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quinta-feira, 13 de agosto de 2009

São Lourenço - O Fogo do teu Amor, Senhor



Festa 10 de agosto

O Fogo do teu Amor, Senhor

“Foi o Fogo do teu Amor, Senhor, que permitiu ao Diácono São Lourenço permanecer fiel”

“O exemplo de São Lourenço encoraja-nos a dar a vida, ilumina a fé, atrai a devoção. Não são as chamas da fogueira, mas as chamas de uma fé viva, que nos consomem. O nosso corpo não foi queimado pela causa de Jesus Cristo, mas a nossa alma é transportada pelos ardores do seu amor, o nosso coração arde de amor por Jesus. Não foi o próprio Salvador que disse, acerca deste fogo sagrado: ‘vim lançar fogo sobre a terra; e que quero Eu senão que ele já se tenha ateado?’ (Lc 12, 49). Cleofas e o companheiro experimentaram os seus efeitos quando diziam: ‘Não estava o nosso coração a arder cá dentro, quando Ele nos falava pelo caminho e nos explicava as Escrituras?’ (Lc 24, 32).

Foi também graças a este incêndio interior que São Lourenço permaneceu insensível às chamas do martírio; arde em desejo de estar com Jesus, e não sente a tortura. Quanto mais cresce nele o ardor da fé, menos sofre a tortura. A força do braseiro divino que tem aceso no coração acalma as chamas do braseiro ateado pelo carrasco.”

Santo Agostinho
Bispo de Hipona e Doutor da Igreja
Sermo 206

São Lourenço - Semear com largueza



Festa 10 de agosto

“Hoje a Igreja celebra a Festa de São Lourenço, Diácono da Igreja de Roma, que no século III foi martirizado na perseguição do Imperador Valeriano. Segundo a tradição, foi queimado vivo. Fora intimado a entregar ao governo da Cidade os tesouros da Igreja. Dizem que tomou todos os pobres dos quais cuidava, sustentados pela obra de caridade da Igreja romana, e os apresentou à autoridade: “Eis aqui o tesouro da Igreja”.

Na leitura da sua Festa (2Cor 9,6-10), São Paulo diz que quem semeia com largueza colherá com largueza. Lourenço fez assim: semeou com largueza. Primeiro porque foi um cristão dedicado, exercendo fiel e generosamente seu diaconato, cuidando dos pobres com dedicação e verdadeira caridade, percebendo que eles são, realmente, o maior tesouro que a Igreja tem, porque nos recordam sempre o que somos diante de Deus – pobres – e nos permitem servir ao Senhor, presente neles, já que o que a eles fizermos, ao Senhor é que fazemos.

Mas, ele semeou com largueza também e ainda mais porque, abrasado de amor, entregou toda a existência por Cristo, até a morte, dando a vida por seu Amigo e Salvador. Lourenço, que tantas vezes no Altar Eucarístico serviu o Cristo, grão de trigo que morre para dar fruto de vida eterna, foi, ele próprio, esse grão que, morrendo, produziu fruto.

Hoje somos nós, de vida cômoda e morna, chamados a realmente semear com largueza, por amor de Cristo; semear na nossa vida, na carne da nossa existência, a verdade de nosso amor a Cristo. Perdoa-nos, Senhor, sermos tão comodistas, tão pouco diligentes nas tuas coisas, no teu santo serviço, no amor aos teus pobres. Perdoa-nos porque não queremos te dar nada nem morrer em nada por ti: afetos, amizades, prestígio, dinheiro, poder, bens materiais, prazer, comodidade, diversão... Queremos tudo, como os pagãos; nada queremos perder, como os que não te conhecem; de nada abdicamos, como os que não esperam na ressurreição, mas esperam somente para esta vida. E ainda ousamos dizer que somos cristãos. Que teu servo e nosso irmão Lourenço rogue por nós. Amém”.

D.Henrique Soares da Costa
Bispo auxiliar de Aracaju e titular de Acufida
Cit.por domhenrique.com

Santa Teresa Benedita da Cruz - Edith Stein, mestra de espiritualidade



Festa 09 de agosto

Entrevista com o Carmelita Jesús Castellano Cervera

«Edith Stein, mestra de espiritualidade»

Edith Stein (1891-1942), judia, filósofa, mártir, Carmelita santa e co-patrona da Europa, considerava-se «uma superlitúrgica». Quem explica isso a Zenit é o Padre Carmelita Jesús Castellano, ocd, que esta sexta-feira pela tarde ministra uma conferência sobre liturgia no Centro de Estudos Edith Stein de Lanciano (Itália).

