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sábado, 10 de abril de 2010

FESTA DA DIVINA MISERICÓRDIA – Santa Faustina e a Misericórdia Divina segundo o confessor de Irmã Faustina



2º DOMINGO DA PÁSCOA
11/04/2010

Ano C
At 5, 12-16
Sl 117
Ap 1, 9-11a.12-13.17-19
Jo 20, 19-31

«A Misericórdia Divina segundo o confessor de Irmã Faustina»


A MISERICÓRDIA DIVINA

A Misericórdia de Deus é a perfeição da Sua ação, que se debruça sobre os seres inferiores com o objetivo de retirá-los da miséria e de completar as suas falhas – é a Sua vontade de fazer o bem a todos que sofrem alguma sorte de deficiências e eles mesmos não têm condições de completá-las. O ato singular de misericórdia é a compaixão, e o estado imutável de compaixão – a misericórdia. O relacionamento de Deus com as criaturas manifesta-se em afastar as suas falhas e em lhes conceder menores ou maiores perfeições. A concessão de perfeições considerada em si mesma, independentemente de qualquer circunstância, é uma obra da benevolência divina,
que proporciona os dons a todos, segundo a sua predileção.

Na medida em que atribuímos a Deus o desinteresse na concessão de benefícios, nós a atribuímos à generosidade divina. A vigilância de Deus, para que com a ajuda dos benefícios recebidos cheguemos ao objetivo que nos foi assinalado, é por nós chamada de providência. A concessão de perfeições segundo um plano e uma ordem previamente estabelecidos será uma obra de justiça. E finalmente a concessão de perfeições às criaturas com o objetivo de retirá-las da miséria e de afastar as suas falhas é uma obra de Misericórdia.

Nem em todo ser uma falha significa sua miséria, visto que a cada criatura cabe apenas aquilo que Deus antecipadamente previu e decidiu. Por exemplo, não é uma desgraça da ovelha ela não possuir a razão, nem constitui uma miséria do homem a falta de asas. No entanto a falta da razão no homem ou de asas numa ave será uma desgraça e uma miséria. Tudo que Deus faz pelas criaturas, Ele o faz segundo uma ordem prevista e estabelecida, que constitui a justiça divina. Mas, porque essa ordem foi aceita voluntariamente e não foi imposta a Deus por ninguém, na instituição da ordem existente é preciso ver também uma obra de Misericórdia.

Por isso, ao perscrutarmos as primeiras causas e motivações da ação de Deus, percebemos a Misericórdia em todo ato divino exterior. E visto que não é possível recuar dessa forma ao infinito, é preciso deter-se naquilo que depende unicamente da vontade divina, ou seja, da Misericórdia Divina. Em toda obra divina, de acordo com a visão que dela tivermos, podemos ver as mencionadas perfeições divinas.

Podemos dizer que a bondade divina é a Misericórdia que cria e que doa. A liberalidade divina é a Misericórdia que favorece generosamente, sem méritos; a providência divina é a Misericórdia que vigia; a justiça divina é a Misericórdia que recompensa além dos méritos e castiga aquém das culpas; finalmente o amor de Deus é a Misericórdia que se compadece da miséria humana e nos atrai a si. Em outras palavras, a Misericórdia Divina é a motivação principal da ação de Deus para fora, ou seja, constitui a fonte de toda obra do Criador.

Em todos os livros da Sagrada Escritura do Antigo e do Novo Testamento existem variadas menções à Misericórdia Divina. Onde mais e com maior eloqüência se fala dela é no Livro dos Salmos. Dentre cento e cinqüenta salmos, cinqüenta e cinco glorificam especialmente essa perfeição de Deus, e no Salmo 135 este refrão é repetido em cada versículo: “Porque o Seu amor é para sempre”.

O CULTO DA MISERICÓRDIA DIVINA

"O amor de Jesus Cristo para conosco é divino e humano, por possuir Ele uma natureza e uma vontade divina e humana. Por isso o Sacratíssimo Coração do Salvador pode ser considerado como o símbolo do Seu tríplice amor para conosco: divino, humano espiritual e humano sentimental. No entanto esse coração não é uma imagem formal ou um sinal, mas apenas como que o seu vestígio. Com efeito, nenhuma imagem criada é capaz de representar a essência desse infinito amor misericordioso, como se expressa Pio XII na encíclica “Haurietis aquas” do dia 5 de maio de 1956.

No culto do Sacratíssimo Coração de Jesus veneramos sobretudo o amor humano de Jesus Cristo para com o gênero humano, além do Seu amor divino para conosco, que, como amor à miséria, é misericórdia divina. De maneira que nesse culto veneramos apenas um vestígio da misericórdia divina – que com ela se relaciona. No culto da misericórdia divina, o objeto material mais próximo é o sangue e a água que brotaram do lado aberto do Salvador na cruz. Eles são o símbolo da Igreja. Esse sangue e essa água fluem incessantemente na Igreja em forma de graças que purificam as almas (no sacramento do batismo e da penitência) e que proporcionam a vida (no sacramento do altar), e o seu autor é o Espírito Santo, que o Salvador concedeu aos Apóstolos. O objeto formal nesse culto, ou seja, a sua motivação, é a infinita Misericórdia de Deus Pai, Filho e Espírito Santo em relação ao homem decaído. É o amor de Deus para com o gênero humano num sentido mais amplo, visto que não é um amor que se compraz com a perfeição, mas um compassivo amor à miséria.

Do acima resulta que o culto da Misericórdia Divina é uma conseqüência lógica do culto do Coração de Jesus, com o qual mantém relação, mas agora se apresenta separadamente e com ele não se identifica, visto que possui um outro objeto material e formal, bem como um objetivo inteiramente diverso: diz respeito a todas as Três Pessoas da Santíssima Trindade, e não apenas à Segunda, como aquele, e corresponde mais ao estado psíquico do homem de hoje, que necessita da confiança em Deus. JESUS, EU CONFIO EM VÓS, e por Vós confio no Pai e no Espírito Santo. (Volume II, p. 204-205).

A devoção à Misericórdia Divina – misericórdia que Deus nos proporciona no sacramento da penitência – faz parte daquelas que correspondem a todas as almas. Com efeito, visa à glorificação do Salvador Misericordiosíssimo, não em algum estado ou algum mistério seu particular, mas na sua universal misericórdia, na qual todos os mistérios encontram a sua mais profunda elucidação. E, embora essa devoção se distinga claramente, apresenta em si algo de universal, visto que as nossas homenagens se voltam à Pessoa glorificada do Deus Homem. Isso se expressa pela jaculatória: JESUS, EU CONFIO EM VÓS, que desperta na alma do homem o sentimento de miséria e de pecaminosidade, bem como a virtude da confiança, que é a base da nossa justificação" (Volume II, p. 263).

