terça-feira, 31 de março de 2009

É preciso ouvir a Voz de Deus



Chiara Lubich, a Fundadora dos Focolares, afirma que não é difícil tentar discernir qual é a vontade de Deus...

É preciso ouvir a Voz de Deus

“É preciso ouvirmos bem dentro de nós uma voz delicada, que muitas vezes sufocamos, e que se torna quase imperceptível. Mas, se a ouvirmos bem: é a voz de Deus. Ela diz-nos que aquele é o momento de ir estudar, ou de ajudar quem tem necessidade, ou de trabalhar, ou de vencer uma tentação, ou de cumprir um dever de cristão ou de cidadão. Convida-nos a dar atenção a alguém que nos fala em nome de Deus, ou a enfrentar com coragem situações difíceis. Temos que a ouvir. Não façamos calar essa Voz, ela é o tesouro mais precioso que possuímos. Sigamo-la!”


“A pena não sabe o que deverá escrever.
O pincel não sabe o que deverá pintar.
Do mesmo modo, quando
Deus se serve de uma criatura
para fazer surgir na Igreja uma sua obra,
ela não sabe aquilo que deve fazer.
É um instrumento.
E os instrumentos de Deus
em geral têm uma característica:
a pequenez, a fragilidade...
'a fim de que nenhuma criatura
se possa vangloriar diante de Deus’.
Enquanto o instrumento se move
nas mãos de Deus, Ele o forma com
mil expedientes dolorosos e alegres.
Assim torna-o sempre mais idôneo
para o trabalho que deve fazer.
Até que, pode dizer com autoridade:
eu nada sou, Deus é tudo”.


Dos escritos de Chiara Lubich


segunda-feira, 30 de março de 2009

Dai-me, Senhor, um coração puro!



5º Domingo da Quaresma - Ano B : Jn 12,20-33

Salmo 50, 3-4; 12-15; 18-19

“Tende piedade de mim, ó meu Deus, misericórdia! Na imensidão de vosso amor,purificai-me, cancelai o meu pecado! Lavai-me todo inteiro do pecado e apagai completamente a minha culpa!
Cria em mim, ó Deus, um coração que seja puro, dai-me de novo um espírito decidido. Ó Senhor, não me afasteis da vossa face, nem retireis de mim o vosso Espírito! Devolve-me a alegria de ser salvo, e confirmai-me com espírito generoso! Ensinarei vossos caminhos aos que erram e a Vós voltarão os pecadores.
Pois não Vos agrada o sacrifício e, se vos ofereço holocaustos, não os aceitais. Sacrifício para Deus é um espírito contrito; não desprezais, ó Deus, um coração contrito e humilhado”.

Cria em mim, ó Deus, um coração puro (Sl 50, 12)

«Grava-me como um selo em teu coração, porque o amor é forte como a morte» (Ct 8,6). Forte como a morte é o amor porque o amor de Cristo é a morte da morte. Da mesma forma, o amor com que amamos a Cristo é, também ele, forte como a morte, porque constitui, à sua maneira, uma morte: uma morte que põe fim à vida velha, em que os vícios são abolidos e as obras mortas são abandonadas. De fato, o amor que temos a Cristo – mesmo estando longe de igualar aquele que Cristo tem por nós – é à imagem e semelhança do seu. Cristo, de fato, «amou-nos primeiro» (1Jo 4,19) e, através do exemplo que nos deu, tornou-se para nós um selo, a fim de que nos tornemos conformes à sua imagem.



É por isso que Ele nos diz: «Grava-me como um selo em teu coração», como se dissesse: «Ama-me como Eu te amo. Guarda-me no teu espírito, na tua memória, no teu desejo, nos teus suspiros, nos teus gemidos, nos teus soluços. Lembra-te, homem, de que natureza te criei: de quanto te preferi às outras criaturas, de que dignidade de enobreci, de que glória e de que honra te coroei e como te fiz pouco inferior aos anjos e como tudo coloquei sob os teus pés (Sl 8,6-7). Lembra-te, não apenas de tudo o que fiz por ti, mas ainda de tudo aquilo que, de fato, suportei da tua parte, em sofrimento e desprezo. E vê se não és injusto para comigo, não me amando. Quem, de fato, te amou como Eu? Quem te criou, se não Eu? Quem te resgatou, se não Eu?»



Senhor, arranca de mim este coração de pedra, este coração gelado, este coração incircunciso. E dá-me um coração novo, um coração de carne, um coração puro (Ez 36,26). Tu, que purificas o coração e que amas o coração puro, vem possuir e habitar o meu coração; envolve-o e enche-o, Tu que ultrapassas tudo o que sou e que me és mais interior e íntimo do que eu mesmo. Tu, o modelo da beleza e o selo da santidade, confirma o meu coração à tua imagem, marca o meu coração com a tua misericórdia, Deus do meu coração, meu refúgio e minha herança para sempre (Sl 72,26)”.


Balduíno de Ford, Abade Cisterciense
Homilia X, sobre Ct 8, 6


sábado, 28 de março de 2009

A Voz do silêncio



"A Voz do silêncio

Introversão

É de todo necessário a volta ao interior, entrar dentro de nós mesmos, para que Deus nasça na alma. Urge alcançar um forte impulso de recolhimento, recolher e introduzir todas as nossas potências, inferiores e superiores, e trocar a dispersão pela concentração, pois, como dizem, a união faz a força. Quando um atirador pretende um golpe certeiro no branco, fecha um olho para fixar melhor com o outro. Assim também quem quer conhecer algo a fundo necessita que todos os seus sentidos convirjam a um mesmo ponto a fim de dirigi-los ao centro da alma de onde saíram.

Ao encontro do Senhor

Assim, nos teremos disposto para sair ao encontro do Senhor. Saiamos agora e avancemos por cima de nós mesmos até Deus. É necessário renunciar a todo querer, desejar ou atuar próprio. Nada mais que a intenção pura e desnuda de buscar só a Deus, sem o mínimo desejo de buscar-se a si mesmo nem coisa alguma que possa redundar em seu proveito. Com vontade plena de ser exclusivamente para Deus, de conceder-lhe a morada mais digna, a mais íntima a fim de que Ele nasça e leve a cabo a sua obra em nós, sem impedimento algum.

Com efeito, para que haja fusão entre duas coisas é necessário que uma seja paciente e a outra se comporte como agente. Unicamente quando o olho está limpo é que poderá ver um quadro pregado na parede ou qualquer outro objeto. Isso seria impossível se houvesse outra pintura gravada na retina. O mesmo ocorre com o ouvido: enquanto um ruído lhe ocupa, está impedido de captar outro. Como conclusão, o recipiente é tanto mais útil quanto mais puro e vazio.

A isto se referia Santo Agostinho quando disse: “Esvazia-te para seres preenchido, sai para entrar”. E em outro lugar: “Oh, tu, alma nobre, nobre criatura, porque buscas fora a quem está plena e manifestadamente dentro de ti? És partícipe da natureza divina, porque então escravizar-te às criaturas?”.


Vazio e plenitude

Se de tal modo o homem preparasse a sua morada, o fundo da alma, Deus o preencheria sem dúvida alguma, se lhe daria em abundância. Romperiam-se os céus para preencher o vazio.

A nossa natureza tem horror ao vazio, dizem. Então, quanto seria contrário ao Criador e à sua justiça, abandonar uma alma assim disposta! Escolhe pois um dos dois: calar, tu, e falar Deus ou falar, tu, para que Ele se cale. Deves fazer silêncio.

Então, será outra vez pronunciada a Palavra que tu poderás entender e nascer: Deus na alma. Em troca, tens por certo que se tu insistires em falar, nunca ouvirás a sua Voz. Manter nosso silêncio, aguardando a escuta do Verbo é o melhor serviço que lhe podemos prestar. Se saíres de ti completamente, Deus de novo se te dará em plenitude. Porque à medida que tu sais, Ele entra. Nem mais nem menos.