«Era uma contemplativa sumamente ativa, antes e depois de seu ingresso no Carmelo, como demonstra sua atividade e seus escritos», sublinha este professor de espiritualidade na Faculdade Pontifícia Teológica Teresianum de Roma. O Padre Castellano é consultor, entre outros organismos vaticanos, da Congregação para a Doutrina da Fé e colabora em diversas revistas de teologia, liturgia e espiritualidade.

-Podemos considerar Edith Stein como precursora da espiritualidade litúrgica do Vaticano II?

-Castellano: Podemos afirmar sem dúvidas. Ela vive na alvorada do movimento litúrgico na Alemanha, conhece alguns protagonistas deste despertar eclesial, como Romano Guardini e Odo Casel, tem como pátria espiritual um dos centros propulsores do movimento litúrgico alemão, a Abadia de Beuron, onde o Abade Rafael Walzer é seu diretor espiritual.

Vive o fervor das celebrações de Natal e Semana Santa. Participa, como ela recorda, das «formas renovadas da piedade da Igreja» de seu tempo. Considera-se «uma superlitúrgica» por sua sensibilidade ante o mistério e o celebrar da liturgia. E contribui com seu livro «A oração da Igreja», um texto clássico sobre a Eucaristia, suas raízes judaicas e sua dimensão espiritual.

-Por que não se conhece a contribuição litúrgica de Edith Stein, ela que esteve na vanguarda com Guardini e com outros grandes mestres da liturgia de seu tempo?

-Castellano: Edith é uma figura polivalente. É admirada como fenomenóloga e filósofa como intérprete de São Tomás, de Teresa de Jesus e de João da Cruz. Seus escritos são numerosos. Este fragmento de sua espiritualidade, que é um fragmento que contém o todo, foi-se descobrindo pouco a pouco, sobretudo quando se tratou de contextualizar seu itinerário espiritual, as raízes de sua educação na liturgia judaica, seus influxos e sua participação na espiritualidade de sua época, e quando se trata de descobrir alguns escritos seus onde se manifesta, sobretudo, sua veia teológica e espiritual. Há ainda textos inéditos e outros não são muito conhecidos como o diário de seu retiro espiritual em preparação para sua profissão perpétua (10-21 de abril de 1938), uma verdadeira jóia de espiritualidade do mistério pascal vivido com Maria.


-Edith, antes de ser uma contemplativa, foi uma mulher de ação. Soube conjugar bem a oração litúrgica com a oração pessoal?

-Castellano: Nela não há dicotomias: tudo o que vive e aborda tem o toque de uma fenomenóloga que vai até o fundo vital da experiência. Vive isso desde a profundidade de seu ser, mas com toda a participação dos sentidos. Em um escrito de 1930, uma conferência para mulheres de Speyr, sobre a educação à vida eucarística, sublinha a aplicação da espiritualidade da Eucaristia à vida de cada um, tanto para os religiosos como para a mulher casada, como para as que, como ela, vivem só. E em seu livro «A oração da Igreja» faz uma maravilhosa apologia da imprescindível dimensão da oração pessoal e de seu valor eclesial. Até afirmar que toda oração pessoal é oração eclesial. Era uma contemplativa sumamente ativa, antes e depois de seu ingresso no Carmelo, como demonstra sua atividade e seus escritos.

-É exagero ver em Edith Stein um modelo de espiritualidade litúrgica feminina?

-Castellano: É evidente que toda a experiência de Edith tem o toque de seu olhar de mulher, seu coração e sua empatia feminina, com um toque de delicadeza e de profundidade. A seu modo, é um modelo de espiritualidade feminina se a entendemos como personificação do feminino da Igreja esposa, de sua atitude mariana, de seu recurso às mulheres santas, e valorizamos algumas expressões de fina poesia e sensibilidade como suas invocações ao Espírito Santo. Em seus escritos sobre a mulher e para a mulher nota-se esta peculiaridade em Edith, sem complexos nem polêmicas, com toda naturalidade.

