MARIA, SANTA MÃE DE DEUS
SOLENIDADE
01 DE JANEIRO
«A Mãe de Deus nos encoraje a começar este novo ano com um gesto de amor»
Caríssimos Irmãos e Irmãs,
Neste primeiro dia do ano desejo fazer chegar a todas as famílias, a todos os povos, a todas as pessoas de boa vontade, os meus votos de serenidade e de paz. São os votos que se elevam do coração, mas sobretudo estão apoiados sobre a certeza de que, no desenrolar do tempo, Deus permanece fiel ao seu amor. Sim, Deus ama-nos! Ama-nos com um amor ilimitado! Recordamo-lo também na solenidade litúrgica deste dia, que nos faz invocar a Virgem Santa com o título de «Mãe de Deus». O que significa proclamar Maria «Mãe de Deus»? Significa reconhecer que Jesus, o fruto do seu seio, é o Filho de Deus, consubstancial ao Pai, por Ele gerado na eternidade. Mistério grande, mistério de amor! Ele, o Unigénito do Pai (Jo 1, 14), fez-Se um de nós. Deste modo, «a eternidade entrou no tempo» (Tertio millennio adveniente, 9), e o desenrolar dos anos, dos séculos, dos milênios, já não é uma cega viagem rumo ao desconhecido, mas um caminhar em direção a Ele, plenitude do tempo (cf. Gl 4, 4) e a meta da história.
Honrando a Virgem Santa como Mãe de Deus, nós queremos também ressaltar que Jesus, o Verbo eterno feito carne, é verdadeiro «Filho de Maria». Ela transmitiu-Lhe uma humanidade plena. Foi-Lhe mãe e educadora, infundindo-Lhe a doçura, a delicada fortaleza do seu temperamento e as riquezas da sua sensibilidade. Maravilhoso intercâmbio de dons: Maria que, como criatura, é antes de tudo discípula de Cristo e por Ele remida, ao mesmo tempo, foi escolhida como sua Mãe para plasmar a sua humanidade. Na relação entre Maria e Jesus realiza-se assim, de modo exemplar, o sentido profundo do Natal: Deus fez-Se como nós, para que nos tornássemos, de algum modo, como Ele!
Foi precisamente em virtude deste mistério de amor que não hesitei centralizar a minha mensagem para este primeiro dia do ano, no qual se celebra o Dia Mundial da Paz, num tema exigente e de igual modo vital: «Oferece o perdão, recebe a paz». Bem sei: é difícil perdoar, às vezes parece mesmo impossível, mas é a única via, pois toda a vingança e toda a violência atraem outras vinganças e outras violências. Torna-se com certeza menos difícil perdoar, quando se é consciente de que Deus jamais se cansa de nos amar e de nos perdoar. Quem de nós não tem necessidade do perdão de Deus? A Virgem Santa, a Mãe de Deus, nos encoraje a começar este novo ano com um gesto de amor, se necessário, de reconciliação, com o propósito de contribuir para a edificação dum mundo melhor, marcado pela justiça e pela paz. Jamais nos esqueçamos de que tudo passa e só o eterno pode preencher o coração.
Feliz Ano Novo, cheio de bênçãos do Céu que Jesus Cristo nos trouxe e oferece a todos!
Papa João Paulo II
Angelus, 01 de Janeiro de 1997
SOLENIDADE
01 DE JANEIRO
«A Mãe de Deus nos encoraje a começar este novo ano com um gesto de amor»
Caríssimos Irmãos e Irmãs,
Neste primeiro dia do ano desejo fazer chegar a todas as famílias, a todos os povos, a todas as pessoas de boa vontade, os meus votos de serenidade e de paz. São os votos que se elevam do coração, mas sobretudo estão apoiados sobre a certeza de que, no desenrolar do tempo, Deus permanece fiel ao seu amor. Sim, Deus ama-nos! Ama-nos com um amor ilimitado! Recordamo-lo também na solenidade litúrgica deste dia, que nos faz invocar a Virgem Santa com o título de «Mãe de Deus». O que significa proclamar Maria «Mãe de Deus»? Significa reconhecer que Jesus, o fruto do seu seio, é o Filho de Deus, consubstancial ao Pai, por Ele gerado na eternidade. Mistério grande, mistério de amor! Ele, o Unigénito do Pai (Jo 1, 14), fez-Se um de nós. Deste modo, «a eternidade entrou no tempo» (Tertio millennio adveniente, 9), e o desenrolar dos anos, dos séculos, dos milênios, já não é uma cega viagem rumo ao desconhecido, mas um caminhar em direção a Ele, plenitude do tempo (cf. Gl 4, 4) e a meta da história.
Honrando a Virgem Santa como Mãe de Deus, nós queremos também ressaltar que Jesus, o Verbo eterno feito carne, é verdadeiro «Filho de Maria». Ela transmitiu-Lhe uma humanidade plena. Foi-Lhe mãe e educadora, infundindo-Lhe a doçura, a delicada fortaleza do seu temperamento e as riquezas da sua sensibilidade. Maravilhoso intercâmbio de dons: Maria que, como criatura, é antes de tudo discípula de Cristo e por Ele remida, ao mesmo tempo, foi escolhida como sua Mãe para plasmar a sua humanidade. Na relação entre Maria e Jesus realiza-se assim, de modo exemplar, o sentido profundo do Natal: Deus fez-Se como nós, para que nos tornássemos, de algum modo, como Ele!
Foi precisamente em virtude deste mistério de amor que não hesitei centralizar a minha mensagem para este primeiro dia do ano, no qual se celebra o Dia Mundial da Paz, num tema exigente e de igual modo vital: «Oferece o perdão, recebe a paz». Bem sei: é difícil perdoar, às vezes parece mesmo impossível, mas é a única via, pois toda a vingança e toda a violência atraem outras vinganças e outras violências. Torna-se com certeza menos difícil perdoar, quando se é consciente de que Deus jamais se cansa de nos amar e de nos perdoar. Quem de nós não tem necessidade do perdão de Deus? A Virgem Santa, a Mãe de Deus, nos encoraje a começar este novo ano com um gesto de amor, se necessário, de reconciliação, com o propósito de contribuir para a edificação dum mundo melhor, marcado pela justiça e pela paz. Jamais nos esqueçamos de que tudo passa e só o eterno pode preencher o coração.
Feliz Ano Novo, cheio de bênçãos do Céu que Jesus Cristo nos trouxe e oferece a todos!
Papa João Paulo II
Angelus, 01 de Janeiro de 1997
Nenhum comentário:
Postar um comentário