A CONFIANÇA

"Um fator decisivo para a obtenção da misericórdia divina é a confiança. A confiança consiste em esperar a ajuda de alguém. Não constitui uma virtude isolada, mas é condição necessária da virtude da esperança, bem como parte constituinte da virtude da fortaleza e da magnanimidade. Visto que a confiança decorre da fé, ela intensifica a esperança e o amor. Além disso, de uma ou outra forma relaciona-se com as virtudes morais, e por isso pode ser chamada de fundamento que serve de ligação entre as virtudes teologais e morais. As virtudes morais, de naturais transformam-se em sobrenaturais, na medida em que as praticamos com confiança na ajuda divina.

Por que Deus recomenda tanto a confiança? Porque ela é uma homenagem prestada à Misericórdia Divina. Quem espera a ajuda de Deus confessa que Deus é todo-poderoso e bondoso, que pode e quer nos demonstrar essa ajuda, que Ele é sobretudo misericordioso. “Ninguém é bom senão só Deus” (Mc 10, 18). Devemos conhecer a Deus na verdade, visto que o falso conhecimento de Deus esfria a nossa relação com Ele e estanca as graças da Sua misericórdia.

A nossa vida espiritual depende principalmente das noções que criamos a respeito de Deus. Existem entre nós e Deus relações fundamentais, que resultam da nossa natureza criada, mas existem igualmente relações que resultam da nossa postura diante de Deus, que depende das nossas noções a Seu respeito. Se criarmos noções falsas a respeito do Senhor Supremo, o nosso relacionamento com Ele não será apropriado, e os nossos esforços com o objetivo de consertá-los serão inúteis. Se temos a Seu respeito uma noção inadequada, em nossa vida espiritual haverá muitas falhas e imperfeições. Mas se ela for verdadeira, segundo as possibilidades humanas, a nossa alma com toda a certeza se desenvolverá em santidade e luz.

Portanto a noção a respeito de Deus é a chave da santidade, visto que regula o nosso procedimento em relação a Deus, bem como a de Deus em relação a nós. Deus nos adotou como Seus filhos, mas infelizmente na prática não procedemos como Seus filhos: a nossa filiação divina não passa de um nome, porque em nossas ações não demonstramos a confiança infantil em relação a um Pai tão bondoso. A falta de confiança impede que Deus nos proporcione benefícios, é como uma nuvem escura que estanca a ação dos raios solares, como um dique que impossibilita o acesso à água da fonte.

Sobretudo a confiança é uma homenagem prestada à Misericórdia Divina, que proporciona a quem confia a força e a coragem para superar as maiores dificuldades. A confiança em Deus afasta toda tristeza e depressão, e enche a alma de grande alegria, até nas mais difíceis condições de vida. A confiança opera milagres, porque conta com a onipotência de Deus. A confiança proporciona a paz interior, que o mundo não pode dar. A confiança abre o caminho a todas as virtudes.

Existe uma lenda dizendo que todas as virtudes decidiram abandonar a terra, manchada por numerosas transgressões, e voltar à pátria celestial. Quando se aproximaram da entrada do céu, o porteiro deixou entrar todas com exceção da confiança, para que os pobres homens da terra não caíssem em desespero em meio a tantas tentações e sofrimentos. Diante disso a confiança teve de voltar, e com ela voltaram todas as demais virtudes.

A confiança pode ser comparada a uma corrente suspensa do céu, à qual prendemos as nossas almas. A mão de Deus ergue essa corrente para o alto e arrebata aqueles que a ela se agarram firmemente. (...) Portanto agarremos essa corrente durante a oração, como aquele cego de Jericó que, sentado à beira do caminho, clamava com insistência: “Jesus, Filho de Davi, tem compaixão de mim!” Confiemos em Deus nas nossas necessidades temporais e eternas, nos sofrimentos, nos perigos e nos abandonos. Confiemos mesmo quando nos parece que Deus nos abandonou, quando nos nega os Seus consolos, quando não nos ouve, quando nos oprime com uma pesada cruz. Então é preciso confiar em Deus mais ainda, porque esse é um tempo de provação, um tempo de experiência pelo qual toda alma deve passar.

Espírito Santo, dá-me a graça de uma confiança inquebrantável em razão dos méritos de Jesus Cristo, e temerosa em razão da minha fraqueza.


Quando a pobreza bater à minha porta:
JESUS, EU CONFIO EM VÓS.
Quando me visitar a doença ou a deficiência física:
JESUS, EU CONFIO EM VÓS.
Quando o mundo me rejeitar e me perseguir com o seu ódio:
JESUS, EU CONFIO EM VÓS.
Quando a negra calúnia me manchar e encher de amargura:
JESUS, EU CONFIO EM VÓS.
Quando me abandonarem os amigos e me ferirem com suas palavras e suas ações:
JESUS, EU CONFIO EM VÓS.

Espírito de amor e de misericórdia, sê meu refúgio, meu doce consolo, minha aprazível esperança, para que nas mais difíceis circunstâncias da minha vida eu nunca deixe de confiar em Ti" (Volume III, p. 189-200).


Pe. Miguel Sopocko
Confessor de Santa Faustina
“A Misericórdia de Deus em suas obras”

FESTA DA DIVINA MISERICÓRDIA – João Paulo II: o Papa da Divina Misericórdia



2º DOMINGO DA PÁSCOA
11/04/2010

Ano C
At 5, 12-16
Sl 117
Ap 1, 9-11a.12-13.17-19
Jo 20, 19-31

«João Paulo II: o Papa da Divina Misericórdia»

O Papa João Paulo II faleceu num dia muito significativo, que não pode deixar de traduzir um sinal muito claro da ação de Deus: O Papa faleceu Festa da Divina Misericórdia que se celebra no II Domingo da Páscoa.