-O que é a espiritualidade eucarística, segundo Edith Stein?

-Castellano: Algo tão simples como viver como resposta vital ante a consciência do dom que supõe a Eucaristia: ante a presença responder com a oração ante o Santíssimo e a eucaristia diária; ante o dom da comunhão com o agradecimento a quem nos nutre com sua carne e seu sangue «como uma mãe a seu filho», ante o sacrifício eucarístico acolhendo o dom e fazendo-o vida como oferenda espiritual. Trata-se de uma espiritualidade que se alimenta, em Edith Stein, com o exemplo e o testemunho, que se esclarece com o ensinamento e iniciação às riquezas do mistério, e passa pouco a pouco à vida e aos costumes até ser uma existência eucarística que impregna todo o ser e o viver.

-O que ensina Edith Stein a suas irmãs Carmelitas com seu testemunho?

-Castellano: Ensina a sentir com a Igreja totalmente no que se refere à liturgia, sem saudades do passado, com a alegria do presente e do futuro. Edith é modelo de seriedade na própria vocação contemplativa, tão aberta à liturgia como à contemplação, tão vibrante pela novidade da renovação litúrgica quanto ansiosa de transmitir a todos o viver e sentir com a Igreja. No fundo Edith é, por co-naturalidade, uma discípula de Teresa de Jesus também nisto, pois a Santa, em seu tempo, vibrava com a liturgia da Igreja e sua experiência mística tem páginas belas de comunhão com os mistérios e de entusiasmo pelas festas do Senhor, de Maria e dos Santos, de amor pela liturgia eclesial e pelo decoro das celebrações.Edith Stein contribuiu em tudo isto com a teologia de seu tempo e com a busca da excelência da celebração dos mistérios.

Padre Jesús Castellano, ocd
Consultor da Congregação para a Doutrina da Fé
Professor de espiritualidade na Faculdade Pontifícia Teológica Teresianum de Roma-Cit.por shalom.org

Edith Stein: fenomenologia e espiritualidade



Festa 09 de agosto

Edith Stein: fenomenologia e espiritualidade!


O teor espiritual da vida de Edith Stein foi ascendente, culminando, na última etapa de sua curta estada existencial – quando fora ‘hóspede’ de Hitler em Auschwitz – numa vida contemplativa. Esta elevação silenciosa, como a subida do Monte Carmelo, foi cada vez mais apurada e, inclusive, podemos dizer que tal acuidade espiritual revestiu, plenamente, sua existência (1). Esta ascensão purificadora, como o caminhar da alma às escuras da noite (2) é o que define o caminho da ascética à mística (3). A dimensão espiritual de sua vida foi, pouco a pouco, revelada através do caráter dinâmico de sua obra. Seus escritos se desenvolvem, verdadeiramente, a partir dos mais profundos anseios espirituais de uma vida intima e dinamicamente voltada para Deus. E esta veemência, longe de afastá-la do real, acercou-a ainda mais do mundo fenomênico a ponto de desejá-lo, entendê-lo e questioná-lo, objetivamente, mediante uma percepção cada vez mais apurada do mesmo.

Ela nos diz que é no seu íntimo, na sua essência, que a alma se encontra em casa. Por meio da atividade natural de suas faculdades, ela sai de si própria e vai ao encontro do mundo exterior, exercendo uma atividade sensível que é inferior à ela mesma (4). Tudo isso, mediante expressões sensíveis, sensações, sons, palavras, ações e obras, que correspondem certa manifestação interior, espontânea ou não, consciente ou inconsciente (5). Sua intensa preocupação acerca de uma teoria do conhecimento que desse conta do estabelecimento desta ponte é o marco de sua incansável busca. Mesmo os seus interesses mais comuns permearam-se com este ardor espiritual de uma vida interior (6). Independente de sua proeminente formação acadêmica edificava-se nela um natural interesse objetivo pelo mundo, mediante uma profunda e perspicaz visão subjetiva do mesmo. Nascera-lhe o desejo filosófico, mediante uma percepção natural.

