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quinta-feira, 1 de abril de 2010

TRÍDUO PASCAL - QUINTA-FEIRA SANTA – A oração no Getsemani – Parte I



QUINTA-FEIRA SANTA

Ex 12,1-8.11-14
Sl 115
1Cor 11,23-26
Jo 13,1-15


A ORAÇÃO NO GETSEMANI

PARTE I


1. Participação na oração de Cristo

Nesta meditação retomaremos um assunto que já foi abordado: a oração. Agora, porém, mais do que falar da oração desejaríamos, de acordo com as nossas possibilidades humanas e com a ajuda da graça, participar da oração do próprio Jesus Cristo.

Sabemos com que freqüência ele rezava sozinho, se afastava dos seus discípulos e se entretinha em colóquio com o Pai. Na maioria das vezes, fazia-o enquanto os outros repousavam: “E passou a noite inteira em oração a Deus” — pernoctans in oratione Dei (Lc 6,12), como lemos no Evangelho. Só houve um caso em que Jesus pediu claramente aos Apóstolos que participassem da sua oração, e foi exatamente no Getsemani, para onde o Mestre ¬havia ido junto com eles na noite da quinta-feira santa. Todos eles ainda conservavam diante dos olhos e no coração o que Jesus havia feito e dito na última ceia. E eis que, deixando os outros Apóstolos à entrada do Getsemani, ele tomou consigo três: Pedro, Tiago e João, os mesmos que tinha levado ao Tabor, e disse-lhes: “Ficai aqui e vigiai comigo”. E, afastando-se um pouco deles, prostrou-se por terra e orou (cf. Mt 26,38-39). No caso, tratou-se de um evidente convite para participar da sua oração.

Por que justamente naquele momento? Por que justamente daquela vez? Talvez porque já os havia introduzido em uma particular participação no seu mistério: tinha-lhes dado como alimento o pão dizendo: “Isto é o meu corpo que é dado por vós” (Lc 22,19), e como bebida o vinho dizendo: “Este cálice é a Nova Aliança em meu sangue, que é derramado em favor de vós” (Lc 22,20), e, finalmente, recomendando: “Fazei isto em minha memória” (Lc 22,19). Deste modo, havia-os introduzido nas profundezas do seu mistério.

2. O grande conhecimento do homem

Jesus começa a sua oração. Afastando-se dos três, começa — como já o havia feito tantas vezes — o seu colóquio com o Pai. Desta vez, porém, o colóquio é decisivo: ele tem início nas profundezas da alma de Jesus e revela toda a verdade da sua humanidade, manifestando também a intensidade de sua angústia naquele momento concreto da vida do Filho do Homem; ao mesmo tempo, entretanto, ele se apresenta igualmente como uma síntese de todas as preocupações daquele que dizia a respeito de si mesmo: “Eu sou o bom pastor: o bom pastor dá sua vida por suas ovelhas” (Jo 10,11). Jesus entrega-se a esta oração com a incomensurável e universal ansiedade que experimenta diante de cada indivíduo e de todos os homens: “Conheço as minhas ovelhas e elas me conhecem” (Jo 10,14). Esta oração reflete o grande conhecimento de Jesus a respeito do homem e da humanidade inteira, mergulhada na dramática cisão ocorrida depois do pecado original, dando lugar a um progressivo afastamento da Vontade do Pai, afastamento que, por sua vez, acarretará efeitos mais espantosos do que os da desobediência original.

Esta é a oração que revela o grande conhecimento sobre o homem, porque pronunciada por aquele de quem disse a Escritura: “Não necessitava de que o informassem sobre homem algum, porque conhecia o que havia no homem” (Jo 2,25).


3. “Meu Pai se é possível, que passe de mim este cálice”

Com que palavras pronunciou tal oração? Conhecemo-las muito bem: são palavras lapidares, mas, ao mesmo tempo, transbordantes do peso daquela hora, isto é, da hora em que o servo de Iahveh deve cumprir a profecia de Isaías, dizendo o seu “sim”. “Jesus Cristo... não foi sim e não, mas unicamente sim” (2Cor 1, 19).

As palavras de Cristo no Getsemani são simples, até mesmo aquelas mediante as quais se exprimem as verdades mais profundas e as decisões mais importantes. Jesus disse: “Meu Pai, se é possível, que passe de mim este cálice; contudo, não seja como eu quero, mas como tu queres” (Mt 26,39). Observemos que esse cálice, de agora em diante, não vai mais poder ser afastado dele, porque no cenáculo já havia sido transmitido à Igreja, já se havia tornado o “cálice da nova e eterna Aliança” e o cálice do sangue “que será derramado” (Mc 14,24 e paralelos). Apesar de tudo isto, Jesus diz: “Se é possível, que passe de mim...”.

Que significa: “Se é possível”? Não é esta a oração do Filho de Deus que, com toda a verdade da sua humanidade “sonda todas as coisas, até mesmo as profundidades de Deus” (1Cor 2,10) no Espírito Santo? Ele, participando da maneira mais completa do mistério da liberdade de Deus, sabe que não deve ser necessariamente assim; e, ao mesmo tempo, participando do Amor divino, sabe que não pode ser de maneira diferente. No fundo, ele viera ao Getsemani para receber o Julgamento, emitido desde muito, ou melhor, desde a eternidade (cf. Cl 2,14). Assim mesmo, veio: ajoelha-se e reza, como se o Julgamento, emitido desde toda a eternidade, tivesse de ser pronunciado ali e naquele momento. “Se é possível, que passe de mim este cálice...”.

