sábado, 16 de janeiro de 2010

EPIFANIA DO SENHOR - Quando Deus é adorado no menino, anuncia-se a verdadeira humanidade de Cristo e a integridade da Mãe de Deus



SOLENIDADE DA EPIFANIA DO SENHOR
03 DE JANEIRO

«Quando Deus é adorado no menino, anuncia-se a verdadeira humanidade de Cristo e a integridade da Mãe de Deus»

Quando Deus é adorado no menino, presta-se honra ao parto virginal. Quando se apresentam dádivas ao homem-Deus, adora-se a dignidade do divino Filho. Ao encontrar Maria com o menino, anuncia-se a verdadeira humanidade de Cristo e a integridade da Mãe de Deus. Com efeito, assim fala o evangelista: Quando entraram na casa, viram o menino com Maria, sua mãe. Ajoelharam-se diante dele e o adoraram. Depois abriram seus cofres e lhe ofereceram presentes: ouro, incenso e mirra (Mt 2, 11).

Os presentes oferecidos pelos Magos revelam os mistérios secretos de Cristo. Dando-lhe ouro, proclamam-no Rei; oferecendo-lhe incenso, adoram-no como Deus; apresentando-lhe mirra, reconhecem-no mortal. Cremos, portanto, que Cristo assumiu a nossa mortalidade para sabermos que, com sua morte única, foi abolida a nossa morte dupla. O modo como Cristo se manifestou mortal, e pagou a dívida da morte, encontras escrito em Isaías: Como um cordeiro foi levado ao matadouro (Is 53, 7).

Quanto a nossa fé na realeza de Cristo, é pela autoridade divina que a recebemos. Pois ele disse de si mesmo em um salmo: Eu fui constituído Rei por ele (Sl 2, 6 – Vulg.), isto é, por Deus Pai. E que seja o Rei dos reis, afirma-o pela Sabedoria: É por mim que reinam os reis e os príncipes decretam leis justas (Pr 8, 15). E que Cristo seja realmente Deus e Senhor, atesta-o o mundo inteiro por ele criado. É ele quem diz no Evangelho: Foi-me dada toda a autoridade no céu e na terra (Mt 28, 18). E o santo evangelista acrescenta: Tudo foi feito por intermédio dele, e sem ele nada foi feito de tudo o que existe (Jo 1, 3). Se sabemos que tudo foi feito por intermédio dele e nele subsiste, devemos crer, por conseguinte, que todas as coisas tenham reconhecido sua vinda.


Santo Odilon de Cluny, Abade
Sermo II de Epiphania Domini
Patrologia Latina 142, 997-998

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