Este amor à sabedoria a levaria questionar o modo como teria que se edificar uma ponte entre a maneira como este denso mundo pessoal –subjetivo marcado fortemente por uma atividade espiritual– percebe o mundo aparente e o modo como este mundo aparente –objetivo e caracterizado intensamente por uma objetividade corpórea– se apresenta à percepção subjetiva da consciência. Este modo subjetivo de considerar a realidade a aproximou da filosofia e de uma intensa percepção filosófica do mundo objetivo. Não obstante, esta cercania se deu a partir da própria tensão de seu mundo subjetivo, ou seja, de sua visão ‘pessoal’ e subjetiva do real.


Nestes termos seria plausível supor que a densidade espiritual de sua percepção subjetiva do mundo objetivo a impulsionaria, necessariamente, entendê-lo, a partir desta mesma subjetividade. Podemos dizer que a finura espiritual de sua vida a incentivou à percepção filosófica subjetiva de um mundo objetivo. Esta espiritualidade lhe exigia, em sua dimensão cognoscitiva, uma explicação. Era necessário, para um melhor entendimento do mundo, compreender-se a si mesma, mediante a compreensão do modo como sua própria consciência opera. Esta exigência passava pela compreensão de uma teoria do conhecimento que se arquitetasse sobre princípios norteadores da consciência, determinando-lhe a intencionalidade da percepção objetiva. Neste caso, qual filosofia, senão a de Edmund Husserl, poderia oferecer-lhe naquele momento, respostas mais adequadas à busca de compreensão do modo como se estruturava e operava a consciência, subjetivamente, na consideração objetiva do mundo? Sua aproximação à fenomenologia de Husserl foi inevitável.

E ela buscava, primeiramente, compreender e logo viabilizar, mediante a percepção filosófica subjetiva, esta ponte entre a percepção intencional da consciência e a objetividade do mundo real, a partir de um vivo diálogo da percepção do ego – a subjetividade – com o mundo – a objetividade. Não foi a intensidade da fenomenologia de Husserl que a fez desvelar-se em sua densidade subjetiva espiritual e convertê-la ao Catolicismo, mas ao contrário, foi a sua própria intensa vida espiritual, que a aproximou da fenomenologia de Husserl, vendo nesta uma possibilidade de arquitetar um modelo filosófico para a compreensão de como a consciência subjetiva e intencional opera sobre o real objetivo.

Foi esta veemência espiritual que a fez ver, cada vez mais, no Cristianismo, uma efetiva resposta às suas mais profundas aspirações intelectuais e espirituais, que a própria fenomenologia não lhe poderia oferecer. Este clamor de uma vida contemplativa não pressupôs a filosofia, antes, ao contrário, foi este ardor místico que a fez amar a filosofia e denotar, mediante ela, sua vocação sobrenatural. Não há dúvida que a filosofia colaborara para uma melhor visão cristã do mundo. Se a filosofia a fez chegar ao Cristianismo, a própria ciência do Cristianismo – a qual denominou ciência da cruz – lhe proporcionaria descobrir a intensa vida do Evangelho, cristalizadas em obras de espiritualidade e de teologia, como as de mística de São João da Cruz, Santa Teresa de Ávila e a Filosofia e Teologia de Tomás de Aquino. Eis as descobertas que lhe marcariam profundamente, no que se refere ao seu modo de ser e ao modo de pensar o mundo.

1 E. Stein, Chemins vers le silence intérieur. Textes choisis et présentés par Vincent Aucante. Saint-Maur, Parole et Silence, 1998, p. 11-69.
2 S. João da Cruz, Subida do Monte Carmelo, Liv. I. Cap. II, n. 1. [Obras Completas, 7ª edição. Petrópolis, Vozes, 2002, p. 143].
3 R. Garrigou-Lagrange, Les trois âges de la vie intérieure, prélude de celle du Ciel. Tome Ier. Paris, Les Éditions du Cerf, 1938, p. 16-29.
4 E. Stein, A Ciência da Cruz. Tradução de D. Beda Kruse. São Paulo, Edições Loyola, 2002, p. 127.
5 E. Stein, A Ciência da Cruz. Op. cit., p. 130.
6 E. Stein, Chemins vers le silence intérieur. Op. Cit. p. 11-69.