A oração é sempre uma redução maravilhosa da eternidade à dimensão de um momento concreto, uma redução da Sabedoria eterna à dimensão do conhecimento humano, ao modo concreto de compreender e de sentir, uma redução do amor eterno à dimensão do coração humano concreto, que às vezes não é capaz de lhe acolher a riqueza e que parece despedaçar-se.

Durante a oração no Getsemani, o suor que apareceu sob a forma de gotas de sangue sobre a fronte de Jesus é sinal de um tormento agudíssimo por que passa o seu coração humano. “É ele que, nos dias de sua vida terrestre, apresentou pedidos e súplicas, com veemente clamores e lágrimas, àquele que o podia salvar da morte...” (Hb 5,7).


Karol Wojtyla
Sinal de contradição(Meditações), no.17 pp. 173-180

TRÍDUO PASCAL - QUINTA-FEIRA SANTA – A oração no Getsemani – Parte II



QUINTA-FEIRA SANTA

Ex 12,1-8.11-14
Sl 115
1Cor 11,23-26
Jo 13,1-15


A ORAÇÃO NO GETSEMANI

PARTE II

4. Encontro da vontade humana com a vontade de Deus

Esta oração é, no fundo, um encontro entre a vontade humana de Jesus Cristo e a vontade eterna de Deus, que nesse momento se manifesta como vontade do Pai em relação a seu Filho. O Filho fez-se homem justamente para que este encontro fosse cheio da verdade sobre a humana vontade e sobre o coração humano, que querem evitar o mal, o sofrimento, o julgamento, a flagelação, a coroa de espinhos, a cruz e a morte. Ele se fizera homem a fim de que, sobre a base dessa verdade, se revelasse toda a grandeza do Amor, que se exprime através do “dom de si mesmo” no sacrifício: “Deus amou tanto o mundo que entregou o seu Filho único” (Jo 3,16). Nesta hora, o Amor eterno deve ser comprovado pelo sacrifício do co¬ração humano. E fica realmente comprovado! O Filho não renuncia à possibilidade de dar o próprio coração para que se torne um altar, um lugar de aniquilamento completo, antes mesmo que a Cruz faça dele isto.

A vontade humana, a vontade do Homem, encontra-se com a vontade de Deus. A vontade humana fala por meio do coração e exprime a verdade humana: “Se é possível, que passe de mim...”. E, ao mesmo tempo, a vontade do homem se doa à vontade de Deus, como se ultrapassasse a verdade humana, e como se superasse o pedido do coração: é como se tomasse sobre si mesma não só o juízo eterno do Pai e do Filho na unidade do Espírito Santo, mas também o poder, que jorra de Deus, da vontade de Deus, do Deus que é amor (1Jo 4,8).

Em última análise, a oração é um encontro da vontade humana com a vontade de Deus, é um fruto particular da obediência do Filho ao Pai: “Seja feita a tua vontade”. E a obediência não significa apenas a renúncia à própria vontade, mas uma abertura de visão e de escuta espirituais para o Amor, que é o próprio Deus, Deus que amou tanto o mundo a ponto de sacrificar por causa dele o Filho unigênito (cf. Jo 3,16).

“Eis o Homem”. Jesus Cristo, Filho de Deus, de¬pois da oração no Getsemani, levanta-se mais forte para enfrentar aquela obediência através da qual reencontrou o Amor como dom do Pai ao mundo e a todos os homens. Levanta-se e volta aos seus discípulos dizendo: “Vamos! Eis que o meu traidor está chegando” (Mc 14,42).


5. O mistério da Redenção

É já a terceira vez que ele volta a procurar os seus, interrompendo a sua oração. E, como das outras vezes, também desta encontra-os dormindo. Ele já os havia admoestado: “Como assim? Não fostes capazes de vigiar comigo por uma hora! Vigiai e orai, para que não entreis em tentação, pois o espírito está pronto, mas a carne é fraca” (Mt 26, 40-41). No entanto, tais palavras não conseguiram mantê-los acordados, Os três não sabiam corresponder ao convite de adesão à oração que Jesus lhes havia dirigido à entrada do Getsemani. As palavras que ele pronunciou por uma segunda e, depois, por uma terceira vez transformaram-se em uma repreensão, repreensão que se dirige a cada um dos discípulos de Cristo. De certo modo, toda a Igreja continua a ouvir as mesmas palavras: a reprovação feita por Cristo a Pedro, Tiago e João, ela a aceita como se fosse dirigida a si própria, e procura compensar o tempo perdido enquanto Jesus permaneceu sozinho no Getsemani. Os Apóstolos não souberam corresponder ao convite de participação na oração do Redentor e deixaram-no absolutamente sozinho. Deste modo, manifestou-se o sentido do mistério da Redenção, em que o Filho devia permanecer a sós com o Pai. Esta solidão cria uma dimensão bem específica do mistério divino, que é, ao mesmo tempo, a obra humana do Filho do Homem.

