A santidade é simples-Parte III
DISPONHAMOS A ALMA
Quando deixar a matéria do corpo, nosso espírito, livre de erro e mentira, conhecerá tal como é em Deus em verdade; então, veremos quanto nos equivocamos em julgar segundo as aparências ou conforme o sentir humano. Conheceremos então, quanta diferença haverá no grau de santidade entre aqueles a quem vimos praticar o que todos praticam, entre aqueles que levaram uma vida de sacrifícios, que moraram na mesma casa ou na mesma religião.
Abramos os olhos porque, todavia, ainda há tempo; mas esse tempo é curto. A graça não nos falta e não falta a ninguém. Está em nossas mãos se quisermos. Que não se diga de nós o que disse o Apóstolo São João: ‘A luz resplandece em meio às trevas e as trevas não Lhe receberam’ (Jo 1, 5). Todos os que andam em erro andam em trevas. Deus manda sua Luz não para iluminar somente alguns, mas para todo homem que vem a este mundo. Recebamo-la, pelo menos nós, seu povo escolhido. Que não se aplique a nós essa amarga repreensão do Apóstolo: ‘veio a sua própria casa e os seus não o receberam’(Jo 1, 11).
Receber ao Senhor é abrir os olhos e aceitar a verdade. Uma vez recebida a verdade, Deus está em sua casa. As coisas espirituais se hão de julgar segundo o espírito e não segundo os sentidos. A fé nos levará até Deus. E Ele, que nada deseja tanto quanto revelar-nos estes mistérios de amor e de verdade, logo dirá com sua voz criadora às trevas que obscurecem nossa alma: ‘Faça-se a Luz’ (Gn 1, 3). E tudo ficará iluminado ante nossos olhos e se nos apresentarão em seguida as coisas sob um aspecto muito
diferente.
O que a nós pertence no trabalho de nossa santificação é dispor nossa alma para a união com Deus. Este trabalho não é tão difícil como parece, se se entende bem. A muitos parece muito difícil por acreditarem que é preciso fazer muito, e por isso desanimam e não conseguem entregar-se a ele com a generosidade necessária. Mas não é assim. Em vez de ter que acrescentar ao que fazíamos, tem que ir tirando os impedimentos para que Deus possa fazer o que fazíamos. Pois aqui se fala daqueles que já praticam obras boas e daqueles em que não há nada grave que se tire.
Não tenhamos medo. Jesus é Bom, quer amor e deixa cada um seguir as suas inclinações, suas tendências e atrativos naturais e adquiridos.
Suave é o Senhor em sua obra. Em nada violentará a nossa vontade. Embora nos queira todos para si, o fará com uma suavidade tal que apenas nos daremos conta de que é a sua mão divina que opera em nós.
O que Ele quer é que em tudo o que façamos vamos pouco a pouco suprimindo o defeituoso, o imperfeito; e isso o Espírito do Senhor nos irá mostrando à medida que façamos a nossa parte.
J. Pastor
“La Santidad es amor”
Libro I, pp. 21-24
Eds.Anaya, Salamanca, 1973
Abramos os olhos porque, todavia, ainda há tempo; mas esse tempo é curto. A graça não nos falta e não falta a ninguém. Está em nossas mãos se quisermos. Que não se diga de nós o que disse o Apóstolo São João: ‘A luz resplandece em meio às trevas e as trevas não Lhe receberam’ (Jo 1, 5). Todos os que andam em erro andam em trevas. Deus manda sua Luz não para iluminar somente alguns, mas para todo homem que vem a este mundo. Recebamo-la, pelo menos nós, seu povo escolhido. Que não se aplique a nós essa amarga repreensão do Apóstolo: ‘veio a sua própria casa e os seus não o receberam’(Jo 1, 11).
Receber ao Senhor é abrir os olhos e aceitar a verdade. Uma vez recebida a verdade, Deus está em sua casa. As coisas espirituais se hão de julgar segundo o espírito e não segundo os sentidos. A fé nos levará até Deus. E Ele, que nada deseja tanto quanto revelar-nos estes mistérios de amor e de verdade, logo dirá com sua voz criadora às trevas que obscurecem nossa alma: ‘Faça-se a Luz’ (Gn 1, 3). E tudo ficará iluminado ante nossos olhos e se nos apresentarão em seguida as coisas sob um aspecto muito
diferente.
O que a nós pertence no trabalho de nossa santificação é dispor nossa alma para a união com Deus. Este trabalho não é tão difícil como parece, se se entende bem. A muitos parece muito difícil por acreditarem que é preciso fazer muito, e por isso desanimam e não conseguem entregar-se a ele com a generosidade necessária. Mas não é assim. Em vez de ter que acrescentar ao que fazíamos, tem que ir tirando os impedimentos para que Deus possa fazer o que fazíamos. Pois aqui se fala daqueles que já praticam obras boas e daqueles em que não há nada grave que se tire.
Não tenhamos medo. Jesus é Bom, quer amor e deixa cada um seguir as suas inclinações, suas tendências e atrativos naturais e adquiridos.
Suave é o Senhor em sua obra. Em nada violentará a nossa vontade. Embora nos queira todos para si, o fará com uma suavidade tal que apenas nos daremos conta de que é a sua mão divina que opera em nós.
O que Ele quer é que em tudo o que façamos vamos pouco a pouco suprimindo o defeituoso, o imperfeito; e isso o Espírito do Senhor nos irá mostrando à medida que façamos a nossa parte.
J. Pastor
“La Santidad es amor”
Libro I, pp. 21-24
Eds.Anaya, Salamanca, 1973
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