Professor Dr. Paulo Faitanin
Departamento de Filosofia –UFF
Cit.por aquinate.com

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

S. JOÃO MARIA VIANNEY - A mensagem que o Cura d’Ars nos dirige hoje



FESTA 04 DE AGOSTO

Homem de oração

Longos momentos diante do tabernáculo, uma verdadeira intimidade com Deus, um abandono total a sua vontade, um rosto transfigurado; características que impressionavam quem o encontrava e permitiam perceber a profundidade de sua vida de oração e de sua união com Deus. Para não falar de sua grande alegria e de sua verdadeira amizade com Deus: «Eu vos amo, ó meu Deus, e meu único desejo é amar-vos até o último suspiro de minha vida». Uma amizade que implica uma reciprocidade, como dois pedaços de cera, que, uma vez fundidos, explicava João Maria Vianney, já não podem ser separados nem identificados; o mesmo acontece entre nossa alma e Deus, quando rezamos.

O coração pulsante: a Eucaristia celebrada e adorada

«Ele está ali!», exclamava o Santo Cura, apontando para o tabernáculo. Homem da Eucaristia, celebrada e adorada: «Não há nada maior que a Eucaristia», exclamava. Talvez o que mais o tenha impressionado foi constatar que seu Deus estava ali, presente para nós no tabernáculo. «Ele nos espera!» A tomada de consciência da presença real de Deus no Santíssimo Sacramento talvez tenha sido uma de suas maiores graças e uma de suas maiores alegrias. Dar Deus aos homens e os homens a Deus: o sacrifício eucarístico tornou-se, muito cedo, o cerne de seus dias e de sua pastoral.

Obcecado pela salvação dos homens

Talvez seja essa expressão a que melhor resume o que foi o Santo Cura ao longo de seus 41 anos de presença em Ars. Obcecado por sua salvação e pela salvação dos outros, especialmente daqueles que o procuravam ou tinham sido postos sob sua responsabilidade. Como pároco, Deus há de lhe «pedir contas» deles, dizia. Para que todos pudessem sentir a alegria de conhecer a Deus e de amá-lo, de saber que Ele nos ama: era assim que agia sem descanso João Maria Vianney.

Mártir do confessionário

De 1830 em diante, milhares de pessoas irão a Ars para se confessar com ele; serão mais de 100 mil no último ano de sua vida. Pregado em seu confessionário até 17 horas por dia, para reconciliar os homens com Deus e entre si, o Cura d’Ars é «um verdadeiro mártir do confessionário», frisava João Paulo II. Conquistado pelo amor de Deus, admirado diante da vocação do homem, o Cura d’Ars media a loucura que havia em que alguém quisesse se separar de Deus. Queria que todos fossem livres para poder saborear o amor de Deus.

No coração de sua paróquia, um homem de autêntica sociabilidade

«Não sabemos o que o Santo Cura não fez em termos de obras sociais», relata um de seus biógrafos. Vendo a presença do Senhor em cada um de seus irmãos, ele não se dava um minuto de paz procurando socorrê-los, aliviar seus sofrimentos ou suas feridas, criar condições para que cada um se sentisse livre e realizado. Orfanato, escolas, dedicação aos mais pobres e aos doentes, construtor incansável... nada lhe escapava. Acompanhava as famílias e se esforçava por protegê-las de tudo o que pudesse destruí-las (o álcool, a violência, o egoísmo...). Em seu vilarejo, procurava considerar o homem em todas as suas dimensões (humana, espiritual, social).

Padroeiro de todos os párocos do universo

Beatificado em 1904, será declarado por São Pio X, em 12 de abril do mesmo ano, padroeiro dos sacerdotes da França. Em 1929, quatro anos depois de sua canonização, papa Pio XI o declarará «padroeiro de todos os párocos do universo». Papa João Paulo II sublinhará essa idéia, recordando em três ocasiões que «o Cura d’Ars continua a ser para todas as cidades um modelo sem par, ao mesmo tempo de realização do ministério e de santidade do ministro». «Oh, o sacerdote é algo realmente grande, pois pode dar Deus aos homens e os homens a Deus; é testemunha da ternura do Pai por cada um e artífice da salvação!», exclamava João Maria Vianney. O Cura d’Ars é um grande irmão no sacerdócio, a quem todo sacerdote do mundo pode confiar seu ministério ou sua vida sacerdotal.

