domingo, 7 de junho de 2009

SANTÍSSIMA TRINDADE - Reconhecendo a glória da Trindade



Solenidade da Santíssima Trindade
07 de junho

“Reconhecendo a glória da Trindade eterna, adorando a sua omnipotente unidade"

”A verdade sobre a Santíssima Trindade tinha-me sido exposta por teólogos, mas nunca a compreendi como a compreendo agora, depois daquilo que Deus me mostrou. Foram-me representadas três Pessoas distintas, que podem ser consideradas e com quem se pode conviver em separado. Percebi depois que só o Filho encarnou, o que mostra claramente a realidade desta distinção. Estas Pessoas conhecem-se, amam-se e comunicam entre si. Mas, se as três Pessoas são distintas, como dizemos que têm, todas três, uma mesma essência? Com efeito, é nisso que acreditamos; trata-se de uma verdade absoluta, pela qual estaria disposta a sofrer mil vezes a morte. Estas três Pessoas têm um único querer, um só poder, uma única soberania, de tal maneira que nenhuma delas pode coisa alguma sem as outras, e que há um só Criador de tudo quanto foi criado. Poderia o Filho criar uma formiga que fosse sem o Pai? Não, porque Eles têm um mesmo poder. E o mesmo acontece com o Espírito Santo.

Assim, há um só Deus Todo-Poderoso, e as três Pessoas constituem uma só Majestade. Poderá alguém amar o Pai sem amar o Filho e o Espírito Santo? Não, mas aquele que se torna agradável a uma destas três Pessoas torna-se agradável às três, e aquele que ofende uma delas ofende as outras duas. Poderá o Pai existir sem o Filho e sem o Espírito Santo? Não, porque têm uma mesma essência, e onde se encontra uma Pessoa encontram-se as outras duas, porque não podem separar-se.

Como é então que vemos três Pessoas distintas? Como é que o Filho encarnou, sem que o Pai e o Espírito Santo tenham encarnado? Eu não o compreendo; os teólogos sabem explicá-lo. O que eu sei é que as três Pessoas concorreram para esta obra maravilhosa. De resto, não me detenho durante muito tempo em questões deste gênero; o meu espírito passa imediatamente à verdade de que Deus é Todo-Poderoso e de que, tendo-o querido, pôde fazê-lo, e poderia, da mesma maneira, fazer tudo o que quisesse. Quanto menos compreendo estas coisas, mais acredito nelas, e mais devoção delas retiro. Bendito seja Deus para sempre! Amém”.

Santa Teresa de Jesus, ocd
Contas de consciência, nº 33
Obras Completas(Editorial Monte Carmelo)

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