Mostrando postagens com marcador Virtude. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Virtude. Mostrar todas as postagens

domingo, 7 de março de 2010

Quaresma - Esforcemo-nos em progredir todos os dias, porque é avançando na virtude que veremos a Deus




«Esforcemo-nos em progredir todos os dias, porque é avançando na virtude que veremos a Deus»


«Que cada um se examine agora para saber em que estado está, e esforcemo-nos em progredir todos os dias, porque é avançando na virtude que veremos o Deus dos deuses, na Sião celeste. É sobretudo neste tempo que nos devemos aplicar em viver na pureza; durante este tempo, digo, em que é concedido à fragilidade humana um número de dias certos mas curtos, para que ela não desanime. Porque se nos é dito a toda a hora: 'levai uma vida pura', quem não se desencorajaria de a conseguir? Ora, somos convidados neste tempo de pouca dura a reparar as negligências do resto do ano, e a viver de maneira a que no resto do tempo, se veja brilhar as marcas desta santa quarentena na nossa conduta.

Esforcemo-nos então, meus irmãos, em passar este tempo em exercícios piedosos, e em restaurar as nossas armas espirituais. De fato, nesta época do ano, parece que todo o universo, com o Salvador à frente, caminha como um exército contra o inimigo. Bem-aventurados os que terão combatido com valentia sob tal governo.»


São Bernardo de Clairvaux
Sermão VII para a Quaresma
Editiones Cistercienses

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

ADVENTO – Chiara Lubich: acima de tudo, revesti-vos do amor



Acima de tudo, revesti-vos do amor

«Mas, acima de tudo, revesti-vos do amor, que é o vínculo da perfeição.»

Estas palavras são decisivas para a nossa vida e o nosso testemunho no mundo. Para explicar a conduta do cristão, Paulo gosta muito de empregar a imagem das vestes que o seguidor de Cristo deve usar. E também aqui, na Carta aos Colossenses, ele compara as virtudes, que devem tomar lugar no nosso coração, a muitas peças de roupa. São elas: a misericórdia, a bondade, a humildade, a mansidão, a paciência, o suportar, o perdão.

Mas, "acima de tudo, revesti-vos do amor" - afirma Paulo, quase que imaginando o amor como uma cintura que une tudo e dá um perfeito caimento ao vestuário. Portanto, é necessário o amor porque para um cristão não basta ser bom, misericordioso, humilde, manso, paciente... Ele deve amar os irmãos e as irmãs.

Mas alguém poderá questionar: amar não é, por acaso, ser bons, misericordiosos, pacientes, saber perdoar? Sim, mas não é só isso.

O amor foi-nos ensinado por Jesus e amar consiste em dar a vida pelos outros. O ódio tira a vida dos outros ("quem odeia é homicida"), o amor lhes dá a vida. Somente morrendo a si mesmo pelos outros é que cada cristão possui o amor. E se ele tem o amor - diz Paulo -, será perfeito, e todas as suas demais virtudes alcançarão a perfeição.

«Mas, acima de tudo, revesti-vos do amor, que é o vínculo da perfeição.»

Certamente alguns de nós podem ter uma boa disposição para com os irmãos e as irmãs, perdoando e suportando. Mas, se observarmos bem, aquilo que frequentemente nos falta pode ser justamente o amor. Mesmo com as mais santas intenções, a natureza nos leva a nos fecharmos em nós mesmos e, conseqüentemente, quando amamos os outros, usamos meias medidas.

Porém não somos cristãos se agirmos unicamente assim. É preciso elevar o nosso coração à tensão máxima. Diante de cada próximo que encontramos durante o dia (na família, no trabalho, em toda parte), devemos dizer a nós mesmos: "Coragem, responda a Deus; é o momento de amar, com um amor tão grande que põe em jogo também a vida".

«Mas, acima de tudo, revesti-vos do amor, que é o vínculo de perfeição.»

Esta Palavra do Apóstolo convida-nos, portanto, a examinar até que ponto nossa vida cristã é animada pelo amor, o qual, como vínculo de perfeição, é a ligação que nos leva à mais alta unidade com Deus e entre nós.

Agradeçamos, então, ao Senhor por ter derramado em nossos corações o seu amor, que nos torna sempre mais capazes de escutar, de identificar-nos com os problemas e com as preocupações dos nossos próximos; de partilhar com eles o pão, as alegrias e as dores; de derrubar certas barreiras, que ainda nos dividem; de deixar de lado certas atitudes de orgulho, de rivalidade, de inveja, de ressentimento por eventuais ofensas recebidas; de superar a terrível tendência à crítica negativa; de sair do nosso isolamento egoísta para colocar-nos à disposição de quem está em necessidade ou na solidão; de construir, por toda parte, a unidade que Jesus deseja.