O culto da Divina Misericórdia, teve o seu início nas revelações de Jesus a uma jovem religiosa polaca, a irmã Maria Faustina Kowalska, na década de trinta do passado século vinte. Relata a própria Irmã Faustina, que no dia 22 de Fevereiro de 1931, «à noite, quando me encontrava na minha cela, vi Jesus com uma túnica branca. A sua mão direita erguida para abençoar e a outra tangendo a veste junto ao peito. Do lado entrearberto da túnica emanavam dois grandes raios de luz, um de tom vermelho e outro pálido... Jesus disse-me: Pinta uma Imagem conforme a visão que te aparece, com a inscrição: “Jesus, eu confio em vós”. É Meu desejo que esta imagem seja venerada primeiramente na vossa capela e depois em todo o Mundo. Eu prometo que a alma que venerar esta Imagem não se perderá.» Posteriormente, Jesus explicou a Faustina o simbolismo dos raios da imagem nos seguintes termos: «Os dois raios representam o Sangue e a Água: o raio pálido significa a água que justifica as almas; o raio vermelho significa o Sangue que é a vida das almas. Estes dois raios brotaram das entranhas da Minha Misericórdia, quando na cruz o Meu Coração agonizante foi aberto pela lança. Desejo que no primeiro Domingo a seguir à Páscoa se celebre a Festa da Misericórdia».

A irmã Faustina, que faleceu em 1938, apenas com 33 anos, escreveu ao seu confessor em 1935 a seguinte profecia: «Virá o tempo em que esta Obra, que Deus tanto me recomenda, parecerá como que completamente destruída e, depois disso, a ação divina manifestar-se-á com grande força, e há de dar testemunho da sua autenticidade. Será um novo esplendor para a Igreja».

Esta previsão da religiosa, de quase desaparecimento da Mensagem que lhe foi confiada verificou-se efetivamente quando em 1959 a Santa Sé proibiu expressamente a promoção do culto da Divina Misericórdia segundo as inspirações e escritos de Faustina Kowalska. Tal proibição vigorou por 19 anos, até que em Abril de 1978, quase no final do pontificado de Paulo VI, a Santa Sé autorizou a divulgação dos escritos da religiosa polaca e do culto da Divina Misericórdia. Exatamente seis meses depois, o mundo era surpreendido com a eleição papal do polaco Karol Wojtyla, Arcebispo de Cracóvia, a cidade o¬nde falecera a irmã Faustina quarenta anos antes!

Apenas dois anos depois da sua eleição, João Paulo II publicou em 30 de Novembro de 1980 uma Carta Encíclica sobre a Divina Misericórdia “Dives in Misericordia” (Deus Rico em Misericórdia) o¬nde apresenta a oração como “um grito de súplica à Misericórdia de Deus, perante as múltiplas formas de mal que pesam sobra a humanidade e a ameaçam”. No II Domingo da Páscoa de 1993 João Paulo II beatificou a Irmã Faustina dizendo na homilia:

“Saúdo-te, Irmã Faustina. A partir de hoje a Igreja chama-te Bem-Aventurada... Precisamente tu, pobre e simples filha do povo polaco, foste escolhida por Cristo para recordar aos homens o grande mistério da Misericórdia Divina! É deveras maravilhoso o modo como a devoção a Jesus Misericordioso progride no mundo contemporâneo e conquista inúmeros corações humanos! Este é sem dúvida um sinal dos tempos, um sinal do nosso século XX. O balanço deste século que está a terminar apresenta, além das conquistas, que muitas vezes superam as das épocas precedentes, também uma profunda inquietação e receio acerca do futuro. o¬nde, portanto, senão na Misericórdia Divina pode o mundo encontrar refúgio e luz de esperança? Os crentes intuem-no perfeitamente!”



Novamente no mesmo II Domingo da Páscoa, agora do ano jubilar 2000, o Papa canonizou Faustina Kowalska. Referindo-se à mensagem de que a nova Santa fora portadora João Paulo II explicou que “não é uma mensagem nova, mas pode-se considerar um dom de especial iluminação, que nos ajuda a reviver de maneira mais intensa o Evangelho da Páscoa” e pediu a Santa Faustina para nos obter “a graça de perceber a profundidade da misericórdia divina. A tua mensagem de luz e de esperança se difunda no mundo inteiro, leve à conversão dos pecadores, amenize as rivalidades e os ódios, abra os homens e as nações à prática da fraternidade. Hoje, ao fixarmos contigo o olhar no rosto de Cristo ressuscitado, fazemos nossa a tua súplica de confiante abandono e dizemos com firme esperança: Jesus Cristo, confio em Ti!”.

Ainda no ano jubilar, João Paulo II, correspondendo favoravelmente ao apelo da mensagem estabeleceu que o “II Domingo da Páscoa, de agora em diante na Igreja inteira tomará o nome de «Domingo da Divina Misericórdia», assim instituindo para a Igreja toda a Festa da Divina Misericórdia no Domingo da oitava da Páscoa, evidenciando desse modo a intima ligação entre o mistério pascal da Redenção e o mistério da Misericórdia de Deus.

Assim como o atentado sofrido na tarde de 13 de Maio de 1981, teve o condão de chamar a atenção do Papa para a mensagem de Fátima, também a circunstância de João Paulo II ter falecido na vigília do Domingo da Divina Misericórdia (depois aliás de o respectivo dia litúrgico se ter iniciado com a hora de Vésperas), festa por ele instituída há cinco anos, não pode deixar de constituir para todos nós um sinal muito claro de que será vontade de Deus que prestemos uma especial atenção à mensagem e ao culto da Divina Misericórdia. A páscoa de João Paulo II justamente nesse dia, é como que uma consagração definitiva daquela festa. É como que a aposição de um selo divino a confirmar que afinal o Domingo da Divina Misericórdia e a mensagem que foi transmitida a Santa Faustina e de que João Paulo II foi um empenhado arauto, não se trata de uma simples piedade popular, ou de uma devoção particular do povo polaco, sendo antes um culto a estender a toda a Igreja e que radica na melhor teologia que se pode elaborar a partir do coração de Cristo trespassado pela lança, donde brotou água e sangue e donde nasceu a Igreja.

Ao morrer na Festa da Divina Misericórdia, João Paulo II prestou-nos ainda mais um último serviço e deu-nos a sua última catequese, a de que a festa e o culto da Divina Misericórdia são uma fonte inesgotável de bênçãos para a humanidade que não devemos desperdiçar. Cumpriu-se mais uma vez a profecia de Santa Faustina: «A ação divina manifestar-se-á com grande força, e há de dar testemunho da sua autenticidade. Será um novo esplendor para a Igreja». Por tudo isto e pela vida e fecundo serviço de João Paulo II à Igreja e a toda a humanidade damos «graças ao coração misericordioso do nosso Deus».


