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sábado, 30 de maio de 2009

PENTECOSTES – No Espírito Santo, Cristo permanece conosco



Solenidade de Pentecostes
31 de maio

«Quando vier o Paráclito, o Espírito da Verdade, ensinar-vos-á toda a verdade, porque não falará por si mesmo, mas dirá o que ouvir, e anunciar-vos-á as coisas que virão. Ele me glorificará, porque receberá do que é meu, e vo-lo anunciará» Jo 16, 13-14


“O Senhor diz à Samaritana: «Deus é espírito»; sendo Deus invisível, incompreensível e infinito, não será num monte nem num templo que Deus deverá ser adorado (Jo 4,21-24). «Deus é espírito» e um espírito não pode ser circunscrito, nem contido; pela força da sua natureza, Ele está em todo o lado e de local algum está ausente; em todo o lado e em tudo superabunda. Por isso é preciso adorar a Deus, que é Espírito, no Espírito Santo.

O apóstolo Paulo outra coisa não diz quando escreve: «O Senhor é o Espírito e onde está o Espírito do Senhor, aí está a liberdade» (2Cor 3,17). Que cessem, portanto, os argumentos daqueles que recusam o Espírito. O Espírito Santo é um, por todo o lado foi derramado, iluminando todos os patriarcas, os profetas e o coração de todos quantos participaram na redação da Lei. Inspirou João Batista já no seio de sua mãe; foi por fim infundido sobre os apóstolos e sobre todos os crentes para que conhecessem a verdade que lhes é dada na graça.


Qual é a ação do Espírito Santo em nós? Escutemos as palavras do próprio Senhor: «Tenho ainda muitas coisas a dizer-vos, mas não sois capazes de as compreender por agora. É melhor para vós que Eu vá, pois, se Eu não for, o Paráclito não virá a vós; mas, se Eu for, Eu vo-lo enviarei. Quando Ele vier, o Espírito da Verdade, há de guiar-vos para a Verdade completa» (Jo 16,7-13). São-nos reveladas, nestas palavras, a vontade do doador, assim como a natureza e o papel d'Aquele que Ele nos dá. Porque a nossa fragilidade não nos permite conhecer nem o Pai nem o Filho; o mistério da encarnação de Deus é difícil de compreender. O dom do Espírito Santo, que se faz nosso aliado por sua intercessão, ilumina-nos.

Ora, este dom único que está em Cristo é oferecido a todos em plenitude. Está sempre presente em todo o lado e a cada um de nós é dado, tanto quanto o queiramos receber. O Espírito Santo permanecerá conosco até ao fim dos tempos, é a nossa consolação na espera, é o penhor dos bens da esperança que há de vir, é a luz dos nossos espíritos, o esplendor das nossas almas”.


Santo Hilário de Poitiers, Bispo e Doutor da Igreja
Do Tratado Sobre a Santíssima Trindade(Ed. Paulus)

PENTECOSTES – Oração – Espírito Santo, concedei-me vosso Espírito de Amor



Solenidade de Pentecostes
31 de maio

“Espírito Santo, que unis o Pai e o Filho em bem-aventurança eterna, ensinai-me a viver a cada instante e em todos os acontecimentos, na intimidade com meu Deus, sempre mais consumado na unidade da Trindade Santa. Sim, acima de tudo, concedei-me vosso Espírito de Amor para animar com vossa santidade os mínimos atos da minha vida, a fim de que, na Igreja, seja eu, verdadeiramente, pela redenção das almas e a glória do Pai, uma hóstia de amor em louvor da Trindade.

Peço-vos uma alma de limpidez cristalina, digna de ser templo vivo da Santíssima Trindade. Deus Santo, guardai na unidade minha alma para Jesus, com todo o seu poder de amor, ávida de beber incessantemente vossa pureza infinita. Que minha alma atravesse este mundo santa e imaculada no amor, amando acima de tudo vossa presença, unicamente sob vosso olhar, sem a menor imperfeição, sem que a menor mácula venha nela ofuscar o esplendor de vossa beleza. Amém”.


Frei M. M. Philipon, O.P.
Consagração à SS. Trindade

PENTECOSTES – Vinde, Espírito Santo



Solenidade de Pentecostes
31 de maio

"Verdadeiramente admirável sois Vós, ó Verbo de Deus, no Espírito Santo, ao fazer que Ele se infunda de tal modo na alma, que ela chegue a unir-se a Deus, conheça a Deus, saboreie Deus, e em nada se alegre fora de Deus.

O Espírito Santo desce à alma, marcado com o precioso selo do Sangue do Verbo, do Cordeiro imolado; mais ainda, é esse mesmo Sangue que o incita a descer, embora o Espírito já por si tenha esse desejo.

O Espírito que assim deseja, é a substância do Pai e a substância do Verbo; procede da essência do Pai e do beneplácito do Verbo, vem como fonte que se difunde na alma, e a alma submerge-se n’Ele. Assim como dois rios, confluindo, de tal modo se misturam que o menor perde o seu nome e recebe o do maior. Assim atua este Espírito Divino, quando desce à alma para com ela se unir. Mas é necessário que a alma, que é menor, perca o seu nome e o ceda ao Espírito Santo; e deve fazer isto transformando-se de tal modo no Espírito que se torne com Ele uma só coisa.

