quarta-feira, 13 de maio de 2009

NOSSA SENHORA DE FÁTIMA - Necessitamos nos santificar por Maria – 1ª parte



13 de Maio
5a Semana da Páscoa

De São Luís Maria Grignon de Montfort
O Segredo de Maria

Necessitamos nos santificar por Maria

“Alma, imagem viva de Deus e resgatada pelo Sangue precioso de Jesus Cristo, a vontade de Deus a teu respeito é que te tornes santa como Ele nesta vida, e gloriosa como Ele na outra.

A aquisição da santidade de Deus é tua vocação assegurada; e é para lá que todos os teus pensamentos, palavras e ações, teus sofrimentos e todos os movimentos de tua vida devem tender; ou do contrário, tu resistes a Deus, não fazendo aquilo para o que Ele te criou e te conserva agora.

Ó! Que obra admirável! A poeira transformada em luz, a imundície em pureza, o pecado em santidade, a criatura em Criador e o homem em Deus! Ó obra admirável! Eu o repito, mas obra difícil em si mesma e impossível à natureza por si só; unicamente Deus, por uma graça, uma graça abundante e extraordinária, é quem pode levá-la a cabo; e a criação de todo o universo não é maior obra-prima do que esta.

Alma, como farás? Que meios tu escolherás para subir onde Deus te chama? Os meios de salvação e de santidade são conhecidos de todos, estão assinalados no Evangelho, explicados pelos mestres da vida espiritual, são praticados pelos santos e necessários a todos os que querem salvar-se e chegar à perfeição; tais são: a humildade de coração, a oração contínua, a mortificação universal, o abandono à divina Providência, a conformidade com a vontade de Deus.

Para praticar todos esses meios de salvação e de santidade, a graça e o socorro de Deus são absolutamente necessários, e esta graça é dada a todos, maior ou menor; não resta dúvida. Eu digo: maior ou menor, pois Deus, ainda que sendo infinitamente bom, não dá sua Graça igualmente forte para todos, embora Ele a dê suficiente para todos. A alma fiel a uma grande graça faz uma grande ação, e com uma fraca graça faz uma pequena ação. O valor e a excelência da graça dada por Deus e correspondida pela alma fazem o valor e a excelência de nossas ações. Esses princípios são incontestáveis.

Tudo se reduz, portanto, a encontrar um meio fácil para obter de Deus a graça necessária para tornar-se santo; e é isto que eu quero mostrar e ensinar. E, eu digo que para encontrar a graça de Deus, é necessário encontrar Maria.


Um escultor pode fazer uma figura ou um retrato ao natural de duas maneiras: 1º - servindo-se de sua indústria, de sua força, de sua ciência e da qualidade de seus instrumentos para fazer essa figura em uma matéria dura e informe; 2º - ele pode colocá-la num molde. A primeira maneira é demorada, difícil, e sujeita a vários acidentes: não é preciso, freqüentemente, mais que um golpe mal dado de cinzel ou de martelo para estragar toda uma obra. A segunda é pronta, fácil e doce, quase sem sofrimento e sem custo, desde que o molde seja perfeito e que ele represente ao natural; desde que a matéria de que ele se sirva seja bem maleável, não resistindo nunca à sua mão.

Maria é o grande molde de Deus, feito pelo Espírito Santo, para formar ao natural um Homem-Deus pela união hipostática, e para formar um homem-Deus pela graça. Não falta a este molde nenhum traço da divindade; qualquer um que seja jogado nele e se deixa manejar, nele recebe todos os traços de Jesus Cristo, verdadeiro Deus, de uma maneira doce e proporcionada à fraqueza humana, sem muita luta e trabalho; de uma maneira segura, sem medo de ilusão, pois o demônio nunca teve e não terá jamais entrada junto a Maria, santa e imaculada, sem sombra da menor mancha de pecado.

Ó, cara alma! Que diferença há entre uma alma formada em Jesus Cristo pelas vias ordinárias daqueles que, como os escultores, se fiam em sua experiência e se apóiam em sua capacidade, e uma alma bem maleável, bem desfeita, bem derretida, e que, sem nenhum apoio em si mesma, se lança em Maria e n’Ela se deixa manusear pela operação do Espírito Santo! Quanto há de máculas, quanto há de defeitos, quanto há de trevas, quanto há de ilusões, quanto há de natural, quanto há de humano na primeira alma; e como a segunda é pura, divina e parecida com Jesus Cristo!”


(Continua)

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