quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

NATAL DE NOSSO SENHOR – Ó Divino Jesus, por nós abandonaste o céu!



NATAL DE NOSSO SENHOR JESUS CRISTO
SOLENIDADE COM OITAVA
25 DE DEZEMBRO

«Ó Divino Jesus, por nós abandonaste o céu!»

O VIVEIRO DO MENINO JESUS

Para os pobres exilados da terra,
Nosso Criador criou os pássaros,
Que vão gorjeando sua prece
Tanto nos vales como nas colinas.

As crianças alegres, saltitantes,
Escolhem suas aves preferidas
E as aprisionam dentro das gaiolas,
Que com douradas grades são construídas.

Ó Jesus, irmãozinho nosso,
Por nós abandonaste o lindo céu,
Mas, aqui nesta terra, o Teu viveiro
É o Carmelo, ó divino Infante!

Não é dourada, não, nossa gaiola,
Mas, assim mesmo, nós a amamos muito.
Não podemos mais voar, isto sabemos,
Nos bosques e planícies sob o azul.

Os bosques e arvoredos deste mundo
Não podem mais, Jesus, nos contentar.
Na solidão profunda do convento,
Tão somente a Ti vamos cantar.

Tua linda mãozinha nos atrai,
Menino de carícias encantadas.
Ó divino Jesus, o Teu sorriso
É que sempre cativa as avezinhas!...

Toda alma que for simples e pura
Aqui realiza o seu sonho de amor.
E, mesmo sendo tímida pombinha,
Não mais precisa temer o abutre.

Levado pelas asas da oração,
Vê-se subir o coração ardente,
Como leve e sonora cotovia
Que, cantando, se eleva nos espaços

Aqui dentro se escutam os trinados
Do rouxinol, do alegre pintassilgo
Que, nas gaiolas, ó Jesus Menino,
Vão cantando Teu nome com gorjeios.

As avezinhas cantam sem parar,
Porque sua vida não as preocupa.
Com um grãozinho de alpiste se contentam
E não precisam nunca plantar nada.

Como elas nós também, neste viveiro
De Tua boa mão tudo ganhamos.
E somente uma coisa é necessária:
Sempre Te amar, Menino divinal!

Também nós entoamos Teus louvores,
Unidas aos espíritos celestes.
E sabemos que os anjos, todos eles,
Amam, no céu, as aves do Carmelo.

Para enxugar o pranto, meu Jesus,
Que Te fazem verter os pecadores,
Tuas aves repetem Teus encantos
e, cantando, Te ganham corações.

Um dia, já bem longe deste mundo,
Após terem ouvido o Teu chamado,
Todas as aves deste Teu viveiro
Baterão suas asas rumo ao céu.

Então, entre as falanges encantadas
De Querubins pequenos, jubilosos,
Ó divino Infante, Teus louvores
Nós cantaremos todas lá no céu.


Santa Teresa do Menino Jesus
Introdução às Poesias – 24 - Poesia 43
Obras Completas de Santa Teresa do Menino Jesus e da Sagrada Face


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