Silêncio da alma

A esse sossego do espírito se refere o cântico da Missa que começa: “Quando um sossegado silêncio tudo envolvia” (Sb 18, 14). Em pleno silêncio, toda a criação calava na mais alta paz da meia noite. Então, oh Senhor, a Palavra onipotente deixou seu Trono para acampar em nossa tenda (Liturgia de Natal). Será então, no ponto culminante, no apogeu do silêncio, quando todas as coisas ficaram submersas na calma, somente então, se fará sentir a realidade desta Palavra. Porque, se queres que Deus fale, faz falta que tu cales. Para que Ele entre, todas as coisas deverão ter saído”.


Johannes Tauler, O.P. (Juan Tauler/1300-1361)
Instituciónes, Temas de oración


sexta-feira, 27 de março de 2009

Suportai-vos por amor



«Suportai-vos uns aos outros com amor» (Ef 4,2).

«É esta mesma a lei de Cristo (Gl 6, 2).
Quando noto, no meu irmão, alguma coisa de incorrigível, consequência de dificuldades ou fraquezas e enfermidades físicas ou morais, porque não o suportar com paciência, porque não o consolar de todo o coração, segundo a Palavra da Escritura : «Os seus filhos serão levados ao colo e consolados sobre os joelhos»( Is 66,12)? Será que me falta essa caridade que tudo suporta, que é paciente para aguentar, indulgente e forte para amar? (cf 1 Co 13,7). E esta é, em todo o caso, a lei de Cristo.

Na sua Paixão, Ele «tomou verdadeiramente sobre si os nossos sofrimentos», e, na sua misericórdia, «carregou as nossas dores» (Is 53, 4), amando aqueles que levava, levando aqueles que amava.

Aquele que, pelo contrário, se mostra agressivo e impaciente, indelicado e de má vontade para com o seu irmão fraco, doente, sofrendo, em dificuldade ou necessitado de conversão, aquele que arma uma ratoeira à sua fraqueza, qualquer que ela seja, submete-se manifestamente à lei do mal e cumpre-a. Sejamos pois mutuamente compassivos e cheios de amor fraterno, suportemos as fraquezas e persigamos os vícios... Todo o tipo de vida que permite dedicar-se mais sinceramente ao amor de Deus e, por Ele, ao amor do próximo, quaisquer que sejam o hábito e a observância ou o tipo de vida, é também e sempre mais agradável a Deus».


Isaac de l’Étoile, Monge Cisterciense
Sermão 31: Pl 194


quinta-feira, 26 de março de 2009

Oração à Senhora do Silêncio



“Mãe do silêncio e da humildade, Tu vives perdida e encontrada no mar sem fundo do Mistério do Senhor.

Tu és disponibilidade e receptividade. Tu és fecundidade e plenitude. Tu és atenção e solicitude pelos irmãos. Estás revestida de fortaleza. Resplandecem em Ti a maturidade humana e a elegância espiritual. És senhora de Ti mesma antes de ser Nossa Senhora.

Em Ti não existe dispersão. Em um ato simples e total, tua alma, toda imóvel, está paralisada e identificada com o Senhor. Estás dentro de Deus, e Deus dentro de Ti. O Mistério total te envolve e te penetra e te possui, ocupa e integra todo o teu ser.

Parece que em Ti tudo ficou parado, tudo se identificou contigo: o tempo, o espaço, a palavra, a música, o silêncio, a mulher, Deus. Tudo ficou assumido em Ti, e divinizado.

Jamais se viu figura humana de tamanha doçura, nem se voltará a ver nesta terra uma mulher tão inefavelmente evocadora.

Entretanto, teu silêncio não é ausência, mas presença. Estás abismada no Senhor e ao mesmo tempo atenta aos irmãos, como em Caná. A comunicação nunca é tão profunda como quando não se diz nada, e o silêncio nunca é tão eloqüente como quando nada se comunica.

Faz-nos compreender que o silêncio não é desinteresse pelos irmãos ou pela vida mas fonte de energia e irradiação; não é encolhimento e sim projeção. Faz-nos compreender que, para que se derrame de si, é preciso preencher-se.

Afoga-se o mundo no mar da dispersão, e não é possível amar os irmãos com um coração disperso. Faz-nos compreender que o apostolado, sem silêncio, é alienação, e que o silêncio, sem apostolado, é comodidade.

Envolve-nos em teu manto de silêncio e comunica-nos a fortaleza de tua Fé, a altura de tua Esperança e a profundidade de teu Amor. Fica com os que ficam e vem com os que partem.

Ó Mãe Admirável do Silêncio!"

Inácio Larrañaga, OFM
“O silêncio de Maria.”


quarta-feira, 25 de março de 2009

O Silêncio



“O silêncio tem uma dupla maneira de se impor a nós: provém da nossa pobreza ou brota de uma plenitude. Frequentemente é necessário que o silêncio nos chegue através do sentimento de nossa pobreza. Isto acontece muito simplesmente quando nos damos conta de que não somos capazes de pronunciar a palavra como se deveria. Jesus se mostrou severo em confronto com as palavras inúteis pronunciadas pelo fiel com leviandade (cf. Mt 12, 36). A palavra foi dada ao homem para dar testemunho da Palavra de Deus, para dar graças, bendizer e adorar a Deus. Ao invés disso, nossas palavras tornaram-se uma das ocasiões mais fáceis para ofender a Deus, para ferir os irmãos e assim, faltar com a caridade, infringir a lei do amor. Uma certa discrição no falar é sinal de que somos conscientes disto e de que desejamos sinceramente não pronunciar outras palavras senão aquelas que chegaram à maturidade em nosso coração. Um tal silêncio provém, antes de tudo, de um vazio em nós, mas de um vazio lucidamente vivido e aceito.

Mas existe um outro silêncio: aquele que brota de uma plenitude que existe em nós. Santo Isaac, o sírio, escrevia: «Esforça-te, antes de tudo, por calar-te. Disto nascerá em nós o que nos conduzirá ao silêncio. Que Deus te conceda, então, de sentir o que nasce do silêncio. Se fazes assim, levantar-se-á em ti uma luz que não sei explicar. Da ascese do silêncio nasce no coração, com o tempo, um prazer que impele o corpo a permanecer pacientemente na paz. E vêm as lágrimas abundantes, primeiro no sofrimento, depois no êxtase. O coração, então, sente o que discerne no profundo da contemplação maravilhosa».


Este silêncio é já oração ou, segundo ainda Santo Isaac, «linguagem dos séculos vindouros». O silêncio testemunha a plenitude da vida de Deus em nós, plenitude que deve renunciar a toda palavra humana para exprimi-la de maneira adequada. Por um certo tempo, somente as palavras da Bíblia conseguem ainda expressá-la um pouco, mas depois chega o momento, no qual somente o silêncio pode dar conta da extraordinária riqueza que nos foi dado descobrir no nosso coração.

É este um silêncio que se impõe com doçura e com força ao mesmo tempo, mas de dentro para fora. A oração torna-se lei de si mesma. Ela faz compreender quando é necessário calar e quando é necessário falar. É puríssimo louvor, e ao mesmo tempo, uma assombrosa irradiação. Um silêncio assim jamais fere alguém. Ele estabelece ao redor do silencioso uma zona de paz e de quietude, na qual Deus pode ser percebido como presente, de maneira irresistível. «Guarda o teu coração na paz», dizia São Serafim de Sarov, «e uma multidão ao teu redor será salva».

Louf, A., La voie cistercienne, 97-98.


terça-feira, 24 de março de 2009

O valor do silêncio em Marta Robin



Dai-nos, Mãe, a graça de compreender o valor do silêncio!