E a Igreja procura sempre a hora do Getsemani —a hora perdida por Pedro, Tiago e João — para reparar esta falta, para compensar esta solidão do Mestre, que aumentou o sofrimento de sua alma. É impossível reproduzir esta hora na sua identidade histórica: ela pertence ao passado e permanece para sempre na eternidade do próprio Deus. Mas o desejo de reencontrá-la tornou-se uma necessidade para muitos corações, especialmente para aqueles que vivem profundamente o mistério do Coração divino. O Senhor Jesus permite que nos encontremos com ele nessa hora que, no plano humano, já está passada de maneira irrevogável; como então, porém, ele nos convida para participar da oração do seu coração: “Cogitationes Cordis Eius in generationem et generationem, ut eruat a morte animas eorum et alat eos in fame” (Intróito da Missa do S. Coração de Jesus). E quando, “de geração em geração”, entramos nos desígnios do seu Co¬ração, deste jorra -- acima de toda fragilidade humana -- a unidade mística do Corpo de Cristo.

Oh, como se torna então cheio de significado aquele “Vigiai!” de Jesus: “Vigiai, para não cairdes em tentação!...”. Cristo transfere para nós essa hora da grande provação, que nunca deixou de ser ao mesmo tempo provação para os seus discípulos e para a sua Igreja.

“Eu sou a videira...”, diz o Senhor, e estas palavras estão bem de acordo com a situação do Getsemani. “Eu sou a videira e vós os ramos... Como o ramo não pode dar fruto, por si mesmo, se não permanece na videira, assim também vós, se não permanecerdes em mim...” (Jo 15, 5.4). “Eu sou a verdadeira vide e meu Pai é o agricultor. Todo ramo em mim que não produz fruto ele o corta, e todo o que produz fruto ele o poda, para que produza mais fruto ainda” (Jo 15,1-2).

A oração do Getsemani perdura ainda. Diante de qualquer provação do homem e de qualquer provação da Igreja, é sempre bom voltar ao Getsemani para pôr em prática a participação na oração de Cristo Senhor. Esta oração - segundo o critério e o raciocínio humanos - não foi atendida. No entanto, ao mesmo tempo, em virtude do princípio: “Os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem o vosso proceder é como o meu” (Is 55,8), ela assinalou o início da grande conquista, o início da obra redentora por que tanto suspiram tanto o homem quanto o mundo, já que na Redenção se manifestou e se manifesta continuamente como e quanto Deus amou o homem e o mundo (cf. Jo 3,16).

E, sob este prisma, a oração do Getsemani foi atendida de uma vez por todas.


Karol Wojtyla
Sinal de contradição(Meditações), no.17 pp. 173-180

TRÍDUO PASCAL - QUINTA-FEIRA SANTA – Oração na Quinta-Feira Santa - Com Jesus no Jardim da Agonia



QUINTA-FEIRA SANTA

Ex 12,1-8.11-14
Sl 115
1Cor 11,23-26
Jo 13,1-15


«Com Jesus no Jardim da Agonia»

Abbá! Pai!
É noite.
Noite fechada.

Minha alma está prostrada na poeira.
Sinto invadir-me a tristeza e a angústia de morte...
Pai! Procuro teu rosto, procuro a luz da tua face...
E, no entanto, por companheiros só tenho as trevas!

Nas minhas trevas, Pai bendito,
Sei que estão as trevas do mundo:
Do pobre que não tem o que comer,
Do triste que já não encontra a alegria,
Do doente que se sente machucado pela vida,
Do solitário que não encontra quem o ame,
Do drogado que já não tem o gosto da vida,
Do escravizado pelas paixões que já não tem o gosto de ser livre,
Do que não crê e já não vê um sentido para a vida,
Do menino de rua que não tem a chance de uma infância inocente,
Do moribundo que se encontra às portas do momento decisivo da existência...

Pai! Abbá! Papai querido!
A morte me apavora, porque é morte pelo pecado do mundo!
Pecado danado, feio, medonho, pesado,
Que ata feito corrente,
Que aliena, que faz a pobre humanidade cega, louca, insensata,
Presa a tantas paixões e vítima de tantos desencontros...

Pai, eu vim para fazer tua vontade,
Eu sempre busquei somente a ti –
Tu foste sempre o meu Tudo, o meu Sentido, a minha Paixão!
Ó Pai querido, agora, nesta noite de agonia,
Escura pelo pecado do mundo –
É a hora das trevas que não acolheram a Luz! –
Agora, mais uma vez, mais que nunca,
Com infinita confiança, com incondicional abandono,
Com total doação de amor,
Eu, teu Filho, coloco minha vida nas tuas mãos benditas!

Pai, chegou a Hora!
Pai, glorifica o teu Nome!
Pai, seja feita a tua vontade!


