Parte IV
«Sem mim nada podeis fazer» (Jo 15,5b)
Quem, senão Ele, sustentou de pé, sem desfalecer, junto à Cruz do Filho moribundo, a mais terna de todas as mães, sem sentimentos de vingança ou de queixa contra os verdugos ou contra o céu? Não era, acaso, Maria uma criatura? Sim. Mas a união tão íntima e perfeitíssima que tinha com a Videira, da qual Ela também era um « ramo », e a perfeição e plenitude com que recebia Sua seiva, eram sua força – e podia dizer: « Para mim, a vida é Cristo » (Fl 1,21). « A mesma força que sustentava o Filho na Cruz sustentava a Mãe ao pé da Cruz », tranqüila e serena em sua profunda desolação.
« Sem mim nada podeis fazer! » Isto é o que eu quero, Senhor: não poder fazer nada senão contigo. Ter que fazer tudo unido a Ti, para que assim a glória de tudo o que faço seja só Tua, eterna origem de onde todo bem procede. « Sem mim nada podeis fazer! ». Logo, tudo o que os homens fazem sem Deus, embora aparente ser algo, ser grande, é um « nada », pois assim o chama a Eterna Verdade. Não há dúvida. Um « nada » é tudo o que o homem consegue fazer sem seu Deus, todas as obras puramente naturais - ainda que não sejam más - nas quais Deus não tem outra parte além do Seu concurso indispensável como Criador e conservador, independente da vontade da criatura, que às vezes direta ou indiretamente queria ainda subtrair-Lhe, como se isto lhe fosse possível.
Ao contrário, a alma que busca sua santificação se alegra e se oferece com rendida entrega a essa vontade suprema de Deus, pela qual unicamente é movida e quer agir, inclinando, desse modo, o próprio Deus a tomar parte de seu trabalho pela ação « graça atual », fazendo-o sobrenatural e meritório.
A santidade é amor e é obra de amor, que supõe e reclama sempre amor. Amor grande, terno, da parte de Deus, havendo-se Ele mesmo obrigado a realizá-la nas almas que se submetem ao domínio do Seu amor. Amor também da parte da alma, pois este delicioso « render-se » ao amoroso império de seu Deus em tudo o que faz não é outra coisa senão um movimento produzido pelo Amor na alma, Amor que a lança ao mundo sobrenatural onde a « santidade » se realiza.
J. Pastor« Sem mim nada podeis fazer! » Isto é o que eu quero, Senhor: não poder fazer nada senão contigo. Ter que fazer tudo unido a Ti, para que assim a glória de tudo o que faço seja só Tua, eterna origem de onde todo bem procede. « Sem mim nada podeis fazer! ». Logo, tudo o que os homens fazem sem Deus, embora aparente ser algo, ser grande, é um « nada », pois assim o chama a Eterna Verdade. Não há dúvida. Um « nada » é tudo o que o homem consegue fazer sem seu Deus, todas as obras puramente naturais - ainda que não sejam más - nas quais Deus não tem outra parte além do Seu concurso indispensável como Criador e conservador, independente da vontade da criatura, que às vezes direta ou indiretamente queria ainda subtrair-Lhe, como se isto lhe fosse possível.
Ao contrário, a alma que busca sua santificação se alegra e se oferece com rendida entrega a essa vontade suprema de Deus, pela qual unicamente é movida e quer agir, inclinando, desse modo, o próprio Deus a tomar parte de seu trabalho pela ação « graça atual », fazendo-o sobrenatural e meritório.
A santidade é amor e é obra de amor, que supõe e reclama sempre amor. Amor grande, terno, da parte de Deus, havendo-se Ele mesmo obrigado a realizá-la nas almas que se submetem ao domínio do Seu amor. Amor também da parte da alma, pois este delicioso « render-se » ao amoroso império de seu Deus em tudo o que faz não é outra coisa senão um movimento produzido pelo Amor na alma, Amor que a lança ao mundo sobrenatural onde a « santidade » se realiza.
“La Santidad es amor”
Libro I, pp.16-17
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