Diocese de Algarve, PT

FESTA DA DIVINA MISERICÓRDIA – Oração de Santa Faustina para alcançar a graça de ser misericordioso



2º DOMINGO DA PÁSCOA
11/04/2010

Ano C
At 5, 12-16
Sl 117
Ap 1, 9-11a.12-13.17-19
Jo 20, 19-31


ORAÇÃO PARA SER MISERICORDIOSO

“Oh, Senhor, desejo transformar-me toda em tua Misericórdia e ser um vivo reflexo de ti. Que este supremo atributo de Deus, sua insondável Misericórdia, passe através de meu coração ao próximo.

Ajuda-me, oh Senhor, para que meus olhos sejam misericordiosos, a fim de que eu jamais desconfie de ninguém ou julgue segundo as aparências, e que busque o belo na alma de meu próximo e corra a ajudá-lo.

Ajuda-me, oh Senhor, para que meus ouvidos sejam misericordiosos, a fim de que leve em conta as necessidades de meu próximo e não seja indiferente a suas penas e gemidos.

Ajuda-me, oh Senhor, para que minha língua seja misericordiosa, a fim de que jamais fale negativamente de meu próximo e que tenha sempre uma palavra de consolo e perdão para todos.

Ajuda-me, oh Senhor, para que minhas mãos sejam misericordiosas e cheias de boas obras, a fim de que saiba fazer só o bem a meu próximo e tome para mim os trabalhos mais difíceis e mais penosos.

Ajuda-me, oh Senhor, para que meus pés sejam misericordiosos, a fim de que sempre me apresse a socorrer meu próximo, dominando minha própria fadiga e meu cansaço.
Ajuda-me, oh Senhor, para que meu coração seja misericordioso, a fim de que eu sinta todos os sofrimentos de meu próximo.

Que tua Misericórdia, oh Senhor meu, repouse sempre dentro de mim”.


Santa Faustina Kowalska
Diário, 163

FESTA DA DIVINA MISERICÓRDIA – Recordações do confessor de Santa Faustina



2º DOMINGO DA PÁSCOA
11/04/2010

Ano C
At 5, 12-16
Sl 117
Ap 1, 9-11a.12-13.17-19
Jo 20, 19-31


Recordações do confessor de Santa Faustina

Sobre as revelações

Existem verdades da santa fé que na realidade a gente conhece e que recorda, mas que não compreende bem nem com elas vive. Assim aconteceu comigo quanto à verdade da Misericórdia Divina. Tantas vezes pensei a respeito dessa verdade nas meditações, especialmente nos retiros, tantas vezes dela falei nos sermões e a repeti nas orações litúrgicas, mas não penetrei o seu conteúdo e o seu significado para a vida espiritual; de maneira especial eu não compreendia, e num primeiro momento não podia concordar que a Misericórdia Divina seja o supremo atributo do Criador, Redentor e Santificador.

Foi preciso que surgisse uma alma simples e piedosa, estreitamente unida com Deus, a qual – como acredito – por inspiração divina me falou sobre isso e me estimulou a estudos, pesquisas e reflexões a esse respeito. Essa alma foi a falecida Irmã Faustina (Helena Kowalski), da Congregação das Irmãs de Nossa Senhora da Misericórdia, que aos poucos conseguiu fazer com que eu considerasse a questão do culto da Misericórdia Divina, e de maneira especial a instituição da festa da Misericórdia Divina no primeiro domingo depois da Páscoa, como um dos principais objetivos da minha vida.

Eu conheci a Irmã Faustina no verão (julho ou agosto) de 1933, como minha penitente na Congregação das Irmãs de Nossa Senhora da Misericórdia em Vilna (Vilnius), Lituânia (Rua Senatorska, 25), na qual eu era então confessor comum. Ela chamou a minha atenção pela extraordinária delicadeza de consciência e pela íntima união com Deus; principalmente porque não havia matéria para absolvição, e ela nunca ofendeu a Deus com um pecado grave. Já no início ela me declarou que me conhecia havia muito tempo de alguma visão, que eu devia ser o seu diretor de consciência e que devia concretizar certos planos divinos que deviam ser por ela apresentados.

Eu menosprezei esse seu relato e a submeti a certa prova, a qual fez com que, com a autorização da Superiora, Ir. Faustina começasse a procurar um outro confessor. Algum tempo depois voltou para falar comigo e declarou que suportaria tudo, mas que de mim já não se afastaria. Não posso, aqui, repetir todos os detalhes da nossa conversa, que em parte encerra-se em seu Diário, escrito por ela por minha recomendação, visto que lhe proibi depois falar das suas vivências na confissão.

Tendo conhecido mais de perto Irmã Faustina, constatei que os dons do Espírito atuavam nela em estado oculto, mas que em certos momentos bem freqüentes manifestavam-se de maneira evidente, concedendo parcialmente uma intuição que envolvia a sua alma, despertava ímpetos de amor, de sublimes e heróicos atos de sacrifício e de abnegação de si mesma. De maneira especialmente freqüente manifestava-se a ação dos dons da ciência, sabedoria e inteligência, graças aos quais Irmã Faustina via claramente a nulidade dos bens terrenos e a importância dos sofrimentos e das humilhações.

Ela conhecia simplesmente os atributos de Deus, sobretudo a Sua Infinita Misericórdia, enquanto muitas outras vezes contemplava uma luz inacessível e beatífica; mantinha por algum tempo fixo o seu olhar nessa luz inconcebivelmente beatífica, da qual surgia a figura de Cristo caminhando, abençoando o mundo com a mão direita e com a esquerda levantando o manto na região do coração, de onde brotavam dois raios – um branco e um vermelho.

Irmã Faustina tinha essas e outras visões sensitivas e intelectuais já havia alguns anos e ouvia palavras sobrenaturais, captadas pelo sentido da audição, pela imaginação e pela mente. Temeroso da ilusão, da alucinação e da fantasia de Irmã Faustina, eu me dirigi à Superiora, Irmã Irene, a fim de que me informasse a respeito de quem era Irmã Faustina, de que fama gozava na Congregação junto às Irmãs e Superioras, bem como solicitei um exame da sua saúde psíquica e física. Após ter recebido uma resposta lisonjeira para ela sob todos os aspectos, por algum tempo continuei ainda a manter uma posição de expectativa; em parte eu não acreditava, refletia, rezava e investigava, da mesma forma que me aconselhava com alguns sacerdotes doutos a respeito do que fazer, sem revelar do que e de quem se tratava. E tratava-se da concretização de supostas exigências categóricas de Jesus Cristo no sentido de pintar uma imagem que Irmã Faustina via, bem como de instituir a festa da Misericórdia Divina no primeiro domingo depois da Páscoa.