Dom Henrique Soares da Costa
Bispo Titular de Acúfica e Auxiliar de Aracaju

TRÍDUO PASCAL - QUINTA-FEIRA SANTA – Se Eu não te lavar, não terás parte Comigo



QUINTA-FEIRA SANTA

Ex 12,1-8.11-14
Sl 115
1Cor 11,23-26
Jo 13,1-15


“Se Eu não te lavar, não terás parte Comigo”

“Sabendo Jesus que o Pai depositara nas Suas mãos todas as coisas e que havia saído de Deus e ia para Deus, levantou-Se da mesa.” O que não estivera outrora nas mãos de Jesus é colocado pelo Pai nas Suas mãos: não certas coisas, à excepção de outras, mas todas as coisas. David tinha dito: “Palavra do Senhor ao meu Senhor: ‘Senta-te à minha direita enquanto ponho os teus inimigos por escabelo dos teus pés’.” (Sl 109, 1). Com efeito, os inimigos de Jesus faziam parte deste tudo que Ele sabia que o Pai Lhe dava. Por causa daqueles que se tinham afastado de Deus, Ele afastou-Se de Deus, Ele que, por natureza, não quer sair do Pai. Ele saiu de Deus a fim de que tudo quanto se afastou de Deus regresse com Ele às Suas mãos, para junto de Deus, segundo o Seu desígnio eterno.

O que fazia, pois, Jesus, lavando os pés dos discípulos? Lavando-lhos e enxugando-lhos com a toalha que tinha posto à cintura, Jesus embelezava-lhes os pés para o momento em que eles teriam de anunciar a boa nova. Foi então que se cumpriu, segundo me parece, a palavra profética: “Que formosos são os pés do mensageiro que traz a boa nova!” (Is 52, 7; Rom 10, 15). Mas se, ao lavar os pés aos discípulos, Jesus os embeleza, como exprimir a verdadeira beleza daqueles que Ele mergulha por completo no “fogo do Espírito Santo” (Mt 3, 11)? Os pés dos apóstolos tornaram-se belos a fim de que eles pudessem avançar pela via santa, caminhando naquele que disse “Eu sou o Caminho” (Jo, 14, 6). Porque só aquele a quem Jesus lavou os pés segue este caminho vivo que conduz ao Pai; caminho onde não há lugar para pés manchados. Para seguir este caminho vivo e espiritual (Heb 10, 20), há que ter os pés lavados por Jesus, que Se despiu das Suas vestes a fim de tomar no Seu próprio corpo a impureza dos seus pés, com essa toalha que era a Sua única veste, pois “ele tomou sobre si as nossas doenças” (Is 53, 4).

Jesus, vinde, tenho os pés imundos. Fazei-vos servo meu. Derramai água na bacia; vinde, lavai-me os pés. Bem o sei, temerário é o que vos digo, mas temo a ameaça de vossas palavras: “Se não te lavar os pés, não terás parte comigo”. Lavai-me, portanto, os pés para que tenha parte convosco. Mas, que digo, lavai-me os pés? Pôde dizê-lo Pedro que necessitava de lavar só os pés, porque estava todo limpo. Eu, ao contrário, uma vez lavado, preciso daquele batismo do qual Vós, ó Senhor, dizeis: “Quanto a mim, com outro batismo devo ser batizado”.


Orígenes, Sacerdote e Teólogo
Comentário sobre São João, § 32, 25-35.77-83
Das orações dos primeiros cristãos, 63

domingo, 28 de março de 2010

DOMINGO DE RAMOS – Oração no Domingo de Ramos



DOMINGO DE RAMOS E DA PAIXÃO DO SENHOR
28 DE MARÇO


TU SABES, SENHOR!

Tu sabes, Senhor,
Que com tua entrada em Jerusalém, com jumento e tudo,
se cumpre o anunciado pelos profetas.
Que os que hoje te aclamamos e te exaltamos,
ainda recordando teus milagres e sinais,
tuas palavras e teu consolo
logo, logo, ao virar a esquina,
trocaremos as palmas pelo “Crucifica-o! Crucifica-o!”.

Tu sabes, Senhor,
Que, como Pedro, hoje prometemos amizade eterna,
te cantamos hinos e louvores
e, amanhã, fingiremos não ter te conhecido
ou esconderemos nossos rostos
com a intenção de não complicarmos nossa vida.

Tu sabes, Senhor,
Que o triunfal monumento que hoje levantamos
logo o ofereceremos ao melhor impostor,
aos simples reis da terra,
aos que, sem ter palavras eternas,
nos seduzem e nos confundem,
nos afastam de Ti e nos separam da tua Graça.

Tu sabes, Senhor,
Que a coroa que te espera
não é de ouro, mas forjada com espinhos.
Que o trono que te aguarda
não está talhado em madeira de ébano,
mas esculpido na cruz que produz vertigem e pranto.

Tu sabes, Senhor,
Que o nosso sim amanhã será um não.
Que os nossos cantos se converterão em silêncios.
Que nossas aclamações darão lugar a deserções.
Que nossos gritos se transformarão em timidez.

Tu sabes, Senhor,
Que tua entrada em Jerusalém
é o início de uma aventura tingida de sofrimento,
de sacrifício, prova e morte…
Mas com a redenção final.

TU SABES, SENHOR!



