quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Santa Clara de Assis - O amor esponsal em Clara



Festa 11 de agosto

“O amor esponsal em Clara”

“Santa Clara fez-se esposa do Senhor dos senhores porque se sentiu profundamente afeiçoada pelo Seu irrestrito amor. Por divina inspiração, Clara renunciou a todos os outros amores possíveis para poder entregar-se inteiramente ao único esposo Jesus Cristo. Em outras palavras, com todas as fibras do seu coração, procurou evitar que ‘toda soberba, vanglória, inveja, avareza, cuidado e solicitude deste mundo’(RSC 10,6) desviassem o seu coração do único necessário: Jesus Cristo. Assim, conservando o seu corpo casto e virginal, sem nada de próprio, acolhe Jesus no claustro de seu seio. Por conseguinte, Clara revive espiritualmente o mistério da mãe do Senhor, que humildemente dispôs-se à ação transformadora do Espírito Santo e tornou-se efetivamente a mãe do Filho do altíssimo Pai.

Clara retrai-se do corre-corre da ‘cidade’ e recolhe-se no santuário de sua alma para ali, na mais pessoal e individual solidão, encontrar-se a sós com o Amado. No tálamo do seu coração, no silêncio dos sentidos e do intelecto deixa-se enlevar tanto pelo amor do Amado, ou melhor, do Amante, que todo o seu afeto, amor, carinho, atenção e serviço às suas Irmãs, aos pobres e doentes são manifestações concretas de sua uniformidade com o Espírito de Cristo.

Parte da Segunda Carta de Santa Clara a Santa Inês de Praga:

‘Agradeço ao Doador da graça, do qual cremos que procedem toda dádiva boa e todo dom perfeito (Tg 1,17), pois adornou-a com tantos títulos de virtude e a fez brilhar em sinais de tanta perfeição, para que, feita imitadora atenta do Pai perfeito (cf. Mt 5,48), mereça ser tão perfeita que seus olhos não vejam em você nada de imperfeito (cf. Sl 138,16).

É essa perfeição que vai uni-la ao próprio Rei no tálamo celeste, onde se assenta glorioso sobre um trono estrelado. Desprezando o fausto de um reino da terra, dando pouco valor à proposta de um casamento imperial, você se fez seguidora da santíssima pobreza em espírito de grande humildade e do mais ardente amor, juntando-se aos passos daquele com quem mereceu unir-se em matrimônio.

Veja como por você ele (o Cristo pobre) se fez desprezível e siga-o, sendo desprezível por ele neste mundo. Com o desejo de imitá-lo, mui nobre rainha, olhe, considere, contemple o seu esposo, o mais belo entre os filhos dos homens (Sl 44,3), feito por sua salvação o mais vil de todos, desprezado, ferido e tão flagelado em todo o corpo, morrendo no meio das angústias próprias da cruz. Se você sofrer com Ele, com Ele vai reinar’ (Fontes Franciscanas e Clarianas)”.

Cit.por franciscanos.org

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