sexta-feira, 1 de maio de 2009

FESTA DE SÃO JOSÉ OPERÁRIO – Papa João XXIII em honra a São José



O Santo Padre, Beato João XXIII, era um grande devoto de São José. Em seu batismo havia recebido o seu nome, José (José Roncalli) e em sua vida espiritual o tinha como modelo.

Quando convocou o Concílio Vaticano II nomeou São José como Patrono desse importante acontecimento para a Igreja de nosso tempo e incluiu o nome do Santo Patriarca junto ao nome de Maria na Missa. Esta Carta Apostólica é uma mostra de sua terna, confiante e grande devoção.


“E eis que se nos apresenta, qual uma aparição da nova primavera deste ano e no limiar da Sagrada Liturgia Pascal, a suave e amável figura de São José, o augusto esposo de Maria, tão caro ao íntimo das almas mais sensíveis aos atrativos do ascetismo cristão e de suas expressões de piedade religiosa, reservadas e modestas, mas tanto mais apreciadas e suaves.

No culto da Santa Igreja, Jesus, Verbo de Deus feito homem, teve logo uma adoração incomunicável como esplendor da natureza de seu Pai, e irradiando-se na glória dos santos. Maria, sua Mãe, seguiu-o de perto desde os primeiros séculos, nas imagens das catacumbas e das basílicas, piedosamente veneradas: Sancta Maria Mater Dei.


São José, pelo contrário, excetuando algum traço de sua figura, encontrado aqui e ali nos escritos dos Padres, permaneceu durante séculos e séculos em seu característico apagamento, um pouco como figura de ornamento no quadro da vida do Senhor. E foi necessário tempo até que seu culto passasse dos olhos aos corações dos fiéis e despertasse neles singular fervor de oração e abandono confiante. E estas foram as piedosas alegrias reservadas às efusões da época moderna: oh! quão abundantes e grandiosas! E temos particular alegria em colher daí uma observação tão característica quanto significativa.

Entre os diversos postulata que os Padres do Concílio Vaticano I, reunidos em Roma (1869-1870), apresentaram a Pio IX, os dois primeiros eram concernentes a São José. Antes de tudo, pedia-se que seu culto tivesse lugar mais elevado na sagrada liturgia; trazia a assinatura de 153 Bispos. O outro, assinado por 43 superiores gerais de ordens religiosas, suplicava a solene proclamação de São José como Padroeiro da Igreja Universal.

Pio IX acolheu um e outro com alegria. Desde o início de seu pontificado havia fixado a Festa e a liturgia para o patrocínio de São José no III domingo depois da Páscoa. Já em 1854, em vibrante e fervorosa alocução, indicara São José como a esperança mais segura da Igreja depois da Virgem Santíssima; e no dia 8 de dezembro de 1870, escolheu a feliz coincidência da Festa da Imaculada Conceição para a proclamação mais solene e oficial de São José como Padroeiro da Igreja universal e para a elevação da Festa de 19 de março à celebração de rito duplo de 1ª classe.


Também Pio XII tomou de seu predecessor a nota fundamental no mesmo tom, em numerosas alocuções, todas tão belas, vibrantes e felizes. Como a 10 de abril de 1940, quando convidava os jovens esposos a se colocarem sob o seguro e suave manto do Esposo de Maria; e em 1945, quando convidava os membros da associação cristã dos operários a honrá-lo como elevado exemplo e defensor invencível de suas falanges; e dez anos depois, em 1955, quando anunciava a instituição da Festa anual de São José operário. Na realidade, esta Festa de instituição recentíssima, fixada a 1° de maio, veio suprimir a da 4ª feira da segunda semana de páscoa, enquanto a Festa tradicional de 19 de março marcará de agora em diante a data mais solene e definitiva do patrocínio de São José sobre a Igreja universal.

O mesmo Santo Padre Pio XII quis ornar como que de preciosíssima coroa o peito de São José com uma fervorosa oração proposta à devoção dos sacerdotes e fiéis de todo o mundo, e cuja recitação enriqueceu de numerosas indulgências. Oração de caráter eminentemente profissional e social, como convém àqueles que estão sujeitos à lei do trabalho, que é para todos 'lei de honra, de vida pacífica e santa, prelúdio da felicidade imortal'. Diz ela, entre outras coisas: «Permanecei conosco, ó São José, nos nossos momentos de prosperidade, quando tudo nos convida a gozar honestamente dos frutos de nossas fadigas; mas, sobretudo, permanecei conosco e sustentai-nos nas horas de tristeza quando parece que o céu quer fechar-se sobre nós e até os instrumentos de nosso trabalho vão escapar de nossas mãos (Papa Pio XII)».


Ó São José! Aqui, aqui mesmo é vosso lugar de 'Protetor da Igreja universal'. Quisemos apresentar-vos, através das palavras e dos documentos de nossos predecessores imediatos dos últimos séculos - de Pio IX a Pio XII - uma coroa de honra, como eco dos testemunhos de afetuosa veneração que se eleva igualmente de todas as nações católicas e de todas as regiões missionárias. Sede sempre nosso protetor. Que vosso espírito interior de paz, de silêncio, de bom trabalho e de oração, a serviço da Santa Igreja, nos vivifique sempre e nos alegre em união com vossa santa esposa, nossa dulcíssima Mãe Imaculada, num fortíssimo e suave amor a Jesus, Rei glorioso e imortal dos séculos e dos povos. Assim seja”.


BEATO SANTO PADRE JOÃO XXIII
Da Carta Apostólica LE VOCI


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