“Ó Maria! Ó minha santa e boa Mãe!
Dai-me e dai a todos nós, a graça de
compreender o grande valor do silêncio,
no qual conseguimos ouvir Deus.
Ensinai-me o silêncio;
quero calar-me para poder
ouvir a eterna Sabedoria.
Ensinai-me a arrancar do silêncio
tudo o que ele encerra de grande,
de sobrenatural, de divino.
Ajudai-me a fazer desta descoberta,
uma oração perfeita,
uma oração plena de fé,
de confiança e de amor.
Desejo fazer uma oração vibrante,
enérgica, laboriosa, fecunda e eficaz,
capaz de glorificar a Deus e de salvar almas!”


Serva de Deus Marta Robin (1902-1981)



Alimentou-se somente da Eucaristia durante 53 anos

Marta Robin, nasceu no dia 13 de março de 1902, em Châteauneuf-de-Galaure (Drôme), na França, no seio de uma família de camponeses, e passou toda a sua vida na casa paterna, onde morreu no dia 6 de fevereiro de 1981. Toda a existência de Marta girou ao redor de Jesus Eucaristia, quem foi para ela: “Aquele que cura, consola, aligeira, abençoa, o meu Tudo”.

Desde 1928, depois de uma grave doença neurológica, Marta estava quase absolutamente impossibilitada de movimentar-se, e particularmente não podia engolir porque os músculos da deglutição estavam bloqueados. Além disso foi obrigada, por causa de uma doença nos olhos, a viver praticamente na escuridão.


Eis o testemunho do Padre Finet, o seu diretor espiritual: “Quando recebeu os estigmas, no início do mês de outubro de 1930, Marta já vivia a sua Paixão desde 1925, ano em que ela se ofereceu como vítima de amor. No mesmo dia, Jesus lhe disse que depois da Virgem Maria, Ele tinha escolhido ela para viver mais intensamente a Paixão e ninguém poderia vivê-la de maneira tão plena. Acrescentou que cada dia ela sofreria mais e mais, e que nunca mais dormiria à noite. Depois dos estigmas, Marta não pôde mais nem comer, nem beber e o êxtase durava até a segunda ou terça-feira. Durante um dos êxtases, Jesus disse a Marta: Os meus sacerdotes, os meus sacerdotes, dá-me tudo por eles. Minha Mãe e Eu os amamos tanto. Dá-me todos os teus sofrimentos, tudo o que sofres neste momento, todos aqueles com os quais tu queres mergulhar no meu Amor, dá-me o teu isolamento e a tua solidão e a solidão na que eu te coloquei, tudo sem descanso pelos meus sacerdotes. Oferece-te ao Pai comigo por eles e não temas sofrer muito pelos meus sacerdotes, eles necessitam realmente de tudo isso que estou para realizar em ti em favor deles”.


A Serva de Deus Marta Robin deu o seu sim prontamente, livremente, de boa-vontade e com o coração repleto de paz, tudo o que Jesus lhe pedia, todos os sofrimentos e dores por amor, um grande amor a Jesus redentor e pelos seus tão queridos pecadores que queria salvar.

Marta Robin se tornou conhecida depois que o famoso e ilustre escritor e filósofo Jean Guitton escreveu o livro "A Jornada Imóvel". O grande filósofo Jean Guitton, recordando o seu encontro com a vidente, escreveu um impactante testemunho:

“Encontrei-me naquele quarto escuro, apresentado a Marta por uma das mentes mais contestatórias do nosso tempo: o médico de Anatole France, o Doutor Couchourd, discípulo de Alfred Loisy e diretor de uma coleção de livros anticristãos. Desde o primeiro encontro com Marta Robin, entendi que ela seria para mim uma “irmã na caridade”, como sempre o foi para milhares de visitantes. Era uma camponesa dos campos franceses, que por trinta anos não ingeriu nem comida, nem bebida; nutria-se somente da Eucaristia e cada sexta-feira revivia, com os estigmas, as dores da Paixão de Jesus. Uma mulher que talvez foi a pessoa mais estranha, extraordinária e desconcertante da nossa época, mas que justamente no século da televisão permaneceu desconhecida ao público, sepultada no mais profundo silêncio...”.

Efetivamente, além dos fenômenos místicos extraordinários, a obra evangelizadora que Marta levou adiante foi realmente muito significativa, apesar das suas precárias condições. Graças à ajuda do Padre Finet, seu diretor espiritual, fundou sessenta “Foyers de Lumiére, de Charité et d’Amour” espalhados pelo mundo todo.


Fonte: The Real Presence


segunda-feira, 23 de março de 2009

Purificação espiritual por amor



A purificação espiritual por meio do amor no jejum e nas obras de misericórdia

“Em todo tempo, amados filhos, a terra está repleta da misericórdia do Senhor (SI 32,5). A própria natureza é para todo fiel uma lição que o ensina a antes de tudo amar e louvar a Deus, pois o céu, a terra, o mar e tudo o que neles existe proclamam a bondade, o amor e a onipotência de seu Criador; e a admirável beleza dos elementos postos a nosso serviço requer da criatura racional uma justa ação de graças.

O retorno, porém, nesses dias que os mistérios da salvação humana marcaram de modo mais especial e que precedem imediatamente a festa da Páscoa, exige que nos preparemos com maior cuidado por meio de uma dedicada e amorosa purificação espiritual.

Na verdade, é próprio da solenidade pascal que a Igreja inteira se alegre com o perdão dos pecados. Não é apenas nos que renascem pelo santo batismo que ele se realiza, mas também naqueles que desde há muito são contados entre os filhos adotivos.

É, sem dúvida, o banho da regeneração que nos torna criaturas novas; mas todos têm necessidade de se renovar a cada dia para evitarmos a ferrugem inerente à nossa condição mortal, e não há ninguém que não deva se esforçar para progredir no caminho da perfeição; por isso, todos sem exceção, devemos empenhar-nos para que, no dia da redenção, pessoa alguma seja ainda encontrada nos vícios do passado, mas sim transformada em amor.


Por conseguinte, amados filhos, aquilo que cada cristão deve praticar em todo tempo, deve praticá-lo agora com maior zelo e piedade, para cumprir a prescrição, que remonta aos apóstolos, de jejuar quarenta dias, não somente reduzindo os alimentos, mas sobretudo abstendo-se do pecado e sendo mais benevolentes, mais bondosos.

A estes santos e razoáveis jejuns, nada virá junta-se com maior proveito que as esmolas. Sob o nome de obras de misericórdia, incluem-se muitas e louváveis ações de bondade, caridade e amor; graças a elas, todos os fiéis podem manifestar igualmente os seus sentimentos, por mais diversos que sejam os recursos de cada um.

Se verdadeiramente amamos a Deus e ao próximo, nenhum obstáculo impedirá nossa boa vontade e nossos atos de amor. Quando os anjos cantaram: Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens de voa vontade (Lc 2, 14), proclamavam bem-aventurados, não só pela virtude da benevolência mas também pelo dom da paz, todo aquele que, por amor, se compadece do sofrimento alheio.

São inúmeras as obras de misericórdia, o que permite aos verdadeiros cristãos tomar parte na distribuição de esmolas, sejam eles ricos, possuidores de grandes bens, ou pobres, sem muitos recursos. Apesar de nem todos poderem ser iguais na possibilidade de dar, todos podem sê-lo na boa vontade e no amor que manifestam”.

