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sábado, 10 de abril de 2010

FESTA DA DIVINA MISERICÓRDIA – Ter misericórdia é viver em paz com todos



2º DOMINGO DA PÁSCOA
11/04/2010

Ano C
At 5, 12-16
Sl 117
Ap 1, 9-11a.12-13.17-19
Jo 20, 19-31

«Ter misericórdia é viver em paz com todos»

Sabes bem desculpar e esconder as tuas faltas, mas não queres aceitar as desculpas dos outros.

Seria mais justo acusares-te a ti próprio e desculpares o teu irmão.

Se queres que te suportem, suporta também os outros.

Vê quanto ainda estás longe da verdadeira caridade e da humildade que nunca se irrita nem indigna senão contra si própria.

Não significa grande coisa viver bem com pessoas boas e pacíficas, porque isso agrada
naturalmente a toda a gente: todos prezamos a paz e nos afeiçoamos àqueles que pensam como nós.

Mas poder viver em paz com pessoas duras, más, indisciplinadas, que nos contrariam, é uma grande graça, uma forma de viver louvável e corajosa.

Quem melhor souber gerir o sofrimento, possuirá uma maior paz. Esse é vencedor de si
mesmo e dono do mundo, amigo de Cristo e herdeiro do céu.


A Imitação de Cristo
Livro II, cap.3

domingo, 29 de novembro de 2009

ADVENTO – 1º DOMINGO – Permanecer no Reino de Cristo




DOMINGO I DO ADVENTO

Permanecer no Reino de Cristo

«O Reino de Deus está dentro de vós», diz o Senhor. Apressa-te portanto a preparar o coração para este Esposo, a fim de que Ele se digne vir a ti e habitar em ti. Porque Ele disse: «Quem me ama guardará a minha palavra; então viremos até ele e nele estabeleceremos a nossa morada» (Jo 14,23). Dá, pois, lugar a Cristo e nega a entrada a tudo o mais. Se possuíres a Cristo, és rico, e só Ele te bastará. Ele velará por ti, a tudo proverá, de modo a que não tenhas de recorrer aos homens. Porque os homens mudam muito e facilmente faltam, enquanto «Cristo permanece eternamente» (Jo 12, 34); Ele dá-nos firme assistência até ao fim.

Não ponhas portanto grande confiança no homem, que é frágil e mortal, ainda que nos seja útil e muito querido. Não te entristeças demasiado se te decepcionar ou te contradisser. Os que hoje estão contigo poderão amanhã estar contra ti e vice-versa, pois os homens mudam como o vento. Põe portanto toda a tua confiança em Deus. Que Ele seja o teu temor e o teu amor. Ele responderá por ti e fará o que for melhor.

«Não tens aqui em baixo morada permanente» (Heb 13, 14). Onde estiveres, és «estrangeiro e peregrino» (Heb 11,13). A paz vir-te-á da tua união íntima a Cristo.


Thomas de Kempis
Imitação de Cristo
Livro II, Cap.1, 2-3

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Imitação de Cristo – Obter a liberdade de coração



"Da pura e completa renúncia de si mesmo para obter liberdade de coração”

Jesus: Filho, deixa-te a ti, e achar-me-ás a mim. Despe tua vontade e teu amor-próprio, e sempre tirarás lucro. Porque, logo que te entregares a mim sem reservas, se te acrescentará a graça

A alma: Senhor, em que devo renunciar-me, e quantas vezes?

Jesus: Sempre e a toda hora tanto no muito como no pouco. Nada excetuo, mas quero te achar despojado de tudo. De outra sorte, como poderás ser meu e eu teu, se não estiveres, exterior e interiormente, desapegado de toda vontade própria? Quanto mais prontamente isso fizeres, tanto melhor te acharás, e quanto mais pleno e sincero for teu sacrifício, tanto mais me agradarás e maior lucro terás.

Alguns há que se entregam a mim, mas com alguma reserva, porque não têm plena confiança em Deus, e por isso tratam de prover as próprias necessidades. Outros, a princípio, tudo oferecem, mas depois, combatidos pela tentação, volvem-se novamente às próprias comodidades, e eis por que quase não progridem nas virtudes. Estes nunca chegarão à verdadeira liberdade do coração puro, nem à graça de minha doce familiaridade, enquanto não renunciarem de todo a si mesmos, oferecendo-se em cotidiano sacrifício a Deus, sem o que não há nem pode haver união deliciosa comigo.

Muitas vezes te disse e agora te torno a dizer: deixa-te, renuncia a ti mesmo, e gozarás grande paz interior. Dá tudo por tudo, não busques, não reclames coisa alguma, persevera, pura e simplesmente, em mim, e me possuirás. Terás livre o coração e as trevas não te poderão oprimir. A isto te aplica, isto pede, isto deseja: ser despojado de todo amor próprio, para que possas seguir nu a Jesus desnudado, morrer a ti mesmo e viver eternamente. Então se dissiparão todas as vãs imaginações, penosas perturbações e supérfluos cuidados. Logo também desaparecerá o temor demasiado, e morrerá o amor desordenado."

Thomas de Kempis
Imitação de Cristo
Livro III, Cap. 37