Padre Javier Leoz
Site Javier Leoz

sábado, 20 de março de 2010

SOLENIDADE DE SÃO JOSÉ - Pôr-se sempre à escuta do Senhor para compreender a Sua Vontade



SÃO JOSÉ, ESPOSO DA VIRGEM MARIA
SOLENIDADE
19 DE MARÇO


Pôr-se sempre à escuta do Senhor, procurando compreender a sua vontade, para lhe obedecer com todo o coração e com todas as forças


Celebramos a Solenidade de São José, esposo da Virgem Maria e Padroeiro da Igreja universal. O extremo discernimento com que José desempenhou o papel que lhe foi confiado por Deus faz aumentar ainda mais a sua fé, que consiste em pôr-se sempre à escuta do Senhor procurando compreender a sua vontade, para lhe obedecer com todo o coração e com todas as forças. Por isso, o Evangelho o define como o homem "justo" (Mt 1, 19). De fato, o justo é a pessoa que reza, vive de fé, e procura praticar o bem em qualquer circunstância da vida.

A fé, alimentada pela oração: eis o tesouro mais precioso que São José nos transmite. Seguiram os seus passos gerações de pais que, com o exemplo de uma vida simples e laboriosa, imprimiram no coração dos filhos o valor inestimável da fé, sem a qual qualquer outro bem corre o risco de ser vão. Garanto desde já com prazer uma oração especial por todos os pais, no dia que lhes é dedicado: peço a Deus que sejam homens com uma sólida vida interior, a fim de cumprirem de modo exemplar a sua missão na família e na sociedade.


Papa João Paulo II
Angelus, 17 de Março de 2002

ORAÇÃO A SÃO JOSÉ DO PAPA JOÃO XXIII



SÃO JOSÉ, ESPOSO DA VIRGEM MARIA
SOLENIDADE
19 DE MARÇO


Oração a São José do Papa João XXIII


São José, guardião de Jesus e casto esposo de Maria, tu empregaste toda a tua vida no perfeito cumprimento de teu dever. Tu mantiveste a Sagrada Família de Nazaré com o trabalho de tuas mãos. Protege bondosamente aos que se voltam confiantemente para ti. Tu conheces suas aspirações e suas esperanças. Eles se dirigem a ti porque sabem que tu os compreendes e proteges. Tu também conheceste as provas, o cansaço e o trabalho. Mas, embora dentro das preocupações materiais da vida, tua alma estava cheia de profunda paz e cantou plena de verdadeira alegria devido ao íntimo trato que gozaste com o Filho de Deus que te foi confiado e a Maria, sua terna Mãe. Amém.


Papa João XXIII
Devocionário Católico

domingo, 14 de março de 2010

Quaresma - Ó Cristo, tu que és todo misericórdia, dá-nos a tua graça



Ó Cristo, tu que és todo misericórdia, dá-nos a tua graça

Senhor, a tua misericórdia é eterna. Ó Cristo, Tu que és todo misericórdia, dá-nos a tua graça; estende a tua mão e vem em auxílio de todos os que são tentados, Tu que és bom. Tem piedade de todos os teus filhos e vem em seu socorro; concede-nos, Senhor misericordioso, que nos refugiemos à sombra da proteção de tua misericórdia e sejamos libertos do mal e dos seus adeptos.

No tempo da desgraça e da perturbação, tornamo-nos como que refugiados e os nossos anos esmoreceram sob a miséria e as infelicidades. Senhor, Tu que acalmaste o mar só com uma palavra, apazigua também na tua misericórdia as perturbações do mundo, sustenta o universo que oscila sob o peso das suas faltas.

Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. Senhor, que a tua mão misericordiosa repouse sobre os crentes e confirme a promessa que fizeste aos apóstolos: "Estou convosco todos os dias até ao fim do mundo" (Mt 28,20). Sê o nosso socorro como foste o deles e, pela tua graça, salva-nos de todo o mal; dá-nos a segurança e a paz, a fim de te rendermos graças e adoremos o teu Santo Nome em todo o tempo.


Santo Efren
Hino de Ofício II

domingo, 7 de março de 2010

Quaresma – Senhor, para não retroceder, necessito do vosso constante auxílio




«Senhor, para não retroceder, necessito do vosso constante auxílio»


“Ó Senhor de minha alma e meu Sumo Bem! Por que não quereis que a alma, quando se decide a amar-vos, fazendo o que está em suas mãos, isto é, abandonando tudo para se entregar ao vosso amor, não tenha logo o gozo de atingi-lo em grau perfeito? Disse mal. Deveria queixar-me de nós e perguntar porque não o queremos? Com efeito, se desde o início não gozamos de tão alta dignidade, a culpa é toda nossa, pois se possuíssemos com perfeição o vosso amor, teríamos com ele todas as espécies de bens! Mas, ó Senhor, somos tão mesquinhos e tardios em nos darmos inteiramente a Vós, que jamais acabamos de nos dispor. O resultado é que, assim como não nos resolvemos a dar tudo de uma vez, também, ó Senhor, não se nos dá duma vez este tesouro.

Ó meu Deus, fazei-me a grande misericórdia de ajudar-me e dai-me a coragem de procurar com todas as forças este bem. Se perseverar, Vós que a ninguém vos negais, pouco a pouco, ir-me-eis habilitando o ânimo para sair vitoriosa. Estou persuadida de que, se com vossa graça me esforçar por chegar ao cume da perfeição, entrarei no céu não sozinha, mas levando comigo muitas almas, como bom capitão, a quem Vós, Senhor, confiastes um grande exército. Mas, para não retroceder, necessito de muitíssima coragem e do vosso constante auxílio”.