Texto extraído da Tradição Sagrada: por Pseudo-Crisóstomo


sábado, 21 de março de 2009

A Vida Interior



“Jesus, nos Evangelhos, é o Divino Semeador, que por todos os caminhos vai derramando os tesouros de amor de um Coração ávido de aproximar dos homens a Verdade e a Vida. Transmite, às almas e à Igreja, essa chama, dom de seu Amor, difusão de sua Vida, expressão de sua Verdade, reflexo de sua Santidade. Que essa chama chegue até as almas que, com todo o zelo e ardor, se expõem pela atividade em seus trabalhos, com o perigo de não serem, antes de tudo, almas de vida interior, e que talvez algum dia, amarguradas por fracassos inexplicáveis em aparência ou por graves danos em seus espíritos, possam sentir a tentação de abandonar a luta e recolherem-se em suas tendas cheias de abatimento. Que todos possam compreender a necessidade de sua vida não ser apenas piedosa, mas profundamente interior, a fim de que seu zelo ganhe eficácia, dando inúmeros frutos e perfumando tudo e todos com o Espírito de Cristo, que lhes dará a sua Paz inalterável, a qual, embora através de quaisquer provas, por mais duras que possam ser, será sempre a sua fiel companhia.

“Eu vim para que todos tenham vida” (Jo 10,10). Estas palavras são tão precisas como luminosa é a parábola da videira e dos sarmentos com que o Mestre clareia esta verdade. Com que insistência quer gravar no coração de suas almas o princípio fundamental de que só Ele, Jesus, é a VIDA, e que para participar desta vida e comunicá-la aos demais, é preciso ser um imitador seu, mediante uma vida interior com Ele. Quem aceitar a honra de colaborar com Jesus na transmissão desta vida divina às almas, deve refletir que são apenas canais ligados à essa Fonte única, para tomar dela a vida a ser distribuída. Que as almas se ocupem das obras juntamente com a prática da vida interior, a fim de que possam agir e saber sempre que Jesus é o único princípio da Vida. Eis aqui a enorme importância da vida interior, a única que pode fazer das obras exteriores um ministério frutuoso e pleno de amor e serviço aos irmãos.



Mas o que é vida interior?

A vida interior, também chamada vida contemplativa, é o caminho que a alma trilha dentro de si mesma em busca da intimidade com Cristo e de viver no seu amor; vida interior essa, que vai infundindo na alma a graça santificante que a transfigura em doação e amor a Deus e a todos os irmãos, em uma incessante imitação de Cristo Amor.

A vida interior visa entre muitas outras coisas, estimular as almas que preferem o descanso ao trabalho; fortificar as almas adormecidas no egoísmo que fomenta a inatividade; sacudir a indiferença dos indolentes, induzir a uma quietude interior que permita ouvir a Voz do Senhor e a fazer a sua Vontade, livrar das perturbações provenientes do orgulho e vaidade por obras realizadas; ajudar aos esforços que a alma faz para adquirir as virtudes; conduzir o caminho para Deus.

Os caminhos de Deus levam ao selo da sabedoria e da bondade e, por isso mesmo, o caminho das almas entregues à vida interior é verdadeiramente maravilhoso. Quando essas almas sabem oferecer-se a Deus e por amor a Deus nessa vida interior, a pena que lhes produz o privar-se de Deus em obséquio das obras de Deus, é verdadeiramente grande. Essa pena tem a sua paga, porque graças a ela desaparecem os perigos de dissipação, amor próprio e afeições desordenadas; também as faz mais reflexivas e fomenta nelas a prática da presença de Deus, porque a alma encontra na graça do momento presente a Jesus vivente, que se oferece oculto na obra que realiza, trabalhando com ela e sustentando-a.

O trabalho da vida interior é importantíssimo porque não aperfeiçoa a alma em uma profissão determinada mas em sua própria formação. O esforço constante em dominar-se a si mesma para trabalhar pelos irmãos, pela Igreja e pela glória de Deus é o ideal da alma que quer adquirir a vida interior e dar muitos frutos no mundo junto a seus irmãos. E para consegui-lo, a alma põe todo o seu esforço em estar sempre unida a Jesus em uma vida interior de intimidade e amor ao Salvador”.


D. Jean-Baptiste Gustave Chautard
L’âme de tout Apostolat


sexta-feira, 20 de março de 2009

Trapistas - Ordem Cisterciense da Estrita Observância, OCSO


Claustro da Abadia de Claraval


Histórico da Ordem Cisterciense da Estrita Observância (OCSO)


“A vida monástica é, por sua natureza, um chamado ao perfeito seguimento de Cristo. Portanto, nas comunidades monásticas que vivem segundo a Regra de São Bento, patriarca dos monges do Ocidente, sempre têm surgido iniciativas de reforma, no sentido de uma entrega mais profunda e generosa às exigências da Regra. Às vezes, esta reforma se realiza dentro de uma comunidade existente; outras vezes, um grupo de monges sai do seu mosteiro para comprometer-se num novo ambiente monástico à observância íntegra da Regra.

O século XI, estimulado pela visão do Papa Gregório VII, testemunhou muitas tentativas deste tipo. Uma delas foi o estabelecimento do "Novo Mosteiro" de Cister (Borgonha,França) no ano 1098 por vinte e um monges provenientes do mosteiro beneditino de Molesme. Depois de alguns anos difíceis, os Cistercienses começaram a receber numerosas vocações, e até o fim do século XII espalharam-se por toda a Europa em centenas de mosteiros masculinos e femininos. Simultaneamente, desenvolveram a própria espiritualidade mística, que se exprimia tanto nas obras dos grandes teólogos cistercienses como São Bernardo de Claraval, quanto na arquitetura de suas igrejas e até na direção da economia das comunidades. Foi o século de ouro de Cister.


Nos séculos seguintes, apesar de esforços de manter a vida espiritual e ascética no mesmo nível, houve um certo afastamento dos ideais das origens cistercienses. Nos séculos XV e XVI, sobretudo na França, vários abades buscaram iniciar uma reforma nas suas comunidades, e na Ordem como tal. No século XVII, o abade francês Dom Jean Armand de Rancé, conseguiu realizar na sua comunidade de La Trappe (Normandia) um programa de reforma, enfatizando os valores de separação do mundo, silêncio, trabalho manual, renúncia e obediência. Em diversos aspectos sua reforma, inspirou-se profundamente da vida eremítica do deserto egípcio (séc. III - V) talvez mais do que na própria Regra. Outros mosteiros juntaram-se à forma da vida de La Trappe. Estas comunidades continuaram parte da Ordem Cisterciense (embora criando "congregações" distintas dentro da mesma) até o ano 1892. Naquele ano, seguindo a orientação do Papa Leão XIII, três congregações "trapistas" (Sept-Fons, Melleray e Westmalle) agregaram-se juridicamente para formar uma nova Ordem, a Ordem Cisterciense da Estrita Observância (Trapistas).


Neste período, grandes nomes merecem destaque como o de Dom Sebastien Wyart, eleito em 1892 como 1º abade geral dos trapistas. Também devemos muito aos esforços de Dom Jean-Baptiste Chautard, abade de Chambarand e posteriormente de Sept-Fons, ambos na França. Por sua iniciativa, e fugindo das perseguições políticas na França, ele fundou o primeiro mosteiro trapista do Brasil em 1904, na cidade de Tremembé-SP. Esta fundação trouxe enorme desenvolvimento econômico e cultural, bem como auxilio religioso a toda a região do Vale do Paraíba. Este mosteiro permaneceu até 1934, quando seus monges retornaram para a Europa. Durante o século XX, os Trapistas expandiram, fazendo fundações em todos os continentes. Atualmente, há 100 comunidades de monges e 70 de monjas, sendo 13 na América Latina. Hoje em dia, tentamos viver como nossos antepassados, buscando viver em fidelidade com os grandes impulsos da nossa história - a composição da Regra, o nascimento de Cister e a reforma de La Trappe. Acima de tudo, tentamos manter-nos atentos ao impulso do Espírito, Aquele que, através desta tradição, nos convida à sempre redescobrir e mais plenamente viver o carisma monástico no coração da Igreja”.