Finalmente, levado mais pela curiosidade de que tipo de imagem seria essa do que pela fé na veracidade das visões de Irmã Faustina, decidi dar início à pintura dessa imagem. Conversei com o artista e pintor Eugênio Kazimirowski, que residia juntamente comigo na mesma casa, o qual a troco de certa importância prontificou-se a realizar a pintura, e ainda com a Irmã Superiora, a qual permitiu que Irmã Faustina duas vezes por semana fosse ter com o pintor a fim de mostrar como devia ser essa imagem.

Esse trabalho durou alguns meses, e finalmente, em junho ou julho de 1934, a imagem estava pronta. Irmã Faustina queixava-se de que a imagem não estava tão bonita como ela a via, mas Jesus Cristo a tranqüilizou e disse que naquela forma a imagem seria suficiente. E acrescentou: “Estou fornecendo aos homens um vaso com que devem vir buscar as graças junto a Mim. Esse vaso é esta imagem com a legenda: Jesus, confio em Vós”.


De início Irmã Faustina não conseguia explicar o que significavam os raios na imagem. Mas depois de alguns dias disse que Jesus Cristo lhe havia explicado em oração: “Os raios nessa imagem significam o Sangue e a Água. O raio pálido significa a Água que justifica as almas, e o raio vermelho – o Sangue, que é a vida da alma. Eles brotam do Meu Coração, que foi aberto na Cruz. Esses raios protegerão a alma diante da ira do Pai Celestial. Feliz aquele que viver à sua sombra, porque não será atingido pela justa mão de Deus... Prometo que a alma que venerar esta imagem não perecerá. Prometo também já aqui na terra a vitória sobre os inimigos, especialmente na hora da morte. Eu mesmo a defenderei como a Minha glória... Desejo que o primeiro domingo depois da Páscoa seja a festa da Misericórdia Divina. Quem nesse dia participar do Sacramento do Amor, alcançará o perdão de todas as culpas e castigos... A humanidade não encontrará paz enquanto não se dirigir com confiança à Misericórdia Divina. Antes de vir como juiz imparcial, venho como Rei de Misericórdia, para que ninguém se escuse no dia do julgamento, que já não está distante...”

Sobre Santa Faustina

No que diz respeito à índole natural, era uma pessoa inteiramente equilibrada, sem sombra de psiconeurose ou de histeria. A naturalidade e a simplicidade eram as marcas da sua convivência, tanto com as irmãs na congregação como com outras pessoas. Não havia nela nenhuma artificialidade ou teatralidade, nenhum fingimento nem vontade de chamar a atenção dos outros para si. Pelo contrário, ela procurava não se distinguir em nada das outras, e a respeito das suas vivências interiores não falava a ninguém, além do confessor e das superioras. A sua sensibilidade era normal, controlada pela vontade, mas manifestava-se facilmente em humores diferentes e emoções. Não estava sujeita a nenhuma depressão psíquica, nem ao nervosismo nos insucessos, que suportava tranqüilamente, com submissão à vontade divina.

Sob o aspecto mental era prudente e distinguia-se por um sadio discernimento das coisas, embora não tivesse quase nenhuma instrução: mal sabia escrever com erros e ler. Dava acertados conselhos a suas companheiras quando a ela se dirigiam, e por diversas vezes eu mesmo, a título de teste, apresentei-lhe certas dúvidas, que ela resolveu com muito acerto. A sua imaginação era rica, mas não exaltada. Muitas vezes não era capaz de distinguir sozinha a ação da sua imaginação da ação sobrenatural, principalmente quando se tratava de recordações do passado. E quando chamei a sua atenção a isso e mandei que sublinhasse no Diário apenas aquilo a respeito do que pudesse jurar que não era um fruto da sua imaginação, ela deixou de lado uma boa parte das suas antigas recordações.

Sob o aspecto moral era inteiramente sincera, sem a mínima tendência ao exagero ou sombra de mentira: sempre dizia a verdade, ainda que às vezes isso lhe causasse dissabor.

No que diz respeito às virtudes sobrenaturais, ela fazia visíveis progressos. Na realidade, desde o início eu havia visto nela as fundamentadas e testadas virtudes da castidade, da humildade, do zelo, da obediência, da pobreza e do amor a Deus e ao próximo, mas podia-se facilmente constatar o seu gradual crescimento, especialmente no final da vida a intensificação do amor a Deus, que ela manifestava em seus versos. Hoje não me lembro exatamente do seu conteúdo, mas de modo geral lembro-me do meu enlevo quanto ao seu conteúdo (não quanto à forma), quando os lia no ano de 1938.

Uma vez vi Irmã Faustina em êxtase. Foi no dia 2 de setembro e 1938, quando a visitei o hospital em Pradnik e dela me despedi para viajar a Vilna. Tendo-me afastado alguns passos, lembrei que tinha trazido para ela alguns exemplares das orações (novena, ladainha e terço) à Misericórdia Divina por ela compostas e publicadas em Cracóvia e então voltei de imediato para entregá-los. Quando abri a porta do quarto em que se encontrava, eu a vi mergulhada em oração e sentada, mas quase elevando-se sobre a cama. O seu olhar estava fixo em algum objeto invisível, as pupilas um tanto dilatadas. Ela não deu atenção à minha entrada, mas eu não queria perturbá-la e fiz menção de retirar-me. Em breve, no entanto, voltou a si, percebeu-me e pediu desculpas por não ter ouvido eu bater à porta, dizendo que não me tinha ouvido bater nem entrar. Então já não tive a mínima dúvida de que o que constava no Diário a respeito da santa Comunhão oferecida no hospital por um Anjo correspondia à realidade.

Os efeitos das revelações de Irmã Faustina, tanto na sua alma como nas almas de outras pessoas, superaram todas as expectativas. Enquanto no início Ir. Faustina estava um pouco assustada, temia a possibilidade de executar as ordens e esquivava-se a elas, aos poucos se tranqüilizou e chegou a um estado de total segurança, certeza e profunda alegria interior: tornava-se cada vez mais humilde e obediente, cada vez mais unida a Deus e paciente, concordando inteiramente e em tudo com a Sua vontade. Parece que não há necessidade de nos estendermos sobre os efeitos dessas revelações nas almas das outras pessoas que a respeito delas tiveram conhecimento, visto que os próprios fatos dão a esse respeito o melhor testemunho.

