FESTA DO BATISMO DO SENHOR
10 DE JANEIRO
«Que batismo é este, o do Salvador, no qual as águas, em vez de purificar, são purificadas?»
As celebrações que se acumulam e as alegrias que se multiplicam nos fazem compreender o quanto devemos a Cristo Senhor. Ainda exultamos com o nascimento do Salvador e já nos alegramos com o seu renascimento. Ainda não terminou a festa do seu Natal e já devemos celebrar a solenidade do seu Batismo. Mal nasceu para os homens e já renasce pelos sacramentos.
Hoje, com efeito, – embora muitos anos tenham passado – Cristo foi consagrado no Jordão. O Senhor dispôs as coisas de tal modo que uma celebração se seguisse à outra, isto é, que num mesmo tempo fosse dado à luz pela Virgem e gerado pelo sacramento, de maneira que houvesse uma festa contínua para os seus dois nascimentos: na carne e no batismo. Como há pouco nos admirávamos ao vê-lo concebido por uma mãe imaculada, veneremo-lo também agora imerso na água pura, e alegremo-nos nesses dois acontecimentos. Pois uma mãe gerou um filho e permanece casta, porque a água lavou o Cristo e está santificada.
Tal como após o parto foi glorificada a virgindade de Maria, também depois do batismo foi comprovada a purificação da água, com a diferença de que à água foi concedido um maior dom que a Maria. Esta, com efeito, mereceu a castidade somente para si, enquanto a água confere a todos a santidade. Maria mereceu não pecar, e a água purificar dos pecados. Maria deu à luz um Filho e é pura, a água gera muitos e é virgem. Maria não teve outro Filho além de Cristo, a água se torna, com Cristo, mãe dos povos.
Portanto, hoje é como que um novo Natal do Salvador. Vemo-lo, de fato, gerado com os mesmos sinais e milagres, porém com maior mistério. Pois o Espírito Santo, que o assistiu no seio materno, agora o ilumina em meio ao rio; aquele que preservou Maria para ele, agora lhe santifica as águas. O Pai, que antes estendeu sua sombra poderosa, agora faz ouvir a sua voz. E Deus, que outrora envolveu em sombra o nascimento, dá agora, como por deliberação mais perfeita, testemunho da verdade dizendo: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo; ouvi-o! (Mt 17, 5).
Hoje Cristo é batizado no Jordão. Que batismo é este, em que o batizado é mais puro do que a fonte? Onde a água que lava o corpo não se torna impura, mas enriquecida de bênçãos? Que batismo é este, o do Salvador, no qual as águas, em vez de purificar, são purificadas? Num novo gênero de santificação, a água não lava, mas é lavada. Desde o momento em que imergiu na água, o Salvador consagrou todas as fontes no mistério do batismo, para que todo aquele que desejar ser batizado em nome do Senhor seja lavado não pela água do mundo, mas purificado pela água de Cristo. Assim, o Salvador quis ser batizado não visando adquirir pureza para si, mas a fim de purificar as águas para nós.
São Máximo de Turim, Bispo
Sermo 13 A, 1-3
Corpus Christianorum Latinorum 23, 44-46
As celebrações que se acumulam e as alegrias que se multiplicam nos fazem compreender o quanto devemos a Cristo Senhor. Ainda exultamos com o nascimento do Salvador e já nos alegramos com o seu renascimento. Ainda não terminou a festa do seu Natal e já devemos celebrar a solenidade do seu Batismo. Mal nasceu para os homens e já renasce pelos sacramentos.
Hoje, com efeito, – embora muitos anos tenham passado – Cristo foi consagrado no Jordão. O Senhor dispôs as coisas de tal modo que uma celebração se seguisse à outra, isto é, que num mesmo tempo fosse dado à luz pela Virgem e gerado pelo sacramento, de maneira que houvesse uma festa contínua para os seus dois nascimentos: na carne e no batismo. Como há pouco nos admirávamos ao vê-lo concebido por uma mãe imaculada, veneremo-lo também agora imerso na água pura, e alegremo-nos nesses dois acontecimentos. Pois uma mãe gerou um filho e permanece casta, porque a água lavou o Cristo e está santificada.
Tal como após o parto foi glorificada a virgindade de Maria, também depois do batismo foi comprovada a purificação da água, com a diferença de que à água foi concedido um maior dom que a Maria. Esta, com efeito, mereceu a castidade somente para si, enquanto a água confere a todos a santidade. Maria mereceu não pecar, e a água purificar dos pecados. Maria deu à luz um Filho e é pura, a água gera muitos e é virgem. Maria não teve outro Filho além de Cristo, a água se torna, com Cristo, mãe dos povos.
Portanto, hoje é como que um novo Natal do Salvador. Vemo-lo, de fato, gerado com os mesmos sinais e milagres, porém com maior mistério. Pois o Espírito Santo, que o assistiu no seio materno, agora o ilumina em meio ao rio; aquele que preservou Maria para ele, agora lhe santifica as águas. O Pai, que antes estendeu sua sombra poderosa, agora faz ouvir a sua voz. E Deus, que outrora envolveu em sombra o nascimento, dá agora, como por deliberação mais perfeita, testemunho da verdade dizendo: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo; ouvi-o! (Mt 17, 5).
Hoje Cristo é batizado no Jordão. Que batismo é este, em que o batizado é mais puro do que a fonte? Onde a água que lava o corpo não se torna impura, mas enriquecida de bênçãos? Que batismo é este, o do Salvador, no qual as águas, em vez de purificar, são purificadas? Num novo gênero de santificação, a água não lava, mas é lavada. Desde o momento em que imergiu na água, o Salvador consagrou todas as fontes no mistério do batismo, para que todo aquele que desejar ser batizado em nome do Senhor seja lavado não pela água do mundo, mas purificado pela água de Cristo. Assim, o Salvador quis ser batizado não visando adquirir pureza para si, mas a fim de purificar as águas para nós.
São Máximo de Turim, Bispo
Sermo 13 A, 1-3
Corpus Christianorum Latinorum 23, 44-46
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