Fonte: Monges da Abadia Nossa Senhora do Novo Mundo
(Abadia Trapista no Brasil)


quinta-feira, 19 de março de 2009

Consagração e oração a São José



Solenidade de São José, Esposo da Santa Virgem Maria, Padroeiro da Igreja Universal

19 de março


Consagração a São José

“Oh, Santo amabilíssimo, digno entre todos os santos de ser venerado, invocado e obsequiado com particular amor, tanto pela excelência das vossas virtudes, como pela eminência da vossa glória e poder da vossa intercessão:

Na presença de Jesus que vos escolheu por Pai e de Maria que vos aceitou por Esposo e como tal vos honrou e serviu carinhosamente, nós nos consagramos a vós e vos tomamos por Pai, protetor, advogado e intercessor entre ambos. Propomos firmemente não mais vos esquecer mas, muito pelo contrário, honrar-vos todos os dias da nossa vida e procurar que outros vos honrem e glorifiquem. Suplicamo-vos que vos digneis conceder-nos a vossa especial proteção e admitir-nos no número dos vossos filhos e servos mais devotos. Assisti-nos em todas as nossas ações, sede-nos favorável junto a Jesus e Maria, protegei-nos na vida e não nos desampareis na hora da nossa morte. Amém”.


Oração para obter o Patrocínio de São José

”Lembrai-vos, ó puríssimo Esposo da Virgem Maria e meu doce pai e protetor São José, que jamais se ouviu dizer que alguém tivesse invocado a vossa proteção e implorado o vosso auxílio e não fosse por vós consolado. Com esta confiança em meu coração, venho à vossa presença e a vós fervorosamente me recomendo e a todas as minhas necessidades.Oh, meu amoroso pai, não desprezeis a minha súplica, mas dignai-vos acolhê-la benignamente. Assim seja”.


Nota: "Indulgência de 300 dias, ao se rezar esta oração uma vez ao dia".


quarta-feira, 18 de março de 2009

Papa a sacerdotes: maior dedicação à penitência e à direção espiritual



Formar a consciência dos fiéis retamente, «prioridade pastoral»

Por Inma Álvarez

CIDADE DO VATICANO, segunda-feira, 16 de março de 2009 (ZENIT.org) - O Papa exortou os sacerdotes a cuidarem especialmente da formação de uma reta consciência nos fiéis, através sobretudo do sacramento da Penitência e da direção espiritual.

Em uma mensagem aos participantes do curso sobre o «Fórum Interno», organizado pelo tribunal da Penitenciária Apostólica, que a Santa Sé divulgou no sábado passado (14 de março), o Papa afirma que esta questão é «prioritária».

«Neste novo tempo, constitui sem dúvida uma de nossas prioridades pastorais formar retamente as consciências dos crentes – explicou o Papa – estimulando-as a perceber cada vez melhor o sentido do pecado.»

Este sentido do pecado, acrescentou, «hoje, em parte, está o perdido ou, pior ainda, obscurecido por um modo de pensar e viver etsi Deus non daretur, segundo a conhecida expressão de Grócio, que está agora de grande atualidade, e que denota um relativismo fechado ao verdadeiro sentido da vida».

Contudo, este obscurecimento do sentido do pecado provocou um aumento dos «sentimentos de culpa, que se quiseram eliminar com remédios paliativos insuficientes», acrescenta.

Diante disso, propõe a necessidade de uma maior dedicação dos sacerdotes a este campo, especialmente através da catequese, da homilia e da direção das almas na confissão.

Hoje mais que nunca, afirma, precisamos «de mestres de espírito sábios e santos: um importante serviço eclesial, para o que é necessária sem dúvida uma vitalidade interior que deve implorar-se como dom do Espírito Santo mediante a oração prolongada e intensa e uma preparação específica que se adquire com cuidado».


Fonte: Zenit


terça-feira, 17 de março de 2009

Conversão: abrir o coração a Cristo – Bento XVI



Conversão, abrir o coração a Cristo

Bento XVI, 21 de fevereiro de 2007

“A Quaresma é uma oportunidade para ‘voltar a ser’ cristãos, através de um processo constante de mudança interior e de avanço no conhecimento e no amor de Cristo. A conversão não tem lugar nunca uma vez para sempre, mas é um processo, um caminho interior de toda a nossa vida. Certamente este itinerário de conversão evangélica não pode limitar-se a um período particular do ano: é um caminho de todos os dias, que tem que abarcar toda a existência, cada dia de nossa vida.

Desde este ponto de vista, para cada cristão e para todas as comunidades eclesiais, a Quaresma é a estação espiritual propicia a que se treine com maior tenacidade a busca de Deus, abrindo o coração a Cristo.

Santo Agostinho disse em uma ocasião que nossa vida é um exercício único do desejo de aproximarmo-nos de Deus, de sermos capazes de deixar Deus entrar em nosso ser. ‘Toda a vida do cristão – disse – é um santo desejo’. Se isso é assim, a Quaresma nos convida ainda mais a arrancar de nossos desejos a raiz da vaidade para educar o coração no desejo, quer dizer, no amor de Deus. ‘Deus – diz Santo Agostinho – é tudo o que desejamos’ ( Cf. «Tract. in Iohn.», 4 ). E esperamos que realmente comecemos a desejar a Deus e, deste modo, desejar a verdadeira vida, o amor mesmo e a verdade.



É particularmente oportuna a exortação de Jesus, referida pelo evangelhista Marcos: ‘Convertei-vos e crede na Boa Nova’ (Cf. Marcos 1, 15). O desejo sincero de Deus nos leva a rechaçar o mal e a realizar o bem. Esta conversão do coração é antes de tudo um dom gratuito de Deus, que nos criou para si e em Jesus Cristo nos redimiu: nossa felicidade consiste em permanecer Nele. (Cf. João 15, 3). Por esse motivo, Ele mesmo previne com sua graça nosso desejo e acompanha nossos esforços de conversão.

Mas, o que é em realidade converter-se? Converter-se quer dizer buscar a Deus, caminhar com Deus, seguir docilmente os ensinamentos de seu Filho, Jesus Cristo; converter-se não é um esforço para realizar-se a si mesmo, porque o ser humano não é o arquiteto do próprio destino. Nós não fizemos a nós próprios. Por isso, a auto-realização é uma contradição e é demasiado pouco para nós. Temos um destino mais alto. Poderíamos dizer que a conversão consiste precisamente em não considerar-se ‘criadores’ de si mesmos, descobrindo deste modo a verdade, porque não somos autores de nós mesmos.

Conversão consiste em aceitar livremente e com amor que dependemos de Deus, nosso verdadeiro Criador, que dependemos do amor. Isto não é dependência mas liberdade. Converter-se significa, portanto, não perseguir o êxito pessoal, que é algo que passa, mas, abandonando toda a segurança humana, seguir sempre com simplicidade e confiança no Senhor, para que Jesus se converta para cada um, como gostava a Beata Teresa de Calcutá de dizer, em ‘meu tudo em tudo’. Quem se deixa conquistar por Ele não tem medo de perder a própria vida, porque na Cruz Ele nos amou e se entregou por nós. E precisamente, ao perder, por amor, nossa vida, voltamos a encontrá-la”.


Sua Santidade, Papa Bento XVI


segunda-feira, 16 de março de 2009

São Francisco de Paula: Convertei-vos com sinceridade!



“Convertei-vos de coração sincero!

Que Nosso Senhor Jesus Cristo, que sabe recompensar com grande generosidade, vos dê a paga de vossos trabalhos.

Fugi do mal, afastai-vos dos perigos. Nós e todos os nossos irmãos, embora indignos, rogamos constantemente a Deus Pai, a seu Filho Jesus Cristo, e também à Virgem Maria, sua Mãe, que sempre vos ajudem e guiem no esforço para alcançar a salvação de vossas almas e corpos.