Porém, este Espírito, distribuidor dos tesouros que estão no coração do Pai e guarda dos segredos entre o Pai e o Filho, introduz-se tão suavemente na alma que não se sente a sua vinda e, pela sua grandeza, poucos o apreciam.

Com a sua densidade e a sua leveza entra em todos os lugares que estão aptos e predispostos para o receber. Na sua palavra frequente, como também no seu profundo silêncio, é ouvido por todos; com impetuosidade e prudência, imóvel e mobilíssimo, penetra em todos os corações.


Não ficais, Espírito Santo, no Pai imóvel e também não ficais no Verbo; estais sempre no Pai e no Verbo, e em Vós mesmo, e em todos os espíritos bem-aventurados e nas criaturas. Sois necessário à criatura, por causa do Sangue derramado pelo Verbo Unigênito, o qual, pela veemência do amor, se tornou necessário à sua criatura.

Repousais nas criaturas que se predispõem com pureza a receber em si, pela comunicação dos vossos dons, a vossa própria semelhança. Repousais nas almas que recebem em si os efeitos do Sangue do Verbo e se tornam habitação digna de Vós.

Vinde, Espírito Santo! Venha a união do Pai e o beneplácito do Verbo! Vós, Espírito da Verdade, sois o prêmio dos santos, o refrigério das almas, a luz das trevas, a riqueza dos pobres, o tesouro dos que amam, a abundância dos famintos, a consolação dos peregrinos; enfim, Vós sois aquele que contém em si todos os tesouros.

Vinde, Vós que, descendo a Maria, realizastes a Encarnação do Verbo, e realizai em nós, pela graça, o que n’Ela realizastes pela graça e pela natureza!

Vinde, Vós que sois o alimento de todo o pensamento casto, a fonte de toda a clemência, a plenitude de toda a pureza!

Vinde e transformai tudo o que em nós é obstáculo para sermos plenamente transformados em Vós!”.


Santa Maria Madalena de Pazzi, O.Carm.
Opere di S. Maria Maddalena di Pazzi, 4, pp. 200.269; 6, p. 194

PENTECOSTES – Oração – Espírito Santo, Fogo Divino


Solenidade de Pentecostes
31 de maio

“Ó Fogo Divino, quando, vindo do alto, começais a inflamar o coração do homem, as paixões logo diminuem e perdem a força; seu peso, de grave que era, faz-se mais leve; e na medida em que cresce o ardor, não é difícil sentir-se o coração humano tão leve que tome asas como de pomba (SL 54, 7).

Ó Bem-Aventurado Fogo que não consumis mas iluminais! E se consumis, destruís as más disposições para que não se acabe a vida! Quem me dera me envolvesse tal Fogo! Fogo que me purifique, tirando do meu espírito, com a luz de verdadeira sabedoria, as trevas da ignorância, a escuridão da consciência errônea. Fogo que transforme em amor ardente o frio da preguiça, do egoísmo e da negligência. Fogo que não permita ao meu coração endurecer-me, mas com seu calor o torne sempre maleável, obediente e devoto, liberte-me do pesado jugo das preocupações e dos maus desejos!

Nas asas da santa contemplação que nutre e aumenta a caridade, tanto eleve este Fogo meu coração, que me faça repetir com o profeta: ‘Alegrai a alma de vosso servo; ó Senhor, a Vós elevo minha alma’ (Sl 85, 4)".


São Roberto Belarmino
De ascensione mentis in Deum, Op. V. 6, p.232

PENTECOSTES – Vigiar no Espírito Santo




Solenidade de Pentecostes
31 de maio

“Temos de estar vigilantes e atentos à obra da salvação que se realiza em nós, porque é com admirável subtileza e com a delicadeza de uma arte divina que o Espírito Santo realiza continuamente esta obra no mais íntimo do nosso ser. Que esta unção que tudo nos ensina não nos seja retirada sem que tenhamos consciência disso, e que a sua vinda não nos apanhe desprevenidos. Pelo contrário, convém-nos estar permanentemente atentos, com o coração totalmente aberto, para recebermos esta bênção generosa do Senhor. Em que disposições quer o Espírito encontrar-nos? “Sede como os servos que esperam o seu senhor, quando ele regressa das núpcias”. Ele nunca regressa de mãos vazias da mesa celeste, mas com todas as alegrias que esta prodigaliza.

Temos, pois, de velar, e de velar em todo o momento, porque nunca sabemos a que horas virá o Espírito, nem a que horas voltará a partir. O Espírito vai e vem (Jo 3, 8); e se, graças à Sua presença, nos mantemos de pé, quando Ele se retira caímos inevitavelmente, mas sem nos magoarmos, porque o Senhor nos sustenta com a sua mão. E o Espírito não cessa de comunicar esta alternância de presença e ausência aos que são espirituais, ou antes, àqueles que tem a intenção de se tornar espirituais. É por isso que os visita de madrugada, pondo-os em seguida subitamente à prova”.


São Bernardo de Claraval, Abade Cisterciense e Doutor
Sermones sobre el Cantar de los Cantares, 17, 2
Obras completas, BAC, Madrid, 1987