É esta a contribuição que nós, cristãos, podemos dar à paz mundial e à fraternidade entre os povos, especialmente nos momentos mais trágicos da história.


Chiara Lubich
Fundadora dos Focolares
Palavra de vida, Dez de 2001

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

SÃO BERNARDO - Espalhar o perfume da compaixão nos pés de Cristo



20 de agosto

Solenidade no Calendário Litúrgico Cisterciense

«Espalhar o perfume da compaixão nos pés de Cristo»

“Já vos falei dos dois perfumes espirituais: o da contrição, que se estende a todos os pecados — é simbolizado pelo perfume que a pecadora espalhou nos pés de Jesus: «toda a casa ficou cheia desse cheiro»; há também o da devoção que consolida todas as mercês de Deus. Mas há um perfume que ultrapassa de longe estes dois; chamar-lhe-ei o perfume da compaixão.

Compõe-se, com efeito, dos tormentos da pobreza, das angústias em que vivem os oprimidos, das inquietudes da tristeza, das faltas dos pecadores, em resumo, de toda a dor dos homens, mesmo dos nossos inimigos. Estes ingredientes parecem indignos e, contudo, o perfume em que entram é superior a todos os outros. É um bálsamo que cura: «Felizes os misericordiosos, pois alcançarão misericórdia» (Mt 5,7).

Assim, um grande número de misérias reunidas sob um olhar compassivo são as essências preciosas. Feliz a alma que cuidou de aprovisionar estes aromas, de neles espalhar o óleo da compaixão e de os pôr a ferver no fogo da caridade! Quem é, no vosso entender, «o homem feliz que tem piedade e empresta os seus bens» (Sl 111,5), inclinado à compaixão, pronto a socorrer o seu próximo, mais contente com dar do que com receber? Quem é esse homem que perdoa facilmente, resiste à cólera, não permite a vingança, e em todas as coisas olha como suas as desgraças dos outros? Quem quer que seja essa alma impregnada do orvalho da compaixão, de coração transbordante de piedade, que se dá inteira a todos, que não é, ela mesma, senão um vaso rachado onde nada é invejosamente guardado, essa alma, tão morta para si mesma que vive unicamente para os outros, tem a felicidade de possuir esse terceiro perfume que é o melhor. As suas mãos destilam um bálsamo infinitamente precioso (cf. Ct 5,5), que não se esgotará na adversidade e que os lumes da perseguição não conseguirão secar. É que Deus lembrar-se-á sempre dos seus sacrifícios”.

São Bernardo de Claraval, Abade e Doutor
Sermones sobre el Cantar de los Cantares, 12
Obras completas, BAC, Madrid, 1987

terça-feira, 3 de março de 2009

Oração, jejum e misericórdia são inseparáveis



Oração, jejum e misericórdia são inseparáveis

Dos Sermões de São Pedro Crisólogo, Bispo e Padre da Igreja

A oração chama, o jejum intercede, a misericórdia recebe


“Três são, irmãos, os meios que fazem que a fé se mantenha firme, a devoção seja constante e a virtude permanente. Estes três meios são: a oração, o jejum e a misericórdia. Porque a oração chama, o jejum intercede e a misericórdia recebe. Oração, misericórdia e jejum constituem uma só e única coisa e se vitalizam reciprocamente.

O jejum, com efeito, é a alma da oração e a misericórdia é a vida do jejum. Que ninguém trate de dividi-los pois não podem separar-se. Quem possui um só dos três, se ao mesmo tempo não possui os outros, não possui nenhum. Portanto, quem reza que jejue; quem jejue que se compadeça. Que escute a quem lhe suplica; que escute àquele que ao suplicar deseja que lhe ouçam, pois Deus escuta a quem não fecha os ouvidos a quem lhe suplica.

Que o que jejue entenda bem o que é o jejum; que preste atenção ao faminto, quem quer que Deus preste atenção a sua fome; que se compadeça quem espera misericórdia; que tenha piedade quem a busca; que responda quem deseja que Deus lhe responda. É indigno suplicante quem pede para si o que nega ao outro.

Dita a ti mesmo a norma da misericórdia de acordo com a maneira, a quantidade e a rapidez com que quer que tenham misericórdia contigo. Compadece-te tão de imediato quanto queiras que os outros se compadeçam de ti.

Em conseqüência, a oração, a misericórdia e o jejum devem ser como um único intercessor em favor nosso ante Deus, uma única chamada, uma única e tripla petição.