Santa Teresa de Jesus
Obras Completas, Vida, 11, 1-4

Quaresma - Purificai-me, ó Senhor




«Pequena é a casa de minha alma, para que possais entrar: aumentai-a! Purificai-me, ó Senhor!»


“Pequena é a casa de minha alma, para que possais entrar: aumentai-a. Toda em ruínas! Reformai-a. Há coisas que ofendem vossos olhos. Bem o sei e o confesso. Mas quem a purificará? A quem clamarei senão a Vós? Purificai-me, ó Senhor, de meus pecados ocultos, e afastai vosso servo dos pecados alheios. Creio, e por isso, falo. Senhor, bem o sei: já não vos confessei meus pecados, Deus meu, e Vós já não perdoastes a impiedade do meu coração? Não disputo convosco que sois a Verdade, nem quero enganar-me: temo que se engane minha iniqüidade. Portanto, não disputo convosco, porque, se considerardes as minhas culpas, Senhor, quem poderá subsistir?

No entanto, deixai-me falar diante de vossa misericórdia, eu, terra e cinza! No entanto, deixai-me falar, porque é à vossa misericórdia que falo e não a um homem que se ri de mim... Voltar-vos-eis e tereis misericórdia de mim”.


Santo Agostinho
Confissões, I, 5,6;6,7

Quaresma - Fazei descer ao meu coração a água das lágrimas




«Fazei descer ao meu coração a água das lágrimas para que não me afaste de Vós»


“Pequei, Senhor! Tende piedade de mim, pobre pecador. Fazei descer ao meu coração a água das lágrimas e do arrependimento sincero, a fim de que possa eu purificar minha alma de suas culpas, antes que me afaste de Vós.

Dai-me, Senhor, a vossa graça e vossa misericórdia, que me sejam de ornamento e esplendor, a fim de poder agradar-vos.

Dai-me, Senhor, boa vontade e perseverança, a fim de que me renove constantemente em vosso serviço e em vosso louvor”.


Beato Jan Van Ruysbroeck, o “Admirável”
Oeuvres de Ruysbroeck l’Admirable, vol I,p.198
Vromant, Bruxelas, 1922

Quaresma - Tempo de deserto




«Tempo de Quaresma! Tempo de deserto!»


“Ó Senhor Jesus, que, no limiar de vossa vida pública, retirastes-vos ao deserto, atraí todos os homens ao recolhimento, começo de conversão e salvação. Deixando a casa de Nazaré e vossa dulcíssima Mãe, quisestes experimentar a solidão, as vigílias, a fome; e ao tentador que vos propunha a prova dos milagres, respondestes com a firmeza da palavra eterna, que é prodígio da graça celeste.

Tempo de Quaresma!

Ó Senhor! Não permitais, não permitais que acorramos às cisternas fendidas (Jr 2, 13), nem que imitemos o servo infiel, a virgem imprudente; não permitais que o gozo dos bens da terra torne insensível nosso coração ao clamor dos pobres, dos doentes, dos orfãozinhos e dos inumeráveis irmãos que ainda hoje padecem falta do mínimo necessário para o alimento, veste e teto para a família”


Papa João XXIII
Breviario di Papa Giovanni, p.91

Quaresma - Pai, tende piedade e misericórdia de nós, porque estamos sem a verdadeira luz




«Pai, tende piedade e misericórdia de nós, porque estamos cegos e sem a verdadeira luz»


“Pequei, Senhor, tende piedade de mim! Perdoai, ó Pai, perdoai a esta miserável e ingrata ante as infinitas graças recebidas de Vós. Confesso e que vossa bondade me conserve vossa esposa, apesar de vos ter sido sempre infiel com meus defeitos. Pequei, Senhor, tende piedade de mim!

E tu, que fazes, ó minha alma? Não sabes que está Deus continuamente olhando-te? Saibas que, aos olhos de Deus, jamais te poderás esconder, pois nada lhe é oculto. Acaba, de uma vez, com as tuas iniquidades e desperta-te.

Ó Deus eterno, ó piedoso e misericordioso Pai, tende piedade e misericórdia de nós, porque estamos cegos, e sem a verdadeira luz, sobretudo eu, pobre miserável. Ó Vós, verdadeiro Sol, entrai em minha alma e enchei-a de vossa Luz. Dissipai-lhe as trevas e trazei-lhe a Luz; destruí-lhe o gelo do amor-próprio e infundi-lhe o fogo de vossa caridade”.


Santa Catarina de Sena
Orações e Elevações, Pp.97.87.100-101
Preghiere Ed Elevazioni, Taurisano, Roma

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

NOSSA SENHORA DE LOURDES – Orações antigas



NOSSA SENHORA DE LOURDES
11 de Fevereiro
Memória Facultativa

ORAÇÃO ANTIGA I

Sede para sempre Bendita, Puríssima Virgem, que vos dignastes aparecer até oito e dez vezes, muito resplandecente de luz, doçura e formosura na solitária gruta, e dizer à humilde menina que vos contemplava extasiada: "Eu sou a Imaculada Conceição".

Sede para sempre Bendita por todos os extraordinários favores que não cessais de derramar nesse lugar.

