). A própria Virgem no "Magnificat", o seu cântico de louvor, diz isto: "A minha alma glorifica o Senhor... porque pôs os olhos na humildade da sua serva" (Lc 1, 46.48). Sim, Deus foi atraído pela humildade de Maria, porque achou graça diante dos olhos de Deus (cf. Lc 1, 30). Tornou-se assim a Mãe de Deus, imagem e modelo da Igreja, eleita entre os povos para receber a bênção do Senhor e difundi-la a toda a família humana. Esta "bênção" mais não é do que Jesus Cristo. É Ele a Fonte da graça, da qual Maria foi repleta desde o primeiro momento da sua existência. Acolheu Jesus com fé e com amor o deu ao mundo. Esta é também a nossa vocação e a missão da Igreja: acolher Cristo na nossa vida e doá-lo ao mundo, "para que o mundo seja salvo por Ele" (Jo 3,17).

Queridos irmãos e irmãs, a hodierna festa da Imaculada ilumina como um farol o tempo do Advento, que é tempo de vigilante e confiante expectativa do Salvador. Enquanto nos encaminhamos ao encontro do Deus que vem, olhamos para Maria que "brilha como sinal de esperança segura e de consolação aos olhos do Povo de Deus peregrino" (Lumen gentium, 68). Com esta consciência convido-vos a unir-vos a mim quando, hoje à tarde, renovarei na Praça de Espanha o tradicional ato de homenagem a esta doce Mãe por graça e da graça. Dirijamo-nos agora a ela com a oração que recorda o anúncio do Anjo.


Papa Bento XVI
Angelus, 08 de Dezembro de 2006


IMACULADA CONCEIÇÃO - Contemplar o rosto de Maria




IMACULADA CONCEIÇÃO DE NOSSA SENHORA

SOLENIDADE
08 DE DEZEMBRO

Contemplemos o rosto de Maria, porque, mais do que qualquer outra criatura, a Mãe assemelha-se com o Filho Jesus

Caríssimos Irmãos e Irmãs,

Celebramos hoje a Solenidade da Imaculada Conceição da Bem-Aventurada Virgem Maria. Recordamos a intervenção extraordinária, mediante a qual o Pai celeste preservou do pecado original Aquela que seria a Mãe do seu Filho feito homem. Para Maria, que resplandece no Céu no centro da assembléia dos Beatos, se dirige hoje o olhar de todos os crentes.

Voltam à mente as palavras que Dante, no trigésimo segundo cântico do Paraíso, ouve dirigir a si por São Bernardo, última guia da sua peregrinação terrena: "Volta a olhar para o rosto que tem Cristo / quanto mais se parece: só a sua clareza / unicamente te pode dispor a ver Cristo" (vv. 85-87).

É o convite a contemplar o rosto de Maria, porque, mais do que qualquer outra criatura, a Mãe assemelha-se com o Filho Jesus. O esplendor que se irradia daquele rosto pode ajudar Dante a suster o impacto com a visão solene do rosto glorioso de Cristo.

Como é preciosa a exortação do Santo Doutor da Igreja para nós peregrinos na terra, enquanto comemoramos com alegria a "Toda Bela"! Mas a Imaculada convida-nos a não determos o nosso olhar sobre ela e a ir além, penetrando na medida do possível o mistério em que foi concebida: isto é, o mistério de Deus Uno e Trino, repleto de graça e de fidelidade.

Assim como a lua brilha com a luz do sol, também o esplendor imaculado de Maria é totalmente relativo ao do Redentor. A Mãe envia-nos para o Filho; passando através dela chega-se a Cristo. Por isso, oportunamente, Dante Alighieri observa: "só a sua clareza te pode dispor a ver Cristo".

Como todos os anos, hoje à tarde vou com alegria à Praça de Espanha, para me unir à homenagem tradicional que a cidade de Roma presta à Imaculada. A ela renovarei o ato de confiança da Igreja e da humanidade, neste difícil momento da história.

Para ganhar confiança e dar sentido à vida, os homens precisam de se encontrar com Cristo. E a Virgem é a orientação certa para a fonte de luz e de amor que é Jesus: prepara-nos para o encontro com Ele. O povo cristão compreendeu com sabedoria esta realidade de salvação e, dirigindo-se à "Toda Santa", com filial confiança a implora assim: "Iesum, benedictum fructum ventris tui, nobis post hoc exilium ostende. O clemens, o pia, o dulcis Virgo Maria Mostra-nos, depois deste exílio, Jesus, o bendito fruto do teu ventre. Ó clemente, ó pia, ó doce Virgem Maria".


Papa João Paulo II
Angelus, 08 de Dezembro de 2001


terça-feira, 23 de junho de 2009

ANO SACERDOTAL – Bento XVI confia a Nossa Senhora e Padre Pio o Ano Sacerdotal



Ao visitar neste domingo, dia 21 de junho de 2009, o Santuário em que vivia o sacerdote capuchinho, São Pio de Pietrelcina, após a celebração da Missa, ao rezar o Angelus, o Papa Bento XVI confiou à intercessão amorosa de Nossa Senhora e de São Pio de Pietrelcina “de maneira especial o Ano Sacerdotal”, que ele inaugurou na sexta-feira passada, na Solenidade do Sagrado Coração de Jesus.

“Que esta seja uma ocasião privilegiada para se destacar o valor da missão e da santidade dos sacerdotes ao serviço da Igreja e da humanidade do terceiro milênio”.

Papa Bento XVI
Oração do Angelus
San Giovanni Rotondo

sexta-feira, 19 de junho de 2009

SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS – O Amor é digno de toda glória!