Portanto, irmãos, exorto-vos insistentemente a que trabalheis com toda prudência e solicitude na salvação de vossas almas. A morte é certa; e a vida, que é breve, se desfaz como a fumaça.

Lembrai-vos da paixão de nosso Senhor Jesus Cristo que, ardendo de amor por nós, desceu do céu para nos salvar; suportou inúmeros tormentos na alma e no corpo, e não quis evitar sofrimento algum por nossa causa. Ele nos deu o exemplo da perfeita paciência e do perfeito amor; portanto, sejamos nós também pacientes nas adversidades.



Afastai de vós toda espécie de ódio e inimizade; evitai cuidadosamente as palavras ásperas e inconvenientes; e se alguma vez tiverem saído de vossa boca, não vos envergonheis de levar o remédio com os mesmos lábios que provocaram a ferida.

Perdoai-vos uns aos outros e esquecei totalmente qualquer ofensa recebida. Guardar sentimento do mal é uma injúria, é complemento da ira, retenção do pecado, ódio da justiça, veneno da alma, destruição das virtudes, verme da consciência, obstáculo da oração, impedimento da caridade, espinho cravado na alma, maldade sempre desperta, pecado que nunca se apaga, morte cotidiana.

Amai a paz, que é o mais precioso de todos os tesouros. Convertei-vos, então, de coração sincero. Vivei de tal modo que mereçais receber a bênção do Senhor; e a paz de Deus nosso Pai esteja sempre convosco”.


Das Cartas de São Francisco de Paula, Eremita
Ofício das Leituras, 2 de abril


sábado, 14 de março de 2009

Chiara Lubich - Um ano sem Chiara



Chiara Lubich
Fundadora dos Focolares

14 de março de 2008
14 de março de 2009

“A ARTE DE AMAR

O amor que Deus
colocou nos nossos corações
não faz distinções,
é um amor dirigido a todos.

Não admite discriminações
entre o simpático ou o antipático,
o instruído ou o ignorante,
o amigo ou o inimigo...
Todos devem ser amados.

Mas existe uma medida nesse amor:
amar o próximo como a si mesmo.
Colocar o próximo no nosso mesmo nível.
Isto deve ser atuado ao pé da letra.

O amor cristão não é o do mundo,
onde muitas vezes amamos
porque somos amados...


O amor cristão é o primeiro a amar, não espera ser amado.
Como Jesus, que morreu na cruz por nós.
Deu-nos a vida, por primeiro.

Esta é a grande arte de amar:
Amar todos.
Amar como a si mesmo.
Ser os primeiros a amar.

Existe ainda um modo típico e
prático para atuar este amor:
é "fazer-se um" com o próximo.
Sofrer com quem sofre,
alegrar-se com quem se alegra,
carregar os pesos dos outros.
Viver, num certo sentido, o outro;
como Jesus que, sendo Deus,
se tornou homem, por amor.

"Fazer-se um" com todos, em tudo, exceto no pecado.
Viver o outro, viver os outros.

Este é um grande ideal”.


Dos escritos de Chiara Lubich


sexta-feira, 13 de março de 2009

Deserto,silêncio,solidão



“Deserto, silêncio, solidão. Para um espírito que compreenda a tremenda importância destes três elementos na caminhada espiritual, abrem-se inúmeras perspectivas e oportunidades de todos os lados, até mesmo nos congestionados labirintos e armadilhas que são as ruas das grandes cidades.

Mas, como pode alguém, na prática, ir ao deserto e conseguir a solidão? Parando! Pare! Deixe que a estranha e mortal inquietude do nosso tempo caia dos seus ombros, como um manto empoeirado e gasto – este manto que um dia, talvez, tenha sido considerado belo. A inquietude, o desassossego já foram considerados poeticamente como um tapete mágico e voador em demanda de um apressado amanhã. Hoje ele perdeu sua bela máscara poética e não passa de uma fuga de si mesmo, um desvio da jornada para dentro de si mesmo que todo homem deve empreender para encontrar-se com Deus nas profundezas de seu próprio coração.

Pare! Olhe bem no fundo das motivações que a vida lhe oferece. Elas são tais que possam constituir fundamentos para a santidade? Sim, porque, de fato, todo homem foi criado para ser santo, para amar o Amor que por nós morreu! Só existe uma tragédia na vida: a de não se ser santo! Se as motivações que sua vida lhe oferece não servem de fundamentos para santidade, então é preciso começar tudo de novo, até encontrar outras que sirvam. E isto pode ser feito. Deve ser feito. E nunca é tarde para tentar fazê-lo!


Pare! Levante a Deus as mãos e o coração, pedindo-lhe que a força do seu Espírito possa desfazer e levar embora todas as teias de temores, egoísmos, cobiças e muitos outros fios em que se enreda e se emaranha seu coração. Que as labaredas deste Espírito desçam até você, até todos nós, devastando o que foi mal construído e deixando coragem para reconstruir direito!

E todas estas paradas, nossas idas ao deserto, não necessariamente precisam ser feitas em um lugar retirado, mas podem também ser feitas em pleno barulho e plena atividade da vida diária de cada pessoa, qualquer que seja o seu estado de vida. São paradas que trazem ordem à alma, a ordem de Deus. E esta ordem divina trará consigo a tranqüilidade e a serenidade do mesmo Deus. E com ela virá o silêncio interior”.


Serva de Deus Catherine de Hueck Doherty
Fundadora de Madonna House
Deserto Vivo


quinta-feira, 12 de março de 2009

É preciso passar pelo deserto



"Na Quaresma, o Espírito sempre nos convida a entrar no deserto.

O nosso deserto deve ser de solidão interior, exterior ou ambas, de desapego de coisas e pessoas, fatos ou tempos. É fundamental e necessário ir ao deserto que é estar só em si mesmo para uma escuta mais profunda da voz do Senhor. Sentir o sol forte do dia até a exaustão e o frio cortante das longas noites que nos faz encolher como que querendo abraçar o próprio ser.

Em cada difícil passo sobre a areia escaldante, nossa respiração deve ser sentida. Nosso coração acelerado nos sinalizará que estamos vivos, que algo em nós pulsa e que não estamos mortos. A cada passada, não deverá brotar lamento em nossos lábios; somente a gratidão nos fará levantar novamente os pés para dar um passo após o outro.

Lembranças são bem-vindas, porém não podem nos prender, quando a saudade é maior que a realidade que nos cerca. Então é hora de fazermos uma escolha: passado, presente ou futuro? O passado não será transformado, é bagagem que temos que carregar no percurso da nossa viagem; no presente estamos vivos, agora neste momento é o nosso tempo; o futuro é incerto, não nos pertence. Não devemos olhar as pegadas, como surpreendidos pelo tanto que já andamos, mas devemos olhar para frente, focar nos desafios que teremos de enfrentar. Tomar consciência do hoje com esperança de vida no amanhã, esse é o grande segredo de sermos perseverantes, de não titubearmos e de sairmos do deserto sobreviventes profundamente transformados.

Nosso horizonte deverá ser nosso objetivo, nada de perder tempo fantasiando oásis, coqueiros e lagos paradisíacos. Tenhamos um foco, uma meta e sigamos em frente sempre independente da escaldante areia sob os pés ou do ar gelado das noites.


Nesta jornada somos convidados a nos desapegar ou nos livrar dos pesos, das malas, pacotes, pertences excessivos. No início da viagem com toda certeza estaremos equipados com tudo aquilo que imaginamos precisar... coisas supérfluas. A intenção é que consigamos nos desprender. Conforme caminhamos perceberemos que tudo de que necessitamos para chegar vitoriosos a nosso destino está dentro de nós mesmos e não fora. Porém, até aquilo que levamos dentro deve ser selecionado e, de certa forma, purificado. Se atravessarmos o véu de luz completamente nus então a jornada terá valido a pena.