Pela ternura de vosso Imaculado Coração, oh Maria, e pela glória que destes à Santa Igreja, vos conjuramos para realizeis as esperanças de paz que fez nascer a proclamação do Dogma de vossa Imaculada Conceição.

_______


ORAÇÃO ANTIGA II

Puríssima Rainha dos anjos; Águia Real que chegaste a contemplar tão imediatamente ao Sol de incriada Justiça, Jesus Cristo Nosso Senhor; Aurora da Eterna Luz, vestida sempre com os fulgores da graça; Centro do Amor Divino, onde achou sua complacência a Trindade Beatíssima; Cidade Santa, onde não entrou coisa manchada, e fundada sobre os mais altos montes da santidade; Jerusalém Celestial, idealizada na mesma glória e iluminada com a Claridade de Deus.

Por estes títulos de tua Concepção Puríssima, eu te suplico, Rainha minha, que como Águia Real me ampares debaixo das asas de tua proteção piedosa; como Aurora da graça esclareças e ilumines com teus fulgores a minha alma; como Centro do Amor acendas minha vontade para que arda no Divino; e que me admitas benigna como tua fiel moradora na Jerusalém triunfante, da que és Rainha excelsa.

Ouvi, Senhora, meus rogos, e pelo grande privilégio de tua Concepção em graça, concede-me fortaleza para vencer minhas paixões, e especialmente a que mais me combate; pois com tua intercessão e com o auxílio da graça, proponho empreender a luta até alcançar a vitória. Virgem Santíssima que da dura pedra fizeste brotar água milagrosa, que cura as enfermidades do corpo e da alma! Arranca, poderosíssima Senhora, de nosso endurecido coração, lágrimas de verdadeira penitência, para que lavem a lepra da alma, a fim de que o Senhor nos perdoe. Por meu Senhor Jesus Cristo que vive e reina pelos séculos dos séculos. Amém.


NOTA: Ambas as orações foram recolhidas de um antigo devocionário em espanhol, publicado em Paris ao final do século XIX, pouco tempo depois das aparições de Lourdes, em 1858. A primeira recebeu a aprovação do Bispo de Tarbes em 30 de outubro de 1867.


Fonte:
Devocionário Católico


FESTA DE NOSSA SENHORA DE LOURDES – Pedidos de oração direto à Gruta de Lourdes por email


NOSSA SENHORA DE LOURDES
11 de Fevereiro
Memória Facultativa


PEDIDOS DE ORAÇÃO DIRETO
À GRUTA DE LOURDES POR EMAIL

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Doce Senhora de Lourdes, rogai por nós!


terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

FESTA DA APRESENTAÇÃO DO SENHOR - Impossível deixar de olhar-te, Senhor



APRESENTAÇÃO DO SENHOR
02 DE FEVEREIRO
FESTA


«Impossível deixar de olhar-te, Senhor»


“Não o permitas, Senhor Deus meu, não permitas, Amado meu, que meus olhos estejam em outro lugar distinto de minha cabeça, e que eu não esteja continuamente unido a Ti, meu Amado. Te seguirei com todas as minhas forças por onde quer que vás ou voltes, e quando não puder alcançar-te me contentarei com cair rendido a ti. Tenho muito gravada esta frase: pela vida do Senhor e por minha vida, que não te deixarei, e que terei meus olhos sempre em ti. Teu escravo está sempre disposto a obedecer o que ordene o meu Senhor, mas me resulta intolerável que afastes teus olhos de mim ou que eu os tire de ti. Volta teus olhos para mim e os meus para ti, porque eu jamais poderei olhar a ti se Tu não te fixas antes em mim. Tu, que és o mais formoso, sereno e doce de todos, o Unigênito de Deus Pai, que vives e reinas com esse mesmo Pai e o Espírito Santo e és Deus por todos os séculos dos séculos. Amém”.


John of Ford, Abade Cisterciense
Sermón 48 sobre el Cantar de los Cantares, vol. II, p. 226
Biblioteca Cisterciense – Burgos 2003

APRESENTAÇÃO DO SENHOR - Dai-me, Senhor, uma fé que habilite meu espírito para falar com Deus e com os homens



APRESENTAÇÃO DO SENHOR
02 DE FEVEREIRO
FESTA

«Dai-me, Senhor, uma fé jubilosa que encha de paz e alegre meu espírito, e o habilite para falar com Deus e com os homens, de modo que irradie no colóquio sagrado e profano a interior beatitude de sua afortunada posse»


“Senhor, eu creio; quero crer em Vós. Ó Senhor, fazei que minha fé seja plena, sem reservas, penetre meu pensamento, meu modo de julgar as coisas divinas e as humanas.

Ó Senhor, fazei com que a minha fé seja livre; isto é, tenha o concurso pessoal da minha adesão, aceite as renúncias e os deveres que exige; exprima ela o ápice decisivo da minha personalidade: creio em Vós, Senhor.

Ó Senhor, dai-me uma fé certa; com provas exteriores convenientes e com interior testemunho do Espírito Santo, certa por sua luz tranqüilizante, por sua conclusão pacificante, por sua assimilação serena.

