quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

NOSSA SENHORA DE LOURDES – As aparições em Lourdes - Parte I




NOSSA SENHORA DE LOURDES
11 de Fevereiro
Memória Facultativa

AS APARIÇÕES EM LOURDES

Parte I

O dia 11 de fevereiro de 1858 foi o dia escolhido para que o céu se fizesse presente na terra. Esse dia mudaria para sempre, não só a vida de Bernardete, mas marcaria o começo de uma fonte de graça que brotou para toda a humanidade. Fonte que só aumenta com o tempo.

A mãe de Bernardete permitiu que ela fosse, com sua irmã menor chamada Maria e com outra menina, ao campo para buscar lenha seca. O lugar preferido para recolher lenha era um campo que havia em frente à gruta. Bernardete por sua fragilidade física ficou para trás.

As companheiras haviam já atravessado o riacho mas Bernardete não se atrevia a entrar na água porque estava muito fria. As outras insistiam e quando ela começou a descalçar-se, um ruido muito forte, parecido a um vento impetuoso, a obrigou a levantar a cabeça e olhar para todos os lados.

Que é isto?,perguntava. As árvores estavam imóveis.

O ruido do vento começou de novo e mais forte ainda no lado da gruta. Y ali, no fundo da gruta, uma maravilhosa aparição se destacava diante dela. Nesse momento começaram a soar os sinos da Igreja paroquial e se ouvia o canto do Angelus.

Primera Aparição

Numa luz resplandecente como a do sol, mas doce e aprazível como tudo o que vem do céu, uma Senhora prodigiosamente bela se deixou ver por Bernardete. Vestia um traje branco, brilhante e de um tecido desconhecido, ajustado com uma cinta azul; um longo véu branco caía até os seus pés envolvendo todo o corpo. Os pés, de uma limpeza virginal e descalços, pareciam apoiarem-se sobre um roseiral silvestre. Duas rosas brilhantes, da cor de ouro, cobriam a parte superior dos pés da Santíssima Virgem. As suas mãos juntas sobre o peito estavam numa posição de oração fervorosa; tinha entre os dedos um longo rosário branco e dourado com uma bela cruz de ouro.

Tudo Nela irradiava felicidade, majestade, inocência, bondade, doçura e paz. A fronte era lisa e serena, os olhos eram azul celeste cheios de amor e os lábios mostravam suavidade e mansidão. A Senhora parecia saludá-la ternamente enquanto se inclinava ante Bernardete.

Bernardete buscou seu rosário (que trazia sempre em seu bolso), fazendo, como que para defender-se, o sinal da cruz, mas sua mão ficou paralisada. Nesse momento a Virgem tomou a cruz do rosário e fez o sinal da cruz e mostrou a Bernardete que fizesse como ela.

Nesse momento seu braço paralisado ficou livre. A Senhora começou a passar as contas do rosário entre seus dedos e Bernardete começou a rezar o seu. Ao terminar, a Virgem lhe fez sinais com o dedo para que se aproximasse e, entendendo o braço, se inclinou docemente e sorriu como que despedindo-se de Bernardete. A Visião havia desaparecido!

Bernardete perguntou às outras meninas se haviam visto algo e ao responderem que não, lhes contou sua experiência e lhes pediu silêncio. Mas a irmã de Bernardete contou a sua mãe, que não acreditou e ordenou à Bernardete que deixasse de imaginações e lhe proibiu regressar à gruta.
Nessa noite, enquanto rezavam o rosário em família, Bernardete rompeu em prantos, repetindo sua invocação favorita: "Oh, Maria, concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a Vós".

Segunda Aparição

No dia 14 de fevereiro, as meninas insistieram em que a mãe lhes desse permissão para voltar à gruta. Todos pensavam que o que havia se passado com Bernardete era um engano do mal, e então lhe disseram que fosse à gruta e aspergisse água benta. Assim afastaria o mal e ficariam tranquilos.