No que diz respeito ao objeto das revelações de Irmã Faustina, não há nele nada que se oponha à fé ou aos bons costumes, ou que diga respeito a opiniões controvertidas entre os teólogos. Ao contrário, tudo visa ao melhor conhecimento e ao amor de Deus.


Pe. Miguel Sopocko, confessor de Irmã Faustina
Minhas recordações sobre a falecida Irmã Faustina
No original: Bialystok, Polônia, 27.01.1948
Jesus Misericordiosos.com

FESTA DA DIVINA MISERICÓRDIA – Orações de Santa Faustina



2º DOMINGO DA PÁSCOA
11/04/2010

Ano C
At 5, 12-16
Sl 117
Ap 1, 9-11a.12-13.17-19
Jo 20, 19-31


"O próprio Senhor me estimula a escrever orações e hinos sobre a Sua misericórdia..." (Diário, 1593)

"Desejo que conheças mais a fundo o Meu amor, de que está inflamado o Meu Coração pelas almas, e compreenderás isso quando refletires sobre a Minha Paixão. Invoca a Minha misericórdia para com os pecadores, pois desejo a salvação deles. Quando de coração contrito e confiante rezares essa oração por algum pecador, Eu lhe darei a graça da conversão. Esta pequena prece é a seguinte:

— Ó Sangue e Água que jorrastes do Coração de Jesus como fonte de misericórdia para nós, eu confio em Vós" (Diário, 187).


ORAÇÕES DE SANTA FAUSTINA

"Amor Eterno, chama pura, ardei sem cessar no meu coração e divinizai todo o meu ser de acordo com a Vossa eterna predileção, pela qual me chamastes à existência e convocastes à participação na Vossa felicidade eterna" (Diário, 1523).


"Ó Deus misericordioso, que não nos desprezais, mas nos cumulais sem cessar com as Vossas graças! Vós nos tornais dignos do Vosso Reino e, em Vossa bondade, preencheis com homens os lugares deixados pelos anjos ingratos. Ó Deus de grande misericórdia, que afastastes o Vosso santo olhar dos anjos revoltados e o voltastes para o homem contrito, seja dada honra e glória à Vossa insondável misericórdia" (Diário, 1339).


"Ó Jesus estendido na cruz, suplico-Vos, concedei-me a graça de sempre, em toda parte e em tudo cumprir fielmente a Santíssima vontade de Vosso Pai. E, quando essa vontade de Deus me parecer penosa e difícil de cumprir, então suplico-Vos, Jesus, que das Vossas Chagas desça para mim força e vigor, e que a minha boca repita: Seja feita a Vossa vontade, Senhor. (...) Jesus cheio de compaixão, concedei-me a graça de me esquecer de mim mesma, a fim de viver inteiramente para as almas, ajudando-Vos na obra da salvação, segundo a santíssima vontade de Vosso Pai..." (Diário, 1265).


"Desejo transformar-me toda em Vossa misericórdia, para tornar-me o Vosso reflexo vivo, ó meu Senhor! Que a Vossa misericórdia, que é insondável e de todos os atributos de Deus o mais sublime, se derrame do meu coração e da minha alma sobre o próximo.
Ajudai-me, Senhor, para que os meus olhos sejam misericordiosos, de modo que eu jamais suspeite nem julgue as pessoas pela aparência externa, mas perceba a beleza interior dos outros e possa ajudá-los.
Ajudai-me, Senhor, para que os meus ouvidos sejam misericordiosos, de modo que eu esteja atenta às necessidades dos meus irmãos e não me permitais permanecer indiferente diante de suas dores e lágrimas.
Ajudai-me, Senhor, para que a minha língua seja misericordiosa, de modo que eu nunca fale mal dos meus irmãos; que eu tenha para cada um deles uma palavra de conforto e de perdão.
Ajudai-me, Senhor, para que as minhas mãos sejam misericordiosas e transbordantes de boas obras, nem se cansem jamais de fazer o bem aos outros, enquanto, aceite para mim as tarefas mais difíceis e penosas.
Ajudai-me, Senhor, para que sejam misericordiosos também os meus pés, para que levem sem descanso ajuda aos meus irmãos, vencendo a fadiga e o cansaço (...)
Ajudai-me, Senhor, para que o meu coração seja misericordioso e se torne sensível
a todos os sofrimentos do próximo. (...)
Ó meu Jesus, transformai-me em Vós, porque Vós tudo podeis" (Diário, 163).


"Rei de Misericórdia, guiai a minha alma" (Diário, 3).


"Ó Jesus, Deus eterno, agradeço-Vos pelas Vossas inúmeras graças e benefícios. Que cada batida do meu coração seja um novo hino de ação de graças para Convosco, ó Deus! Que cada gota do meu sangue circule por Vós, Senhor. A minha alma é um só hino de adoração da Vossa misericórdia. Amo-Vos, Deus, por Vós mesmo" (Diário, 1794).


"Ó Jesus, desejo viver o momento presente, viver como se este dia fosse o último da minha vida: aproveitar cuidadosamente cada momento para a maior glória de Deus; fazer uso de cada circunstância, de tal maneira, que a alma possa tirar proveito. Olhar para tudo do ponto de vista de que nada suceda sem a Vontade de Deus. Deus de insondável misericórdia, envolvei o mundo todo e derramai-Vos sobre nós, pelo compassivo Coração de Jesus" (Diário, 1183).


"Ó Deus de grande misericórdia, bondade infinita, eis que hoje a Humanidade toda clama do abismo da sua miséria à Vossa misericórdia, à Vossa compaixão, ó Deus, e clama com a potente voz da sua miséria. Ó Deus clemente, não rejeiteis a oração dos exilados desta Terra. Ó Senhor, bondade inconcebível, que conheceis profundamente a nossa miséria e sabeis que, com nossas próprias forças, não temos condições de nos elevar até Vós, por isso Vos suplicamos: adiantai-Vos ao nosso pedido com a Vossa graça e aumentai em nós sem cessar a Vossa misericórdia, a fim de que possamos cumprir fielmente a Vossa santa vontade durante toda a nossa vida e na hora da morte. Que o poder da Vossa misericórdia nos defenda dos ataques dos inimigos da nossa salvação, para que aguardemos com confiança, como Vossos filhos, a Vossa vinda última, dia que somente Vós conheceis..." (Diário, 1570).


