quarta-feira, 29 de abril de 2009

FESTA DE SANTA CATARINA DE SENA, Virgem, Mística e Doutora da Igreja – 1ª Parte



Festa 29 de abril

1ª Parte

Catarina de Sena, uma das mulheres que marcaram profundamente a história da Igreja, nasceu em 25 de março de 1347, na cidade de Sena, na Toscana, em um bairro chamado Fontebranda. Pertenceu a uma numerosa família de classe média alta e era a vigésima quarta de 25 irmãos. Após a morte de sua irmã Joana, que morreu nos primeiros anos de vida, passou a ser a caçula da família. O pai, Tiago Benincasa, é um bem-sucedido comerciante, e a mãe, Lapa, é a filha do poeta Nuccio Piagenti. Na família Benincasa não faltava o necessário e era uma família que tinha uma profunda consciência religiosa e um forte sentido político de defesa à cidade. Embora os filhos fossem numerosos, o casal recebeu em sua casa um primo órfão, Tomás della Fonte que, mais tarde, tornando-se Dominicano, teve grande influência na vida de Catarina, sendo o seu primeiro confessor e diretor espiritual.

Catarina era uma pérola de menina. Caráter dócil, sempre pronta e disponível a ponto de ser apelidada de “Eufrosina”, que quer dizer “amável”. Desde cedo revelou sinais de vocação para a vida consagrada. Os primeiros biógrafos, na chamada “Legenda Maior”, relatam-nos sua infância totalmente marcada pela forte presença de Deus.

Com apenas seis anos, quando voltava para casa, no bairro Vale Piatta, em companhia de seu irmão Estevão, aparece-lhe Jesus Cristo no alto da Igreja de São Domingos, vestido com roupas sacerdotais, rodeado por vários personagens, entre os quais é possível reconhecer São Pedro, São Paulo, e São João. Aos sete anos consagrou a sua virgindade a Deus.


Aos doze iniciam-se os conflitos familiares. A mãe, D. Lapa, preocupada com o futuro de Catarina, pensa em arrumar-lhe um bom matrimônio. Não compreende as atitudes espirituais da filha. Catarina, num gesto corajoso demonstrando a sua recusa em aceitar um matrimônio e revelando autonomia, corta os cabelos, manifestando o desejo de se entregar a Deus numa ordem religiosa. Desde então, Catarina inicia uma vida austera, passando horas e horas num pequeno quarto, transformado em cela conventual, no seio da própria família.

Os familiares olham este gesto com suspeita. Tentam arrancá-la de sua solidão confiando-lhe o trabalho mais pesado e duro a fim de que desistisse da sua intenção. Perturbam a sua oração e silêncio. E, especialmente, proíbem-lhe de fazer penitências que sejam prejudiciais à saúde. Catarina não se revolta. Aceita tudo com plena docilidade, criando uma "cela interior” em seu coração, onde ninguém a podia perturbar nos seus íntimos colóquios com Deus.

Escreverá mais tarde aos seus discípulos:

“Fazei uma cela no coração, de onde nunca podereis sair”

Será por este período, aos quinze anos, depois de uma visão em São Domingos, que Catarina decide ser Dominicana e ingressar na Ordem Terceira de São Domingos. A docilidade de Catarina vence a dureza dos pais e dos irmãos. Especialmente, por decisão do pai, a situação se acalma e Catarina poderá dedicar-se livremente à oração. Como era alma que sempre tendia à oração, ao silêncio e à penitência, preferiu não entrar em uma Congregação e continuar no seu cotidiano dos serviços domésticos, a servir a Cristo e Sua Igreja, já que tudo o que fazia, oferecia pela salvação das almas.


Em 1363, Catarina faz o pedido para entrar na Ordem Terceira Dominicana, na confraria das “Manteladas”, assim chamadas por causa de um longo manto preto que colocavam por cima do hábito branco dominicano. Embora tenha apenas dezesseis anos, após varias tentativas e resistências, é admitida na comunidade das “Manteladas”. No ambiente religioso, favorável aos seus desejos de santidade, Catarina caminha com passos de gigante pela via da perfeição, iniciando uma vida de muitos sacrifícios, pois aí pode dedicar-se inteiramente à oração e à penitência. Mesmo sem viver num Claustro, Catarina encarou a sua clausura em casa com seriedade e vivia encerrada no seu próprio quarto, onde, por intermédio da oração e do diálogo, afirmava que “estava sempre com e em Cristo”. Mas a vida de oração não a impede de visitar doentes leprosos. Costumava visitar os doentes do leprosário São Lázaro, totalmente dedicada aos trabalhos que lhes são confiados. Certa vez, para vencer a repugnância para com um leproso que cheirava mal, inclinou-se e beijou-lhe as chagas.

Com seu caráter corajoso e decidido, consegue dominar os desejos mundanos e Deus a recompensa com o dom da contemplação: visões e êxtases unidos a uma vida de penitência e dedicação ao serviço dos mais pobres e necessitados. Lentamente, o nome de Catarina corre de boca em boca pela cidade de Sena e pelos povoados vizinhos. O povo começa a procurá-la para perdir-lhe orações e conselhos. Durante as orações contemplativas, entrava em êxtase de tal forma que só esse fato possibilitou a conversão de centenas de almas durante a sua juventude.

(Continua)

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