Um chamado universal à santidade

«Eu lhe mostrarei o caminho do Céu», respondera ao pastorzinho que lhe indicava o caminho para Ars, ou seja, vou ajudá-lo a tornar-se santo. «Por onde passam os santos, passa Deus com eles!», afirmaria mais tarde. No fim de seus dias, convidava cada pessoa a se deixar santificar por Deus, a buscar com todos os meios essa união com Deus, neste mundo e por toda a eternidade.

Cit.por Ars Net. Org

terça-feira, 28 de julho de 2009

Beato Tito Brandsma – O amor voltará a ganhar o mundo



Festa 27 de julho

Beato Tito Brandsma, Sacerdote Católico em um campo de concentração, ensina que o amor voltará a ganhar o mundo inteiro.

O amor voltará a ganhar o mundo inteiro

Um pastor protestante dizia de Tito Brandsma: “Nosso querido irmão em Cristo é realmente um mistério da graça!”. A graça é o que explica o que havia na alma daquele homem santo e o que lhe impulsionou a viver e amar a todos com tanta boa vontade e perdoar com tanta sinceridade: era a manifestação cada vez mais clara da graça de Cristo. Este era o segredo de sua entrega total pelos demais, a fonte de sua profunda e pura caridade. Tito sabia que tudo se devia à graça, à vida divina que atuava nele. As palavras de Cristo: “Sem Mim nada podeis fazer” (Jo 15, 5), eram o princípio que regia toda a sua vida quotidiana.

Em suas próprias palavras, Tito deixou por escrito seu ilimitado amor e sua enorme capacidade de querer bem. E é através dessas palavras que descobrimos a profundidade de sua alma ante o ambiente de ódio - difícil de imaginar e se igualar – que sofreu durante os últimos anos de sua vida: “Embora o neo-paganismo não queira mais o amor, o amor voltará a ganhar o amor dos pagãos. A prática da vida faz o amor ser sempre de novo uma força vitoriosa, que conquistará e manterá unidos os corações dos homens”.


Padre Rafael Arce Gargollo
Cit.por encuentra.com


Beato Frei Tito Brandsma – Fica comigo, Jesus, que tudo é bom junto de Ti



Festa 27 de julho

Oração feita diante da imagem de Cristo na prisão

“Ó Jesus, quando te contemplo,
Eu redescubro, a sós contigo,
Que te amo e que teu coração
Me ama como a um dileto amigo.

Ainda que a descoberta exija
Coragem, faz-me bem a dor:
Por ela me assemelho a ti
Que ela é o caminho redentor.

Na minha dor me rejubilo:
Já não a julgo sofrimento,
Mas sim predestinada escolha
Que me une a ti neste momento.

Deixa-me, pois, nessa quietude,
Malgrado o frio que me alcança.
Presença humana não permitas,
Que a solidão já não me cansa,

Pois de mim sinto-te tão próximo
Como jamais antes senti.
Doce Jesus, fica comigo,
Que tudo é bom junto de ti”.


Esta oração foi escrita por Frei Tito, na passagem do dia 12 para 13 de fevereiro de 1942, na prisão de Scheveningen. Tradução de
Lacyr Schettino, terceira carmelita.


Beato Frei Tito Brandsma,
Carmelita e Mártir


segunda-feira, 15 de junho de 2009

CORPUS CHRISTI – Mártir por amor à Eucaristia



Solenidade
11 de junho

Uma história sobre o verdadeiro valor e zelo que devemos ter pela Eucaristia

“Alguns meses antes de sua morte, o Bispo Fulton J. Sheen foi entrevistado pela rede nacional de televisão: ‘Bispo Sheen, o senhor inspirou milhares de pessoas em todo o mundo. Quem inspirou o senhor? Foi acaso um Papa?’. O Bispo Sheen respondeu que sua maior inspiração não foi um Papa, um Cardeal ou outro Bispo, e nem sequer um sacerdote ou monja. Foi uma menina chinesa de onze anos de idade.

Explicou que quando os comunistas se apoderaram da China, houve uma perseguição a religiosos e sacerdotes. Um desses sacerdotes contou-lhe o que havia acontecido em sua paróquia. Disse que o prenderam e o encarceraram em sua própria casa paroquial, em frente à Igreja. E que de sua janela, o sacerdote observou aterrado como os comunistas invadiram a Igreja e dirigiram-se ao altar. Cheios de ódio profanaram o sacrário, pegaram o cibório e atiraram-no ao chão, espalhando as Hóstias Consagradas. Como eram tempos de perseguição, o sacerdote havia tomado a precaução de saber exatamente quantas Hóstias havia no cibório: trinta e duas.