Quando chegaram à gruta, Bernardete lhes pediu que se ajoelhassem para rezar o Rosário. Apareceu de novo a Virgem. O rosto de Bernardete se transfigurou. Esta tirou a àgua benta e disse: "Se vens da parte de Deus, aproxima-te de nós". A água benta chegou até os pés da Virgem e sonrrindo com mais doçura se aproximou de Bernardete. Tomou o rosário e se persignou com ele. Começaram ambas a rezá-lo.

Ao entardecer já todo o povoado comentava as maravilhas que ocurriam na gruta de Lourdes, mas aos comentários se juntavam as troças, desprezos e insultos.

Terceira Aparição

Os pais de Bernardete começaram então a acreditar que ela jamais havia mentido pois sempre obedecia. Além disso a sua naturalidade os convenceu, a naturalidade com que ela descrevia os acontecimentos e seus menores detalhes.

Em 18 de fevereiro, uma senhora e uma religiosa desejavam acompanhar Bernardete à gruta. Foram com ela primeiro à Santa Missa das 5:30h e dali se dirigieram à gruta. Bernardete caminhava tão rápido que parecia como se uma força superior a empurrasse até lá.

Se ajoelhou, começou a oração do rosário, lançando então um grito de júbilo ao ver no fundo da gruta a Senhora. Perguntou-Lhe se suas duas acompanhantes podiam ficar e a Virgem disse que sim. Elas também se ajoelharam e se puseram a rezar enquanto acendiam uma vela benta.

Bernardete passou um papel à Virgem pedindo-Lhe que escrevesse qualquer coisa que desejava comunicar-lhes.

A Virgem lhe disse: "O que tenho que comunicar não é necessário escrever. Faz-me unicamente o favor de vir aqui durante quinze dias seguidos". Bernardete prometeu e a Virgem respondeu: "Eu também te prometo fazer-te feliz, não certamente neste mundo, mas no outro".

A QUINZENA MILAGROSA

A notícia das aparições se espalhou rapidamente e uma grande multidão acudiu à gruta.

19 de fevereiro: Bernardete chegou à gruta acompanhada de seus pais e uma centena de pessoas. A partir deste dia, ia a todas as aparições com uma vela acesa.

20 de fevereiro: Por volta de 500 pessoas a acompanhavam.

21 de fevereiro: Milhares de pessoas enchiam todos os arredores da gruta. Houve um momento em que a aparição parecia estar mais para trás, como que a fundir-se no interior da roca. Para não perdê-la de vista, Bernardete foi aproximando-se de joelhos. Observou que a Virgem tinha ficado triste e lhe perguntou: O que acontece?, O que posso fazer? A Virgem respondeu: "Roga pelos pecadores".

Bernardete era objeto de toda classe de zombarias, perseguições e ofensas. Inclusive as autoridades civis se envolveram no assunto. O comissário chegou a detê-la para um longo exame. Ameaçou-a com a prisão se continuasse indo à gruta. Um dos principais médicos de Lourdes se dedicou a estudá-la, observá-la e examiná-la, chegando à conclusão de que em Bernardete não havia nenhum sinal de alucinação, histeria ou fuga da realidade. Disse assim: "Aqui há um fato extraordinário, totalmente desconhecido à ciência e à medicina".

Entretanto, as perseguições não terminaram; a polícia continuou tratando-a indignamente. O Pároco de Lourdes a defendeu energicamente. E em tudo isso Bernardete se manteve firme mas com humildade, nunca tomando uma posição defensiva, nem de ataque contra ninguém.

22 de fevereiro: A Virgem não apareceu. Todos fizeram troça de Bernardete. Ela chorava pensando que talvez havia cometido alguma falta e que por isso a Virgem não lhe havia aparecido. Mas tinha a firme esperança de voltar a vê-la.

Uma das coisas que mais surpreendia as pessoas era ver a uma humilde e simples pastorzinha, carente de adequada educação, saudar com graça e dignidade à Virgem no término da aparição. Uma vez lhe perguntaram: "Diga-me, quem te ensinou a fazer saudações tão graciosas?". "Ninguém, respondeu, não sei como fiz, apenas trato de fazer como faz a Senhora e ela me saúda deste modo quando vai embora."


Fonte:
Corazones

(CONTINUA)

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