Santa Faustina Kowalska
Diário, a Misericórdia Divina em minha alma

FESTA DA DIVINA MISERICÓRDIA –Filme de Santa Faustina


FESTA DA DIVINA MISERICÓRDIA
2º DOMINGO DA PÁSCOA
11/04/2010




Clique na imagem para assistir ao vídeo do filme



FILME DA IRMÃ FAUSTINA

O filme foi inspirado no Diário da Irmã María Faustina Kowalskies, de origem polonesa, que viveu entre 1905 e 1938 e recebeu revelações de Jesus sobre o culto à Divina Misericórdia. Foi canonizada pelo Papa João Paulo II, também polonês e seu compatriota, como a primeira santa do novo milênio. Este filme apresenta a sua vida com acontecimentos milagrosos e a sua evolução dentro da Igreja Católica. É um filme de caráter religioso que faz frente às complexidades da vida humana e aos mistérios da fé.


INFORMAÇÕES:

Actors: Dorota Segda, Danuta Szaflarska, Agnieszka Czekanska, Stanislawa Celinska, Miroslawa Dubrawska
Directors: Jerzy Lukaszewicz
Format: Color, Subtitled, NTSC
Aspect Ratio: 1.33:1
Number of discs: 1
Studio: Polart
DVD Release Date: March 16, 2004
Run Time: 84 minutes


FONTES:

http://es.gloria.tv/?media=33845
http://www.antronio.com/f31/faustina-full-dvd-5-a-270473/

domingo, 19 de abril de 2009

SEGUNDO DOMINGO DA PÁSCOA – FESTA DA DIVINA MISERICÓRDIA



A Festa da Divina Misericórdia é uma Festa oficial da Igreja, celebrada no Primeiro Domingo após a Páscoa da Ressurreição, ou seja, no Segundo Domingo da Páscoa. Foi estabelecida oficialmente como Festa universal pelo Papa João Paulo II e a Igreja recomenda que este dia seja celebrado como “Domingo da Divina Misericórdia”, conforme solicitado pelo Papa João Paulo II, quando a estabeleceu.

A Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos publicou, em 23 de maio de 2000, um decreto no qual estabelece, por indicação do Papa João Paulo II, a Festa da Divina Misericórdia, que terá lugar no segundo Domingo da Páscoa. A denominação oficial deste dia litúrgico será «Segundo Domingo da Páscoa ou da Divina Misericórdia».


O Papa já o havia anunciado durante a canonização da Irmã Faustina Kowalska, no dia 30 de abril: «Por todo o mundo, o segundo Domingo da Páscoa receberá o nome de Domingo da Divina Misericórdia, um convite perene para os cristãos do mundo enfrentarem, com confiança na divina benevolência, as dificuldades e provas que a humanidade irá enfrentar nos anos que virão» (Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, Decreto de 23 de Maio de 2000).

Entretanto, o Papa João Paulo II não havia escrito estas palavras, que foram proferidas de improviso, de modo que não apareceram na transcrição oficial dos seus discursos nessa canonização.

O Papa dedicou uma de suas Encíclicas à Divina Misericórdia e a chamou «Dives in misericordia».


A Festa da Divina Misericórdia tem suas origens com Santa Maria Faustina Kowalska, que em 1931 recebeu de Jesus revelações, uma entre as quais sobre a instituição dessa Festa na Igreja. Jesus pediu a instituição da Festa da Divina Misericórdia e a ela refere 14 vezes em seus colóquios com Santa Faustina, expressando o imenso desejo do Seu Coração Misericordioso de distribuir, neste dia, as suas graças:

"Neste dia, estão abertas as entranhas da Minha misericórdia. Derramo todo um mar de graças sobre as almas que se aproximam da fonte da minha Misericórdia; a alma que se confessar e comungar alcançará o perdão total das culpas e penas; nesse dia estão abertas todas as Comportas Divinas, pelas quais fluem as graças” (Diário, 570).

"Dize à humanidade que sofre que se aproxime do meu Coração Misericordioso, e Eu a cumularei de paz” (Diário 1074).


O decreto vaticano esclarece que a liturgia do segundo Domingo de Páscoa e as leituras da Liturgia das Horas seguirão sendo as que já integravam o missal e o rito romano.

Indulgência plenária na Festa da Misericórdia

A Festa da Divina Misericórdia é um momento de abundantes graças aos católicos. Cada fiel que se confessar durante o tempo da Quaresma e comungar no dia da Festa da Misericórdia (segundo Domingo de Páscoa) terá o perdão das culpas e penas. A Igreja concede, portanto, indulgência plenária a quem cumprir as condições prescritas e necessárias para obtê-la. Essa indulgência plenária concedida por ocasião da Festa da Divina Misericórdia possui vigor perpétuo, ou seja, renova-se automaticamente a cada ano (portanto, em cada celebração da Festa), sem que a Igreja precise prescrevê-la anualmente.

Senhor, tende misericórdia de nós e do mundo inteiro!


SEGUNDO DOMINGO DA PÁSCOA – Santa Faustina e a Festa da Divina Misericórdia



A Irmã Faustina Kowalska, (Helen Kowalska), conhecida como a mensageira da Divina Misericórdia, era polonesa, natural da vila de Glogowiec, perto de Lodz, Cracóvia, Polônia. Ela vinha de uma família muito pobre que havia trabalhado exaustivamente em sua pequena fazenda durante os terríveis anos da I Guerra Mundial. Era a terceira de uma prole de dez filhos. Irmã Faustina teve apenas três anos de educação muito simples e aos vinte anos entrou para a Congregação de Nossa Senhora da Misericórdia, cujas irmãs se dedicavam à assistência de moças desvalidas ou em perigo de seguir o mau caminho. Suas tarefas eram sempre as mais humildes do Convento. E é por essa humilde freira que Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo traz ao mundo a maravilhosa mensagem da Misericórdia de seu Coração, aparecendo-lhe em 22 de fevereiro de 1931.



Irmã Faustina nos conta como foi em seu diário:

"À noite, quando eu estava em minha cela, percebi a presença do Senhor Jesus vestido com uma túnica branca. Uma mão estava levantada a fim de abençoar, a outra pousava na altura do peito. Da abertura da túnica no peito saíam dois grandes raios, um vermelho e outro pálido. Em silêncio, eu olhei intensamente para o Senhor; minha alma estava tomada pelo espanto, mas também por grande alegria. Depois de um tempo, Jesus me disse: «Pinta uma imagem de acordo com o que vês, com a inscrição embaixo, 'Jesus, eu confio em Vós’. Desejo que esta imagem seja venerada primeiro na tua capela e depois no mundo inteiro. Prometo que a alma que venerar esta imagem não perecerá. Prometo também a vitória sobre os inimigos já nesta terra mas especialmente na hora da morte. Eu mesmo a defenderei com a minha própria glória. Ofereço aos homens um recipiente com o qual deverão vir buscar graças na fonte da misericórdia. O recipiente é esta própria imagem com a inscrição: Jesus, eu confio em Vós!»".