A tentação virá: – Você podia ter ficado em casa! – Volte, desista, ainda há tempo! – Pare um pouco e descanse, deite só um pouquinho, durma! – Você não vai conseguir! – Não se desapegue; você sentirá fome, sede, frio!

Porém, não podemos nos esquecer de que quem nos convidou para entrarmos no deserto não foi ninguém mais que o Espírito Santo. Ele segue conosco e em nós agindo quando permitimos.

Ser provado não é fraqueza ou quer dizer que estamos tão pecaminosos que precisamos da prova. É sim, a imensa e inigualável oportunidade que o Espírito nos reserva de manifestarmos nossa fé, nossa adesão e fidelidade a Deus. Assim como Jesus, também nós poderemos sair não só vencedores do deserto, mas transformados para melhor servir e amar a Deus e aos irmãos".


Pe. Luís Erlin, Missionário


quarta-feira, 11 de março de 2009

Oração do Deserto: Leva-me ao deserto Contigo, Senhor!



“Leva-me ao deserto Contigo, Senhor!
Escutarei o silêncio que fala
e a Palavra que ressoa.
Me sentirei preparado para a missão,
para assim oferecer-me até desgastar-me
Contigo e por Ti, meu Senhor.
Por que vás a um deserto, Jesus?
Que Te trazem a areia e as montanhas
sem alimento nem nada com que Te sustentar?

O deserto fala
quando o mundo cala.
Faz o corpo e a fé fortes e resistentes
ante tantas coisas que os debilitam.
Leva-me Contigo ao deserto, Senhor,
porque sem sentir necessidade de estar
na aridez desta terra desértica,
também aqui e agora sou tentado:
pelo afã de ter,
pelo desejo do poder,
pela ambição de ser adorado.


Contigo no deserto, Senhor,
serei fiel até o final.
Me prepararei para a dureza da cruz,
sairei vitorioso frente ao mal.
Romperei com aquelas tentações
que me perseguem como se fossem
minha própria sombra.
Dá-me, Senhor, força para triunfar sobre elas.
Concede-me a valentia necessária
para demonstrar-Te minha fidelidade e minha entrega.

Quero estar Contigo no deserto, Senhor,
com Deus Fortaleza,
com Deus Salvação,
com Deus Poderoso,
com Deus Santo,
com Deus, Único Deus.
Quero subir Contigo, Senhor,
para celebrar Tua Páscoa.
Amém”.

Padre Javier Leoz



terça-feira, 10 de março de 2009

Recolhimento interior



“ Se alguém quiser seguir-Me, diz o Senhor, negue-se a si mesmo, tome sua cruz e siga-Me” Mt 16, 24

“Para isso tem que buscar que o pensamento se aquiete. Não é possível que os olhos se movam continuamente de um lado para o outro, para cima e para baixo, e vejam com nitidez os objetos. Somente quando se fixa o olhar, a visão é clara. Do mesmo modo, é impossível que a mente de um homem que se deixa levar pelas infinitas preocupações deste mundo, contemple clara e estavelmente a verdade.

Quem não está sujeito pelos laços do matrimônio se vê turbado por ambições, impulsos desenfreados e amores loucos; a quem já tem sobre si o vínculo conjugal, não lhe faltam um tumulto de inquietudes: se não tem filhos, o desejo de tê-los; se os tem, a preocupação de educá-los; o cuidado de sua mulher e da casa; o governo de seus empregados; a tensão que os negócios trazem consigo; as rixas com os vizinhos; os pleitos nos tribunais; os riscos do comércio; as fadigas da agricultura. Cada dia que amanhece traz consigo particulares cuidados para a alma. E cada noite, herdeira das preocupações do dia, inquieta o ânimo com os mesmos pensamentos.


Há um só caminho para libertar-se desses afãs: isolar-se. Mas esta separação não consiste em estar fisicamente fora do mundo, senão em aliviar o ânimo de seus laços com as coisas temporais, estando desprendido da pátria, da casa, das propriedades, dos amigos, das posses, da vida, dos negócios, das relações sociais, do conhecimento das ciências humanas, a fim de preparar-se para receber no coração as impressões profundas e duradouras do ensinamento divino.

Esta preparação se alcança despojando o coração do que o monopoliza por causa de um hábito mau e muito enraizado. Não é possível escrever sobre a cera se não se apagam os caracteres precedentes; tampouco se podem imprimir na alma os ensinamentos divinos, se antes não desaparecem os hábitos que ali estavam.

O recolhimento procura grandes vantagens. Adormece nossas paixões e outorga à razão a possibilidade de arrancá-las completamente. Como se pode vencer as feras senão domando-as? Assim, a ambição, a ira, o medo e a ansiedade, paixões nocivas da alma, quando se acalmam com a paz privando-lhes de contínuos estímulos, podem ser derrotadas mais facilmente”.


São Basílio Magno
Epístola 11, 2-4


segunda-feira, 9 de março de 2009

Quaresma: penitência é ato de amor



“Todas as maiores religiões do mundo conhecem o efeito purificante do jejum e da penitência Desde os tempos de outrora o homem tem entendido sua necessidade desta purificação.

Quaresma é um tempo de fazer limpeza interior. É um tempo de preparação para abrir nossos corações ao Amor, Jesus. Não é fácil segui-Lo. A vereda em que Ele caminha é muito estreita e íngreme e nós preferimos ir de carro numa rodovia... Não temos vontade de ir ao céu à pé, seguindo um Homem descalço... Assim, nós precisamos da Quaresma para treinar nossos músculos espirituais para subir montanhas, pois Ele nos chama a auges desconhecidos e significantes.

Precisamos da Quaresma para lubrificarmos as fechaduras enferrujadas de nossas almas, para que as chaves do amor, da compaixão e do serviço possam abrir facilmente, de novo, as portas de nossos corações. Precisamos da Quaresma para lavar toda a sujeira e renovar esta imagem de Deus que somos nós.

A penitência é um ato de amor. Sem amor não há penitência. Penitência quer dizer ser esbanjador de amor, no sentido do pai, na parábola do filho pródigo... Eu vejo meu irmão sofrendo, logo, faço tudo para aliviá-lo, como samaritano. Levo-o à estalagem do meu coração, ou ao hospital, e faço todo o necessário para cuidar das suas feridas e do seu sofrimento. Então, concluído isso, começo a pensar nos ladrões que reduziram aquele homem ao estado em que o encontrei. E em meu coração ouço a voz do Senhor: ‘Ame os inimigos’. Digo a mim mesmo: ‘Eu nem sei o nome daquelas pessoas. Nem sei de onde vieram nem pra onde vão. O que posso fazer por eles, pela penitência?’.


Ouvimos no noticiário a respeito de um povo refugiado e sofrido. Nós que pertencemos a Cristo podemos espiar os pecados dos que são responsáveis por esta catástrofe. Meu irmão é faminto...Posso comer até me saciar? Meu irmão dorme na lama...Posso dormir numa casa confortável? O Mestre não tinha aonde reclinar a cabeça...Meu irmão sofre dores...Posso recuar aquela dor que me faz parte da vida, que vem das dificuldades de viver em comunidade ou em matrimônio ou na vizinhança, ou no trabalho? Todos nós nos irritamos uns com os outros, às vezes...Posso reagir com raiva ao que me irrita ou, de repente, posso me lembrar daquela mulher que está dando à luz um filho na sujeira de uma favela e posso agüentar, com amor, o que está me irritando.