Recobremos com jejuns o que perdemos por desprezo. Imolemos nossas almas com jejuns porque não há nada melhor que possamos oferecer a Deus, de acordo com o que o Profeta disse: ‘ Meu sacrifício é um espírito quebrantado: um coração quebrantado e humilhado Tu não o desprezas’. Homem, oferece a Deus tua alma e oferece a oblação do jejum para que seja uma hóstia pura, um sacrifício santo, uma vítima viva, proveitosa para ti e aceita por Deus. Quem não dê isso a Deus não terá desculpa porque não há ninguém que não se possua a si mesmo para dar-se.

Mas, para que essas oferendas sejam aceitas, tem que vir depois da misericórdia. O jejum não germina se a misericórdia não o fecunda: o que é a chuva para a terra, assim o é a misericórdia para o jejum. Por mais que aperfeiçoe seu coração, purifique sua carne, desarraigue os vícios e semeie as virtudes, como não produza caudais de misericórdia, o que jejua não colherá fruto algum.

Tu que jejuas, pensa que teu campo cai em jejuns se a tua misericórdia jejua. O que semeias em misericórdia, transborda em teu celeiro. Para que não percas a força de guardar, recolhe a força de repartir. Ao dar ao pobre, fazes esmola a ti mesmo porque o que deixas de dar ao outro não o terás tampouco para ti”.

Do Ofício das Leituras
Quaresma


segunda-feira, 2 de março de 2009

Nesta Quaresma, esforcemo-nos



«Que cada um se examine agora para saber em que estado está, e esforcemo-nos em progredir todos os dias, porque é avançando na virtude que veremos o Deus dos deuses, na Sião celeste. É sobretudo neste tempo que nos devemos aplicar em viver na pureza; durante este tempo, digo, em que é concedido à fragilidade humana um número de dias certos mas curtos, para que ela não desanime. Porque se nos é dito a toda a hora: 'levai uma vida pura', quem não se desencorajaria de a conseguir? Ora, somos convidados neste tempo de pouca dura a reparar as negligências do resto do ano, e a viver de maneira a que no resto do tempo, se veja brilhar as marcas desta santa quarentena na nossa conduta.


Esforcemo-nos então, meus irmãos, em passar este tempo em exercícios piedosos, e em restaurar as nossas armas espirituais. De fato, nesta época do ano, parece que todo o universo, com o Salvador à frente, caminha como um exército contra o inimigo.

Bem-aventurados os que terão combatido com valentia sob tal governo.»


São Bernardo
Sermão VII para a Quaresma


quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

S.João da Cruz-Escutar para agir



“O Pai celeste disse uma única palavra: é o Seu Filho. Disse-a eternamente e num eterno silêncio. É no silêncio da alma que Ele se faz ouvir.
Falai pouco e não vos metais em assuntos sobre os quais não fostes interrogados.
Não vos queixeis de ninguém; não façais perguntas ou, se for absolutamente necessário, que seja com poucas palavras.
Procurai não contradizer ninguém e não vos permitais uma palavra que não seja pura.
Quando falardes, que seja de modo a não ofender ninguém e não digais senão coisas que possais dizer sem receio diante de toda a gente.
Tende sempre paz interior assim como uma atenção amorosa para com Deus e, quando for necessário falar, que seja com a mesma calma e a mesma paz.
Guardai para vós o que Deus vos diz e lembrai-vos desta palavra da Escritura: "O meu segredo é meu" (Is 24,16)...

Para avançar na virtude, é importante calar-se e agir, porque falando as pessoas distraem-se, ao passo que, guardando o silêncio e trabalhando, as pessoas recolhem-se.
A partir do momento em que aprendemos com alguém o que é preciso para o avanço espiritual, não é preciso pedir-lhe que diga mais nem que continue a falar, mas pôr mãos às obras, com seriedade e em silêncio, com zelo e humildade, com caridade e desprezo de si mesmo. Antes de todas as coisas, é necessário e conveniente servir a Deus no silêncio das tendências desordenadas, bem como da língua, a fim de só ouvir palavras de amor”.

S. João da Cruz,
Carmelita, Doutor da Igreja,
in Conselhos e Máximas

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

São João Crisóstomo



"Nenhum ato de virtude pode ser grande, se dele não se segue também um proveito para os outros. Assim, pois, por mais que passes o dia inteiro em jejum, ou por mais que durmas sobre o chão duro e comas cinzas e suspires continuamente, se não fazes o bem aos outros, não fazes nada de grande".

São João Crisóstomo