Ainda em outras ocasiões, Jesus voltou a falar sobre a imagem:

"O meu olhar naquela imagem é igual ao meu olhar na Cruz".

"Não na beleza da cor, nem na habilidade do artista, mas na minha graça está o valor desta imagem".

A pedido de seu diretor espiritual, Irmã Faustina perguntou ao Senhor qual era o significado dos dois raios que tanto se destacavam na imagem. Jesus respondeu:

"Os dois raios representam o sangue e a água. O raio pálido representa a Água que justifica as almas, o vermelho representa o Sangue, que é a vida das almas. Ambos os raios saíram das entranhas da minha Misericórdia quando, na Cruz, o meu Coração agonizante na morte foi aberto com a lança. Estes raios defendem as almas da ira do meu Pai. Feliz aquele que viver sob a proteção deles, porque não será atingido pelo braço da justiça de Deus ".


Em 1934, por indicação de seu diretor espiritual, iniciou um diário que intitulou «A divina misericórdia em minha alma». Nele descreve as revelações místicas que recebeu de Jesus, entre as quais as que Ele lhe mostrou seu Coração, Fonte de Misericórdia, e lhe manifestou o seu expresso desejo de que se estabelecesse uma Festa para honrar a Misericórdia de seu Coração.

O Senhor lhe pede, por pelo menos 14 vezes, que se institua oficialmente uma “Festa da Misericórdia” (Diário de Santa Faustina):

“Esta Festa surge das entranhas de minha piedade. Desejo que seja celebrada com grande solenidade no primeiro domingo depois da Páscoa da Ressurreição. Desejo que a Festa da Misericórdia seja refúgio e abrigo para todas as almas e especialmente para os pobres pecadores. As entranhas mais profundas de minha Misericórdia se abrem nesse dia. Derramarei todo um mar de graças sobre aquelas almas que se aproximam da fonte da minha Misericórdia.

A alma que acuda à confissão e que receba a Sagrada Comunhão obterá a remissão total de suas culpas e das penas. Nesse dia estão abertas todas as comportas divinas, pelas quais se derramam as graças. Que nenhuma alma receie se aproximar de mim ainda que seus pecados sejam escuros e escarlate. Toda Comunhão recebida com o coração limpo tende a restabelecer, naquele que a recebe, a inocência do Batismo, posto que o Mistério Eucarístico é «Fonte de toda graça»”. (Diário, 699)


Nosso Senhor também pede que a Imagem da Divina Misericórdia seja solenemente venerada neste dia: “Desejo que esta Imagem seja solenemente benta no primeiro domingo depois da Páscoa e que receba veneração pública, para que toda alma possa saber disso” (Diário, 341).

Jesus disse ainda à Ir. Faustina:

"Minha filha, declara que a Festa da minha Misericórdia brotou das minhas entranhas para consolação do mundo inteiro". ( Diário, 1517)

"Desejo unir-me às almas humanas; a minha delícia é unir-me a elas. Sabe, minha filha, que quando venho pela Sagrada Comunhão ao coração do homem, tenho as mãos cheias de toda a espécie de graças e desejo entregá-las às almas, mas elas nem me prestam atenção; deixam-me sozinho e ocupam-se com outras coisas. Ah, quão triste fico por não reconhecerem o meu Amor!"( Diário, 1385).


”Como me é doloroso que as almas se unam tão pouco a mim na Santa Comunhão! Eu espero as almas mas elas são indiferentes comigo. Amo-as tanto e com tanta ternura! Quero enchê-las de graças e elas não as querem aceitar. Tratam-me como coisa morta, no entanto o meu Coração está cheio de amor e de misericórdia." (Diário, 1683).

”Escreve para benefício das almas que a minha delícia é vir aos seus corações na Sagrada Comunhão." (Diário, 1683).

"Repara, abandonei o Trono do Céu para me unir a ti. Se o que estás a ver é apenas uma pequena parcela e a tua alma já desfalece de amor, então em que assombro ficará o teu coração, quando me contemplares em toda a Glória? Porém, quero dizer-te que essa vida eterna deve iniciar-se já aqui na terra pela Sagrada Comunhão. Cada Comunhão torna-te mais capaz de conviver com Deus por toda a eternidade." (Diário, 1810).

Senhor, tem misericórdia de nós e do mundo inteiro!


SEGUNDO DOMINGO DA PÁSCOA – FESTA DA DIVINA MISERICÓRDIA - Oração para ser misericordioso



ORAÇÃO PARA SER MISERICORDIOSO

“Oh, Senhor, desejo transformar-me toda em tua Misericórdia e ser um vivo reflexo de ti. Que este supremo atributo de Deus, sua insondável Misericórdia, passe através de meu coração ao próximo.
Ajuda-me, oh Senhor, para que meus olhos sejam misericordiosos, a fim de que eu jamais desconfie de ninguém ou julgue segundo as aparências, e que busque o belo na alma de meu próximo e corra a ajudá-lo.
Ajuda-me, oh Senhor, para que meus ouvidos sejam misericordiosos, a fim de que leve em conta as necessidades de meu próximo e não seja indiferente a suas penas e gemidos.
Ajuda-me, oh Senhor, para que minha língua seja misericordiosa, a fim de que jamais fale negativamente de meu próximo e que tenha sempre uma palavra de consolo e perdão para todos.
Ajuda-me, oh Senhor, para que minhas mãos sejam misericordiosas e cheias de boas obras, a fim de que saiba fazer só o bem a meu próximo e tome para mim os trabalhos mais difíceis e mais penosos.
Ajuda-me, oh Senhor, para que meus pés sejam misericordiosos, a fim de que sempre me apresse a socorrer meu próximo, dominando minha própria fadiga e meu cansaço.
Ajuda-me, oh Senhor, para que meu coração seja misericordioso, a fim de que eu sinta todos os sofrimentos de meu próximo.
Que tua Misericórdia, oh Senhor meu, repouse sempre dentro de mim”.

Santa Faustina Kowalska
Diário, 163