Há algo misterioso neste mundo que não podemos sondar. Mas quando eu amo o suficiente para oferecer meu corpo pelo outro, mesmo que de modo pequeno, tal como dormir no chão, ou comer só um pouco por um tempo, ou aceitar os desgostos e as mortificações que vem ao meu caminho, então alguma coisa realmente acontece...

Entre as mais misteriosas palavras que o Senhor deixou para nós, cristãos, estão estas: ‘Maiores milagres que Eu realizei, vocês vão realizar’. Esse é o milagre maior: que eu, completamente desconhecido naquela favela, ficando escondido num canto do Canadá, por meio de aceitar mortificações permitidas a mim, por meu diretor espiritual e as que vêm a mim pelas circunstanciais da vida, posso ajudar aquela mulher na favela. Como a tenho ajudado, não sei. Somente o amor sabe...E o Amor é Deus.

Se eu estou pronto para entrar no reino da fé porque amo o Senhor que me deu a fé, então ajudo aquele povo sofrido, onde Cristo sofre neles. Isto é o poder estranho da penitência e mortificação: ‘Carregai os fardos uns dos outros’.

Por outro lado, posso espiar por eles, que têm causado os sofrimentos dos outros. Posso espiar também por meus próprios pecados.

Deus é Misericordioso. Ele não está permitindo a espiação por motivo de temor, mas sim por amor, muito amor”.

Serva de Deus Catherine de Hueck Doherty
Fundadora de Madonna House


sábado, 7 de março de 2009

Oração de Quaresma do Beato Rafael Arnáiz



“Ajoelhado aos pés da Tua Santíssima Cruz, Te peço paciência, humildade e mansidão. Tu, desde Tua Cruz, me ensinaste a perdoar. Que me ensinarão os homens que não me ensines Tu desde Tua Cruz?

Somente aos pés da Tua Cruz se aprende a perdoar...A lição que Tu me ensinas desde a Cruz me dá forças para tudo.

Que doce é a Cruz de Jesus! Que Bom é Deus que me ensina desde Sua Santa Cruz!”


Dos escritos de Rafael


Canonização do Beato Rafael Arnaiz marcada para 11 de outubro




AGÊNCIA ECCLESIA-21 de fevereiro de 2009

Canonização com data marcada

Bento XVI confirma novos Santos da Igreja

A cerimônia de canonização dos futuros Santos já tem data marcada. O anúncio foi feito pela Santa Sé, no final do Consistório deste Sábado, presidido pelo Papa. O anúncio foi feito pela Santa Sé, no final do Consistório deste sábado, presidido pelo Papa.

O Consistório Público Ordinário representou o passo final do processo para a canonização. Juntamente com o novo Santo português, Nuno Álvares Pereira, serão canonizados Arcangelo Tadini, Bernardo Tolomei, Gertrude (Caterina) Comensoli e Caterina Volpicelli. Outras cinco canonizações terão lugar a 11 de Outubro.

Quanto ao local, o Cardeal Saraiva Martins lembra que “o princípio é que as canonizações sejam feitas em Roma e as beatificações nas igrejas locais. Se não houve nenhum pedido, é natural que seja em Roma”, sublinha.

O Cardeal português diz que “todos os santos são modelos para serem imitados” e no caso do Beato Nuno: destaca “a caridade para com os pobres”. Para além do “Santo Condestável”, foram concluídos outros nove processos, relativos a quatro italianos, dois espanhóis, uma francesa, um polaco e um belga.

26 de Abril

Juntamente com o Beato Nuno de Santa Maria serão canonizados outros quatro novos Santos:

Arcangelo Tadini (Itália) Sacerdote, Fundador da Congregação das Operárias da Santa Casa de Nazaré.

Bernardo Tolomei (Itália), Abade, Fundador da Congregação de Santa Maria do Monte Oliveto da Ordem de São Bento.

Gertrude Comensoli (Caterina, nome civil-Itália), Fundadora do Instituto das Religiosas do Santíssimo Sacramento.

Caterina Volpicelli (Itália), Fundadora da Congregação das Servas do Sagrado Coração.

11 de Outubro

Mais tarde, ainda em 2009, Bento XVI presidirá à cerimônia de canonização de cinco novos Santos. São eles:

Jozef Damian de Veuster (Bélgica), o conhecido Padre Damião, Sacerdote da Congregação dos Sagrados Corações de Jesus e de Maria e da Adoração Perpétua do Santíssimo Sacramento do Altar, que consagrou sua vida aos leprosos da Ilha de Molokai, onde ele mesmo faleceu por causa desta doença.

Francisco Coll y Guitart (Espanha), Sacerdote Dominicano, Fundador da Congregação das Dominicanas da Anunciação da Bem-aventurada Virgem Maria.

Rafael Arnáiz Barón (Irmão Rafael - Espanha), Monge da Ordem Cisterciense da Estrita Observância (Trapista), que faleceu aos 27 anos, vítima de um coma diabético. É considerado um dos grandes místicos do século XX.

Zygmunt Szczesny Felinski (Polônia), Arcebispo, Fundador da Congregação das Religiosas Franciscanas da Família de Maria.

Marie de la Croix (Jeanne, nome civil) Jugan (França), Fundadora da Congregação das Irmãzinhas dos Pobres.

Bento XVI fez até hoje 763 Beatos e 18 novos Santos. O “recordista” João Paulo II fez 482 novos Santos e 1342 novos Beatos, num pontificado de 26 anos e meio.


sexta-feira, 6 de março de 2009

Quaresma: tomar em mãos um bom livro




Quaresma: tomar em mãos um bom livro, abrir o Evangelho, indica Cardeal Geraldo Majella Agnelo

É tempo de reflexão, afirma Dom Geraldo Agnelo

SALVADOR, quarta-feira, 4 de março de 2009 (ZENIT.org)- A Quaresma «é tempo de reflexão, porque o cristão é alguém que pensa», afirma o Cardeal Geraldo Majella Agnelo.

Ao comentar o sentido da Quaresma em artigo enviado a Zenit hoje, o Arcebispo de Salvador (Bahia) recorda que os primeiros cristãos «acreditaram que também eles tinham necessidade de tomar para si, cada ano, quarenta dias, para meditar sobre o mistério de Jesus morto e ressuscitado».

«Assim nasceu a Quaresma. Quaresma, em latim Quadragésima, significa quadragésimo dia. De quarta feira de cinzas até começar a Semana Santa são quarenta dias.»

«O que fazer nesse tempo? –questiona o Arcebispo–. Os evangelistas nos apresentam Jesus como pessoa reflexiva que amava o recolhimento, a meditação, a oração.»

Segundo Dom Geraldo Agnelo, seguindo o exemplo de Jesus, «somos convidados a criar também para nós este clima de seriedade e de empenho».

«Ser capazes de algumas vezes desligar o rádio e o televisor em nossa casa. Tomar em mãos um bom livro, abrir o Evangelho: ler, refletir, pensar em nossa vida, em nossos projetos, o que estamos preparando», indica.

Afirma também que é preciso «pensar nos que nos são caros, no significado de nossa presença em seu meio. Enfim no que pensamos fazer sob o olhar do Senhor».

«Quaresma é tempo de reflexão, porque o cristão é alguém que pensa. É preciso aprofundar, compreender: uma frase, por exemplo, do evangelho de hoje.»

«Jesus depois de quarenta dias voltou para o meio da gente e começou a pregar: ‘O tempo chegou, o reino de Deus está próximo, convertei-vos e crede no Evangelho’. São palavras sérias e comprometedoras», destaca.

O Cardeal Agnelo enfatiza que este é um momento «de recolher-se em oração, fazer deserto. Aprender de Jesus, que se retirava de bom grado nos lugares solitários».

«Um pouco de escuta, de reflexão, de troca de idéias. Depois a volta à vida de todos os dias. Eis a surpresa: tornou-se diverso. Mudou-se por dentro», afirma.


Fonte: Zenit