O Senhor, fazei forte minha fé, sem temor das contrariedades, dos problemas que enchem a experiência de nossa vida ávida de luz; não tema os ataques de quem a discute, a impugna, a refuta, a nega; mas se torne cada vez mais firme pelo testemunho interior de vossa verdade.

Dai-me, Senhor, uma fé jubilosa que encha de paz e alegre meu espírito, e o habilite para falar com Deus e com os homens, de modo que irradie no colóquio sagrado e profano a interior beatitude de sua afortunada posse.

Ó Senhor, fazei ativa a minha fé, que dê à caridade as razões de sua expansão moral, para ser verdadeira amizade convosco e seja contínua busca de Vós nas obras, nos sofrimentos, na espera, na revelação final; seja um contínuo testemunho e alimento contínuo da esperança.

Ó Senhor, fazei com que minha fé seja humilde e não presuma fundamentar-se na experiência de meu pensamento e de meu sentimento, mas se renda ao testemunho do Espírito Santo; e outra melhor garantia não tenha que a docilidade à autoridade do Magistério da Santa Igreja. Amém”.


Papa Paulo VI
Ensinamentos V6, pp.994-995
Insegnamenti, 9vols, Poliglota Vaticana, 1963-71

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

SANTO TOMÁS DE AQUINO – Ó Deus de misericórdia, que eu deseje ardentemente tudo o que vos agrada



S. TOMÁS DE AQUINO
28 DE JANEIRO
MEMÓRIA

«Concedei-me, ó Deus de misericórdia, deseje eu ardentemente tudo o que vos agrada»


“Concedei-me, ó Deus de misericórdia, deseje eu ardentemente tudo o que vos agrada, prudentemente o investigue, verdadeiramente o conheça e perfeitamente o pratique para honra e glória de vosso Nome.

Indicai-me, ó meu Deus, meu lugar no mundo, e fazei com que eu saiba o que quereis que eu faça e o cumpra como convém e é útil à minha alma. Senhor, meu Deus, concedei-me a graça de jamais ser vencido pelos acontecimentos, quer prósperos, quer adversos, de modo que aqueles não me ensoberbeçam e estes não me deprimam. Jamais me alegre senão com o que de Vós me aproxima e jamais me entristeça senão com o que de Vós me afasta. E a nenhum outro, senão só a Vós, ambicione agradar ou tema desagradar. Despreze eu, ó Senhor, todas as coisas caducas, e ame todas as eternas.

Deteste todo prazer do qual estais ausente, e nada deseje do que está fora de Vós. Conforte-me, ó Senhor, o trabalho empreendido por vosso amor, e aborreça eu todo repouso que vos desagrade”.


Santo Tomás de Aquino
Preghiere, pp.35-37, Florença, 1963

STO TOMÁS DE AQUINO – Ó meu Deus, eu vos bendigo pelos inumeráveis benefícios que me concedestes



S. TOMÁS DE AQUINO
28 DE JANEIRO
MEMÓRIA

«Ó meu Deus, eu vos louvo, glorifico, bendigo pelos inumeráveis benefícios que me concedestes»


“Ó meu Deus, eu vos louvo, glorifico, bendigo pelos inumeráveis benefícios que me concedestes sem nenhum merecimento meu; na incerteza me ajudastes, no desespero me confortastes.

Louvo vossa clemência que tanto tempo me esperou, vossa doçura que foi vossa vingança; vossa benignidade que me acolheu, vossa misericórdia que perdoou meus pecados, vossa bondade que se manifestou muito além dos meus méritos, vossa paciência que esqueceu minhas injúrias, vossa humildade, ó Jesus, que me consolou, vossa longanimidade que me protegeu; bendigo vossa eternidade que me deverá conservar; vossa verdade que me dará a recompensa.

Que direi, pois, de vossa inefável generosidade? Chamais quem foge, acolheis quem volta, ajudais os inseguros, armais quem combate, coroais quem triunfa; não desprezais o pecador penitente e não vos recordais das injúrias recebidas.

Por todos estes benefícios, sou incapaz de dar-vos o devido louvor. Dou graças à vossa divina Majestade pela abundância de vossa imensa bondade, porque em mim multiplicais, conservais, recompensais sempre a graça”.


Santo Tomás de Aquino
Preghiere, pp.31-32, Florença, 1963

FESTA DE TOMÁS DE AQUINO – Fazei, ó Senhor, que a Vós se eleve meu espírito!



S. TOMÁS DE AQUINO
28 DE JANEIRO
MEMÓRIA

«Fazei, ó Senhor, que a Vós se eleve meu espírito e dai-me um coração nobre!»


“Fazei, ó Senhor, que a Vós se eleve meu espírito!

Dai-me, ó Senhor, um coração tão vigilante que nenhum vão pensamento possa distraí-lo de Vós, um coração nobre que nenhuma paixão indigna possa seduzir, um coração reto que nenhuma intenção má possa contaminar, um coração forte que nenhuma tribulação esmoreça, um coração livre que não se deixe dominar por nenhuma paixão má.

Concedei-me, ó Senhor meu Deus, inteligência que vos conheça, amor que vos busque, sabedoria que vos encontre, procedimento que vos agrade, perseverança que vos espere confiante, esperança, finalmente, que vos abrace”.


Santo Tomás de Aquino
Preghiere, pp.37-38, Florença, 1963