QUARESMA 2010
«Quaresma, um farol que adverte e ilumina o horizonte da Páscoa»
Começamos a Santa Quaresma. Este tempo não é um fim mas um caminho. Sua máxima está em nos prepararmos para a grande Festa da Páscoa.
Se queremos que a Semana Santa tenha algum impacto em nós temos de procurar fazer destas semanas uma sensibilização para viver o que nos espera no horizonte de Jerusalém, na mesa do Cenáculo, no Monte do Gólgota ou detrás da pedra deslocada do Sepulcro na manhã da Páscoa. Todo acontecimento notável merece uma preparação não menos importante.
Não podemos ficar, como aqueles turistas que, olhando absortos o farol que piscava luz não percebiam que, às suas costas, tinham todo o mar. A Quaresma é essa possibilidade que Deus nos oferece para que, através da sua Palavra, da conversão e da penitência, da oração e das obras de caridade, trabalhemos um bom terreno no coração e na alma de cada um para que Jesus não passe ao largo.
Não podemos contentar-nos com o rito mágico das cinzas e ignorar a mensagem do Evangelho: convertei-vos e crede no Evangelho!
Não é suficiente buscar com o dedo um rastro de cinza a nossa frente e não mergulhar no coração para ver no que tenho que mudar.
Não é aceitável levantar a mão até o cabelo para comprovar se o sacerdote nos impôs cinza em abundância e não elevá-la para ajudar nas situações de desamparo ou em outras de urgente necessidade.
A Quaresma, com a quarta-feira de cinzas como início, é um tempo com um duplo movimento: até Deus e até o irmão.
Até Deus, porque necessitamos de sua Presença. Por isso temos de intensificar nossa assiduidade à eucaristía, nossa busca por espaços de silêncio em uma Igreja aberta.
Até o irmão, porque, se Deus desceu à terra, por sua Encarnação em Maria, na pessoa de Jesus, não foi somente para recordar-nos que existia um céu mas também que somos irmãos e que o espírito das bem-aventuranças tem de marcar o itinerário da nossa existência. Se Deus deu um tão grande salto vertiginoso, não poderíamos nós dar um também, embora menor, de uma vida medíocre para uma uma existência melhor?
A Quaresma, nesse sentido, pode nos ajudar a usar o metro com nós mesmos antes de utilizar o metro e meio com os demais. A cinza é queimar as folhas e o artificio para que Deus possa em verdade fazer grandes obras em nós.
A Quaresma, que por isso mesmo não tem mais brilho que o conduzir-nos à Páscoa, é esse exercicio de saúde mental, espiritual e até física que todos nós, cristãos, temos que realizar para viver e contemplar em toda a sua intensidade a vida de Jesus de Nazaré: sua Paixão, Morte e Resurreição.
Mas mau será, voltando ao exemplo do turista e do farol, que fiquemos sacudindo a cinza do rosto, encurvados na via crucis, preocupados pelo pescado e despreocupados com revestir nossa vida e convertê-la com a Palavra de Deus durante estes próximos quarenta dias. Deus nos quer renovados, firmes em nossa fé, dispostos inclusive a passar pelo deserto e, sobretudo, a valorizar esse ato de loucura de Seu grande Amor que se deixará cravar em uma cruz.
Nesse sentido, não se estará mal, se depois de recebermos as cinzas, beijarmos o lecionário ou a Biblia, e nos persignarmos com água benta com o desejo de ser novas pessoas para viver em primeiro plano a Paixão, Morte e Resurreição de Jesus.
Padre Javier Leoz
Site Javier Leoz
Começamos a Santa Quaresma. Este tempo não é um fim mas um caminho. Sua máxima está em nos prepararmos para a grande Festa da Páscoa.
Se queremos que a Semana Santa tenha algum impacto em nós temos de procurar fazer destas semanas uma sensibilização para viver o que nos espera no horizonte de Jerusalém, na mesa do Cenáculo, no Monte do Gólgota ou detrás da pedra deslocada do Sepulcro na manhã da Páscoa. Todo acontecimento notável merece uma preparação não menos importante.
Não podemos ficar, como aqueles turistas que, olhando absortos o farol que piscava luz não percebiam que, às suas costas, tinham todo o mar. A Quaresma é essa possibilidade que Deus nos oferece para que, através da sua Palavra, da conversão e da penitência, da oração e das obras de caridade, trabalhemos um bom terreno no coração e na alma de cada um para que Jesus não passe ao largo.
Não podemos contentar-nos com o rito mágico das cinzas e ignorar a mensagem do Evangelho: convertei-vos e crede no Evangelho!
Não é suficiente buscar com o dedo um rastro de cinza a nossa frente e não mergulhar no coração para ver no que tenho que mudar.
Não é aceitável levantar a mão até o cabelo para comprovar se o sacerdote nos impôs cinza em abundância e não elevá-la para ajudar nas situações de desamparo ou em outras de urgente necessidade.
A Quaresma, com a quarta-feira de cinzas como início, é um tempo com um duplo movimento: até Deus e até o irmão.
Até Deus, porque necessitamos de sua Presença. Por isso temos de intensificar nossa assiduidade à eucaristía, nossa busca por espaços de silêncio em uma Igreja aberta.
Até o irmão, porque, se Deus desceu à terra, por sua Encarnação em Maria, na pessoa de Jesus, não foi somente para recordar-nos que existia um céu mas também que somos irmãos e que o espírito das bem-aventuranças tem de marcar o itinerário da nossa existência. Se Deus deu um tão grande salto vertiginoso, não poderíamos nós dar um também, embora menor, de uma vida medíocre para uma uma existência melhor?
A Quaresma, nesse sentido, pode nos ajudar a usar o metro com nós mesmos antes de utilizar o metro e meio com os demais. A cinza é queimar as folhas e o artificio para que Deus possa em verdade fazer grandes obras em nós.
A Quaresma, que por isso mesmo não tem mais brilho que o conduzir-nos à Páscoa, é esse exercicio de saúde mental, espiritual e até física que todos nós, cristãos, temos que realizar para viver e contemplar em toda a sua intensidade a vida de Jesus de Nazaré: sua Paixão, Morte e Resurreição.
Mas mau será, voltando ao exemplo do turista e do farol, que fiquemos sacudindo a cinza do rosto, encurvados na via crucis, preocupados pelo pescado e despreocupados com revestir nossa vida e convertê-la com a Palavra de Deus durante estes próximos quarenta dias. Deus nos quer renovados, firmes em nossa fé, dispostos inclusive a passar pelo deserto e, sobretudo, a valorizar esse ato de loucura de Seu grande Amor que se deixará cravar em uma cruz.
Nesse sentido, não se estará mal, se depois de recebermos as cinzas, beijarmos o lecionário ou a Biblia, e nos persignarmos com água benta com o desejo de ser novas pessoas para viver em primeiro plano a Paixão, Morte e Resurreição de Jesus.
Padre Javier Leoz
Site Javier Leoz
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