sábado, 22 de agosto de 2009

PORQUE A SANTIDADE É AMOR - Parte I



Parte I

«Sem mim nada podeis fazer» (Jo 15,5b)


A todos os homens Nosso Senhor dirige estas palavras: « Sem Mim nada podeis fazer » - mas de uma forma muito particular a quantos trabalham na própria santificação.

Na ordem natural, o homem pode agir sem Deus, quer dizer, sem Sua graça e Seu amor, embora jamais sem Seu concurso. Mas na ordem sobrenatural sua impotência é absoluta! Nada, absolutamente nada que seja proveitoso para sua alma e meritório para a vida eterna pode fazer a criatura sem que Deus, com Sua graça, esteja agindo com ela. Como nos assegura o Apóstolo S. Paulo « nem mesmo podemos, pronunciar devidamente o nome do Senhor Jesus, nem conceber sequer um bom pensamento ».

O homem é limitado em todas as coisas; não pode conseguir tudo o que pretende nem fazer tudo o que quer. Necessita sempre de algo ou de alguém em suas empresas. Às vezes isso lhe parece muito pesado e por isso gostaria de livrar-se do jugo de sua impotência. Sofre, se aborrece e se desgosta por ter de submeter-se a essa lei que se opõe à sua altivez e à sua soberba.

Mas quão distintamente pensa e sente a alma humilde que busca a santidade! Isso mesmo que para o homem orgulhoso é tão pesado e aborrecido, para ela é o mais doce dos consolos, por ser uma prenda do divino Amor.

A alma que deveras quer e busca a santidade « já tem algo do que busca » – nos diz Santo Agostinho. Ela já possui a graça santificante, o mais precioso de todos os bens, graça que é a « prenda ou o germe » da felicidade eterna. Por ela, participamos da própria natureza divina (cf. 2Pd 1,3-5). Buscando com a santidade ao Deus da santidade e doador de todo o bem, a alma procurará aumentar este tesouro incessantemente.

A GRAÇA ATUAL – Mas para isto a alma necessita, a cada instante, de outra graça: que Deus esteja agindo nela. Pois « sem Ele a alma nada pode fazer ». Doce e preciosa necessidade que nos obriga, para podermos amá-la ainda mais! Para viver na região do sobrenatural é mister, além da « graça santificante » – que nos dá todo o mecanismo da vida sobrenatural – a graça « atual » que põe esse mecanismo em movimento. É luz que Deus comunica à alma, em cada caso, para iluminar suas trevas, impulso que ele imprime à vontade para movê-la até que se torne ação. Essa graça « atual » é uma participação do próprio poder de Deus para que possamos ir chegando à perfeita semelhança com Ele, de modo que a alma assim em graça possa dizer que começa a « deificar-se » na terra; e o santo chega à deificação ou semelhança acabada no céu, quando todos nós seremos semelhantes a Ele (cf. Jo 3,2).

E como Deus é todo amor - « Deus charitas est » - a santidade consiste em deixar que Deus aja em nós e nós fiquemos, ao fim, como que transformados n’Ele. Eis por que « a santidade é amor ». Porque todos seus atos, mesmo os mais insignificantes, implicam certo trato amoroso com Deus, uma especial relação de intimidade com Ele, já que unicamente Ele é quem pode dar valor e mérito ao que fazemos.

J. Pastor
“La Santidad es amor”
Libro I, pp.16-17

(Continua)

2 comentários:

Jandira S. Pimentel disse...

Parabéns,
Lindo Blog e muito rico!
Obrigada por disponibilizá-lo.
Um abraço fraterno,
Em Jesus e Maria,
Jandira S. Pimentel
www.oracaocentrante.org
www.padresdodeserto.net

Anônimo disse...

Bom dia.
Benedicite.
Gostariamos de pedir um link ou uma apresentação de nosso mosteiro beneditino em fundação.
Se puder nos honrar com uma divulgação agradecemos vivamente.
Vossos,
MONGES BENEDITINOS DO CRUCIFICADO.
www.mosteirodocrucificado.blogspot.com