Solenidade
19 de junho

“Queridos irmãos e irmãs,

Nos encontramos reunidos para venerar esse momento único na história do universo em que Deus-Filho se fez homem nas profundezas do Coração da Virgem de Nazaré.

É o momento da Anunciação que reflete a oração do ‘Angelus Domini’: ‘Conceberás em teu seio e darás à luz um filho, a quem porás o nome Jesus. Ele será chamado Filho do Altíssimo’ (Lc 1, 31-32)

Maria disse: ‘Faça-se em mim segundo a tua palavra’ (Lc 1, 38).

E desde aquele momento seu Coração se prepara para acolher a Deus-Homem: "Coração de Jesus, digníssimo de toda glória"!

Nos unimos à Mãe de Deus para adorar a este Coração do Homem que, mediante o mistério da união hipostática (união das naturezas), é ao mesmo tempo o Coração de Deus.

Tributamos a Deus a adoração devida ao Coração de Cristo Jesus, desde o primeiro momento de sua concepção no seio da Virgem.

Junto com Maria lhe tributamos a mesma adoração no momento do nascimento: quando veio ao mundo na extrema pobreza de Belém. Nós lhe tributamos a mesma adoração, junto com Maria, durante todos os dias e os anos de sua vida oculta em Nazaré, durante todos os dias e os anos em que cumpre seu serviço messiânico em Israel.

E quando chega o tempo da paixão, do despojamento, da humilhação e do opróbio da cruz, nos unimos todavia mais ardentemente ao Coração da Mãe para gritar: ‘Coração de Jesus, digníssimo de toda glória!’.

Sim. Digníssimo de toda glória precisamente por causa deste opróbio e humilhação! Com efeito, então o Coração do Redentor alcança o cume do amor de Deus. E precisamente o Amor é digno de toda glória!

Nós ‘não nos gloriaremos a não ser na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo’ (cf. Gál 6, 14), escreverá São Paulo, enquanto São João ensina: ‘Deus é amor’ (1 Jn 4, 8).

Jesus Cristo está na glória de Deus Pai. Desta glória o Pai rodeou, no Espírito Santo, o Coração de seu Filho glorificado. Esta glória anuncia nos séculos a assunção ao céu do Coração de sua Mãe. E todos nós nos unimos a Ela para confessar: ‘Coração de Jesus, digníssimo de toda glória, tem piedade de nós!’.

Santo Padre João Paulo II
Angelus, 04 de agosto de 1985

SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS – Decálogo do Coração de Jesus segundo Bento XVI




Solenidade
19 de junho

CIDADE DO VATICANO, sábado, 7 de junho de 2008 (ZENIT.org)- Domingo,1 de junho, em suas palavras na oração do Angelus, o Papa Bento XVI falou da devoção ao Sagrado Coração de Jesus, traçando uma síntese deste mistério e culto. Eis aqui, em forma de decálogo, redigido por Jesus de lãs Heras, diretor da revista Ecclesia.


O coração é o símbolo da fé cristã.

O coração de Jesus, síntese da Encarnação e da Redenção.

O Sagrado Coração, manancial de bondade e de verdade.

O Coração de Jesus, expressão da boa nova do amor.

O Sagrado Coração, palpitação de uma presença em

que se pode confiar e descansar.


Decálogo do Sagrado Coração

1. O Coração de Cristo é símbolo da fé cristã, particularmente amado tanto pelo povo como pelos místicos e teólogos, pois expressa de uma maneira simples e autêntica a “Boa Nova do Amor”, resumindo em si o mistério da Encarnação e da Redenção.

2. A solenidade litúrgica do Sagrado Coração de Jesus é a terceira e última das festas do Tempo Pascal, após a Santíssima Trindade e o Corpus Christi. Esta sucessão faz pensar em um movimento até o centro: um movimento do Espírito guiado pelo próprio Deus.

3. Desde o horizonte infinito de seu amor, de fato, Deus quis entrar nos limites da história e da condição humana, tomou um corpo e um coração, para que possamos contemplar e encontrar o infinito no finito, o Mistério invisível e inefável no Coração humano de Jesus, o Nazareno.

4. Em minha primeira Encíclica sobre o tema amor, o ponto de partida foi precisamente o olhar dirigido ao costado transpassado de Cristo, do que fala João em seu Evangelho. (Cf. 19,37; Deus caritas est, 12).

5. Este centro da fé é também a fonte da esperança pela qual fomos salvos, esperança que foi o tema de minha segunda Encíclica.

6. Toda pessoa necessita de um “centro” para sua própria vida, um manancial de verdade e de bondade ao qual recorrer ante a sucessão das diferentes situações e no cansaço da vida cotidiana.

7. Cada um de nós, quando se detém em silêncio, necessita sentir não só o palpitar de seu coração, mas também, de maneira mais profunda, o palpitar de uma presença confiável que se pode perceber com os sentidos da fé e que, entretanto, é muito mais real: a presença de Cristo, coração do mundo.

8. Convido-lhes, portanto, a cada um para renovar no mês de junho a sua própria devoção ao Coração de Cristo.

9. Um dos caminhos para revitalizar esta devoção ao Coração de Cristo é valorizar e praticar também a tradicional oração de oferecimento do dia e tendo presentes as intenções que proponho em toda a Igreja.

10. Junto ao Sagrado Coração de Jesus, a liturgia nos convida a venerar o Coração Imaculado de Maria. Encomendemo-nos a Ela com grande confiança.

Santo Padre Bento XVI
Angelus, 07 de junho de 2008