Solenidade
28 de junho
“Vós sabeis, irmãos, como entre todos os apóstolos e mártires de nosso Senhor, estes dois, cuja solenidade hoje celebramos, parecem ter uma particular dignidade. Não é de admirar! Foi a eles que, de modo muito especial, o Senhor confiou a Santa Igreja.
Com efeito, quando São Pedro proclamou que o Senhor era o Filho de Deus, este lhe respondeu: ‘Tu és Pedro, e sobre esta pedra construirei a minha Igreja. Eu te darei as chaves do Reino dos Céus’ (Mt 16,18.19). Foi ainda o Senhor que, de certo modo, deu-lhe São Paulo por companheiro, como afirma o próprio Paulo: ‘O mesmo que tinha preparado Pedro para o apostolado entre os judeus preparou também a mim para o apostolado entre os pagãos’ (Gl 2,8). São eles que, através do profeta, o Senhor prometeu à santa Igreja, dizendo: ‘A teus pais sucederão teus filhos’ (Sl 44[45],17). Os pais da santa Igreja são os santos patriarcas e profetas, os primeiros que ensinaram a lei de Deus e anunciaram a vinda de nosso Senhor. Se antes de sua vinda cessaram as profecias, isto se deve aos pecados do povo.
Veio, pois, nosso Senhor e, em lugar dos profetas, escolheu os santos apóstolos, realizando assim o que predissera o profeta: A teus pais sucederão teus filhos. Vede como ele declara ser a dignidade dos apóstolos bem maior que a dos profetas. Estes foram príncipes de um só povo, viveram em uma única nação e em uma só parte da terra; enquanto sobre os apóstolos, ele diz: ‘Deles farás príncipes sobre toda a terra’ (Sl 44[45],17). Que terra existe, irmãos, onde não se reconheça o poder e a dignidade destes apóstolos?
São eles as colunas que, com a doutrina, a oração e o exemplo da própria paciência, sustentam a santa Igreja. Foi nosso Senhor quem tornou inabaláveis estas colunas. No começo eram muito frágeis, não podendo sustentar-se nem a si nem aos outros. Mas isso correspondia a um admirável desígnio de nosso Deus pois, se sempre tivessem sido fortes, outros poderiam pensar que esta graça provinha deles mesmos. Desse modo, nosso Senhor quis primeiramente mostrar quem eram eles para depois fortificá-los: todos então compreenderiam como provinda de Deus a força que possuíam.
Entretanto, visto que seriam os pais da Igreja e os médicos das almas enfermas, não podiam compadecer-se da fraqueza alheia se antes não houvessem feito análoga experiência em si mesmos. Assim tornaram-se sólidas as colunas da terra, isto é, da santa Igreja. De fato, como era frágil esta coluna, quer dizer, São Pedro, quando bastou a voz de uma criada para fazê-lo cair! Mas depois, o Senhor deu-lhe vigor ao interrogá-lo três vezes: ‘Pedro, tu me amas?’; ao que ele também por três vezes respondeu: ‘Eu te amo’. Convém notar que o Senhor, quando Pedro lhe responde: Eu te amo, de imediato acrescenta: ‘Apascenta minhas ovelhas’ (cf. Jo 21,15-17), como se quisesse dizer: demonstra o amor que tens por mim apascentando minhas ovelhas. Por isso, irmãos, não é sincero quem diz amar a Deus mas não quer apascentar suas ovelhas”.
Com efeito, quando São Pedro proclamou que o Senhor era o Filho de Deus, este lhe respondeu: ‘Tu és Pedro, e sobre esta pedra construirei a minha Igreja. Eu te darei as chaves do Reino dos Céus’ (Mt 16,18.19). Foi ainda o Senhor que, de certo modo, deu-lhe São Paulo por companheiro, como afirma o próprio Paulo: ‘O mesmo que tinha preparado Pedro para o apostolado entre os judeus preparou também a mim para o apostolado entre os pagãos’ (Gl 2,8). São eles que, através do profeta, o Senhor prometeu à santa Igreja, dizendo: ‘A teus pais sucederão teus filhos’ (Sl 44[45],17). Os pais da santa Igreja são os santos patriarcas e profetas, os primeiros que ensinaram a lei de Deus e anunciaram a vinda de nosso Senhor. Se antes de sua vinda cessaram as profecias, isto se deve aos pecados do povo.
Veio, pois, nosso Senhor e, em lugar dos profetas, escolheu os santos apóstolos, realizando assim o que predissera o profeta: A teus pais sucederão teus filhos. Vede como ele declara ser a dignidade dos apóstolos bem maior que a dos profetas. Estes foram príncipes de um só povo, viveram em uma única nação e em uma só parte da terra; enquanto sobre os apóstolos, ele diz: ‘Deles farás príncipes sobre toda a terra’ (Sl 44[45],17). Que terra existe, irmãos, onde não se reconheça o poder e a dignidade destes apóstolos?
São eles as colunas que, com a doutrina, a oração e o exemplo da própria paciência, sustentam a santa Igreja. Foi nosso Senhor quem tornou inabaláveis estas colunas. No começo eram muito frágeis, não podendo sustentar-se nem a si nem aos outros. Mas isso correspondia a um admirável desígnio de nosso Deus pois, se sempre tivessem sido fortes, outros poderiam pensar que esta graça provinha deles mesmos. Desse modo, nosso Senhor quis primeiramente mostrar quem eram eles para depois fortificá-los: todos então compreenderiam como provinda de Deus a força que possuíam.
Entretanto, visto que seriam os pais da Igreja e os médicos das almas enfermas, não podiam compadecer-se da fraqueza alheia se antes não houvessem feito análoga experiência em si mesmos. Assim tornaram-se sólidas as colunas da terra, isto é, da santa Igreja. De fato, como era frágil esta coluna, quer dizer, São Pedro, quando bastou a voz de uma criada para fazê-lo cair! Mas depois, o Senhor deu-lhe vigor ao interrogá-lo três vezes: ‘Pedro, tu me amas?’; ao que ele também por três vezes respondeu: ‘Eu te amo’. Convém notar que o Senhor, quando Pedro lhe responde: Eu te amo, de imediato acrescenta: ‘Apascenta minhas ovelhas’ (cf. Jo 21,15-17), como se quisesse dizer: demonstra o amor que tens por mim apascentando minhas ovelhas. Por isso, irmãos, não é sincero quem diz amar a Deus mas não quer apascentar suas ovelhas”.
S. Aelred de Rievaulx, Abade Cisterciense
The Liturgical Sermons: The First Clairvaux Collection
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