Depois do feito, os comunistas se retiraram, deixando um guarda para vigiá-lo e não permitir que celebrasse as Missas. Quando saíram da Igreja talvez não tivessem se dado conta ou não prestaram atenção a uma pequena menina que rezava na penumbra do fundo da Igreja. A pequena viu tudo o que havia sucedido e depois foi para sua casa. Mas naquela noite ela voltou e, evitando o guarda que vigiava a casa paroquial onde estava recluso o sacerdote, entrou na Igreja vazia, cheia de destroços e, o mais importante, com as Hóstias Consagradas espalhadas pelo chão.


Ali, se ajoelhou na parte de trás e permaneceu rezando e adorando durante uma hora. Um ato de amor para reparar um ato de ódio. Depois de sua hora santa, levantou-se e caminhou silenciosamente em direção ao presbitério. Lá se ajoelhou e, abaixando a cabeça até o solo, com sua língua tomou uma das Sagradas Espécies, recebendo a Jesus na Sagrada Comunhão. Naquela época ainda não estavam vigentes as atuais normas sobre a comunhão e não era permitido aos leigos tocar a Hóstia com suas mãos.

A pequena menina continuou voltando escondida a cada noite, fazendo sua hora santa e aproximando-se depois do presbitério para receber ao Corpo de Cristo, seu amado Jesus Eucarístico em sua língua. Na trigésima segunda noite, depois de haver consumido a última Hóstia, tropeçou provocando acidentalmente um ruído que despertou o guarda. A pequena tentou fugir mas o guarda correu atrás dela, agarrou-a e golpeou-a até matá-la com a culatra de seu rifle.

Esse ato de martírio heróico foi presenciado pelo sacerdote que, profundamente abatido e aterrorizado, viu tudo da janela de seu quarto convertido em cela de prisão, e de onde não podia fazer nada.

O Bispo Sheen contou ao entrevistador que quando escutou este relato, sofreu um impacto muito grande e ficou de tal forma impressionado, que se sentiu inspirado a prometer a Deus que faria uma hora santa de adoração diante de Jesus Sacramentado todos os dias, pelo resto de sua vida. Se aquela pequenina menina pôde dar testemunho com sua vida da real e bela Presença de Jesus no Santíssimo Sacramento, então o Bispo via-se obrigado ao mesmo. Seu único desejo desde então, seria atrair o mundo ao Coração Ardente de Jesus no Santíssimo Sacramento.

A pequena ensinou ao Bispo o verdadeiro valor e zelo que se deve ter pela Eucaristia; como a fé pode sobrepor-se a todo medo e como o verdadeiro amor a Jesus na Eucaristia deve transcender a própria vida.

O que se esconde na Hóstia Sagrada é a glória de Seu amor. Todo o criado é um reflexo da realidade suprema que é Jesus Cristo. O sol no céu é apenas um símbolo do Filho de Deus no Santíssimo Sacramento e por isso muitos ostensórios têm a representação dos raios de sol. Assim como o sol é a fonte natural de toda energia, o Santíssimo Sacramento é a fonte sobrenatural de toda graça e amor. O Santíssimo Sacramento é Jesus, a Luz do mundo!”.

Padre Martin Lucía
Artigo "Let the Son Shine"
Cit.por religionenlibertad

CORPUS CHRISTI – Muito amor à Eucaristia





Senhor, fazei nosso coração semelhante ao vosso!


quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Consolo antes do martírio



São Thomas More, pouco antes de seu martírio, consola a sua filha dizendo-lhe:

“Nada pode me acontecer que Deus não queira. E tudo o que Ele quer, por muito mau que nos pareça, é na realidade o melhor”


Santo Tomás Moro, poco antes de su martirio, consuela a su hija diciéndole:

“Nada puede pasarme que Dios no quiera.Y todo lo que EL quiere, por muy malo que nos parezca, es en realidad lo mejor.”


Carta da prisão; cf. Liturgia das Horas, III, Ofício das Leituras, 22 de junho.

Carta de prisión; cf. Liturgia de las Horas, III, Oficio de lectura 22 junio.