AO ENCONTRO DO SENHOR
Temos que nos dispor para sair ao encontro do Senhor. Saiamos agora para fora e avancemos por cima de nós mesmos até Deus. É preciso renunciar a todo querer, desejar o atuar próprio. Nada mais que a intenção pura e desnuda de buscar só a Deus, sem o mínimo desejo de buscar-se a si próprio nem coisa alguma que possa redundar em seu proveito. Com vontade plena de ser exclusivamente para Deus, de conceder-lhe a morada mais digna, a mais íntima para que Ele nasça ali e leve a cabo sua obra em nós, sem sofrer impedimento algum.
Com efeito, para que duas coisas se fundam é necessário que uma seja paciente e a outra se comporte como agente. Unicamente quando o olho está limpo é que poderá ver um quadro pendurado na parede ou qualquer outro objeto. Impossível seria se houvesse outra pintura gravada na retina. O mesmo ocorre com o ouvido: enquanto um ruído lhe ocupa, está impedido de captar outro. Como conclusão, o recipiente é tanto mais útil quanto mais puro e vazio.
A esse sossego do espírito se refere o cântico da Missa que começa: “Quando um sossegado silêncio tudo envolvia” (Sb 18, 14). Em pleno silêncio, toda a criação calava na mais alta paz da meia noite. Então, oh Senhor, a Palavra onipotente deixou seu Trono para acampar em nossa tenda (Liturgia de Natal). Será então, no ponto culminante, no apogeu do silêncio, quando todas as coisas ficaram submersas na calma, somente então, se fará sentir a realidade desta Palavra. Porque, se queres que Deus fale, faz falta que tu cales. Para que Ele entre, todas as coisas deverão ter saído”.
A isto se referia Santo Agostinho quando dizia: "Esvazia-te para seres preenchida, sai para entrar". E em outro lugar: "Oh tu, alma nobre, nobre criatura, por que buscas fora a Quem está plena y manifestamente dentro de ti? És partícipe da natureza divina".
Johannes Tauler OP (Juan Tauler/1300-1361)Temos que nos dispor para sair ao encontro do Senhor. Saiamos agora para fora e avancemos por cima de nós mesmos até Deus. É preciso renunciar a todo querer, desejar o atuar próprio. Nada mais que a intenção pura e desnuda de buscar só a Deus, sem o mínimo desejo de buscar-se a si próprio nem coisa alguma que possa redundar em seu proveito. Com vontade plena de ser exclusivamente para Deus, de conceder-lhe a morada mais digna, a mais íntima para que Ele nasça ali e leve a cabo sua obra em nós, sem sofrer impedimento algum.
Com efeito, para que duas coisas se fundam é necessário que uma seja paciente e a outra se comporte como agente. Unicamente quando o olho está limpo é que poderá ver um quadro pendurado na parede ou qualquer outro objeto. Impossível seria se houvesse outra pintura gravada na retina. O mesmo ocorre com o ouvido: enquanto um ruído lhe ocupa, está impedido de captar outro. Como conclusão, o recipiente é tanto mais útil quanto mais puro e vazio.
A esse sossego do espírito se refere o cântico da Missa que começa: “Quando um sossegado silêncio tudo envolvia” (Sb 18, 14). Em pleno silêncio, toda a criação calava na mais alta paz da meia noite. Então, oh Senhor, a Palavra onipotente deixou seu Trono para acampar em nossa tenda (Liturgia de Natal). Será então, no ponto culminante, no apogeu do silêncio, quando todas as coisas ficaram submersas na calma, somente então, se fará sentir a realidade desta Palavra. Porque, se queres que Deus fale, faz falta que tu cales. Para que Ele entre, todas as coisas deverão ter saído”.
A isto se referia Santo Agostinho quando dizia: "Esvazia-te para seres preenchida, sai para entrar". E em outro lugar: "Oh tu, alma nobre, nobre criatura, por que buscas fora a Quem está plena y manifestamente dentro de ti? És partícipe da natureza divina".
Instituciones, Temas de oración, CI 9
Nenhum comentário:
Postar um comentário