sexta-feira, 2 de abril de 2010

TRÍDUO PASCAL – SEXTA-FEIRA SANTA – O Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo



SEXTA -FEIRA DA PAIXÃO DO SENHOR

Is 52, 13-53, 12
Sl 30
Hb 4, 14-16; 5, 7-9
Jo 18, 1-19, 42


«O Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo»

No Apocalipse, o apóstolo João escreve: «Eis o que vi: diante do trono...havia um Cordeiro, de pé e como que imolado» (Ap 5,6). Enquanto contemplava esta visão, uma recordação permanecia nele ainda bem viva: a do dia inesquecível em que, na margem do Jordão, João Batista tinha designado Jesus como «o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo».

Mas porque é que o próprio Senhor tinha escolhido o cordeiro para ser o seu símbolo por excelência? Porque é que se mostrava mais uma vez sob esta aparência no trono eterno da glória? Porque era inocente como um cordeiro e humilde como um cordeiro, e porque tinha vindo para «deixar-se conduzir ao matadouro como um cordeiro» (Is 53,7).

Também isso tinha contemplado o apóstolo João, quando o Senhor tinha deixado que lhe atassem as mãos no Jardim das Oliveiras e se tinha deixado pregar na cruz no Gólgota. Ali, no Gólgota, o verdadeiro sacrifício da reconciliação tinha sido consumado. Os antigos sacrifícios tinham perdido a sua força e, tal como antigo sacerdócio, cessaram em breve quando o templo foi destruído. Tudo isto João tinha-o vivido. Por isso, não se admirou ao ver o Cordeiro no trono.

Tal como o Cordeiro tinha de ser morto para ser elevado ao trono da glória, assim também, para todos os que foram escolhidos para «a boda das núpcias do Cordeiro» (Ap 19,9), o caminho para a glória passa pelo sofrimento e pela cruz. Aqueles que querem unir-se ao Cordeiro devem deixar-se pregar com ele na cruz. Todos os que estão marcados com o sangue do Cordeiro (cf. Ex 12,7) a isso são chamados - e são todos os batizados. Mas nem todos compreendem o apelo e nem todos o seguem.


Santa Teresa Benedita da Cruz
As Bodas do Cordeiro, 1940

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