QUINTA-FEIRA SANTA
Ex 12,1-8.11-14
Sl 115
1Cor 11,23-26
Jo 13,1-15
«Sabendo que a sua hora tinha chegado, Jesus amou-os até ao fim»
Sede obedientes até à morte, a exemplo do Cordeiro sem mancha que obedeceu a seu Pai até à morte vergonhosa da cruz. Pensem que Ele é o caminho e a regra que deveis seguir. Tende-o sempre presente diante dos olhos do vosso espírito. Vede como Ele é obediente, este Verbo, a Palavra de Deus! Ele não recusa transportar o fardo das dores de que seu Pai o encarregou; pelo contrário, Ele lança-se, animado de um grande desejo.
Não é isso que Ele manifesta na Ceia de quinta-feira santa quando diz: "Tenho ardentemente desejado comer convosco esta Páscoa, antes de padecer" (Lc 22,15)? Por "comer a Páscoa", Ele entende o cumprimento da vontade do Pai e do seu desejo. Não vendo quase mais nenhum tempo à sua frente (Ele via-se já no fim, quando devia sacrificar o seu corpo por nós), Ele exulta, rejubila e diz com alegria: " Desejei ardentemente". Aqui está a Páscoa de que Ele falava, aquela que consistia em se dar a si próprio em alimento, a imolar o seu próprio corpo para obedecer ao Pai.
Jesus tinha celebrado muitas outras Páscoas com os discípulos, mas nunca esta, ó Indizível, Doce e Ardente Caridade! Tu não pensas nem nas tuas dores nem na tua morte ignominiosa; se tivesses pensado nisso, não terias sido tão feliz, não lhe terias chamado uma Páscoa. O Verbo viu que foi Ele próprio que foi escolhido, Ele próprio que recebeu por esposa a nossa humanidade. Pediram-lhe que nos desse o seu próprio sangue a fim de que a vontade do Pai se cumprisse em nós, a fim de que seja o seu sangue que nos santifica. Vede bem a doce Páscoa que aceita este Cordeiro sem mancha (Ex 12, 5), e é com um grande amor e um grande desejo que ele cumpre a vontade do Pai e que observa inteiramente o seu desejo. Que doce Amor indizível!...
É por isso, meus bem-amados, que vos peço que nunca tenham medo de nada e que coloquem toda a vossa confiança no sangue de Cristo crucificado. Que qualquer temor servil seja banido do vosso espírito. Direis com S. Paulo: Por Cristo crucificado, tudo posso, pois Ele está em mim por desejo e por amor, e fortalece-me (Fil 4,13; Gal 2,20). Amai, amai, amai! Pelo seu sangue, o doce Cordeiro fez da vossa alma um rochedo inabalável.
Santa Catarina de Sena
Carta 129
Sede obedientes até à morte, a exemplo do Cordeiro sem mancha que obedeceu a seu Pai até à morte vergonhosa da cruz. Pensem que Ele é o caminho e a regra que deveis seguir. Tende-o sempre presente diante dos olhos do vosso espírito. Vede como Ele é obediente, este Verbo, a Palavra de Deus! Ele não recusa transportar o fardo das dores de que seu Pai o encarregou; pelo contrário, Ele lança-se, animado de um grande desejo.
Não é isso que Ele manifesta na Ceia de quinta-feira santa quando diz: "Tenho ardentemente desejado comer convosco esta Páscoa, antes de padecer" (Lc 22,15)? Por "comer a Páscoa", Ele entende o cumprimento da vontade do Pai e do seu desejo. Não vendo quase mais nenhum tempo à sua frente (Ele via-se já no fim, quando devia sacrificar o seu corpo por nós), Ele exulta, rejubila e diz com alegria: " Desejei ardentemente". Aqui está a Páscoa de que Ele falava, aquela que consistia em se dar a si próprio em alimento, a imolar o seu próprio corpo para obedecer ao Pai.
Jesus tinha celebrado muitas outras Páscoas com os discípulos, mas nunca esta, ó Indizível, Doce e Ardente Caridade! Tu não pensas nem nas tuas dores nem na tua morte ignominiosa; se tivesses pensado nisso, não terias sido tão feliz, não lhe terias chamado uma Páscoa. O Verbo viu que foi Ele próprio que foi escolhido, Ele próprio que recebeu por esposa a nossa humanidade. Pediram-lhe que nos desse o seu próprio sangue a fim de que a vontade do Pai se cumprisse em nós, a fim de que seja o seu sangue que nos santifica. Vede bem a doce Páscoa que aceita este Cordeiro sem mancha (Ex 12, 5), e é com um grande amor e um grande desejo que ele cumpre a vontade do Pai e que observa inteiramente o seu desejo. Que doce Amor indizível!...
É por isso, meus bem-amados, que vos peço que nunca tenham medo de nada e que coloquem toda a vossa confiança no sangue de Cristo crucificado. Que qualquer temor servil seja banido do vosso espírito. Direis com S. Paulo: Por Cristo crucificado, tudo posso, pois Ele está em mim por desejo e por amor, e fortalece-me (Fil 4,13; Gal 2,20). Amai, amai, amai! Pelo seu sangue, o doce Cordeiro fez da vossa alma um rochedo inabalável.
Santa Catarina de Sena
Carta 129
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